Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Alfonso a segurou e então a colocou prontamente de volta na cama. Parado ali, ele observou enquanto Anahí chorava horrorizada cobrindo o rosto com as mãos. Foi então que ele começou pensar que a droga ingerida na bebida deveria ser alguma coisa bastante potente.

— Desculpe-me, por favor, desculpe-me — repetiu ela. — Não sei o que deu em mim. Eu não...

— Você precisa de um médico — decidiu Alfonso.

— Não!

— Precisamos chamar a polícia para que persigam aquele bastardo e para que você possa descobrir que droga ele lhe deu.

— Não! — implorou ela novamente.

Mas Alfonso não estava mais ouvindo. Estava muito preocupado, procurando um telefone.

Quando Anahí o viu caminhar na direção de uma mesinha do outro lado do quarto, entrou em pânico.

— Não, Alfonso, por favor! — suplicou. — Sem polícia, sem médico. Estou bem. — Finalmente, ela se levantou trôpega, colocando-se entre ele e o aparelho de telefone, e ali ficou, tremendo e olhando-o com ar de súplica. — Eu ficarei bem! — gritou quando o viu dar mais um passo determinado. Então sentiu as lágrimas começarem a queimar sua face como se houvesse um monstro em chamas em seu interior. — Você não entende. O escândalo, meu avô... ele vai se culpar, e eu não poderia suportar isso! Não agüentaria saber que ele nunca mais olharia me da mesma forma — acrescentou angustiada. — Escute... eu estava bêbada. Foi tudo culpa minha.

— Não há desculpa para justificar um estupro, Anahí — contestou Alfonso.

— Mas... não foi tão longe assim. Consegui detê-lo antes que... — As palavras falharam. — Vou superar tudo — insistiu ela. — Vamos manter isso em segredo. Por favor, Alfonso, por favor.

Anahí implorava como se estivesse pedindo pela própria vida. Alfonso podia ver o horror nos olhos dela, o choque, a dor e o senso de traição. E também a boca inchada, a pele arranhada, e os efeitos de alguma substância maléfica que transformara os lindos olhos verdes e a deixara praticamente incapaz de controlar suas ações.

Ela realmente esperava que ele ignorasse aquilo tudo? Em um ato de indecisão frustrada, Alfonso olhou ao redor do quarto. Parecia exatamente o que era: a cena de um crime desprezível. O homem era perigoso, precisava ser detido e pagar por suas ações.

Alfonso abriu a boca para dizer-lhe exatamente aquilo, porém calou-se quando viu a boca tremula e a ansiedade na face pálida. Então suspirou. A rendição aos apelos chegou quando ele reconheceu que Anahí não tinha condições de lidar com mais nada naquela noite.

— Certo — concordou ele com um sorriso relutante. — Vamos deixar o resto para amanhã. Porém, por enquanto, você não pode ficar aqui.

— Obrigada — sussurrou ela.

Ele não queria agradecimento. Queria que ela ficasse bem. Notou a flor de hibisco murcha ainda presa nos cabelos dela. A imagem trouxe-lhe a cena de volta à mente e uma imensa raiva o percorreu.

— Como está se sentindo? — perguntou. — Acha que consegue se vestir sozinha?

— Sim — disse ela.

— Ótimo. — Pelo menos ela estava conseguindo ficar de pé agora. — Faça isso que depois eu a levarei para a casa principal — decidiu ele, consciente de que havia um pequeno exército de empregados que residiam lá para assisti-la.

— Não. Na casa não. — Mais uma vez ela vetou a sugestão de Alfonso. — Os empregados vão contar para meu avô e...

A voz falhou, e aqueles grandes olhos estavam suplicando novamente.

— Posso ficar na sua casa? — pediu ela. — Só hoje. Prometo não lhe causar problemas.

---