Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Um relacionamento sem amarras e sem compromissos, concluiu Alfonso, sabendo de que tipo de mulher Eddy estava falando porque ele próprio tivera algumas delas na sua época.

— Ela é uma boa mulher — acrescentou Eddy como se precisasse enfatizar o ponto.

— Não duvido disso — respondeu Alfonso, e era verdade. No tempo que estivera ali, aprendera a conhecer Eddy e gostar dele. Não o surpreendia que Tony Dalton houvesse escolhido um homem como ele para administrar o hotel.

Eddy falou novamente:

— O marido dela morreu em uma tempestade no mar, quatro anos atrás. E deixou-a bem amparada, porém grávida. E com o coração muito machucado.

Tal declaração informou a Alfonso que Eddy estava apaixonado pela viúva.

— Então, qual é a sua desculpa para seu celibato? — inquiriu Eddy curioso.

Apaixonei-me por uma mulher casada, só que o marido dela ainda está bem vivo, pensou Alfonso com tristeza.

— Um pouco de trauma, talvez — ofereceu ele como resposta.

Então viu que Eddy fitava seu maxilar, obviamente relembrando-se da contusão que estivera evidente alguns dias atrás, quando chegara na ilha. A recusa em contar como foi que aquilo acontecera somente servira para instigar a imaginação do povo.

Mas a expressão de Eddy dizia-lhe que o amigo tirara uma conclusão bem precisa. Ambos suspiraram, levaram os copos à boca e não disseram mais nada.

Virando-se no banco, Eddy olhou em volta do bar movimentado, enquanto Alfonso fitava o copo com uma expressão levemente amarga. Estava pensando em uma mulher de cabelos ruivos, pele branca e sedosa e um coração despedaçado que estava em processo de ser remendado pelo homem errado, na opinião de Alfonso.

— Tente o sexo — disse Eddy como se pudesse ler sua mente. — É uma opção melhor do que desejar o inatingível.

Incapaz de se conter, Alfonso caiu na gargalhada.

— Este conselho é para mim ou para você mesmo?

— Para você — respondeu Eddy, sorrindo. — O meu é um caso sem esperança. O filho da viúva me chama de papai. — Ele se levantou e deu um tapinha amigável no ombro de Alfonso. — Apareça no cais amanhã — disse ele e partiu.

Virando-se para vê-lo sair, Alfonso observou que Anahí foi encontrá-lo. Uma rápida olhada em volta e viu Derrick James parado do outro lado do bar. Estava pedindo um drinque e não parecia feliz. Junte-se ao clube, pensou Alfonso quando os olhos encontraram Eddy Duarte que observava Anahí com uma expressão parecida com a de Derrick.

Quanto a Anahí, os braços delgados estavam em volta do pescoço de Eddy. Ele a beijou no rosto e sorriu de alguma coisa que ela falou. Sem muito esforço, ela conseguiu arrastá-lo para a pista de dança e colocá-lo em movimento, as grandes mãos masculinas envoltas na cintura fina, as cabeças retas mantendo contato visual, conversando e rindo.

Subitamente Alfonso soube que era hora de partir. Acabando sua bebida, levantou-se, pôs uma nota sobre o balcão e despediu-se da garçonete. Quando andou na direção dos dançarinos, pensou ter visto Anahí se aproximar um pouco mais do impressionante corpo de Eddy.

Ela fizera aquilo por sua causa?, perguntou-se, mas logo descartou a hipótese, lembrando-se de que Anahí Portillo desgostava dele tanto quanto ele dela.

O ar estava morno, a umidade era grande, e Alfonso não titubeou, correu para o mar e deu um mergulho nas águas azuis e refrescantes.

— Nem pense nisso.. — aconselhou Eddy. — Ele é muito velho e perigoso para uma doce garotinha como você.

Desviando os olhos da imagem de Alfonso Herrera que saía do mar, Anahí fitou o sábio Eddy Vilard e apressou-se em se defender:

— Não sei sobre o que você está falando — mentiu.

— Alfonso Herrera é homem demais para você, Anahí.

— Eddy, o malvado — brincou Anahí e, aproximando-se dele, começou a rebolar de modo tão provocante que ele teve de detê-la fisicamente, com um sorriso divertido.

— Atrevida! — Ele deu-lhe uma bronca. — E não se esqueça, minha pequena sereia, que seu avô chega a esta ilha amanhã. Deixe-o perceber a expressão com que você olha para aquele homem e logo veremos quão primitivo ele pode ser...