Fanfic: x Beyond Love {terminada} (Aya)

Anahí: Poncho, eu não agüento mais! – resmungou, cansada, após ser colocada mais uma vez a par de todos os pormenores do dia que terminava. Já passava das dez da noite.

Alfonso: não podemos parar – enfático. – Temos que treinar, esqueceu?

Anny deixou a cabeça pender para trás, exaurida.

Anahí: mas eu não agüento mais... – percebeu o olhar fulminante que ele lhe lançava e suspirou. – Vamos lá, doutor. Bota pra fora. Diz tudo que tá entalado aí dentro... eu vou esquecer mesmo – sorriu, repuxando o canto dos lábios num claro sinal de desgosto.

Certo, aquela idéia o atraia muito. Ele estava realmente irritado. Com tudo, não só com ela. Precisava mesmo falar, senão uma úlcera fulminante [sempre ouvi essa expressão e sempre quis usá-la. Não entendo o suficiente de medicina pra saber se úlcera mata, mas usei assim mesmo :P haha] o atingiria dentro de pouco tempo. Estava um poço de tensão e, falar, talvez aliviasse. Ainda mais tendo a garantia de que ela esqueceria tudo dentro de poucos minutos.

Alfonso: certo. Eu não durmo há mais de dois dias, não como direito também desde então e não sei o que vou fazer da minha vida caso essa sua situação não se reverta. Acho que preferiria não te ter mais aqui do que te ter assim – um fio de dor passou pelos olhos dela. – Não vou desistir disso e não vai ser um simples resmungar seu que me fará mudar de idéia. Você não é mais uma menininha e sabe melhor do que eu que isso é necessário. Então, para de reclamar como uma velha resmungona e vamos continuar com os exercícios!

Silêncio.

Alfonso: esqueceu? – desconfortável.

Anahí: u-uhn – negou com um gesto de cabeça.

Poncho pôs as mãos na cintura, esperando.

Alfonso: e agora? >.<

Anahí: lembro de cada palavra – sua expressão ia mudando enquanto o tempo ia passando e ela ainda lembrava.

Mais alguns segundos e Poncho só a encarou, indagativo.

Anahí: nada – um sorriso confiante começava a se apoderar de seus lábios, os olhos presos aos dele. – Eu ainda sou uma ‘velha resmungona’ – fez uma careta, e sua expressão o tirou da imobilidade.

Alfonso: meu Deus – sussurrou.

Anahí: eu me lembro de tudo, Poncho – sorriu, exultante. – De cada palavra!

Alfonso: Annie – ele deixou a máscara de médico frio de lado e numa passada mais longa já estava ao lado dela, abraçando-a apertado e beijando-lhe os lábios. – Você lembra! – alegre.

Anahí: para o seu azar – ela brincou, afastando-o de si com um tapinha no ombro. – Eu não sou uma velha resmungona, Herrera! ¬¬

Ele riu. Talvez pela primeira vez desde muitos e muitos dias. Voltou a abraçá-la.

Alfonso: desculpa por tudo que disse – respirou fundo, sentindo seu cheiro. – Se soubesse que você não iria esquecer, não teria dito nada daquilo.

Anahí: realmente, grande consolo! u.u

Ele voltou a rir, enquanto ela fazia o mesmo.

A felicidade era inexplicável. Tudo parecia que ia voltar a ser como antes...