Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Alfonso tinha tomado banho e trocado de roupa antes de subir à casa principal, mas mesmo usando uma bonita camisa azul e calça cinzenta, Anahí ainda podia ver perfeitamente o homem sentado no bar da praia, fitando-a com absoluto desdém.

— Por favor, Alfonso — pediu ela, seguindo-o no caminho que levava de volta à praia. — Deixe-me explicar...

— Você me armou uma cilada — murmurou ele. — Isso não precisa de explicação.

— Foi a única coisa que pude pensar para...

— Conseguir um pedido de casamento? — interrompeu ele com raiva.

— Você não é um partido tão bom assim — devolveu Anahí.

Ele parou de andar e virou-se para encará-la. Anahí sentiu um forte arrepio. Alfonso Herrera com aquela expressão furiosa era excitante e perigoso.

— Então por quê? — indagou ele.

— Ele me ama muito.

Alfonso não pôde conter uma gargalhada.

— E por isso, eu é de tenho que ser prejudicado?

— Ele construiu uma redoma de vidro à minha volta e gosta de acreditar que me protege da realidade da vida.

— Quebre a redoma — respondeu Alfonso —, antes que apareça uma outra pessoa e a quebre por você. — Com aquilo ele se virou e começou a andar novamente.

Anahí fez o mesmo.

— Esta é a questão — continuou ela. — Sei que preciso quebrar a redoma, mas gentilmente, Alfonso. Não de forma violenta. Isso o magoaria demais.

— Ele merece a verdade — insistiu Alfonso. — Você o está insultando, protegendo-o da verdade.

— Não. — Ela pegou o braço dele, fazendo-o parar de novo e, como uma tirana em miniatura, colocou-se bem na frente dele para bloquear-lhe a passagem. Os olhos suplicavam, a boca pedia, o aperto das mãos implorava. — Você não entende. Ele é...

Anahí o assistiu mudar completamente de atitude. Os ombros dele se flexionaram, os dentes se cerraram, a respiração estava presa.

— Não repita mais que eu não entendo, quando tudo que sei é que você está me usando, srta. Portillo — gritou Alfonso com raiva. — E isso está entalado aqui. — Ele pôs um dedo no pescoço.

— Sim, entendo isso... desculpe-me.

— Ótimo. Agora, deixe-me passar porque tenho algo muito importante a fazer.

— E o que é? — perguntou ela cautelosamente.

Ele assumiu uma expressão tão dura que fez Anahí começar a tremer.

— Quando eu o puser nas mãos de seu avô, ele desejará nunca ter nascido — ameaçou

Alfonso, tentando passar por ela.

— Você não pode fazer isso! — Mais uma vez ela o deteve. — Ele não está aqui. Partiu de lancha da ilha logo ao amanhecer. Sei porque eu mesma verifiquei antes de ir ver meu avô. Ele deveria saber que eu...

— Você verificou — repetiu Alfonso, estreitando os olhos na figura pálida de Anahí. — Por quê?

— Eu... queria falar com ele, descobrir porque fez aquilo. Eu precisava muito saber. Ele... era um amigo, um velho amigo. Amigos não fazem isso, fazem? Então eu tinha que, pelo menos, tentar descobrir o porquê disso tudo.

Alfonso não acreditava no que estava ouvindo.

— Depois de tudo que ele lhe fez ontem à noite, você ia confrontá-lo sozinha?

— Se eu lhe pedisse que me acompanhasse, você ia querer matá-lo. Estou só tentando evitar mais problemas. Uma guerra vai acontecer entre as duas famílias se o que houve ontem algum dia vier à tona.

Mas aquela não era a verdadeira razão, Alfonso sabia. Ela estava escondendo alguma coisa, ele tinha certeza.

— Você está apaixonada pelo canalha — acusou ele. Por isso queria descobrir o motivo pelo qual o homem fizera tamanha crueldade. Por isso não queria que Alfonso se aproximasse dele, queria protegê-lo.

Ela levantou o queixo e perguntou surpresa:

— O quê?

— Não acredito em como fui tolo — murmurou.

Era a segunda vez que isso acontecia. Primeiro envolvera-se nos problemas amorosos de

Leona. Agora estava envolvido nos de Anahí.

— Como você ousa? — indagou ela furiosa.

— Como você ousa me envolver em sua louca vida amorosa?

Pronto! Lá estavam presentes as velhas faíscas de hostilidade.

— Olhe quem fala! — zombou Anahí. — Um homem que só está aqui, na ilha, porque foi pego com a esposa de outro homem.

— Quem lhe contou isso? — Alfonso quis saber. Anahí deu de ombros.

— Leandros Petronades é parente do vovô. Ele lhe confidenciou, e meu avô achou que eu deveria saber antes de me comprometer com você.

— É mentira — declarou ele.

Anahí não acreditou.

— Não insulte minha inteligência. Acha que não notei a mancha roxa no seu rosto quando você chegou à ilha? Todo mundo percebeu. Na verdade foi fonte de muita especulação.

— E a mancha no seu pescoço? — lembrou-a Alfonso, sentindo uma certa satisfação ao vê-la cobrir a marca com a mão. — Quantas outras pessoas a viram e se perguntaram como isso apareceu?

Ela enrubesceu, e Alfonso riu.

— Nossa, você é inacreditável, Anahí. Aceite meu conselho. Volte para casa e conte a verdade a seu avô antes que eu mesmo o faça.

— Você não faria isso.

— Faria sim — prometeu ele. — E sabe por quê? Porque você é um perigo para si mesma. Insinua-se para todos os homens que conhece, desconsiderando o que isso faz com eles. Então, tolamente, apaixona-se por um canalha como Derrick James. E mesmo depois do que ele tentou fazer com você ontem, ainda está tentando protegê-lo. Isso a torna perigosa — concluiu, tentando ignorar as lágrimas de Anahí.

Alfonso começou a andar em direção à praia tão furioso que teve que dominar as emoções ou acabaria fazendo uma grande besteira, como...

Como dar meia-volta para retirar as palavras ditas, porque sabia como era estar apaixonado pela pessoa errada?

Pelo menos Leona era carinhosa e amável com o marido, justificou ele. Já Derrick James era um homem perigoso e deveria ser desmascarado antes que tentasse agir da mesma maneira com outra mulher.