Fanfic: *+*Um jeito sedutor…*+* a y a

Vá embora, Anahí, teve vontade de falar. Em vez disso, desviou o olhar e procurou alguma coisa inócua para dizer:

— Pensei que vocês fossem festejar durante a noite toda. — Anahí enrijeceu como se ele a houvesse insultado.

— Certo, vamos ser honestos e chamar isso de orgia — respondeu ela. — Você acredita que orgias combinem mais com meu estilo.

Hora de partir, decidiu Alfonso.

Quando ele não replicou, o coração de Anahí suspeitou que finalmente conseguira acordar o tigre adormecido que ela sempre imaginara escondido dentro daquele grande homem. Às vezes, Alfonso Herrera podia assumir uma certa qualidade que a fazia pensar em animais selvagens. Aquela era uma dessas vezes e o maior problema era que a situação a excitava.

— Quantos anos você tem? — perguntou ele.

Alfonso sabia exatamente quantos anos Anahí tinha.

— Vinte e três até a meia-noite.

Ele assentiu.

— Isso explica.

Aquilo era um blefe, reconheceu Anahí, mordendo a isca do mesmo jeito.

— Explica o quê?

— O irritante desejo adolescente de insultar e chocar.

Ele tinha tanta razão. Por que ela se permitira cair naquela armadilha? Sem defesa, virou-se para olhar o mar, assim ele não veria as lágrimas de fraqueza que brotaram em seus olhos.

E quem era o adolescente que fizera aquele comentário cortante?, perguntou Alfonso a si mesmo quando a fitou parada ali, parecendo uma flor exótica que fora cortada do seu caule. Oh, que coisa, pensou e atravessou o portão, pretendendo sair dali antes que...

Mas não conseguiu sair. Seus músculos estavam rígidos de culpa e raiva. O que ela fizera de tão grave, afinal? Dissera apenas algumas provocações e o deixara embaraçado quando o pegara nu...

Alfonso respirou fundo e virou-se para falar algo menos agressivo e...

Tarde demais. Anahí já começara a andar, afastando-se dele. Uma figura esbelta e graciosa, e com um orgulho que a mantinha de cabeça alta. Praguejando consigo mesmo pela conversa estúpida, Alfonso seguiu seu caminho. Entretanto, quando alcançou a varanda, não pôde resistir a um rápido olhar disfarçado. Anahí estava prestes a entrar em casa. Uma parte dele queria ir atrás dela e se desculpar, mas a parte racional aconselhou-o sabiamente a deixar as coisas como estavam.

Anahí Portillo poderia significar problemas se ele se permitisse ser sugado pela atração magnética que a moça exercia. E não precisava daquele tipo de estímulo. Não queria acabar no mesmo barco que estivera antes por causa de uma mulher exatamente como ela.

Como Eddy chamara isso mesmo? "Desejar o inatingível". Anahí estava destinada a coisas melhores do que um mero arquiteto tinha a oferecer, como o avô dela ficaria feliz em dizer. Mas foi a palavra desejo que fez Alfonso entrar na casa e fechar a porta com firmeza