Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

 O que aconteceu? — perguntou Anahí ansiosa.

Alfonso não respondeu, pelo menos não imediatamente. Primeiro desatou o nó da gravata e jogou-a de lado, então abriu o primeiro botão da camisa e suspirou longamente.

— Precisamos conversar — disse ele simplesmente, sem cumprimentos, sem brincadeiras sobre a tatuagem.

O medo começou a invadi-la.

— Sobre o quê?

— Você e eu — respondeu ele, esfregando a nuca como se precisasse aliviar a tensão acumulada. — Temos vivido uma mentira nos últimos dez dias, Anahí. Você já parou para pensar nisso?

— Para mim deixou de ser uma mentira desde a primeira vez que fizemos amor, Alfonso. Então talvez seja melhor você me dizer o que tem pensando sobre isso recentemente.

O sarcasmo dela o atingiu, e, em vez de responder, ele fez uma careta que Anahí não gostou nem um pouco. Alguma coisa acontecera, algo que transformara o homem que ela deixara havia uma hora em uma pessoa totalmente tensa. Ele nem mesmo a encarava.

— Tenho de viajar por alguns dias — anunciou ele de repente.

Aquele era o motivo de toda a tensão?

— Tudo bem — murmurou ela, incapaz de acreditar que uma viagem era a causa do que o estava incomodando. Forçando-se a caminhar sobre pernas não muito firmes, tentou parecer calma quando colocou o livro sobre uma mesinha por perto e o encarou. — Negócios?

— Sim... não. — Ele mudou de idéia e franziu o cenho. — É mais uma tarefa de misericórdia. — Então continuou: — Que coisa, Anahí, estou tentando descobrir se você vai ficar aqui até que eu volte.

Aquilo era tudo? Anahí estava incrivelmente aliviada.

— É claro! — exclamou. — Por que eu não ficaria?

Por alguma estranha razão, a resposta o exasperou ainda mais. Alfonso se aproximou, pegou a mão direita dela e levantou-a até a face.

— Porque este anel — começou ele nervoso — vai se tornar um anel de noivado formal, no próximo sábado, em Atenas. Então se quiser desistir, fale agora.

— Você quer desistir?

— Não. — Ele suspirou. — Não quero desistir, só preciso saber como nos sentimos porque...

— Bem, não quero desistir — interrompeu ela e voltou a sorrir com a boca levemente trêmula. — Eu o quero.

Ele amava aquela boca, amava aquela mulher. Mas o "eu o quero" era o bastante para fazê-lo se declarar?

Era o suficiente para fazê-lo enfrentar o que havia a ser dito?

— O bastante para confiar em mim? — ele perguntou.

— Confiar em você sobre o quê?