Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Respirando fundo, desejou desesperadamente beijá-la primeiro, mas conteve a vontade e encarou-a com seriedade.

— Victor Frayne me ligou quando você estava saindo do escritório. Ele precisa de um grande favor. Eu e a filha dele, Leona, fomos envolvidos em rumores infundados, e o casamento dela está ameaçado. Então voarei para Rahman a fim de ajudar a acabar com tais suspeitas, a pedido do próprio marido, o sheik Hassan.

Alfonso acrescentou o nome de Hassan para dar mais veracidade ao fato e esperava que surtisse efeito. O silêncio reinou, embora não fosse exatamente silêncio porque os olhos de Anahí lhe diziam muito. A boca tornou-se uma linha dura e intocável, e, pior de tudo, ela afastou a mão da dele, comprimindo-a ao lado do corpo.

— Você ainda está apaixonado por ela, seu tolo — sussurrou ela.

— Não é verdade. Leona precisa...

— Sei que ela ainda tem seu coração.

Vindo da mulher que realmente possuía seu coração, Alfonso não pôde evitar uma risada.

Anahí virou-se e partiu friamente.

Nunca se sentira tão traída. Ele manobrara aquela discussão, conduzira-a a dizer o que queria ouvir.

Mas por quê? Será que ele recebera um telefonema de seu avô? Sabia, como ela, que o projeto da Grécia estava prestes a ser fechado com a Herrera-Frayne?

— Não faça isso, Anahí. — Ele a seguiu.

Ela recusou-se a ouvir e continuou andando até o quarto, o quarto deles, o que vinham compartilhando desde a primeira noite que ele a levara lá. Odiava-o por isso. Agora o odiava tanto que mal podia respirar.

Alfonso chegou à porta no momento que ela estava abrindo a mala sobre a cama.

— Anahí, isso é importante — ele tentou apelar. — Estamos falando de uma situação ímpar aqui, uma situação muçulmana onde as mulheres são consideradas santas. A menor possibilidade de um escândalo, e Leona pode ser chicoteada no deserto sem escrúpulo algum. Eu preciso ir.

— Não o estou impedindo — declarou ela.

— Sua postura está me impedindo — esclareceu ele zangado.

— Certo. — Ela virou-se para encará-lo. — Você não vai para Rahman, e eu não vou embora daqui.

Então era isso. Alfonso teria que escolher entre ela e Leona ou estaria tudo acabado entre os dois, e ambos tinham consciência disso.

Ele levantou os olhos frios e determinados.

— Os rumores são mentiras — disse ele. — Mentiras cruéis inventadas pelos inimigos do sheik Hassan com a intenção deliberada de forçá-lo a rejeitar sua esposa e escolher outra. O pai dele está morrendo, e uma grande briga pelo poder está em ação. Leona descobriu que não pode ter filhos. Aqueles que não querem retirar Hassan do poder estão pressionando-o para ter uma segunda esposa que possa lhe dar um filho. Se você compreender como isso deve ser terrível para Leona, então aceitará que não posso virar as costas para ela agora.

— Como sua vinda a Rahman vai acabar com tais rumores? — Anahí questionou com tanto ceticismo que o fez dar uma risadinha.

— Se você conhecesse a política dos árabes, saberia que nenhum árabe convidaria o amante de sua esposa para ir a sua casa — explicou ele. — Provavelmente serei exibido a todos os poderosos de Rahman como um homem que Hassan confia e admira. E se você acha que estou adorando isso, engana-se — declarou com sinceridade.

— Então você a ama o bastante para colocar as necessidades dela à frente de seu orgulho — concluiu Anahí. E era disso que tudo aquilo se tratava. Não se ele iria ou ficaria. Ele ainda amava Leona o suficiente para fazer aquilo.

— Vou para casa, para Atenas — declarou ela secamente. — Está tudo acabado entre nós.

Alfonso deu uma risada amarga.

— Bem, pelo menos você conseguiu fazer o que planejava. Deu a si mesma duas semanas de férias e então me rejeitou, sem maiores complicações. Você está até mesmo um pouco adiantada. Muito bem, Anahí.

Alfonso se retirou dali, porque obtivera sua resposta.

Se ela o amasse, teria confiado nele. Caso se importasse com alguém além de si mesma, teria entendido por que ele precisava ir.

Engraçado, pensou Alfonso, quando, cinco minutos depois, saiu do palacete e entrou no carro. Um pequeno encorajamento da parte de Anahí, e a teria convidado para acompanhá-lo a Rahman. Ela teria gostado de vê-lo passar por um homem honrado à moda antiga, quando sabia que o homem real podia pegar uma doce virgem e transformá-la em uma deusa do sexo.

Tarde demais agora. Ele não queria uma mulher que não confiava em sua palavra, e Anahí não queria um homem que não lhe obedecesse. Com tais pensamentos, ligou o carro e saiu para os arredores de San Estebán, a fim de encontrar a estrada principal para Málaga.