Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Paraíso era uma tranqüila ilha no mar do Caribe. Ali, sentado em um banco alto do bar com um copo de rum na mão, Alfonso Herrera decidiu que as coisas não poderiam ficar melhores do que estavam. Apreciou então o sedutor som das ondas estourando na areia branca, e o ar úmido e quente do fim da tarde.

Levara mais de uma semana para se adaptar ao clima e já não ansiava por pegar um telefone e nem se sentia nu usando apenas um short em vez dos habituais ternos alinhados. Agora até apreciava sua nova aparência despreocupado, como diziam os nativos.

atendente— Outra dose, sr. Herrera?

O suave sotaque caribenho o levou a encontrar os lindos olhos azuis da garota que estava servindo no balcão. O sorriso dela parecia um diferente convite ao prazer.

alfonso— Claro, por que não? — Ele sorriu gentilmente, fingindo não reconhecer a oferta velada.

Sexo naquele clima envolvente era a serpente no paraíso. Embora seu corpo lhe pedisse que considerasse a oferta da garota de olhos aveludados, colocou a mão no canto da boca e lembrou-se de por que deveria manter-se o mais distante possível das mulheres.

Os machucados no lábio e no maxilar haviam sumido dias atrás, mas o dano a sua dignidade ainda pulsava no peito como uma ferida aberta. Um homem com o mínimo de bom senso, não arriscaria envolver-se em qualquer aventura que fosse.

Mesmo consciente daquilo, não resistiu e observou a jovem sedutora que dançava na pequena pista.

Secretamente Alfonso a nomeou como a amante da serpente, enquanto observava-lhe os movimentos sensuais do corpo feminino. Era alta e magra, os cabelos loiros contrastavam com o bronzeado caribenho. Usava um vestido verde claro curtinho, da mesma cor da flor de hibisco presa em seus cabelos.

Irresistível, em outras palavras. Não era de se admirar que todos os homens ali pareciam estar esperando a vez de dançar com ela. A moça tinha classe, estilo, beleza e graça. Dançava como uma sereia sedutora e trocava de parceiro com a facilidade de alguém que estava acostumada a ser o centro das atrações. Os rapazes se divertiam, ansiosos por colocar as mãos naquela cintura sensual e admirar de perto a linda boca que se abria em sorrisos, os quais pareciam prometer tudo.

Anahí era, sem dúvida, a garota mais charmosa naquela pequena ilha caribenha. Uma filhinha de papai, embora, nesse caso, fosse a netinha do vovô e a única herdeira da fabulosa fortuna dele.

Dinheiro era algo incrivelmente afrodisíaco, decidiu Alfonso cinicamente. Mesmo se fosse feia como o pecado, ele podia garantir que aqueles mesmos sujeitos ainda estariam deliciando-se a seus pés. Porém, no caso dela, a fabulosa riqueza era acompanhava de uma beleza estonteante.

Ela começou a rir, um som suave e prazeroso. Fazendo um biquinho para o atual parceiro de dança, quase fez o pobre tolo cair de joelhos. Então notou Alfonso e o olhar cínico com o qual a observava. O sorriso dela desapareceu, e os grandes olhos verdes o desafiaram insolentes. Eles já se conheciam. Haviam se encontrado várias vezes na casa do avô de Anahí em Atenas. Alfonso como arquiteto, famoso por sua criatividade ao planejar novos complexos de férias, e Anahí em seu papel de neta querida e mimada.

Eles não se gostavam. Na verdade, uma antipatia mútua fluía constantemente entre os dois. Alfonso não gostava do fato de ela parecer acreditar que nascera para ser adorada por todos, e Anahí não gostava do fato de ele se recusar a cair a seus pés. Era realmente uma infelicidade que ambos se encontrassem de maneira inesperada de férias no mesmo lugar. A ilha era bastante pequena, e constantemente um estava na companhia do outro, para desconforto de ambos. As pessoas notavam aquela hostilidade e não sabiam o que fazer para amenizar o clima tenso. Alfonso geralmente resolvia o problema retirando-se do local, alegando outros compromissos.

Desta vez porém, ele não saiu. Virou-se para o balcão do bar, de costas para a pista, e começou a beber o que acabara de ser colocado a sua frente. Mas sabia que Anahí continuava bem ali, orgulhosa, desafiadora e descaradamente provocativa.

Anahí desprezava Alfonso Herrera com todas as forças, porque ele a fazia se sentir minada, egoísta e fútil. Desejou que ele tivesse agido como de costume e ido embora dali, sobretudo para não vê-lo flertar com a garçonete.

Será que ele não sabia que o amante marinheiro da garçonete o quebraria em pedaços se o pegasse conversando com sua mulher? Ou era a garota que o estava provocando? Anahí admitiu que essa era a alternativa mais provável, porque Alfonso Herrera certamente valia o esforço.

Corpo lindo, rosto bonito, presença forte, listou ela com relutância. De terno e gravata, mostrava-se dinâmico e insinuante. Mas agora, de short e camiseta branca, parecia ainda melhor, decidiu, correndo os olhos pelas pernas grossas com pêlos dourados pelo sol.

Sabia que o sol queimara aqueles pêlos porque já vira as pernas dele antes. Já vira tudo em Alfonso Herrera antes! E fora em uma noite terrível, na casa de seu avô em Atenas, quando ousara entrar no quarto dele sem ser convidada e o surpreendera nu.

Uma onda de calor lhe percorreu o corpo com a lembrança. Calor de mortificação, porque jamais se sentiria atraída por Alfonso Herrera. Fora ao quarto dele para explicar uma discussão que ele presenciara entre ela e Derrick James. Indignada, irrompera porta adentro e o encontrara de pé ali, ainda pingando do banho recente, nu, exceto pela toalha de rosto com a qual estava secando os cabelos. A toalha rapidamente cobrira outras partes, mas não antes de ela ter contemplado o corpo perfeito.

Oh, que situação embaraçosa! Podia sentir o rosto corar até mesmo agora.

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