Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Então ela viu Alfonso se esticar a seu lado, por cima das cobertas.

— Ficarei aqui até que você durma — anunciou ele.

— Você não precisa fazer isso. Eu não...

O modo como ele a encarou bastou para fazê-la calar-se.

— Agora, ouça-me, sua bruxinha — disse ele com voz rouca. — Mais alguma provocação de sua parte e vou perder meu pouco autocontrole. Se você precisa de mim aqui, eu fico, se você quer que eu vá, eu vou. A decisão é sua.

— Fique — sussurrou ela.

Sem mais nem uma palavra, ele se deitou de costas e olhou para o teto fixamente.

Curvada de lado, Anahí imaginou as pragas silenciosas do homem.

Sinto muito, ela queria dizer, mas sabia que Alfonso não queria ouvir desculpas, então fechou os olhos e se dispôs a dormir.

Cinco minutos, Alfonso estava pensando. Darei a ela cinco minutos para adormecer, então sairei deste quarto. Com isso, olhou para o relógio. Duas horas.

Anahí suspirou e se virou. Alfonso sentiu o coração em flagelos ao ver as lágrimas ainda escorrendo-lhe pelo rosto bonito. Ela acabara de vivenciar o pior pesadelo de uma mulher e lá estava ele, limitando em cinco minutos o apoio que lhe daria.

Alfonso suspirou. Anahí gostou do suspiro. Gostava do conforto que a proximidade dele causava. Naquele momento, não existia outro lugar no mundo onde pudesse se sentir mais segura do que ao lado de Alfonso Herrera, pensou.

O dia seguinte seria bem diferente, previu ela. Voltariam as hostilidades, e ele recuaria toda vez que ela tentasse se aproximar. Mas por enquanto estava feliz em pensar nele como seu anjo da guarda. Com tal pensamento reconfortante, permitiu-se relaxar e dormiu.

Mais cinco minutos, decidiu Alfonso. Ela já adormecera com certeza, mas ele lhe daria cinco minutos para que entrasse em um sono mais profundo. Então sairia daquela cama para o desconfortável sofá na sala.

As pálpebras começaram a pesar. Quando bocejou, Anahí se mexeu e murmurou alguma coisa ininteligível.

Tudo bem, mais cinco minutos, pensou Alfonso. A última coisa que queria era que ela acordasse em uma cama estranha, sozinha e assustada. Mais cinco minutos não o mataria, mataria?

Duas horas depois, um ruído fez Anahí abrir os olhos. Foi então que deparou com o rosto adormecido de Alfonso Herrera. Estava deitado muito próximo a ela, no mesmo travesseiro, com os braços e pernas envoltos nela carinhosamente. Ou eram suas pernas e braços que estavam em volta dele? Não houve tempo para considerações porque um novo ruído soou, e Alfonso abriu os olhos. Ambos olharam ao mesmo tempo em direção à porta aberta do quarto, então paralisaram perplexos.

Theron Portillo estava parado no solado da porta, as sobrancelhas grisalhas franzidas e uma expressão rígida e assustadora no rosto.

— Vovô — Anahí conseguiu pronunciar em um sussurro estrangulado.

Alfonso praguejou alguma coisa baixinho.

O homem mais velho fitou-os com olhos enfurecidos, e nenhum dos dois encontrou habilidade para falar em sua própria defesa.

Theron o fez por eles:

— Em uma hora, espero vocês dois no meu escritório da casa principal. — Sem mais nenhuma palavra, desapareceu, deixando-os deitados ali com os corpos entrelaçados e uma terrível sensação de culpa, como se fossem um casal de amantes flagrados no meio de um ato sexual.

— Oh, meu Deus! — exclamou Anahí, recostando-se na cama.

Alfonso liberou as pernas do entrelaço e levantou-se da cama. Não queria acreditar que aquilo tudo estivesse realmente acontecendo.

— Como você veio parar aqui? — Anahí perguntou de maneira intempestiva.

— Como eu vim parar aqui? — indagou ele atônito. — Esta é minha cama.

Ambos tinham reagido no puro instinto e, agora, a realidade os atingia. Anahí começou a se lembrar. Alfonso assistiu em câmera lenta enquanto ela passava através da experiência da noite anterior para o horror chocante daquela manhã. Ficou tão pálida quanto um alabastro, pôs uma mão na boca tremula o fitou-o com olhos assustados, o que deixou Alfonso com vontade de quebrar o pescoço de alguém.

O dele mesmo no momento, reconheceu, suspirando longamente.

— Minha culpa — admitiu. — Peguei no sono. Vou falar com seu avô.

— Não! — gritou Anahí historicamente. — Ele não vai acreditar em você. Eu tenho de fazer isso. — Ela começou a se mover descontrolada para a beira da cama. Com os cabelos embaraçados e uma total descompostura, pôs-se de pé ao lado dele e começou a procurar algo no chão.