Fanfic: ⋆Another chance to be happy

CAPÍTULO 2

- Bells, olha, eu sei que você tem que ir pra faculdade, mas se você quiser eu posso...

- Jacob, eu sei que você adoraria ir comigo, mas entenda, você tem o Billy, tem a escola, e principalmente tem a alcatéia, você não pode simplesmente largar tudo isso e ir comigo para outro continente, é loucura!!!

- Bella, você não entende, eu não posso ficar longe de você eu não consigo, eu preciso ficar perto de você, sabe por que?

- Jake não ...

- POR QUE EU TE AMO BELLA, e eu nunca ia te fazer algum mal, nunca ia te machucar, eu prometo nunca te deixar Bella, se você não pode ficar, me deixe ir com você, é tudo que eu te peço.

Realmente eu gostaria muito de poder deixá-lo ir comigo, eu era suficientemente egoísta em aceitar, mas sabia que não podia, Jacob tinha uma vida, e tinha que vive-la livremente, e não ao lado de uma pessoa cuja cicatrizes estão abertas no peito. Aliás, ele podia me amar agora, como Sam amava Leah, mas e depois? O impriting é algo natural, não tem como fugir dele, e depois que ele me deixasse pela sua impressão, eu sabia que dessa vez eu não ia sobreviver, eu não ia agüentar ficar sem a única pessoa que esteve do meu lado nos dias difíceis e que por algumas horas, curavam as feridas em minha alma. Com muito esforço proferi as palavra que eu achava que era correto, mesmo me causando dor:

- Jacob não vamos mais discutir isso, você vai ficar, e isso não vai mudar, se você quiser a gente pode aproveitar esse 2 dias como se fossem os últimos, esqueceríamos todos os problemas e nos despediríamos como bons amigos que somos. Mas se você insistir neste assunto, eu vou embora agora, e você só me verá no aeroporto em Seattle.

- Claro,claro, vamos aproveitar esses dias - disse Jacob com um suspiro, em seguida abrindo um de seus belos e aconchegantes sorrisos.

Jake sugeriu que fossemos dar uma volta á praia para poder relaxar, devido a tensa conversa anterior. Eu já estive inúmeras vezes em La Push. Mais ainda era de tirar o fôlego. A água era verde-escura, mesmo ao sol, com cristas brancas, e quebrava na praia cinzenta e rochosa. As ilhas surgiam das águas em escarpas empinadas, alcançando cumes desiguais, coroadas por abertos austeros e elevados. A praia só tinha uma lasca de areia na beira da água; depois disso se alargava em milhões de pedras grandes e lisas que pareciam uniformemente cinzentas á distância, mas de perto tinham todos os tons que uma pedra devia ter: terracota, verde-marinho, lavanda, cinza-azulado, dourado-fosco. A linha da maré era tomada de enormes troncos trazidos pelo mar, embranquecidos pelas ondas salgadas, feito ossos, alguns em pilhas na beira da floresta, outros deitados solitários, fora do alcance das ondas.

Havia um bento fresco vindo das ondas, frio e salgado. Pelicanos flutuavam nas ondas enquanto gaivotas e uma águia solitária rodavam acima deles. As nuvens ainda circundavam o céu, ameaçando invadir a qualquer momento, mas por enquanto o sol brilhava corajosamente em se halo de céu azul.

Jake e eu fomos nos sentar no mesmo tronco em que nos conhecemos, ficamos encarando o horizonte enquanto repassava as palavras de Jacob em minha mente :”  EU TE AMO BELLA, e eu nunca ia te fazer algum mal, nunca ia te machucar, eu prometo nunca te deixar Bella.” Eu sabia exatamente o significado daquelas palavras, Jake nunca me abandonaria como ele fez. Fiquei pensando em todos os momentos em que passei nessa cidade desde que decidi morar com Charlie, e por mais que doa ou seja masoquista da minha parte, não conseguia não pensar nele, mas tinha que aceitar que Edward se foi,e com ele minha vida.  Não importa o que aconteça, sempre estarei  com ele em minha mente, por mais que meu sol particular tente, acho que estou condenada a esse abismo em meu peito desde aquele terrível dia, e mais uma vez  as palavras de Jacob ecoaram em minha mente, e por mas que eu tentasse corresponder seus sentimentos, mais me dava conta que talvez nunca mais seria capaz de amar outra vez.  Até pudesse me apaixonar por outra pessoa, mais nunca ia amar alguém como amo Edward, mas Jake, ele é como um irmão pra mim, ele me tirou da escuridão, é bom ficar com ele, mais o meu amor por ele é apenas fraternal, de um irmão por outro, e por mais que eu tente, eu só consigo vê-lo como meu irmão mais velho. Fui detida de meus pensamentos pela pergunta de Jake.

