Fanfics Brasil - DO CAPÍTULO 22 ao CAPÍTULO 40 - FINAL Desejo & Reparação (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Fanfic: Desejo & Reparação (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)


Capítulo: DO CAPÍTULO 22 ao CAPÍTULO 40 - FINAL

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Vigésimo Segundo Capítulo



Cacá: Você vai mesmo fazer isso?


Fernanda: Eu não. Quem vai fazer isso é você.


Cacá: O quê?!


Fernanda: Mas é claro... Afinal, eu vou estar com eles dois na reunião com a detetive Sara. (pausa) O que foi? Perdeu a coragem?


Cacá: Não... Não é isso. É que, ser cúmplice e te dar cobertura, tudo bem. Mas, eu mesmo fazer algo do tipo? Não sei se seria capaz.


Fernanda: Relaxa. Quando fizer isso, estaremos a um passe de estarmos ricos.


Cacá: Você quer dizer... Você está rica.


Fernanda (sorri): Vamos nos casar e viajar por esse mundo. O que me diz? (beija-o).


Ele ficava pensativo, mas ao mesmo tempo, convencido pela ambição.



Bahia Café Hall...


Neuza e Carlos deixavam o carro com um manobrista e desciam do automóvel, elegantes, caminhando até dentro do estabelecimento.


Neuza (fala entre os dentes): Sorria...


Carlos: Beleza. Quer dizer, está bem.


Neuza: A propósito... Lindo penteado e belo terno.


Carlos: Valeu. Quer dizer, muito obrigado senhora.


Neuza (sorri): Para você meu caro, é senhorita.


Carlos: Como preferir.Neuza: Belo vocabulário. Pelo jeito, decorou tudo no dicionário... Agora comporte-se. Aqui só tem gente fina e inclusive, a “mulher de ferro” Silvia Medrado, dona da revista “Magazine F” está aqui com sua amada Simone.


Carlos: Entendi.


Garçom (aproxima-se): Posso ajudá-los?


Neuza: Claro que sim, querido. Eu sou Marinalva Passos e reservei uma mesa para mim e para meu filho.


Garçom: Certo. Me acompanhem...


Neuza: Obrigada.


Carlos (fala entre os dentes): Porque disse que era a Marinalva Passos?


Neuza: Você não vai querer que eu diga Neuza Caribé não é mesmo? Ou se quiser, Raposa do Cabaré (ri). Não esquenta. Marinalva é minha conhecida e se você quer que a Silvia Medrado se interesse em aproximar-se de nós, acho melhor usar o nome da dona do famosérrimo clube.


Garçom: Aqui está a mesa. Fiquem a vontade.


Neuza: Obrigada querido.


Garçom: Vão pedir algo de entrada?


Neuza: Nada ao certo, mas um vinho, seria ótimo. E dos bons hein?


Garçom: Perfeitamente senhora.


Neuza: Senhorita.


Garçom (olha ela dos pés a cabeça): Está bem. (afasta-se rindo)


Neuza: Você trouxe cartão de crédito né?


Carlos: Sim.


Neuza: Ainda bem... Então vamos começar. Está bem sentado, elegante, agora precisa saber tomar vinho. Homens poderosos, tem essa mania estranha.


Carlos: Mas eu não sei tomar vinho. Não sei segurar na taça.


Neuza: Não há problema. É simples e não há do se que envergonhar, porque tecnicamente, ninguém sabe tomar vinho... Só é você colocar um pouco, na taça enorme; rodá-la como se estivesse analisando e misturando; cheirar; depois beber; fazer aquela cara de que não gostou, mas que na verdade, está provando o gosto do vinho; e dizer com a cara de intelectual: "É bom".


Carlos (estranha): Sinistro...



No outro lado do Bahia Café Hall...


Fernanda, Julieta e Romeu, estavam com a detetive Sara, discutindo sobre o assassinato de Flávio, enquanto Cacá invadia o apartamento de Romeu, para incriminá-lo com as jóias roubadas.


Fernanda (fingindo-se de interessada): E então detetive... Alguma novidade?


Sara (respira fundo): Sinto em dizer que... Absolutamente nenhuma.


Julieta: Nenhuma mesmo? Os vizinhos não viram nada de suspeito?


Sara: Não. A maioria disse estar dormindo na hora do acontecido e ninguém comentou ter ouvido algum barulho no momento dos tiros. (pausa) Foi mesmo um crime perfeito.


Julieta: Então não há como provar nada?


Sara: Eu sinceramente tenho nenhuma pista, mas ainda acredito que tenha sido uma pessoa perto de vocês. Um familiar ou amigo.


Romeu: Mas, o que pretende fazer com essa hipótese?


