Fanfics Brasil - 2 - Sozinho Voltar a Viver

Fanfic: Voltar a Viver


Capítulo: 2 - Sozinho

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Capitulo II – SOZINHO


 


            Edward leu pela última vez o nome de Isadora Cullen na
fria lápide do túmulo da esposa antes de voltar para casa. Saiu prometendo a
Isa que voltaria todos os dias para contar-lhe as novidades sobre o filho.
Precisava tocar a vida para frente, mas não seria capaz de deixá-la fora de sua
vida. Ainda não.


 


Narrado por Emmett


 


A última coisa de que me
lembrava antes de acordar em um leito de hospital com uma dor de cabeça
lancinante era do rosto ensangüentado de Isa dentro do carro. Ninguém me dizia
como ela estava e não me deixavam levantar daquela maldita cama. Eu precisava
vê-la, precisava saber se estava viva ou se eu a tinha matado. Pensava em como
estaria meu irmão. Deveria estar me odiando naquele momento. Não poderia
culpá-lo. Eu mesmo me odiava. Não compreendia direito como o acidente tinha
acontecido. Tudo não passava de um borrão. O sinal havia ficado verde me dando
passagem livre. Um estrondo. Uma dor forte na cabeça. Escuridão.


Eu precisava saber até
que ponto eu tinha acabado com a vida do meu irmão. Tentei mais uma vez me
levantar da cama e novamente um brutamontes vestido de branco me impediu. Senti
uma leve picada no braço e meu corpo foi tomado por um suave torpor antes que
eu caísse novamente na escuridão.


Não sei quantas horas
fiquei sedado, mas assim que fui liberado pulei daquela maldita cama de
hospital. Será que ninguém entendia que eu precisava estar com a minha família?
Na sala de espera, minha família estava à espera de Edward. Ele havia entrado
na UTI para ver Isa. Brian estava em uma incubadora recebendo oxigênio. “Meu
Deus, o que eu tinha feito?” Não conseguia deixar de pensar que se algo
acontecesse com Isa ou com Brian a culpa seria toda minha.


 


Eu ouvia horrorizado
enquanto meu pai me contava como o acidente tinha acontecido. Não conseguia
acreditar que um imbecil teria enchido a cara e dirigido em alta velocidade pra
acabar batendo justo no carro em que nós estávamos. O desgraçado havia morrido
na hora. Pena. Merecia amargar o resto da vida na cadeia por quase tirar a vida
de pessoas inocentes. Merecia viver com a culpa e ser devorado por ela a cada
maldito segundo de sua vida miserável.


Três dias depois de seu
nascimento, Brian pôde ser levado para casa. Já estava fora de perigo e
cresceria como uma criança normal. Alívio. Isa continuava em coma e Edward se
dividia entre o filho e o hospital. Não falava muito. Eu sabia que ele estava
sofrendo. Desde pequeno, sempre que algo o magoava se fechava silencioso em sua
própria concha até a dor passar. Assim, quando não estava com Isa no hospital,
passava o dia trancado no quarto com o filho.


Nunca pensei que alguém
pudesse suportar tanto sofrimento como o que meu irmão estava enfrentando. Isa
teve que ser submetida a uma cirurgia de emergência para aliviar a pressão no
cérebro. Se Edward não tinha enlouquecido ainda, eu estava certo de que faltava
bem pouco. Ele não falava, não comia direito, não dormia bem. E eu estava
certo. Edward simplesmente perdeu o chão e a razão quando Isa nos deixou. Eu
podia ver e sentir a dor que ele tentava sufocar em seu peito enquanto se
agarrava ao filho durante o velório. Brian era a única coisa no mundo que o
impedia de perder completamente a sanidade, por isso decidimos deixá-lo
abraçado ao menino por toda a noite. A seu pedido, o caixão de Isa permaneceu
fechado. Edward sequer olhou para ele, não suportaria ver a mulher da sua vida
ali. Morreria com ela.