- Bella, você tem mesmo que ir daqui a dois dias? Soube pelo Billy que a faculdade começa daqui a um mês, então você poderia ficar mais um pouco em Forks. – disse esperançosamente.

- Realmente as aulas começam só daqui à um mês, mas quanto mais tempo tiver de organizar minha vida em Londres, será mais fácil fazer as coisas com calma.

- Entendo, que tal a gente ir dar uma volta de moto depois que Billy sair para visitar Sue? – vi que ele estava tentando me distrair, com sucesso.

- Claro, claro,  depois da saída de Billy, pegamos as motos. – em seguida me lembrei de meu primeiro acidente de moto, e me arrependi imediatamente da minha linha de pensamentos, pois o acidente me lembrou que até exatamente 3 meses atrás, eu podia ouvir a voz dele, como se fosse o meu porto seguro, me orientando em momentos de perigo, e novamente a dor em meu peito aumentou, como se lhe fosse dirigida uma facada ...

- Bella, Bella, você está bem?- despeitei e me deparei com Jacob, cuja feições estavam claramente preocupadas.

- Estou sim Jake, me desculpe, eu estava pensando em umas coisas sem importância. – menti.

- Sei. Então, Billy acaba de sai, vamos pegar as motos? – disse Jake, claramente percebendo minha mentira através do velho rubor em minhas bochechas.

- Vamos então.

Chegamos a velha garagem que por tanto tempo amenizou a dor e a saudades em meu peito, esse lugar, cujo me recordo de apenas momentos bons, estava abrigando minha moto junto com a de Jake.
Me lembro claramente que nos primeiros dias de aulas de direção, caí inúmeras vezes, mas sempre coma supervisão de Jake, caso ocorresse algo de maior magnitude.
Com o passar do meses fui melhorando consideravelmente em minha coordenação e  reflexo, mas mesmo assim, ainda levava alguns tombos ou ganhava pequenos arranhões. Depois de 9 meses fazendo visitas constantes ao hospital, consegui a proeza de andar de moto livremente nas praias de La Push sem me acidentar. Charlie ainda não sabia das motos, e se dependesse de mim ele nunca saberia, acho que ele seria capaz até de me trancar em casa só pra mim me manter longe da moto. Toda vez que acontecia algo mais grave durante as aulas, Jake inventava histórias para Charlie, cuja, se eu não soubesse que era mentira, eu tinha acreditado.

Chegamos na garagem e tiramos as capas protetoras das motos, e em seguida as pegamos e fomos em direção á praia de La Push. 

A sensação de adrenalina que corre em minhas veias é alucinante, o vento batendo em meu rosto, a sensação de liberdade, de que você pode tudo, é eletrizante, fazem com que o meu sangue corra mais rápido em minhas veias e as batidas do meu coração se acelerem a ponto de quase perfurar o meu peito, só assim eu era capaz de esquecer, nem que apenas por alguns minutos, a agonia e saudades existente e meu peito.

Estávamos tão concentrados em nosso passeio, que não percebemos que mais um dia se fora. O crepúsculo já ganhava os céus de La Push naquela tonalidade tão conhecida e angustiante de laranja com azul, cuja faziam minhas memórias retornarem em uma área proibida imposta por mim, por mais que eu tente, as memórias daquele passado feliz vem como bombas atônicas em meu cérebro, com força total e fazendo estrago em meu emocional, a dor e a saudades eram tanta que no pico de meu masoquismo chegava a ser física, insuportável para apenas uma pessoa. Isso me lembrou uma passagem de Romeu e Julieta:

Mais forte é meu amor, bem que pareça fraco.

E não menos amo eu, se bem menos o diga:

Quem anda em toda parte a publicar-lhe o preço

Seu tesouro de amor transforma em mercancia.

Nosso amor era novo, inda na primavera,

Quando com os meus lais costumava saudá-lo,

Qual canta o rouxinol, do verão no começo,

Sua flauta poupando ao avançar dos dias.

