Fanfic: x Beyond Love {terminada} (Aya)

Anny era de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Não tinha família e os amigos que deixara no pequeno vilarejo, por lá ficaram quando ela decidira buscar seu caminho, se mudando para Miami e tentando vaga nas mais diversas faculdades. A família que tinha agora estava toda ali. Dulce, Christian, Christopher, Angel, Maria, Carlos e Pablo. Seus amigos de tantas batalhas à favor da vida no hospital. Seus irmãos do coração.

Anahí: você não me falou nada disso! – virando para Poncho e dando-lhe um pequeno tapinha inofensivo no peito, enquanto sorria emocionada.

Alfonso: você achou mesmo que eu não precisaria de testemunhas que comprovassem que você realmente se amarrou a mim quando decidisse fugir de uma hora pra outra do meu laço? – brincalhão.

Anny suspira.

Anahí: amor... – cola os lábios nos dele, sentindo os olhos marejados. Era um mesclar de sentimentos tão grande que sentia o peito sufocar, agitado.

Christopher: ei, o beijo é depois – rindo enquanto enlaçava Dulce, ainda com a roupa branca do hospital de mais cedo.

Alfonso: certo – correndo os lábios para a testa de Anny e dando um leve beijo. – É só avisar pra doutora que ela não pode me agarrar assim, sem mais nem menos. Todos sabem que eu não resisto! (no2)

Os amigos em volta riem e Poncho entrelaça os dedos nos de Annie. Maite ajeita seu lenço, já perfeitamente no lugar e Anny volta a suspirar, ansiosa.

Alfonso: pronta? – sussurra perto de seu ouvido.

Ela busca seu olhar e encontra ali a resposta que precisava dar. Então, balança a cabeça e a cerimônia começa.

Estava feito. Estavam casados e de volta ao hospital. Aquele que, por muitos motivos, passara a ser quase a casa de ambos. A lua de mel teria de esperar, era óbvio. Já fora difícil convencer a junta médica que tratava do caso de Anahí permitir sua saída no meio de uma bateria exaustiva de exames. No fim, haviam decidido que qualquer momento de alegria fora de todo aquele turbilhão emocional poderia fazer algum bem ao seu tratamento. Quer dizer, nenhum mal faria e a deixaria, de certo modo, mais disposta a seguir em frente, naquela luta.

Alfonso: tudo bem?

Deitados, lado a lado na apertada cama de hospital, Poncho acariciava de leve sua orelha, o braço transpassado por sob o corpo de Anny.

Anahí: só um pouco cansada, mas nada fora do normal...

Anny havia descoberto o tumor devido, uma das coisas, aos súbitos surtos de cansaço que a acometia quase dioturnamente. De princípio, achara que fosse resultado de tantos e tantos plantões madrugada a fora, mas quando o cansaço passara a vir acompanhado de crises fortes de dor de cabeça, alucinações e náuseas seguidas, algumas vezes até causando vômitos inesperados, ela procurara Christopher para uma conversa mais informal. Ele era o chefe da equipe de neurologia do hospital e, apesar de jovem para os padrões normais, era muito competente. Após uma série de exames inconclusivos, o tumor fora detectado. A notícia caíra como uma verdadeira bomba na vida de Anny e, consequentemente, na de Poncho. Estavam felizes. Viviam unicamente para o trabalho e para o relacionamento. A cada dia descobriam coisas novas entre eles que, apesar de todo o tempo de relacionamento, ainda conseguiam deixar escondidas. E a cada nova descoberta, um novo estímulo para o amor que sentiam. Se é que aquilo era possível. Então, a notícia viera abalar todo aquele mundinho perfeito e feliz.

Alfonso: e a cabeça – perguntou com certo incômodo. – Dói?

Anny negou devagar, com um simples menear de cabeça, e o silêncio tomou conta do quarto por alguns minutos.