Na manhã do dia seguinte,
nos despedimos definitivamente de Isa. Meu irmão permanecia calado enquanto
depositava uma rosa vermelha no túmulo da mulher. Alice segurava Brian no colo
e olhava em volta em busca de apoio. Suas forças já estavam chegando ao fim.
Tomei Brian nos braços e Alice sorriu em agradecimento abraçando minha cintura.
Deixamos Edward diante da sepultura se despedindo da esposa e fomos para o
carro que nos esperava na porta do cemitério. 


Os dias que se seguiram
foram muito difíceis para toda a família, principalmente para Edward. Passava o
tempo todo abraçado ao filho como se tivesse medo que ele o deixasse. Cuidava dele
como se fosse feito da mais fina e frágil porcelana. Ficava alarmado toda vez
que o menino  chorava, mesmo que fosse
somente para que lhe trocassem as fraldas ou para que lhe dessem de mamar.


_ Edward, você não
precisa se preocupar tanto, meu filho. – minha mãe tentava acalmá-lo.


_ Ele é muito pequeno e
frágil, mãe. – respondia simplesmente.


Edward estava enganado.
Brian era pequeno sim, mas não era frágil. Só ele não percebia que o menino era
tão forte que lhe servia de apoio. Eu sei, era muita responsabilidade para
alguém tão pequeno, mas era a mais pura verdade. Edward era o lado frágil
naquela relação, só ele não conseguia enxergar a verdade. Era ele quem estava a
ponto de se partir a qualquer momento, não o menino.


 


Narrado por Carlisle


 


Minha
família sempre foi unida, mas depois da tragédia que aconteceu na vida de
Edward sentimos a necessidade de uma aproximação ainda maior. Precisávamos
apoiá-lo e ele precisava sentir que estaríamos lá para ajudá-lo quando e onde
precisasse. Edward se afastou temporariamente do hospital para cuidar
pessoalmente do pequeno Brian. Havíamos combinado que quando ele se sentisse
seguro novamente a ala da pediatria estaria esperando pronta para recebê-lo. Eu
sabia que ele não poderia cuidar de outras crianças sem estar seguro da saúde
do próprio filho.


Dois
meses depois da morte de Isa, Edward ainda parecia um zumbi. Não se alimentava
direito, havia emagrecido muito deixando-nos preocupados. A cada dia parecia
mais frágil, deprimido. Sorria apenas para o filho, mas seu sorriso era triste.
Seus olhos azuis estavam opacos. Haviam perdido aquele brilho que eu tanto
amava. Descuidou-se da própria aparência, deixando a barba crescer e vestindo
sempre roupas velhas e maltratadas.


Evitávamos
tocar no nome de Isa na frente de Edward. Seu rosto sempre se contorcia de dor
quando ouvia seu nome e não suportávamos mais assisti-lo sofrer daquele jeito.
É claro que sentíamos saudades, mas Edward era nossa prioridade.  Meu neto crescia assustadoramente rápido. Era
um menino forte, um guerreiro Cullen, brincava Emmett. Alice e Esme se
desdobravam para que o garoto tivesse sempre uma referência materna presente em
sua vida já que infelizmente nunca conheceria a mãe.


Esme
chorava todas as noites no nosso quarto antes de dormirmos. Seu coração de mãe
já não agüentava mais ver o filho naquele estado e eu sentia que teria que
tomar uma atitude em breve, antes que minha mulher também caísse doente. Edward
não parecia estar se recuperando e eu não poderia permitir que Esme sofresse
mais. Meu peito doía ao vê-la chorar por nosso filho. Decidi que não esperaria
mais. Certifiquei-me de que Esme dormia em sono profundo e levantei-me
vagarosamente da cama seguindo para o quarto de meu filho. Precisava dar um fim
àquele sofrimento todo, nem que para isso tivesse que ser duro com Edward.


A porta
do quarto de Edward estava entreaberta e antes de bater percebi que ele não
estava sozinho. Havia alguém no quarto conversando com ele. Afastei-me para não
ser visto e reconheci a voz de Alice que suplicava a Edward para que reagisse.
Ela lhe disse palavras duras, mas que eu sabia que surtiriam um efeito maior do
que se fossem proferidas por mim. Voltei para meu quarto orgulhoso de minha
menininha. Minha caçulinha podia ser pequena, mas virava uma fera quando se tratava
da felicidade do irmão. Deitei-me novamente ao lado de minha mulher com a
certeza de que em breve nossas vidas voltariam ao normal. Abracei-me ao meu
amor e dormi tranqüilo pela primeira vez em dois meses.


