Fanfic: Meu Sheik do Deserto DyC-Adaptação [TERMINADA]

Os lábios de Christopher se abriram em um
sorriso.

- Para você, um visto muito especial foi
concedido.

Ela parou de respirar por um momento.

- Você sabia. Você sabia o tempo todo que eu
viria.

Ele deu de ombros e disse.

- Eu sou o sheik de Zulheil. Claro que eu sabia.
Por que afinal você veio?

Era a questão que ele não havia perguntado
antes, e que ela não poderia responder sem contar praticamente tudo. Dulce
acariciou o cabelo dele com seus dedos e soube que lhe contaria a verdade.
Quatro anos antes ela tinha sido covarde e isto lhe havia custado seu amor.

- Eu vim porque ouvi falar de sua perda e pensei
que talvez você precisasse de ajuda. Mais do que isto, eu precisava de você. Eu
já havia decidido vir muito tempo antes. Eu já havia me preparado.

- Por que, Dul?

Ela sentiu as lágrimas tomarem seus olhos.

- Porque eu não conseguiria mais viver sem você.
Eu simplesmente não o suportaria. Eu acordava todos os dias pensando em você e
adormecia com seu nome em meus lábios. Eu o amo tanto, Christopher, que você
nem pode imaginar.

Ele não respondeu em palavras. O beijo dele
foi terno e quase como um pedido de perdão. Ela não forçara aquela situação.
Levaria tempo para curar as feridas do passado, mas ela esperava que sua
bravura adiantasse esta espera.

Christopher rolou deitando de costas e a
aconchegou a seu lado.

- Eu sinto falta deles.

Dulce respirou fundo e apenas o deixou falar.

- Eu fui criado com a compreensão das
responsabilidades que eu teria de assumir no futuro, mas meus pais me
asseguraram uma infância sadia e uma juventude com liberdade - ele a abraçou e
a trouxe para mais perto. - Eu viajei muito e aprendi. Eu estava tendo a chance
de me tornar um homem sem ser enquadrado pelo papel que viria a desenvolver.
Por isto, eu sempre estarei em dívida com meus pais. Qualquer filho que
tenhamos terá a mesma oportunidade.

- Eles parecem ter sido pessoas maravilhosas.

- Eles foram - ele parou, como se em dúvida se
deveria continuar. As próximas palavras dele a chocaram profundamente. - Minha
mãe estava morrendo e não me contou.

Dulce resfolegou ao replicar.

- Morrendo?

- De câncer. Eles estavam retornando de uma
sessão de tratamento quando o acidente aconteceu.

Incapaz de imaginar a profundidade do sentimento
dele, ela segurou suas lágrimas e perguntou.

- Você a condena pela morte deles?

- Não. Eu a culpo por não ter confiado em mim,
por me roubar à oportunidade de ajudá-la. E de poder me despedir.

- Ela estava protegendo o filho dela.

- Eu quase consegui aceitar o que aconteceu, mas
uma parte de mim ainda continua zangada com ela por ter escolhido em meu lugar.
Talvez houvesse algo que eu pudesse ter feito. Agora nunca saberei. Quando eles
morreram, eu estava pronto para assumir meus deveres, mas não para perder meus
pais. Eu me senti à deriva, emocionalmente perdido. Nós somos os governantes e
guardiões de nosso povo. E uma honra e a mais grave das responsabilidades. Para
o meu povo eu tinha de ser forte, mas eu me sentia como se estivesse preso em
uma caverna de gelo, incapaz de sentir, até que...

- Até quê?

- Deixe para lá.

Ela não reclamou. Ele lhe dissera muito mais do
que ela esperava. O segredo de sua mãe explicava muita coisa. Doía a Dulce
pensar o estrago feito no orgulhoso e leal homem com quem ela casara, ao saber
que a mãe não havia lhe confiado à verdade de seu estado de saúde. Mesmo que a
razão nascera do amor, aquilo tinha prejudicado muito seu filho. Dulce mordeu o
lábio, incapaz de escapar da conclusão inevitável. O que a covardia dela em
manter seu segredo custaria a ele? Foi seu último pensamento antes de
Christopher trazê-la para o calor de sua paixão.

Christopher segurou Dul em seus braços depois de
terem se amado, profundamente tocado pela confissão do desejo dela. A
honestidade crua do que foi dito era incontestável, mas era difícil confiar
nela completamente. Enquanto ele começara a baixar seus escudos, sua mulher
mantinha segredos que faziam com que seus olhos azuis se obscurecessem a
qualquer momento. Apesar dele ter jurado completa honestidade entre eles, ele
não imploraria a ela para que revelasse seu segredo. Ele pensou que ela tivesse
adormecido, mas de repente, ela falou:

- Eu... Tenho de lhe dizer uma coisa.

- Diga...

- Quando nós nos conhecemos... Eu estava com
tanto medo de perdê-lo que por isto não contei algo a você.

- Contou o quê? - ele sentiu um misto de
esperança e desespero.

- Você me promete uma coisa antes? - ela
perguntou. Foi à vulnerabilidade nua na voz dela que fez com que ele
respondesse com gentileza. - O que você gostaria que eu prometesse?

- Que não me odiará pelo que direi.

- Odiá-la? Dou minha palavra de honra como seu
marido - ele a trouxe mais para perto, com a ternura a crescer dentro dele.

- Eu sou filha ilegítima.

Ela não tinha dado nenhum aviso, nenhum sinal da
força de seu segredo.

- Ilegítima? - nos braços dele, ela estremeceu.

- Meus... Aqueles que eu pesava ser meus pais
são, na verdade, minha tia e meu tio. Minha mãe biológica, Mary, me teve quando
ela era muito jovem - Dulce engoliu em seco. - Eu descobri quando ainda era
criança que meus pais me adotaram apenas porque receberam parte da herança de
Mary. Eles nunca me amaram. Para ele eu era... sangue ruim - a dor dela era
quase palpável. Ele nunca havia gostado dos pais dela. Como eles ousaram não
dar valor à sua preciosa Dulce?

- E você acha que isto importa para mim? - ele
estava um pouco ferido pela desconfiança dela.

- Você é um sheik. Você deveria casar com uma
princesa ou ao menos com alguém que pudesse atestar ter sangue azul. Eu nem ao
menos sei o nome de meu pai

comentem