Fanfic: Vamos fazer de conta... [Adaptada] AyA

Mas antes que pudesse elaborar
uma resposta, May entrou na sala, trazendo uma bandeja de café. Colocou uma
xícara na frente de Annie e deu outra para o irmão.

Ele deu um gole, recostou-se
no sofá e repetiu a pergunta:

- Por que não volta para cá?

- Porque tenho um negócio em
Cincinatti.

- Ela tem um bufê - disse May.
Annie concordou com a cabeça.

- Chama-se Bom Começo.

- Que nome interessante.
Conte-me mais sobre seu trabalho.

Perguantando-se se ele
realmente estaria interessado no assunto, Annie olhou-o bem no fundo dos olhos.
De fato, eles demonstravam curiosidade. Frustrada, hesitou. Quanto tempo
levaria para confiar em Poncho?

- Minha sócia e eu achamos que
seria um bom nome, já que nossa especialidade são hors d`oeuvres.

Ele levantou a cabeça, sem
entender o que ela queria dizer.

- Entradas, canapés,
salgadinhos de coquetel - explicou, sem ter certeza de que ele havia entendido.
- São aperitivos que você come antes de um jantar ou algumas vezes em festas

.

Os olhos de Poncho brilhavam,
como se ele estivesse se divertindo.

- Você sabe o que eu quero
dizer - concluiu Annie, frustrada.

- Quer dizer que as pessoas
realmente comem aquelas coisinhas? - ele brincou.

Annie o encarou, enquanto
pensava se responderia ou não àquela provocação. Decidiu ignorá-la e mudou de
assunto:

- E então, conte-me sobre a
festa da escola.

- Oh! Prepararam uma série de
eventos - disse Poncho. - O Canal 5 vai fazer uma ampla cobertura. Já que sou
de Royal Oak - ele pigarreou -, ofereci-me para fazer algumas reportagens es­peciais.
Sabe como é, para impressionar o chefe.

Era a vez dela de provocar.

- Quer dizer que você precisa
se esforçar para impressionar as pessoas?

Ele pôs o dedo no rosto de
Annie.

- Recuso-me a responder a uma
pergunta dessas.

O simples contato com a mão de
Poncho provocou uma onda de calor em Annie, que se viu tomada por uma sensação
inesperada.

- Não tive intenção de
constrangê-lo - disse Annie, consciente de que quem estava constrangida era
ela. - Vamos voltar ao cen­tenário. Além da cobertura da televisão, o que mais
está previsto?

Ele parou para pensar.

- Deixe-me ver... Eles vão...

Olhou para May, em busca de
ajuda, mas ela tomou mais um gole de café e continuou em silêncio.

- Vão fazer um desfile -
concluiu, por fim, mesmo sem a ajuda da irmã. - E também um tour nas novas
instalações da escola. Ah! E também uma partida de futebol. - Outra vez,
virou-se para a irmã. - E o que mais, May?

- Uma recepção - respondeu
ela.

- Vai ser divertido - disse
Annie.

- E um baile de encerramento
das comemorações. - Poncho levantou a xícara e tomou um gole, sem tirar os
olhos de Annie.

- Um baile - repetiu ela, a
emoção percorrendo-lhe o corpo mais uma vez.

Assim como no passado, Poncho
tinha a capacidade de afetá-la, mas agora, em vez de raiva, ele lhe despertava
um calafrio no estômago, sensações que há muito tempo não sentia.

- Você gosta de dançar? - A voz
macia e penetrante de Poncho a envolveu por todos os lados.

Dançar? Há quanto tempo não
fazia isso!

- Claro, mas faz anos que não
danço, acho que já me esqueci de como é. - Também se esquecera de trazer um
vestido de baile.

- Será um prazer ajudá-la a se
lembrar...

- Poncho - interrompeu Meg. -
Achei que você tivesse um compromisso marcado para hoje à noite.

Ele fez uma careta para a
irmã, mas em seguida, franziu o cenho.

- Preferiria ficar aqui - disse
ele, perto do ouvido de Annie.

Annie olhou para Poncho e
sentiu o coração disparar, magnetizada por aqueles olhos, esverdeados.Pela
expressão de espanto no rosto de Poncho, era óbvio que havia percebido a atração
que despertara nela. Annie sentiu-se insegura, reconhecendo que Poncho
continuava, de alguma maneira, a ter sobre ela algum estranho poder.

- Alô! - cantarolou May.

Annie virou-se para a amiga
que tinha estampada em sua face uma nítida expressão de curiosidade.

- Estou interrompendo alguma
coisa? - perguntou May.