Fanfic: Meu Sheik do Deserto DyC-Adaptação [TERMINADA]

- Cuide-se bem,
minha esposa. Eu não quero perder você - então ele se foi, deixando-a trêmula
pela força do que dissera.

A semana de moda da
Austrália, que acontecia em Sydney ou em Melbourne, era um dos maiores eventos
de moda do planeta, repleta de todo tipo de estilo, cor e decadência. Dulce
estava maravilhada, apesar de jamais conseguir esquecer as palavras de
Christopher. Seria o amor capaz de trazer à tona o sentimento de posse de seu
marido ou algo ainda pior? As palavras dele retornavam continuamente à sua
cabeça.

Entretanto, ela não
tinha de se preocupar com Jamar. Seu enorme guarda-costas gostava de apreciar
as mulheres nas passarelas, se não as próprias roupas. Ele comentava a respeito
de uma sinuosa morena quando uma mão sobre seu ombro fez com que Dulce
gritasse, assustada. Jamar se moveu tão rápido que ela nem notou que ele se
mexera. De repente, seu tamanho colossal bloqueava o campo de visão dela.

Um riso rouco
feminino atravessou aquela barreira de músculos.

- Jamar, está tudo
bem - em choque, Dulce se moveu ao redor dele, que se recusava a arredar pé de
sua posição. - Ela é minha irmã.

- Olá, Dulce -
Belinda falou com seu tom de voz arrastado.

- Belinda - a beleza
de sua irmã parecia ainda mais impressionante.

Belinda lhe deu um
sorriso sem calor algum.

- Então, como é
fazer parte de um harém?

Após todos aqueles
anos, a revelação de Christopher havia fornecido a ela uma visão completa da
crueldade de sua irmã.

- Eu sou a esposa de
Christopher.

Belinda não escondeu
sua surpresa. Um olhar de amargura estragou sua beleza por um segundo.

- Bem, quer dizer
que capturou seu peixe grande, afinal de contas - ela olhou para trás. - Foi um
prazer, mas devo correr agora. Harry provavelmente deve estar me procurando.

Belinda se virou e
desapareceu antes que Dulce pudesse responder. O encontro de um minuto a deixou
sentindo um confuso misto de emoções.

- Ela não é como
você - Jamar disse ao se colocar a seu lado mais uma vez, com seus traços
fortes transformados em uma expressão reprovadora.

- Não, ela é bonita.

- E gelada. Aquela
lá é fria.

As palavras de Jamar
lembraram Dulce do que Christopher dissera. Subitamente, seu coração ficou mais
leve, se sentindo mais livre. Seu marido a havia escolhido. Ele achava que ela
era boa o bastante do seu jeito e era só isso que importava.

- Como correram as
primeiras negociações? - Dulce perguntou a Christopher durante o jantar. Ela
havia decidido comer na suíte, certa de que ele deveria estar querendo um pouco
de paz e tranqüilidade.

Ele correu as mãos
por seu cabelo úmido, tendo acabado de tomar banho. Sob seu roupão branco de
tecido felpudo, sua pele bronzeada sobressaía ainda mais.

- Correu como eu
esperava. Os que têm petróleo querem manter sua posição de poder e não querem
buscar alternativas.

- Isto não é muito
imediatista? O petróleo irá se esgotar um dia.

Os olhos dele
brilharam com inteligência.

- Exatamente. E não
é só o dinheiro, mas o planeta que devemos considerar.

Dulce estendeu a mão
até o outro lado da mesa e tocou a dele.

- Como uma
ex-neozelandesa, tenho de concordar com você. Kiwis são extremamente a favor da
proteção ambiental.

- Você é mesmo?

- Sou mesmo o quê?

- Você é mesmo uma
ex-neozelandesa?

Ela parou e depois
disse.

- E não sou? Eu
pensei que ao casar com você, havia me tornado uma cidadã de Zulheil.

Ele meneou uma só
vez a cabeça e disse.

- Zulheil permite a
dupla cidadania.

- Eu não sabia disto
- ela sorriu. - Meu coração pertence a você e à sua terra, Christopher. É a
minha casa.

