Fanfic: Te Amar.

18/09, 10h30min da manhã.

Lá estava eu, no aeroporto esperando minha madrinha, que eu
nem sabia quem era. Havia recebido uma ligação dela, me dando algumas
informações e detalhes. Hoje mesmo eu estaria voltando para o México, junto com
ela.

Estava tão absorta em pensamentos que não percebi que o
avião em que Alexandra estava já havia pousado. Só despertei com alguém
cutucando meu ombro.

Alexandra: Dulce? – perguntou com um lindo sorriso, não deu
tempo de falar nada, quando percebi, ela já estava me abraçando... ou me
esmagando, como preferir.

Dulce: Olá. – disse meio sem jeito, era a primeira vez que a
vira, depois de... praticamente minha vida toda? Afinal, sua última visita a
minha mãe fora quando eu era recém-nascida.

Alexandra: Ora querida, está com vergonha de sua tia? –
sorriu. Eu queria ser dócil com ela, apesar de ser praticamente impossível
sorrir nesses últimos tempos. Dei um sorrisinho de leve – Venha querida, vamos
dar uma passeada, nem me lembro mais como é Los Angeles, apresente-a para mim
novamente... – e saímos do aeroporto.

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Alexandra realmente era uma mulher encantadora. Apesar da
idade, era uma mulher bela. E sua felicidade com a vida a deixava ainda mais
jovem. Apesar de apenas algumas horas que havia a conhecido, já admirava. Sim,
admirava. Admirava-a por sempre ter um sorriso no rosto, por sempre ser
otimista. Ela era contagiante... sua alegria era contagiante!

Dulce: Queria ser como você. – falei enquanto sentávamo-nos
à mesa de um restaurante, um dos mais caros do país.

Alexandra: Como eu? – perguntou surpreendida, mas mesmo
assim sorrindo – Por quê? – perguntou ainda sorrindo.

Dulce: Por sua maneira de ver a vida. Por sua alegria, por
seu otimismo... eu... queria ser assim. – suspirei, deixando de lado as recordações,
pois como eu já disse, não posso chamar de lembranças.

Alexandra: Ora querida, basta querer, simples assim! – falou
sorrindo.

Mas não, não era tão simples como ela havia dito. Para isso
eu teria que abandonar meus medos, deixar de lado meus traumas, esquecer do
passado... e fingir que a única pessoa que eu realmente lembro que me amava não
morreu. E talvez fosse fácil, eu já havia feito isso uma vez.

Mas a vida me derrubou novamente e violentamente, fazendo
com que eu caísse no mais fundo dos poços. E aprisionou-me lá. Afinal, quem
mandara iludir-se? Quem mandara ser uma estúpida, apaixonada? Afinal, para quê
serve o amor? Para nos alegrar ou apenas dar-nos de presente dor?

Eu não iria correr o risco de novamente sofrer. Como
qualquer fraca, meu medo é maior do que tudo. Eu sustentaria essa falsa capa de
garota sem sentimentos até morrer. Afinal, foi isso o que a vida me tornou, e
eu não irei contra a vontade dela.

Alexandra: Dulce? – cutucou-me levemente, olhei para ela – O
que houve querida? Está parecendo-me tão pensativa... – sorriu docilmente para
mim. Apenas o que consegui dar foi um leve sorriso.

Nessa hora o garçom trouxe-nos o cardápio, ficando parado em
frente à nossa mesa, esperando os pedidos.

Dulce: Impressão sua... Então, o que irá pedir? – mudei
rapidamente o assunto, observando-a olhar o cardápio atentamente.

Alexandra: Ahn... vamos ver... irei optar por uma coisa
casual. Quero um prato de feijoada. – falou olhando para o garçom, que anotou
rapidamente em um bloquinho, e logo virou-se para mim.

Garçom: E o que a senhora irá querer?

Dulce: O mesmo que ela. – ele anotou, pediu licença e
retirou-se.

Alexandra: Há tanto tempo não como uma feijoada! – riu,
sorri para ela.

Alexandra conversava sobre muitas coisas, nunca deixando o
assunto morrer. Ela era engraçada, principalmente as caras e bocas que fazia enquanto
falava. Os pedidos chegaram e comemos, ainda conversando.

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17h22min.

Depois de tanto andarmos, fomos para meu apartamento. Daqui
a trinta e oito minutos exatamente, nosso vôo para o México sairia.

Apresentei sem-jeito meu apartamento à Alexandra, já que ele
era tão simples... e com certeza, ela estava acostumada a coisas chiques. Me
soltei mais quando ela disse que mesmo o apartamento sendo simples, era
aconchegante e confortável. E era isso o que importava.

Ela tomou um banho no banheiro do quarto de hóspedes, e eu
tomei no banheiro do meu. Arrumamo-nos e eu peguei minhas malas, pegamos um
táxi e fomos até ao aeroporto.