 


Narrado por Alice


 


Desde
pequena, sempre fui mais apegada a Edward do que a Emmett. É claro que eu
sempre amei os dois de forma igual, mas minha afinidade com Edward sempre foi
mais evidente. Acho que por termos idades mais próximas. Emmett era cinco anos
mais velho do que Edward enquanto eu era apenas um ano mais nova do que ele.
Minha mãe costumava contar que quando eu era bebê só parava de chorar nos
braços de Edward e ele se gabava com Emmett dizendo que eu o amava mais. Nossa
ligação parecia ser mais uma daquelas coisas espirituais sem explicação lógica.
A única coisa que tínhamos certeza é que era forte, muito forte. Por isso, ver
meu irmão sofrer daquele jeito por causa de Isa me fazia sofrer também. A dor
de Edward era a minha dor.


Dois
meses depois da morte de Isa, Edward afundava cada vez mais em um buraco sem
fundo e arrastava toda a nossa família com ele. Eu via minha mãe chorando em
segredo, escondida em seu quarto. Via meu pai sofrendo sem saber o que fazer
para consolá-la e tirar Edward daquela depressão. Via Emmett ainda se sentindo culpado
pelo sofrimento de nosso irmão. Era absurdo. Ele achava que se tivesse tomado
mais cuidado e olhado para ver se não vinha nenhum carro antes de atravessar o
cruzamento poderia ter evitado o acidente. Mas quem poderia esperar que um
louco bêbado avançasse o sinal fechado justo naquele momento?


A
verdade era que eu já não tinha mais capacidade de agüentar tanta tristeza.
Sabia que Edward precisava de um tempo para se fortalecer antes de retomar sua
vida e seguir em frente, mas sentia que ele estava a ponto de se partir em mil
pedaços. Isso eu não poderia permitir ou eu me despedaçaria também. Após termos
jantado mais uma vez sem Edward à mesa, decidi que conversaria com ele naquela
mesma noite. Não esperaria nem mais um dia. Diria a ele tudo o que eu pensava e
pedia a Deus para me dar a coragem de ser firme o bastante com ele.


Esperei
que meus pais se recolhessem e fui para o quarto de Edward. Brian dormia sereno
sobre a cama de casal. Podia ouvir o barulho do chuveiro ligado e
aproveitando-me da ausência de Edward levei o menino para o quarto de Emmett.
Eu já havia pedido a ele que tomasse conta de Brian enquanto eu conversava com
meu irmão. As coisas poderiam sair do controle e eu não queria o menino no meio
de uma discussão.


Quando
Edward saiu do banheiro eu já o esperava sentada em sua cama. Ele parou ao ver
que o filho não estava mais lá, me olhando desconfiado.


_ Não
se preocupe. Brian está bem e está com nosso irmão. Preciso conversar com você.
Sente-se aqui. – disse batendo na beirada na cama ao meu lado.


_ Eu já
sei o que você vai dizer, Alice. Mas não quero falar sobre isso agora.


_ Tem
que ser hoje, Edward, agora.


Edward
virou-se em silêncio para a janela do quarto ficando de costas para mim. Pelo
reflexo do vidro eu podia ver seus olhos cheios de lágrimas e minha coragem
quase desapareceu. No entanto, eu sabia que se eu não fizesse aquilo ele se
perderia definitivamente.


_ Olhe
para mim, Edward! – ele permanecia de costas. – Edward? – nada – Ótimo, já
percebi que vai ser um monólogo. Que assim seja.


Edward
virou-se na direção da porta. Iria fugir. Corri, trancando a porta e retirando
a chave colocando-a dentro da minha blusa.


_
Alice, abra essa porta agora! – ele me olhava furioso.


_ Você
vai me ouvir, Edward. Quer você queira ou não.


_ Me dê
essa chave, Alice! – Edward tremia de nervoso.