Menos doce não é que outrora a noite estiva,

Quando a tornavam muda os hinos queixosos,

Mas seu cantar ardente oprime os bosques todos,

E abusar do que é doce é pedir-lhe o sabor;

Bem com o rouxinol, calo-me, pois, por vezes,

Porque com minha voz não desejo cansar-te
  

Essa passagem sempre será lembrada por mim, foi a primeira passagem que ele me disse naquela aula de biologia, cujo o filme escolhido era Romeu e Julieta, lembro-me de sua voz aveludada e naturalmente sedutora falando em pé do meu ouvido esses versos que significavam tanto para mim á exatamente 1 ano atrás.
Hoje essa passagem só é uma lembrança de uma época florida que nem o pico da primavera, onde os pássaros cantavam alegremente e as flores desabrocharam, uma lembrança que hoje, causa uma dor tão profunda como um poço sem fim, e a cada vez que me recordo, fico convencida de que apenas tudo passou de um sonho, que não existiam criaturas de histórias místicas e nem lendas, cuja são verdadeiras, mas infelizmente, toda vez que me lembrava de suas voz e seu cheiro deslumbrante chegava a conclusão de que nada fora um sonho, pois a minha mente limitada não era capaz de criar tanta perfeição em um ser que nem Edward. O seu nome de um herói de uma época distante para mim, me lembrava de quantas vezes os seus braços frios e duros como pedra me seguravam quando escorregava, ou naquela vez com a Van de Tyler no estacionamento da Forks High School.

Seguimos de volta em direção á garagem de Jake e lá, deixamos a motos para podemos passear antes de eu ir para casa preparar o jantar de Charlie, e começar a arrumar as minhas coisas para a minha partida. Fui tirada de meus planos pela voz de Jake.

- Então Bella, eu estava falando com os meninos, é nós pensamos em Luau em La Push, o que você acha? – ele disse com um brilho de expectativa no olhar.

Pensei em recusar, mas depois pensei com mais clareza. Iria demorar bastante tempo para eu voltar a ver os garotos de La Push novamente, o curso em Londres demorava ao menos 2 anos, e provavelmente só os veria no Natal, e com muito esforço, poderia vê-los na passagem do ano. Então, por que não dar essa alegria e eles aceitando e comparecendo ao Luau? Eles ficariam felizes então eu estaria satisfeita em fazê-los felizes antes de partir.

- Claro Jake, será um bom jeito de me despedir de vocês e ainda por cima apreciar as histórias da tribo. – disse tentando fingir entusiasmo.

- Você não sabe o quanto eu fico feliz Bells- Jacob disse entusiasmado.

Sem eu apenas perceber, nos inclinamos em direção ao outro, a ponto de eu sentir o hálito quente e amendoado de Jake em meu rosto. Estávamos próximos a ponto de eu sentir todo o calor de seu corpo másculo e sua pele bronzeada.

Os olhos negros e aconchegantes de Jake estavam radiados de uma emoção que me atingiram na alma, cuja pensei que tinha ido embora com eles.
Á partir do momento que pensei neles, percebi que o que estava acontecendo no momento não podia ocorrer. Jake era um irmão pra mim- pelo menos eu o considerava assim- eu simplesmente não podia dar esperanças a ele, principalmente com a minha partida programada daqui a dois dias, além do mais, o meu coração não estava preparado para amar novamente, pois ele já tinha dono, que embora o tivesse despedaçado ,possuía a chave do mesmo.

Com muita delicadeza me afastei de Jake, vendo a decepção percorrer sua face.

- Por que Bells? Por que nós não podemos nos dar uma chance? Nós seriamos tão felizes juntos, você não teria que mudar por mim, poderia ter uma vida feliz ao meu lado, e pense em Charlie, o quanto ele ficaria feliz por nós dois, Bella, nós dois somos perfeitos juntos, cada qual com a sua espécie, pois eu sou humano Bella, talvez não a maior parte do tempo, mas sou. Então, por que não?

- Jake, já falamos sobre isso, por mais que eu tente, eu não consigo esquecê-lo, e eu não poderia conviver comigo mesma dando falsas esperanças para você, aliás, você vai encontrar a sua alma gemia mais cedo ou mais tarde, isso é inevitável, você sabe, pense em mim quando você tiver que me abandonar por ela, vai ser bem pior, então, por favor não insista.

- Certo Bells, já vi que você não vai mudar de idéia – disse num suspiro. –Mas não se esqueça que independente da sua decisão, eu sempre vou estar aqui pra você, não importe o tempo ou as circunstâncias.

E foi com essas palavras que voltei para casa, e sempre com a mesma dúvida? Será que se ele não tivesse existido, eu e Jake seríamos felizes juntos?

E com essas duvidas adormeci, dessa vez sonhei com um possível futuro ao lado de Jake.

CONTINUA...