Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

A pequena feiticeira estava fazendo da vida dele um tumulto, pensou Alfonso sentado atrás
de sua mesa enquanto atendia o telefonema de sua secretária em Londres.

Ele lidou com uma lista de perguntas enquanto seu olhar raivoso permanecia fixo na cena que podia agora presenciar através da janela do escritório. Anahí estava em pé, rindo, cercada de vários construtores grandes e durões, usando capacetes amarelos, botas cobertas de pó, camisetas justas e jeans.

E o que Anahí estava usando?

Rosa-choque. Era a cor favorita dela, notara aquilo nos últimos dez dias. Naquela manhã uma calça rosa-choque que evidenciava quadris e pernas e um top rosa-bebê que deixava muita barriga à mostra.

Barriga demais.

— Não sei, Sônia — murmurou ele mal-humorado. — Não sei se estarei em Londres para participar dessa reunião. É melhor você perguntar a Victor se ele pode assumir.

Os cabelos de Anahí estavam presos no alto da cabeça e, de perfil, parecia a mulher mais doce que já fora colocada sobre a Terra. Cada vez que ela se movia, Alfonso via o anel brilhar na luz do sol. A cada sorriso, era nítido que seus homens quase caíam aos pés dela.

— Sei que eles queriam estar no meu lugar — disse ele com raiva. — Mas não podem.

Eu já estou noivo dela, pensou, de uma mulher sem senso do que é apropriado vestir em uma obra. Nos últimos dez dias, também se dera conta do total significado do termo noivo.

— Alguma novidade sobre Theron Portillo? — perguntou ele.

Aquilo já o estava irritando. Desde a difícil conversa entre eles, no Caribe, não ouvira mais uma única palavra sobre o avô de Anahí. Sua própria carta, demitindo-se formalmente do projeto grego, não fora respondida. O contrato prometido, certificando-se de que Alfonso não poria as mãos gananciosas no dinheiro do velho, nunca aparecera. Ninguém na Herrera-Frayne conseguia falar com Theron, e até mesmo Leandros estava reclamando que o tio desaparecera do mapa. Pelo que Alfonso sabia, Theron atendia apenas ligações de sua neta preciosa. Ela falava com ele todos os dias, mas também não conseguira descobrir nada sobre o projeto da Grécia. Ele apenas dissera: "Vejo-os em duas semanas". Mais de uma semana se passara, agora restavam poucos dias para o noivado oficial dos dois.

— Nada — ele ouviu a secretária dizer.

O anel reluziu mais uma vez quando Anahí levantou a mão para tirar uma lasca de gesso seco do bíceps de um dos homens. O sujeito deu um sorriso tipicamente masculino e sexy, e Alfonso sentiu o estômago se contorcer. Interrompendo o telefonema de forma abrupta, levantou-se e bateu no vidro da janela.

Anahí se virou, assim como os homens, e então lhe enviou um sorriso brilhante. O sorriso dos homens era como se lhe dissessem: "Você é um sortudo, sr. Herrera."

— Ele quer seu souvenir de volta — ele ouviu um dos homens dizer para os outros.

Anahí riu, como fizera desde a primeira vez que ouvira se referirem a ela daquela maneira.

Ele também gostava daquilo. Nossa, como gostava! Estava apaixonado por ela e sabia disso havia dias, semanas, talvez meses. Aquela mulher preenchia cada pensamento seu, cada sentido, cada desejo. Olhando-a, sentiu uma torrente de emoções conflitantes dentro de si, com as quais era difícil lidar.

Acenando graciosamente para seu clube de fãs masculinos, Anahí começou a andar em direção à porta do escritório, os lábios macios assumindo uma expressão diferente, que era exclusivamente para ele. Era um beijo, um beijo sensual, oferecido a distância. Era mesmo uma sedutora, e Alfonso pegou-se com um sorriso irresistível no rosto.

— O que está fazendo aqui? — perguntou ele com dureza assim que ela entrou na sala. — Pensei que tivesse concordado em ficar longe da obra para não causar acidentes.

Anahí riu e achou que ele estava brincando, mas Alfonso não tinha certeza se estava. Cabeças se viravam quando passava, e o fato de os admiradores estarem sempre em cima de escadas e andaimes tornava aquilo perigoso.

— Eu precisava pedir seu conselho sobre uma coisa.

— Tente o telefone da próxima vez