Sara: Vou ter que vasculhar a casa dos mais próximos dele. Afinal, descobrindo as jóias, que com certeza, ele não jogou fora com medo de serem achadas, saberemos quem é o assassino.


Fernanda: Essa idéia nos inclui?


Sara: Claro. Não estou acusando ninguém, mas é necessário ver todos os apartamentos. Se não, os outros que seriam “revistados” se sentiriam ofendidos, sem a polícia ter visto o geral. Aí, estaríamos acusando eles. O que é injusto.


Julieta: Entendo... (revolta-se) Faço tudo para descobrir quem foi esse canalha!


Fernanda (abraça-a): Acalme-se minha irmã. Tudo vai dar certo.


Sara: Agora uma coisa... Quem fez isso, foi um profissional. Por isso acho que foi um assassino mandado por alguém. É como se um fantasma tivesse matado ele.


Julieta e Romeu se entreolhavam e Fernanda olhava para o lado, como se quisesse se esconder.



UMA HORA MAIS TARDE.



A conversa não chegava em um resultado, mas tudo ia dentro do planejado para Fernanda. Ela se afastava do local e seguia para uma zona mais deserta. Lá, tinha um táxi lhe esperando. Sabendo que era Cacá, Fernanda abria a porta e entrava no veículo.


Fernanda: E então? Colocou as jóias no apartamento de Romeu?


Cacá (suando): Sim.


Fernanda: Me devolve a chave do apartamento dele...


Cacá: Aqui está.


Fernanda: Agora é uma questão de tempo. (ri).



 


 


Vigésimo Terceiro Capítulo



Fernanda: E então? Colocou as jóias no apartamento de Romeu?


Cacá (suando): Sim.


Fernanda: Me devolve a chave do apartamento dele...


Cacá: Aqui está.


Fernanda: Agora é uma questão de tempo. (ri).


Cacá: Você não tem pena de está incriminando uma pessoa inocente?


Fernanda: Porque eu teria? Todos são egoístas. Se importam apenas com o que querem para eles... É o que estou fazendo por mim. Se não eu, quem irá fazer por mim?


Cacá: Eu não te entendo... Por curiosidade, como soube assassinar aquele homem de forma que não sobrassem pistas?


Fernanda: Cacá, meu querido, eu era policial. Por isso eu conheci e me casei com o Lucas. Mas ele pediu para que eu largasse a profissão, com medo de que algo de ruim acontecesse comigo... Mas eu nunca perdi a experiência e prática principalmente.


Cacá: Eu não sabia que você era policial.


Fernanda (ri): Agora deixe de filosofia e vamos para o nosso luxuoso apartamento. Você vai ter uma bela de uma recompensa. (beija-o).



Bahia Café Hall...


Neuza e Carlos provavam de todos os tipos de vinho e uísque que tinham no restaurante, quando Silvia Medrado se aproximava.


Silvia: Com licença. Não quero interromper. Mas fiquei sabendo pelo garçom, que a senhora é a dona do clube “Caminho das Árvores”, senhora...


Neuza (mentindo): Marinalva Passos. E esse é meu sobrinho Carlos Lopes. Filho do sócio da ConstruMarket, Júlio Lopes.


Silvia: Prazer. Eu sou Silvia Medrado, dona da editora da revista “Magazine F” e essa é minha filha, Simone Medrado.


Simone: Prazer...


Carlos (beija a mão da moça): Encantado.


Neuza: Porque veio aqui? Digo... O que a trouxe a nossa mesa?


Silvia (sorri): Não quis ser incomoda, mas sou uma das freqüentadoras constantes do seu clube e por isso, sou uma grande cliente sua e admiro seu trabalho no estabelecimento.


Neuza (se engasga assustada): Ah sim... Claro.


Silvia: Qualquer dia desses, poderíamos nos encontrar no seu clube mesmo.


Neuza (tosse): Seria um prazer. Mas não sei se eu teria tempo...


Silvia: Compreendo. Bom, agora preciso ir. Prazer em conhecê-la.


Neuza: Igualmente. (fala entre os dentes): Isso é mal... Isso é muito mal.


Carlos: O que foi?


Neuza: Ela conhece o clube e freqüenta. Ela vai descobrir a farsa. E aí? Conseguiu algo com a garota?


Carlos: Sim. O telefone dela.


Neuza: Você não perde tempo hein rapaz?


Carlos (sorri): Pois é... (pausa) Neuzinha...


Neuza: Sim querido?


Carlos: Tá pinicando.


Neuza (estranha): O quê menino?


Carlos (se mexendo agoniado): Esse terno tá pinicando.


Neuza: Aonde?


Carlos: No meu...


Neuza (corta a fala dele): Já sei. Não precisa dizer.


