Fanfic: x Beyond Love {terminada} (Aya)

Anahí: Poncho... – fez uma pausa e ele não respondeu, esperando que prosseguisse. – O que você acha?

Ele sabia bem do que ela falava. Aquela não era a primeira e, certamente, não seria a última vez que teriam aquela conversa.

Alfonso: essa é uma decisão sua, Annie.

Só ele a chamava daquele jeito. Annie. E ela adorava a forma como aquela simples palavra soava em sua voz.

Anahí: agora é uma decisão nossa! – pausou, alterada. – Você agora é meu marido, não é? – afastou o corpo, fitando-o, exigente.

Poncho suspirou. Até certo ponto, não queria se envolver naquilo. Era a vida dela em jogo e ele, de certo modo, confiava em sua capacidade de decisão. Ela não o decepcionaria. Jamais.

Anahí: por que você não diz nada? – ao cansar de esperar uma resposta que não viria, indagou entre frustrada e ressentida. – Droga, eu preciso de você!

Alfonso: e eu estou aqui – estendeu a mão e correu os dedos, delicado, pelo rosto tenso de Anny. – Mas não me peça pra decidir por você. É algo difícil demais para mim...

Seus olhares permaneceram conectados por algum tempo, mas, então, Anny desviou os seus. Com um suspiro cansado, voltou a deitar o rosto no peito do, agora, seu marido.

A decisão não era fácil. Mas era, unicamente, dela.

Alfonso: o que você acha?

Christopher: é complicado, Poncho, você sabe...

Diante da evasiva do amigo, Poncho se inclina sobre a bancada, forçando uma aproximação, frustrado.

Alfonso: você é o especialista no assunto, Christopher! Precisa saber mais sobre isso do que eu. Pensa na Dulce, se coloca no meu lugar – diz, num esgar frustrado. – O que você preferiria? Aproveitar cada dia como se fosse o último, vê-la sorrir e tentar guardar cada momento bom na memória pra... pra quando, invariavelmente, ela não estivesse mais aqui e, de certo modo, aquilo te consolar ou preferiria que ela fizesse a cirurgia, se arriscando a perdê-la imediatamente, sem mais dias para aproveitá-la o quanto pudesse? – aquilo saía como um desabafo desesperado e Ucker não sabia ao certo o que dizer. – Por favor, Chris... – com um tapa na mesa, Poncho se afasta, recuando enquanto levava as mãos ao cabelo, num gesto tenso.

Silêncio.

Christopher: como médico, especialista nesses casos, eu sugeriria a cirurgia. Mas como homem... – ele suspira, angustiado pela angustia que via na expressão do sempre irreverente Dr. Herrera. – Como homem eu te entendo e não saberia ao certo qual das duas opções escolher...

Poncho respira fundo, deixando o olhar se perder na janela atrás de Christopher.

Em tantos anos de profissão, nunca imaginara que iria sentir na pele tudo aquilo que presenciara nos parentes de seus pacientes quando tinham de escolher entre alternativas tão complicadas e tão, invariavelmente, incertas.