_ Você
não pode continuar fazendo isso com a gente, Edward. Não é justo. Eu sei que
você está sofrendo. Ninguém mais do que eu sabe disso, mas não é justo você se
afundar nesse buraco e arrastar toda a nossa família junto.


Edward
franziu o cenho, confuso. Ele esteve tanto tempo mergulhado na própria dor que
não tinha se dado conta de que sofríamos com ele.


_
Alice, do que você está falando?


_ Meu
anjo, você acha mesmo que nós não percebemos a sua dor? Você acha realmente que
nós não estamos sofrendo por você? Você está tão mergulhado na sua própria dor
que não percebe que está acabando com a gente, Edward. Vejo você se esgueirando
pela casa, saindo escondido todos os dias para ir àquele maldito cemitério. Eu
te segui, Edward, eu vi. Eu vejo a nossa mãe chorando todos os dias por não
saber o que fazer para acabar com a sua tristeza. Vejo o nosso irmão se
sentindo culpado pelo seu sofrimento. Você sabia que ele enfiou na cabeça que
poderia ter evitado o acidente? Que deveria ter adivinhado que aquele imbecil
ia avançar o sinal? Você sabia que o nosso pai não suporta mais ver a nossa mãe
chorar sem poder consolá-la? Não, Edward, você não sabia. Sabe por quê? Por que
você se fechou nessa sua maldita concha e não permite que ninguém se aproxime
de você.


Edward
se sentou na poltrona com as mãos na cabeça e os cotovelos apoiados nos
joelhos. O choro represado havia dois meses explodiu com fúria. Eu já havia
chegado até ali. Não podia mais recuar. Por mais que me doesse dizer o que eu
iria dizer, tinha que fazê-lo.


_
LEVANTE ESSA CABEÇA, EDWARD. PARE DE SENTIR PENA DE SI MESMO E RETOME A SUA
MALDITA VIDA! OLHE-SE NO ESPELHO E VEJA O LIXO QUE VOCÊ SE TORNOU. SABE DE UMA
COISA? A ISA DEVE ESTAR MUITO DECEPCIONADA COM VOCÊ. TENHO CERTEZA DE QUE NÃO
FOI POR ESSE HOMEM FRACO QUE ELA SE APAIXONOU. NÃO FOI ESSE COVARDE QUE SE
ESCONDE DO MUNDO QUE ELA ESCOLHEU PRA SER O PAI DO FILHO DELA. PORTANTO, MEU
IRMÃO, SE VOCÊ QUISER FICAR SE CONSUMINDO NA AUTOPIEDADE, FIQUE SOZINHO, PORQUE
EU ESTOU DESISTINDO DE VOCÊ. – gritei chorando antes de sair correndo do quarto
e bater a porta com força.


Eu
sabia que Edward viria atrás de mim, mas tinha atingido meu limite e não
agüentava mais aquela situação. Emmett me esperava de braços estendidos no
corredor. Havia escutado meus gritos e sabia que eu precisava de colo.
Joguei-me aos prantos em seus braços e fui levada para o meu quarto. Emmett
sentou-se em minha cama comigo no colo enquanto me embalava como a uma criança
e acariciava suavemente meus cabelos. Agarrei-me a ele com força enterrando meu
rosto em seu peito. A porta do quarto foi aberta, eu sabia quem era.


_
Alice... – Edward tentou falar, mas foi interrompido por Emmett.


_
Chega, Edward!


Edward
engoliu em seco fechando a porta do quarto ao sair. Eu chorava e tremia
agarrada a Emmett que continuava me abraçando com força.


_
Shh... Acabou, meu anjo, acabou. Não chore mais. Eu estou aqui e não vou a
lugar algum.


_ Eu
disse coisas muito pesadas pra ele, Emmett. Fui dura demais! Falar da Isa foi
crueldade! – consegui dizer entre soluços.


_ Não,
Alice. Você só disse o que ele precisava ouvir. Ele tinha que acordar desse
pesadelo, minha pequena. E só você tinha poder sobre ele pra trazê-lo de volta
pra nós. Agora durma. Eu estou aqui, meu anjo. Eu estou aqui com você.


