Fanfic: x Amarga Traição (Aya)

Quando o menino nasceu, após uma noite de dor e angústia, não quis vê-lo, mas a parteira colocou-o em seus braços e desde então Annie não quis mais se separar do filho. Ela sentia uma leve satisfação ao saber que Alfonso nem imaginava a existência dessa criança. Não fora fácil criá-lo sozinha, principalmente com a preocupação de sustentá-lo e garantir-lhe o futuro.

Até agora Nick havia aceitado o fato de ter apenas a "mãe", mas, como Maite bem disse, não demoraria para que começasse a fazer perguntas sobre o pai.

Na manhã seguinte, Nick parecia estranho. Estava com o olhar distraído e distante ao sentar-se para tomar o café da manhã e Annie imaginou que talvez ele tivesse percebido sua tensão.

- Não vá trabalhar, mamãe - pediu ele, com os olhos cheios de lágrimas. - Fique comigo, está bem?

- Você sabe que eu preciso ir, Nick. Amanhã é sexta-feira e depois disso a mamãe ficará dois dias inteirinhos com você. Se você se comportar, iremos dar um bonito passeio.

- Onde? - perguntou ele, esquecendo as lágrimas. - Ver os ursos no zoológico?

- Quem sabe? Termine de comer o pãozinho como um bom menino, filho.

Por causa de Nick, Annie se atrasou e quando chegou na avenida viu seu ônibus indo embora. Não gostava de chegar atrasada na parte da manhã, mas Pedro compreenderia. Não que ele soubesse sobre Nick. Ninguém no escritório imaginava que tivesse um filho, e ela queria que continuasse assim principalmente agora que Alfonso estava trabalhando no jornal.

Ele nem mesmo quis saber por que eu troquei de nome, pensou com amargura. Ela se chamava Anahí Portilla. Então tirou o primeiro nome e mudou o sobrenome para o de solteira de sua mãe: Annie Puente. Alfonso não perguntaria, porque, com certeza, tinha seguido todos os detalhes pelos jornais.

Já eram nove e dez quando ela chegou ao escritório.

- Ora, viva! Finalmente você chegou! – Alfonso exclamou, com rapidez. - Está dez minutos atrasada. Hoje é uma exceção ou preciso ir me acostumando?

- Sinto muito pelo atraso - ela desculpou-se friamente, apanhando os envelopes que estavam sobre a escrivaninha. - Vou apenas examinar a correspondência e então estarei à sua disposição.

- Ei, madame, onde a senhora pensa que vai com isso? Ninguém me passa para trás, está ouvindo? Sou perfeitamente capaz de tratar disso sozinho. Com certeza Pedro precisava muito de sua assistência, mas eu não. Dê-me isso.

- Sim, Sr. Herrera - ela respondeu, entregando-lhe as cartas. - Por falar nisso, onde está Pedro ?

- Acredito que esteja se despedindo. Hoje é seu último dia por aqui.

- Mas pensei que...

- Você pensou o quê? Que eu tinha necessidade de que ele cuidasse de mim até quando? Este lugar não comporta mais de uma pessoa. Por isso, por mais que goste e respeite Pedro, não quero que ele fique supervisionando tudo o que faço. Tenho certeza de que ele sentiria o mesmo na minha situação.

- Não demorou muito, não é? Primeiro você tenta se livrar da secretária e agora quer que ele também vá dando o fora. É isso?

- Pedro disse para lembrá-la de que ele a espera esta noite no barzinho para comemorar com o pessoal. Creio que seu namoradinho também estará lá.

Ela ia dizer que não tinha namorado, quando compreendeu que Alfonso se referia a Christopher.