Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

O olhar vulnerável e triste cortou o coração de Alfonso. Sem alternativa, assentiu em um gesto de rendição:

— Claro. — E por que não?, perguntou a si mesmo. Já fizera tantas concessões...

Alfonso estava prestes a sair do quarto quando viu a boca de Anahí pronunciar um patético "obrigada".

— Não fale isso — aconselhou ele.

— Não? — murmurou ela sem entender. — Sinto muito.

Os músculos do ombro dele se flexionaram em irritação.

— Não fale isso também — avisou ele. — Não quero seu agradecimento nem suas desculpas. — O que realmente queria, pensou quando se virou para sair do quarto, era poder estrangular Derrick James.

Alfonso estava furioso, ela sabia e não o culpava. Provavelmente conseguira arruinar as férias dele com tudo aquilo. Fraca, sentindo enjôos e ainda muito zonza, virou-se para pegar algo para vestir. Foi então que paralisou ao ver sua imagem refletida no espelho do lado oposto.

O som que emitiu fez Alfonso parar na porta e virar-se. Acompanhando o olhar de Anahí, entendeu imediatamente o que a havia chocado. Ela vira o inchaço da boca, a pele arranhada e o hematoma no pescoço.

Lágrimas marearam os olhos dela.

— Pareço uma prostituta — sussurrou, levantando as mãos para remover a flor de hibisco.

Uma prostituta muito linda e especial, completou ele, silenciosamente.

— Apenas se enrole no lençol — decidiu, voltando para o lado dela e passando o braço sobre seus ombros. — Vamos sair logo daqui.

Ainda chocada com a visão de si mesma, Anahí não se mexeu. Alfonso subitamente a levantou no colo e a aconchegou contra o peito.
— Posso andar — protestou ela.

— Aproveite o passeio. — Foi a curta resposta enquanto a carregava para fora da casa com o semblante de quem não aceitaria argumentação.

Durante o trajeto até a casa dele, Anahí ocupou-se em tentar desvendar a velha fascinação que aquele homem chamado Alfonso Herrera lhe causava. Seria a estrutura física, o rosto masculino e exuberante.... O queixo era quadrado, os cílios longos e grossos. As sobrancelhas eram retas e espessas e quase se uniam entre o nariz esculpido que dava a ele um ar perturbador que a enfeitiçava. Gostava dos olhos também, mesmo com aquele brilho escuro que estavam refletindo agora. E adorava a boca. O tamanho, o formato, a textura macia. Os lábios de Anahí começaram a pulsar com o desejo repentino de prová-los daquele mesmo modo selvagem e descontrolado que fizera alguns momentos atrás.

O choque a assolou. Meu Deus, ela o beijara! Por que fizera aquilo?

Que tipo de substância Eddy misturara em sua bebida que tivera o poder de fazê-la cometer tal extravagância? Anahí se agitou, perturbada pelo conhecimento de que uma pessoa tão descontrolada podia realmente existir dentro de si. O que Alfonso estaria pensando sobre ela?

— Sobre aquele beijo mais cedo... — começou ela, tentando explicar o assunto.

Longos cílios piscaram, encarando-a.

— Esqueça isso — aconselhou Alfonso, desviando o olhar porque ele mesmo estava tentando não pensar sobre o fato.

Já era difícil o bastante tentar não se conscientizar de que estava carregando aquele corpo quente e insinuante envolto apenas por um lençol. Realmente, não precisava de maiores provocações, nem das lembranças daquele beijo inesperado.

Então concentrou a mente em diferentes formas que pudessem fazer Derrick James arrepender-se do que fizera com Anahí aquela noite. A tentativa de estupro e o uso de drogas que potencializavam a sexualidade para conseguir o que ele desejava faziam de James o mais desprezível dos seres.

Fora a combinação de medo e êxtase que provocara o beijo de Anahí, lembrou-se. Nada mais, nada menos. Conseqüentemente não valia um segundo pensamento.

Então, por que ainda podia sentir a sensação daquela boca contra a sua?, perguntou-se. Porque ela era linda. E perigosa. E os céus que o ajudassem, porque ele gostava do perigo que Anahí Portillo representava. Um perigo chamado atração sexual. E só se fosse um tolo não teria consciência de que Anahí sentia o mesmo por ele.

Aquela investida inconsciente que ela fizera fora provocada por um forte desejo sexual, embora ele tivesse que dar crédito ao efeito da droga.

De qualquer forma, era um perigo que ele não tinha condições de ceder. Sua vida já era complicada o bastante sem a tentação de Anahí Portillo

comentem meus amores