Não sei
por quanto tempo ainda chorei, mas Emmett cumpriu sua promessa e ficou ali
abraçado a mim até que eu me acalmasse. E sentindo-me protegida, entreguei-me
ao mundo dos sonhos. 


 


Narrado por Esme


 


Minha família estava se
despedaçando e eu não sabia mais o que fazer para juntar os pedaços. Chorava
todas as noites em meu quarto sentindo-me perdida sem conseguir ajudar meu
filho a sair da depressão. Assistia calada ao sofrimento de Alice que chorava
pelo irmão. Emmett, sempre tão alegre e brincalhão, já não sorria mais. Vivia
triste pelos cantos da casa e eu sabia que ele ainda se culpava pelo acidente.
Nada do que disséssemos lhe demovia dessa ideia absurda. Carlisle sofria por
minha causa. Brian era o único que, em sua inocência, crescia feliz e
tranqüilo.


Todos os dias, o lugar de
Edward à mesa ficava vazio durante as refeições. Justo ele, que sempre adorou
ver a mesa cheia de gente, nos evitava.  Eu sentia que ficaria doente e não demoraria muito. Sabia que Carlisle estava
apreensivo por minha causa. Ele também percebia que eu não estava bem. A única
coisa que eu temia era que ele tomasse alguma atitude precipitada em relação a
Edward. Tentava me fazer de forte para que ele não se preocupasse tanto, mas
não acho que estava tendo sucesso.


Certa noite, depois de
mais um jantar sem Edward à mesa, senti Carlisle se levantar cuidadosamente da
nossa cama. Ele não percebeu que eu ainda estava acordada e saiu do quarto
escondido. Eu sabia o que ele ia fazer e morria de medo. Meu coração batia
forte no peito esperando que os gritos começassem, mas pouco tempo depois
Carlisle retornou ao nosso quarto, deitando-se ao meu lado e aconchegando-se ao
meu corpo. Deu-me um leve beijo nos lábios e abraçado a mim, adormeceu.


Acordei sobressaltada durante
a noite com o ruído forte de uma porta batendo. Pensei ter ouvido a voz de
minha filha gritando e fiz menção de levantar-me da cama. Carlisle me puxou de
volta para si, abraçando-me com força dizendo que eu havia sonhado e que o
vento havia batido a porta. Esperei para ter certeza de que os gritos não
voltariam. A casa estava mergulhada no mais absoluto silêncio e, assim,
abraçada ao meu amor, dormi tranqüila.


 


Narrado por Edward


 


De todos os meus
pesadelos, o pior havia se tornado realidade. Isa me deixara. Eu não sabia
viver sem ela ao meu lado.  Olhava para o
nosso filho sem saber o que fazer. Sentia que tinha que reagir, por ele, mas
não tinha forças. Afundava a cada maldito dia num buraco cada vez mais fundo e
mais escuro. Não conseguia sair de lá. Minha luz havia se apagado com a partida
de Isa. Passava os meus dias trancado no quarto, só saindo para ir ao
cemitério. Pode parecer besteira, mas me sentia mais perto dela dessa forma.
Não suportava sentar-me à mesa com minha família e ter que encarar o lugar
vazio onde antes se sentava a minha mulher, portanto passei a fazer minhas
refeições no quarto, sozinho. Doía menos assim.


Brian era a minha única
razão para continuar respirando. Eu sabia que ele merecia mais do que o pai
zumbi que eu havia me tornado, mas a saudade ainda era mais forte do que eu.
Ainda sentia aquele aperto no peito, ainda respirava com dificuldade embora
soubesse que precisava escalar de volta aquele buraco escuro e buscar novamente
a luz. Faltava-me o fôlego.


Mais uma noite em que eu
teria que enfrentar a cama fria sozinho. Aproveitei que Brian havia dormido
para tomar um banho. Alice me esperava sentada em minha cama quando retornei ao
quarto. Meu filho não estava mais lá. Ela o tinha deixado com Emmett dizendo
que precisava conversar comigo. Eu sabia muito bem o assunto daquela conversa e
não estava nem um pouco disposto a levar aquilo adiante. Tentei fugir do
quarto, mas Alice foi mais rápida trancando a porta e escondendo a chave dentro
da blusa. Eu estava acuado.


