Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Em vez disso sorriu, segurou-lhe o queixo teimoso entre os dedos e deu uma leve balançada condescendente.

— O que mais você poderia dizer, estando tão apaixonada por ele? — Alfonso virou-se e continuou com o que estava fazendo.

Eu sabia que o odiava, agora lembrei-me por quê, pensou Anahí. Respirando fundo, tomou coragem para continuar, pois aquele engano seria um crime para o pobre Derrick.

— Estávamos na casa de Derrick. Era minha festa de aniversário, e estávamos todos nos divertindo. — Exceto eu porque estava com a mente em você, acrescentou ela silenciosamente. — E não foi Derrick quem pôs a droga no meu drinque, levou-me para casa e... fez o que fez.

— Quem foi então? — Ele olhou para ela.

Ai, meu Deus, pensou Anahí. Tendo visto o ardoroso desejo dele de destroçar Derrick, decidiu que seria mais sábio não revelar o nome do culpado.

— Quem foi não importa mais. Apenas preciso lhe dizer que não foi Derrick.

— Você está mentindo — pronunciou ele com um olhar cético.

— Não estou. Derrick é uma das melhores pessoas que conheço — insistiu ela, defendendo-se daquele olhar inquisitivo. — Ele está passando por um momento muito difícil e então não precisa que você o acuse de uma coisa que ele jamais faria.

— Estamos falando sobre o mesmo homem que se perdeu no abraço de uma outra mulher, conforme sua noiva, seu primo e eu pudemos ver? — zombou ele. Então, em uma repentina explosão de impaciência, jogou as roupas que estava segurando sobre a cama e agarrou os ombros dela. — Pare de protegê-lo, Anahí. — Ele a sacudiu gentilmente. — Aquele homem não merece isso.

— Estou falando a verdade — insistiu ela. — Se você se calar e me ouvir, vou explicar sobre o beijo...

— Você está apaixonada por ele — repetiu Alfonso de modo acusador. — Isso qualquer tolo pode ver.

— E você está apaixonado pela esposa de outro homem! Com que direito vem me dar lição de moral?

Os olhos dele se escureceram e destruíram a habilidade de Anahí de respirar ou pensar. A boca de Alfonso estava rígida e tensa de raiva, a dela, tremula e um pouco aberta. Ele estava muito perto, ela gostava daquilo. Anahí até mesmo levantou a mão e pôs sobre o peito dele. Sentiu a batida do coração, o calor, o elixir da força masculina.

Queria tanto que ele a beijasse que até doía.

Nossa, como desejava beijá-la!, pensou Alfonso.

— Ele machucou sua boca aqui — murmurou ele, tocando-lhe o lábio onde a marca ainda estava evidente.

— Leona deixou o marido machucá-lo — retrucou Anahí, pondo o dedo no canto da boca dele.

Alfonso não estava escutando nada ao seu redor.

— E aqui — continuou ele, apontando para a marca no pescoço de Anahí. — Tenho vontade de matá-lo por ter feito isso com você.

— Não foi Derrick. — De alguma maneira ela conseguiu sanidade o bastante para falar aquilo, embora estivesse envolvida demais no prazer de tocá-lo.

— Não foi o marido de Leona que machucou o meu rosto.

— Ainda quero matá-la apenas porque ela existe — confessou Anahí com tanto ciúme nos olhos verdes que o fez rir.

A risada foi um som baixo e rouco que a excitou. Então ele parou de rir e pegando a mão dela, pôs o dedo delgado dentro de sua boca. Um calor prazeroso envolveu-lhe cada terminação nervosa e então espalhou-se por todo o corpo. Ela suspirou longamente e observou os olhos acinzentados tornarem-se brandos e calorosos. Ele ia beijá-la.

Sim, por favor, implorou ele mentalmente, abaixando a mão dela para seu peito, inclinando a cabeça e entreabrindo-lhe os lábios com os seus.

Então ele a estava beijando. Beijando-a ardente e profundamente. Beijando-a com uma imensa urgência como um homem que rouba algo que sabe que não lhe pertence. Anahí encorajou-o, subiu as mãos pela camisa dele até que se juntassem atrás do pescoço. Então abriu os lábios um pouco mais, convidando-o a ir tão fundo quanto desejasse.

A excitação dominou a ambos entre suspiros enclausurados. As mãos de Alfonso deslizaram dos ombros dela por suas costas firmes e macias. Anahí gostou. Aquele homem estivera ameaçando inflamá-la daquela forma desde o primeiro momento que pusera os olhos nele.

Ela era carinhosa e doce, a própria sedução. Era tudo que ele vinha fantasiando por tanto tempo que, agora, nem podia se lembrar quando aquilo começara. Suas mãos ganhavam vida simplesmente por tocá-la. O corpo estava mergulhando em um calor sensual.

O beijo prosseguiu. Sentiam-se nadar através de um milhão de zonas prazerosas e fascinantes. Alfonso não queria que acabasse, entretanto sabia que precisava se auto-controlar.

— O que é isso? — murmurou ele contra a boca de Anahí. — Consolação mútua?

Ele estava tentando controlar as emoções, embora Anahí pudesse dizer que ele, na verdade, não conseguiria. E daí se era um consolo para ele?, perguntou a si mesma. Se o poder do abraço dele fosse alguma referência, Alfonso Herrera estava mais do que pronto para ser consolado.

— Estou no jogo, se você estiver — confidenciou ela com sedução o bastante para envolver qualquer homem.

— Anahí, a paqueradora. Anahí, a sedutora. — Travando uma árdua batalha entre o desejo e a necessidade de se liberar do feitiço daquela mulher, ele pronunciara aquelas palavras em voz alta.

Anahí sentiu-se realmente preterida e agiu tão abruptamente que ele nem teve tempo de entender o que acontecia. Ela caminhou em direção à janela e então envolveu o próprio corpo com os braços de uma maneira que ele reconheceu muito bem.

Anahí tentava abraçar sua própria dor. Um intenso sentimento de amargura o invadiu, por ser o responsável por fazer aquilo acontecer dessa vez.

— Sinto muito — murmurou ele. — Eu não pretendia...

— Sim, você pretendia.

Alfonso suspirou, então admitiu:

— Certo. Acho mesmo que você gosta de provocar os homens.

Ela o vinha provocando desde a primeira vez que se encontraram e continuava provocando-o. Mesmo com todo aquele abismo entre eles, Alfonso ainda podia sentir os lábios de Anahí e a deliciosa sensação no corpo onde ela estivera há alguns segundos. Que coisa!

— Derrick James não é o único homem que vi você seduzir com um sorriso — acrescentou ele, bravo consigo mesmo por permitir que aquele beijo houvesse acontecido. — Eddy Vilard não está imune e nem Eddy Duarte.

Ela enrijeceu.

— É interessante que você esteja fazendo uma lista dos homens que poderiam ter ficado loucos por mim o bastante para alterar minha bebida. Poderíamos até acrescentar seu nome uma vez que você acaba de ceder contra seu melhor julgamento e beijar Anahí, a sedutora.

Alfonso não tinha defesa.