Fanfic: Meu Sheik do Deserto DyC-Adaptação [TERMINADA]

Christopher não falou nada. Seu rosto parecia uma máscara feita
de pedra. A raiva que o guiava havia se transformado em uma fúria gelada.

- Eu retornarei e me casarei com alguém mais adequado. Eu não
sei o que estava pensando ao casar com você! - ela queria desabar no choro, mas
um restante de orgulho a manteve intacta. Se ela cedesse a seu impulso, talvez
nem conseguisse mais parar.

- Você não deixará Zulheil.

- Eu já estou fora de Zulheil! E não retornarei!

A raiva no rosto dele deveria tê-la assustado, mas ela já estava
além de seu medo, se sentindo entorpecida.

- Você irá retornar - ele declarou.

- Não! - a raiva dela brotou. - Você não tem direito nenhum de
me obrigar.

- Vista-se. Nós partiremos hoje ainda - a voz dele era
desprovida de emoção, como se ele houvesse simplesmente se desligado. - Se você
tentar dificultar, eu irei me certificar pessoalmente para que chegue a
Zulheil.

- Você não faria um escândalo.

Ele apertou os olhos e disse.

- Eu farei o que for preciso.

Confrontada pelo sheik de Zulheil, ela sabia haver perdido a
batalha. Ele tinha o poder político de fazer o que bem entendesse.

- Eu não tenho mais lugar nenhum para ir - as palavras
melancólicas caíram de seus lábios como lágrimas. - Eu desisti de tudo por
você. De tudo. De tudo.

A única resposta que ela teve foi o bater da porta quando ele
saiu.

Do lado de fora do hotel, Christopher, com seu controle
estilhaçado, mal conseguia pensar. Ele sabia como Belinda era e, portanto, não
havia acreditado quando ela lhe falou. Mesmo tendo o bilhete como prova, ele
não havia acreditado nela. Certificando-se de que ela percebesse seu desgosto
pelos problemas que trazia, foi ter com Dulce. Ele queria protegê-la da malícia
de sua irmã. Foi quando Jamar o viu subindo em direção à suíte deles e lhe perguntou
se Dulce tinha falado com ele a respeito de sua partida para a Nova Zelândia. A
expressão dele estava obscurecida.

- No caminho para a agência de viagens, a irmã perguntou a Dulce
ai eha sheik, para quando ela iria querer que fosse marcada sua passagem -
o guarda-costas havia começado a falar sobre outro assunto, mas foi
interrompido quando o chefe da segurança o chamou. Ele pediu licença e saiu.

Christopher havia sentido seu coração partir com as palavras de
Jamar. Foi uma sorte que seu segurança tivesse partido, porque senão ele teria
visto seu sheik perder a compostura, como uma fina porcelana estilhaçada sobre
uma bota pesada.

Jamar era um segurança leal, alguém que não teria razão de
mentir, principalmente por adorar Dulce. Christopher acusou a si mesmo de ser
um tolo por ter aceito a explicação que Dulce lhe dera para trazer seu
passaporte da Nova Zelândia. Ele havia quebrado sua promessa mais duradoura e
confiou nela quando lhe disse que ele estava exagerando. Mesmo depois do que
ela fizera com ele da primeira vez, ele havia confiado nela. Ele queria
protegê-la e mantê-la a salvo em seus braços.

Uma imagem atravessou sua mente, com o efeito de uma navalha a
lhe cortar a carne. A de uma pequenina mulher com cabelos de fogo e de ombros e
pernas nuas, implorando que acreditasse nela. Uma mulher com vergonha em seus
olhos quando ele zombou de sua sensualidade natural e espontânea. Uma
sensualidade que ele havia sempre apreciado.

Outra navalhada se seguiu à primeira.

Ele se obrigou a lembrar do motivo de sua raiva. Não havia razão
alguma para ele sentir como se algo de valor inestimável tivesse se quebrado.
Ele simplesmente havia sido impedido de raciocinar pela raiva e pela dor que o
cegaram. O que o feriu dentro dele estava agora agonizando, mas ele se recusava
a reconhecer, recusava-se a examinar a causa desta traição lhe doer como o
calor de mil sóis em sua pele nua. Ele havia sobrevivido a Dulce uma vez e o
faria de novo.

Mesmo se o que sentia por ela fosse mais forte do que antes e a
dor ameaçasse de levá-lo à loucura.