As palavras duras de
Alice ainda ecoavam em minha cabeça depois que ela saiu chorando batendo a
porta com força. Ela tinha razão. Eu estava afundando em um buraco escuro e
arrastando toda a minha família comigo, inclusive meu filho. Mas o que me fez
reagir foi pensar que Isa, onde quer que ela estivesse, pudesse estar
decepcionada comigo e arrependida por ter me escolhido como pai do seu filho.
Eu precisava falar com Alice, precisava dizer que ela estava certa, tinha que
admitir que eu precisava e queria o apoio minha família que, no fim das contas,
sempre esteve ali. Só eu que fui cego e egoísta o bastante para não enxergar a
verdade.


Corri para o quarto de
Alice. Ela chorava no colo de Emmett. Doeu vê-la ali. Era no meu colo que ela
costumava se abrigar quando alguém a magoava. Mas desta vez, eu a tinha
magoado. E ela não merecia. Meu egoísmo havia magoado a todos e nenhum deles
merecia. Tentei falar com Alice, mas Emmett me impediu. Ela estava em seu
limite. Engoli com dificuldade o nó que havia se formado em minha garganta e
saí, fechando a porta do quarto. Alice precisava descansar. Eu precisava
descansar. Falaria com ela na manhã seguinte, pediria desculpas a todos por
minhas atitudes e acabaria de vez com aquela agonia. Levei Brian de volta para
o quarto e abraçado ao meu menino dormi esperançoso, pois havia compreendido
que não estava sozinho.



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Autor(a): bonno

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Capítulo III – NOVOS ARES   No dia 18 de fevereiro de 2010, os Cullens comemoravam o quinto aniversário do pequeno Brian. A festa organizada por Alice também seria a despedida da família da cidade de Nova Iorque. Após terminar seu pós-doutorado em pediatria, Edward decidiu mudar-se com o filho para uma cidade menor ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 125



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  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:56:05

    + por favor plisss
    Amei sua webbb
    bjjssss

  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:56:05

    + por favor plisss
    Amei sua webbb
    bjjssss

  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:56:04

    + por favor plisss
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  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:56:04

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  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:56:04

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  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:56:04

    + por favor plisss
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  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:52:11

    Bonno,sua web é demais,continua plisss
    Adorei essa história de amor !
    parabéns por ela
    Abraçosss

  • biakal Postado em 17/10/2010 - 21:52:11

    Bonno,sua web é demais,continua plisss
    Adorei essa história de amor !
    parabéns por ela
    Abraçosss

  • mallu Postado em 17/10/2010 - 18:29:10

    Bonno, eu iria amar se algum dia você resolvesse criar outra web aqui, ou até mesmo se fizesse uma temporada contando tudo mais o que aconteceu na vida do Brian.
    Sem dúvidas eu iria lê-la com orgulho!
    Beijos, admiro muito a sua capacidade imensa de saber escrever histórias com tanta perfeição assim! =D

  • mallu Postado em 17/10/2010 - 18:28:48

    OMG! Não sei se consigo conviver sem mais alguns capítulos da sua web.
    Céus, ela é sem dúvidas a melhor web que eu já li aqui neste site. Você escreve tão bem que realmente parece que estamos dentro da web, que fazemos parte dos personagens, como se estivéssemos viajando por toda a história!
    Estou tão encantada que até penso em reler a web, cada capítulo que eu via que você havia postado me fazia delirar, porque eu sabia que você melhoraria a história em cada capítulo postado! Me sinto tão orgulhosa de estar comentando e te agradeço por ter postado essa web aqui, porque web's assim como a sua, é completamente difícil de aparecer por aqui, você escreve tão bem que eu fico impressionada demais.
    Hoje posso dizer que eu fui uma leitora fiel, mas antes não comentei porque ficava cada vez vidrada com seus capítulos e iria esperar até o último capítulo para comentar e dizer o quanto eu amei sua web. Parabéns, e muito obrigado por ter usado esse dom aqui só para nos fazer enlouquecer com essa história perfeita!


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