Fanfics Brasil - Um estranho, uma estranha e um pneu furado... Vamos fazer de conta... [Adaptada] AyA

Fanfic: Vamos fazer de conta... [Adaptada] AyA


Capítulo: Um estranho, uma estranha e um pneu furado...

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Um estranho,uma estranha e um pneu furado...


_Ah, essa não!


Anahí Portilla observava pelo pára-brisa a tempestade que caía, quando ouviu o estouro típico de um pneu que furava. Desde que saíra de Cincinatti, dirigira mais de quatrocentos quilômetros sem nenhum problema e estava a apenas três quilômetros do seu destino: Royal Oak.



Ela parou o carro no acostamento da estrada e bateu na direção com os punhos fechados. A imagem que guardava dos verões quen¬tes de Michigan apagou-se da sua lembrança tão depressa quanto voavam as folhas vermelhas e amareladas levadas pelo vento.
A tempestade tingia o céu de negro e os altos paredões de pedras que se erguiam de ambos os lados da rodovia provocavam uma sensação de sufocamento. Naquele momento, Annie não conseguia imaginar nada além do próprio corpo afogando-se na água que corria pela estrada, como um rio, até perder de vista.


Desde que Maite Perroni lhe telefonara, duas semanas antes, Annie não parara de pensar um só minuto. A idéia de voltar a sua cidade natal para a comemoração do centenário do colégio onde estudara parecia maravilhosa, mas ficar hospedada na casa da ve¬lha amiga, junto com o irmão mais novo de Maite, Alfonso Herrera, seria para ela uma verdadeira tortura.



Annie não via Poncho desde que se formara no colegial, quando o garoto insuportável e grandalhão, jogador de futebol americano, ainda cursava o primeiro ano. Mas durante anos ele permanecera em sua lembrança como um pesadelo. Como poderia esquecer Poncho, que não se cansava de atormentá-la, quando eram adolescen¬tes? Se a chamasse mais uma vez de Magricela e Francesinha, ela seria capaz de lhe dar um soco!



Enquanto visualizava a cena de si mesma esbofeteando o rosto de Poncho, Annie viu passar um carro em alta velocidade, as luzes traseiras desaparecendo adiante, na estrada, em meio à tempesta¬de. Pelo jeito, ela mesma teria de trocar o pneu...



Ao olhar para ao aguaceiro que não parava de cair, de repente, viu-se tomada por outro temor. Não era aquela a estrada de Detroit, onde as pessoas costumavam ser seqüestradas... ou coisa pior?



O céu continuava cinza e a chuva não dava sinais de que iria parar, nem mesmo diminuir. Annie deu um suspiro, resignada com a própria sorte e, então, abriu a porta e correu para abrir o porta-malas. Quem sabe, teria a sorte de encontrar alguma ferramenta que soubesse manejar...Os carros passavam, espirrando jatos de água, enquanto Annie lamentava ter esquecido em casa o guarda-chuva colorido. Em segundos, estava ensopada, abriu o porta-malas e vasculhou o interior, mas tudo o que viu foi um quebra-gelo!



A água da chuva escorria-lhe pelo rosto e misturava-se às lágri¬mas. Anahí sentiu-se como uma criança indefesa, ao olhar para a blusa de algodão que se colava ao corpo encharcado, como se fosse um saco plástico.



De repente, a luz de um farol iluminou o porta-malas. Annie virou para trás e, em pânico, viu que uma caminhonete parar. Será que o motorista pretendia ajudá-la... ou assaltá-la?



Um homem alto e robusto desceu pela porta do motorista, en¬quanto abria, com agilidade, um guarda-chuva preto.



Ressaltada pelas luzes do carro, a sombra dele sob o guarda-chuva era gigantesca e revelava ombros largos e atléticos.
Ansiosa para ver o rosto daquele homem, Annie observava-o sal¬tar sobre as poças d`água, enquanto se perguntava se um ladrão se daria ao trabalho de usar um guarda-chuva. Chegou à conclusão que o mais provável era que não.



- Algum problema? - ele perguntou, olhando-a por baixo do guarda-chuva.



Um aroma fresco de lavanda masculina envolveu Annie, enquanto ela o observava, percebendo que seu rosto ficava na altura do peito do homem. Amedrontada, ela se encolheu, afastando da testa os cabelos molhados.



- O pneu furou - ela respondeu, notando, de relance entre as gotas de chuva, os belos traços do rosto dele. Anahí apontou para o pneu traseiro do carro. - Acho que eu não tenho aquela coisa que gira...



- Aquela coisa que gira?


Ela fez um sinal com a mão.


- Você sabe, aquela ferramenta que levanta o carro.


- Um macaco? - A voz grave e forte ressoou com bom humor. Envergonhada, ela sentiu que sua maquiagem escorria pelo ros¬to molhado e imaginou-se com os olhos manchados de preto.


- Sim, um macaco - resmungou.


Mas estava preocupada à toa. O homem não olhava para o rosto dela, e sim para sua blusa ensopada, colada ao corpo e totalmente transparente. Não era preciso muita imaginação... Annie percebeu que estava com os seios à mostra, arrepiados, e levantou a mão para se cobrir.


Naquele instante, o estranho desviou o olhar e encarou-a, fran¬zindo o cenho.


- Acho que seria melhor eu pegar para você aquela coisa que levanta o carro. Pode segurar meu guarda-chuva?


Com uma das mãos, Annie levantou a tampa do porta-malas. Curvando-se, ele levantou o carpete do fundo, onde, para surpresa de Anahí, havia um pneu estepe e um macaco.


- Veja só o que temos aqui! - exclamou o homem, olhando-a por sobre o ombro.