Garçom (aproxima-se com a bandeja): Mais vinho?


Neuza: Você leu minha mente querido.


Terminando a noite, bêbados, Neuza e Carlos pegavam um táxi e se dirigiam para a casa dela. Desorientados, eles batiam na mobília da casa e riam sem a menor noção. Abraçados, eles deitavam na cama e apagavam na mesma hora.



NO OUTRO DIA.



Era por volta das 10 horas da manhã, quando a detetive Sara Barcellos batia na porta do apartamento de Romeu e Julieta.


Julieta: Bom dia Sara. Entre...


Sara: Bom dia. Vim aqui primeiro para ir logo eliminando vocês de qualquer acusação. Onde está Romeu?


Julieta: Ele saiu para ver o pai.


Sara: Hummm... Se não se importar, irei analisar seu apartamento.


Julieta: Sem problemas. À vontade.


Ela vasculhava toda residência, quando abria o armário do gabinete, e notava a parte de um colar, para fora da gaveta. Ela ficava intrigada.


Sara (aproxima-se da gaveta): Me diga Julieta... Aonde você e o Romeu estavam na hora do assassinato?


Julieta (da cozinha): Eu tinha saído para me encontrar com o Romeu em uma balada. Mas ele não apareceu.


Sara (abre a gaveta): E porque não?


Julieta: Ele disse que teve uma discussão com o pai dele, que não aceita nosso romance.


Sara: Sei... Você mora aqui há quanto tempo?


Julieta: Desde o assassinato. Não quis mais dormir naquela mansão e vim morar aqui. Por quê?


Sara (encontrava as jóias roubadas): Porque eu descobri quem é o assassino.


Julieta (corre para o gabinete): Quem?


Sara (vira-se para ela, mostrando-lhe as jóias): Romeu Andrade.


Julieta (surpresa): O quê?!



Casa de Neuzinha...


Neuza e Carlos estavam dormindo abraçados, virados um para o outro sorrindo, quando ela acordava.


Neuza: Bom di... (espanta gritando) Aaaaaaaaahhhhh Meu Deus!


Carlos (espanta-se e levanta da cama): O que foi?! O que foi?!


Neuza (levanta da cama): Meu Deus! Oh meu Deus! Carlos?!


Carlos (olha para cama e para Neuza): Neuzinha?!


Neuza (grita consigo mesma): Eu dormi com um frangote!


Carlos (grita consigo mesmo): Eu dormi com uma velha!



Apartamento de Romeu e Julieta...


Romeu chegava em sua casa alegre, quando se deparava com Julieta aos prantos no sofá e Sara séria, o encarando.


Romeu (estranha): Detetive Sara? (olha para o lado)... Julieta? Porque está chorando? O que está acontecendo?!


Sara (séria): O senhor está preso, Romeu Andrade.


Ele ficava pasmo.


 



 


 


Vigésimo Quarto Capítulo



Sara (séria): O senhor está preso, Romeu Andrade.


Romeu (pasmo): Do que está falando?! Eu não compreendo!


Sara: O senhor sabe muito bem do que estou falando. Você matou Flávio Amorim e aqui estão as jóias... A prova do crime.


Romeu: Mas o que é isso?! Eu juro que não tenho nada haver com essa história. Deve haver algum engano...


Sara (sorri): Não há engano algum. Agora... Queira me acompanhar e diga essas palavras, ao juiz.


Romeu (desesperado): Não! Espere! Você precisa acreditar em mim! Julieta... (aproxima-se).


Julieta (chora de raiva e gritando): Se afaste de mim seu canalha! Meu pai tinha razão! Você se aproximou de mim por interesse! Você matou meu pai para depois casar comigo e ter o meu dinheiro!


Romeu: Julieta... Mas como eu ia querer esse dinheiro se meu pai já é rico?!


Julieta: Não me venha com mentiras Romeu... Estão as jóias para provar sua mentira!


Romeu (aproxima-se novamente): Querida...


Julieta (afasta-se): Não encoste a mãe em mim! Seu assassino!


Sara: Chega de teatro. Romeu Andrade. Me acompanhe até a delegacia. E é bom que não tente fugir. Há essa hora a polícia já está aqui embaixo.


Ela o algemava, pegava o elevador e depois diante dos fotógrafos, o colocava dentro do carro policial.



Casa de Neuzinha...


Neuza (grita consigo mesma): Eu dormi com um frangote!


Carlos (grita consigo mesmo): Eu dormi com uma velha!


Neuza e Carlos (viram-se um para o outro e falam juntos): Peraí...


Carlos: Você me chamou de frangote?!


Neuza: E você teve a coragem de me chamar de velha?!