Ele começou a
esfregar seu polegar em pequenos círculos sobre o pulso dela.

- Você não tem
nenhum desejo de retornar para a sua família?

Ela sabia que seu
sorriso era um pouco triste, pois mesmo que a houvessem machucado tanto, ainda
eram a sua família. Uma vida inteira não seria facilmente desprezada.

- Eu vi Belinda
hoje.

- Sua irmã está bem?
- a pergunta dele era inócua, mas os seus olhos estavam alertas.

Ela resmungou.

- Você conhece
Belinda.

Ele não disse nada,
simplesmente observou o rosto dela com olhos que pareciam enxergar a sua alma.

Quando ele se ergueu
e deu a volta na mesa, ela estava pronta para ele. Naquela noite ele fez amor
com ela com ternura e muito cuidado, como se ele estivesse tentando suavizar a
sua dor. Ela esqueceu das farpas de Belinda ao primeiro toque dele, com seu
coração transbordando de amor por seu guerreiro de deserto.

O toque dela no
corpo robusto de seu marido era feroz, sua maneira de amar igualmente terna. Os
comentários dele na mesa do jantar haviam dado a ela a possibilidade de
perceber o que ele pensava. Seu marido havia ficado com medo de que ela fosse
tentada pela proximidade de seu país natal. Ele não sabia que Zulheil era o
único lugar que ela realmente considerava como sua casa e apenas pelo fato de
ser a terra dele.

Dulce passou a maior
parte do dia seguinte comprando presentes. Jamar, mesmo com aquele tamanho
todo, a seguiu como um alegre cachorrinho, inclusive dando sugestões na escolha
do que comprar.

- Sua irmã está
vindo em nossa direção - ele disse, de repente.

Dulce olhou
surpresa. Com certeza Belinda também estava fazendo sua própria peregrinação
pelas butiques de Porto Darling.

- Que tal um almoço,
irmãzinha? - ao menos desta vez não havia nenhum sarcasmo ou amargura em suas
palavras e Dulce não pôde resistir ao convite. É difícil se livrar de antigos
hábitos e este tipo de cortesia vinda de uma irmã sempre inalcançável, era boa
demais para ser desperdiçada.

Antes de chegarem ao
carro, Belinda perguntou se elas poderiam parar em uma agência de viagens.

- Tenho que pegar
umas passagens - ela sorriu e balançou os dedos chamando por Jamar.

O guarda-costas que
as estava acompanhando logo atrás se aproximou.

Dulce sorriu para
ele e disse.

- Nós só vamos parar
numa agência de viagens. Você pode avisar ao motorista?

Jamar franziu a
testa, mas fez o que ela pediu, sentando no banco do passageiro, enquanto Dulce
sentou atrás com Belinda. Como o veículo era uma cortesia do governo
australiano, não havia uma repartição de vidro entre as duas partes. Ciente
deste fato, Dulce manteve seu tom de voz baixo enquanto falava com Belinda,
colocando a conversa em
dia. Quando ela admitiu que sentia falta de sua família,
Belinda disse, em alto e bom tom.

- Então quando é que
você quer partir para Nova Zelândia? Eu vou marcar sua passagem agora mesmo.

Dulce respondeu em
um tom mais discreto.

- Eu vou ver se
Christopher terá um tempo livre após a conferência - ela tentou imaginar se
conseguiria convencer seu marido a retornar ao lugar onde haviam feito tanto
mal um ao outro.

Para sua surpresa o
almoço foi agradável. Curiosa em receber notícias de sua família, ela ficou
atenta a todas as palavras de Belinda.

- Obrigada - ela
disse, depois de pagar a conta.

- Eu precisava saber
a respeito de todos.

Belinda sorriu
lentamente e disse.

- Talvez nos vejamos
outra vez, afinal de contas, somos adultas agora.

Dulce anuiu. Ela não
era mais a garota inocente que um dia fora, e parecia que sua irmã respeitava
este fato. E talvez após ter se casado com Harrison Bentley e seu sangue azul
de Boston, Belinda houvesse amadurecido e esquecido sua raiva invejosa em
relação a Christopher.