Ela torceu o nariz, lamentando perceber que não tinha a mínima noção sobre mecânica.


- Obrigada. Da próxima vez, já sei onde procurar. _Aprender as noções básicas sobre manutenção do carro sempre fizera parte da lista de tarefas a realizar de Anahí. Mas, por alguma razão, ela sempre pulava esse item da lista. Agora, aos vinte e oito anos, percebia que era uma tarefa que não poderia mais ser adiada.


- Pena que você escolheu um péssimo dia para furar o pneu, senão eu lhe daria uma aula completa. - Ao dizer isso, virou-se para apanhar o estepe do porta-malas.


Será que ele lera seus pensamentos? O olhar de Annie desviou-se para as costas largas e o tríceps torneado... Claro que gostaria de ter uma aula com aquele homem tão atraente e gentil!


Atormentada com as próprias fantasias, Annie afastou-as do pensamento. Estava envolvida demais com seu trabalho, no ramo de serviços de bufê, enfiada na cozinha dos pés à cabeça, o rosto e as mãos sempre cobertos de farinha... Namoros e encontros românti¬cos não faziam parte do seu menu havia muito tempo.


Voltando à realidade, Annie notou pingos d`água escorrendo pelo braço daquele desconhecido que se dispusera a ajudá-la no meio do temporal. O que teria feito sem a ajuda dele?


- Sinto muito pelo transtorno, você está se molhando inteiro. Agradeço muito por não ter passado direto por mim, como tantos outros...


Ele virou-se de frente para Annie.


- Eu bem que pensei em fazer isso, mas sou um cavalheiro e não podia deixar de ajudar uma dama em apuros.
.
O homem era de fato um gentleman, concordou ela, e riu ao se lembrar do medo que sentira a princípio.


- Quando você desceu do carro, pensei que pudesse ser um assaltante.


Ele deixou o pneu cair no chão, enquanto com os olhos, ela acompanhava cada detalhe dos seus movimentos, observando os músculos firmes e as belas formas que a calça jeans justa revelava.


- Desapontada? - perguntou ele.


- Oh! Só um pouco - brincou, lançando um sorriso um tanto tímido.


O homem não se moveu, e por um momento Annie teve a estranha sensação de que já o vira em algum lugar. Esforçou-se para lem¬brar, mas desistiu, sacudindo a cabeça. Não. Não poderia ser ele!


Agachado ao lado da roda, o homem hesitou, como se esperasse alguma coisa.


- Está conseguindo se proteger com o guarda-chuva?


- Mais ou menos - respondeu Annie, só então percebendo o que ele insinuara. Dera-lhe o guarda-chuva para Annir segurar, mas ela deveria colocá-lo sobre ele também, não somente sobre ela!


Depois de colocar o estepe no lugar, o homem deu uma batidinha no pneu e a olhou.


- Eu não confiaria muito nesse estepe, parece velho demais e a borracha está ressecada. - Ele se levantou e jogou o pneu furado, cheio de lama, no porta-malas.- Eu mandaria arrumar esse pneu o quanto antes._Rapidamente, ele tirou o macaco e guardou-o, antes de fechar o porta-malas.- Pelo menos por enquanto, pode seguir viagem.


Ele apertou os olhos, como se tentasse lembrar de alguma coisa, e chegou a abrir a boca, como se quisesse fazer uma pergunta, mas voltou a fechá-la, sem dizer nada. Apenas franziu a testa.


- Muito obrigada - disse Annie, observando a água escorrer pelo rosto dele. Nunca vira um homem tão bonito e gentil em toda a sua vida... Então, achou que deveria recompensá-lo.


- Deixe-me oferecer alguma coisa em troca da sua ajuda.


- Claro - respondeu ele sem hesitar, estendendo a mão.


Esperando que recusasse a oferta, ela tirava a bolsa do ombro, em busca da carteira, quando ouviu-o rir.


- Eu aceito meu guarda-chuva de volta, se não se importar.


Annie devolveu-lhe o guarda-chuva.


- Desculpe-me, acho que sou meio desatenta.


- Mesmo? Não parece. - Ele pegou o guarda-chuva e, acenando com a mão, correu de volta para a caminhonete. Mas, em vez de partir, ligou o motor e esperou que ela saísse na frente.


Ainda existia cavalheirismo. Ensopada, Annie pulou sobre uma poça d`água e entrou no carro, consciente de que deixara o homem de sua vida escapar, sem ao menos ter lhe estendido a mão. Fazendo uma careta diante dessa fantasia ridícula, saiu pela estrada afora, em meio ao tráfego.



 



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Autor(a): georgina

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Poncho observou o carro ganhar velocidade no meio da chuva, espirrando água para os lados. Era uma mulher atraente, bonita e estranhamente familiar. Não fossem as curvas do seu corpo que as roupas molhadas revelavam, diria que ela lembrava vagamente a amiga magricela que a irmã dele tinha nos tempos de colégio, e que era reta como uma tábua ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 93



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  • myrninaa Postado em 16/04/2011 - 15:46:46

    Vc abandono a wn?

  • myrninaa Postado em 04/03/2011 - 16:24:17

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  • myrninaa Postado em 28/01/2011 - 16:08:22

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  • myrninaa Postado em 30/12/2010 - 20:43:36

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  • myrninaa Postado em 28/10/2010 - 16:11:40

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  • georgina Postado em 21/10/2010 - 21:58:39

    Oiee amanhã eu posto essa daqui tbm *-* bjus

  • Adna Postado em 15/10/2010 - 22:27:35

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  • Adna Postado em 15/10/2010 - 22:27:31

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