Carlos (senta-se na cama): Acho melhor a gente se acalmar e usar a cabeça.


Neuza: Sim... Mas você acha que... Rolou alguma coisa entre a gente?


Carlos: Bem...


Os dois ficam pensativos e se dão as costas em meio as suas deduções, quando, juntos novamente, se entreolhavam dos pés a cabeça.


Carlos e Neuza (falam juntos): Eu hein? É melhor nem saber...



Algum tempo mais tarde, já esquecendo da possível confusão, os dois se despediam na porta da casa.


Neuza: Bem... Eu só posso dizer tchau.


Carlos: É... Pois é. Falou. (desce as escadas da casa).


Neuza: Ah! E boa sorte com sua queridinha Simone Medrado.


Carlos: Valeu. (vai embora).


Ela o olhava indo embora, quando Rita, do ouro lado da rua, provocava.


Rita: Bom dia... “Neuzinha”.


Neuza: Bom dia... “Ritinha”.


Rita: Quem te viu, quem te vê. Já tá pegando o rapaz é?Neuza: Eu já disse que eu não pego rapazes Rita! Me respeite!


Rita (ri irônica): Não é o que parece...


Neuza: Vaza daqui sua... Sua mulher da bunda de xuxú!


Sentindo-se envergonhada, Rita seguia seu caminho sem falar nada.


Neuza (consigo mesma): Bunda de xuxú. (cai na gargalha). Essa é boa...



A notícia já se propagava em Salvador e reunida a Fernanda e Marcos, Julieta continuava se lamentando.


Fernanda (abraçada a ela): Chora minha querida... Chora para desabafar.


Julieta (aos prantos): Eu não acredito que era ele! Logo ele!


Marcos: Pelo menos agora descobriram o assassino e você pode seguir sua vida sem nenhuma preocupação. Já pensou se esse cara fizesse algo a você?


Julieta (enxuga as lágrimas): Tem razão... Devo reconhecer que você foi um grande amigo também Marcos. Eu o levei mal. Me desculpe... De coração mesmo.


Marcos: Está tudo bem. O que importa agora é sua segurança.


Fernanda: Irmã... Eu sei que não e hora e nem lugar para discutir isso, mas você sabe que dentro de alguns dias a empresa precisará de um líder e uma de nós, terá que assumir esse cargo...


Julieta: É verdade... Eu não iria conseguir. Já não entendo muito daqueles negócios, agora nessa situação, pior ainda. Você poderia ficar no meu lugar por mim?


Fernanda: Mas é claro, querida. (abraça-a).


Marcos prestava atenção na cena como se soubesse de algo.



Delegacia...


Romeu estava na sala do delegado, quando seu pai chegava desesperado.


Cássio: Mas o que está acontecendo aqui?!


Romeu (aliviado): Pai...


Cássio (abraça-o): Meu filho. O que aconteceu? Que história é essa?!


Romeu: Eu também não sei. Deve haver algum engano. Alguém deve ter armado contra mim!Cássio: Deixe que eu cuide do assunto...


Delegado: Não há nada para cuidar senhor Cássio Andrade.


Cássio: Mas é claro que sim! Dizendo meu filho, ele está sendo preso injustamente e eu confio nele! E irei defendê-lo nos tribunais!


Delegado: Só que, você não irá conseguir liberar seu filho hoje. Ele será mantido preso na delegacia. (vira-se) Homens... Podem levá-lo.


Cássio (pasmo com a situação): Preso?


Romeu (sendo levado): Pai... Por favor... Me ajude!


Cássio: Fique calmo... Tudo irá dar certo.



NO DIA SEGUINTE.



ConstruMarket...


Fernanda passava pelos corredores da empresa, até o escritório presidencial, quando Júlio a via e se intrigava com sua presença.


Júlio: Com licença, o que faz aqui senhora Fernanda?


Fernanda (continua andando sem olhar para ele): Vim assumir a presidência.


Júlio: Como assim?


Fernanda: A empresa não pode ficar sem um líder e eu preciso assumir esse cargo, já que minha irmã está impossibilitada.


Júlio: Mas não precisa se incomodar... Vocês poderiam fazer uma cláusula, propondo que eu assuma a administração em seus nomes...


Fernanda (abre a porta do gabinete): Não há necessidade disso senhor Júlio. Eu mesma irei liderar a ConstruMarket.


Júlio: Mas eu...


Fernanda: Eu já disse... (fecha a porta). Aff. Que cara chato! (senta-se na cadeira) Mas agora... A empresa será minha. Basta aquela bebê chorona da minha irmã assinar este documento.


Marcos (bate na porta): Fernanda... Posso entrar?


Fernanda (fingida): Claro Marcos. O que foi?


Marcos: Eu preciso falar com você em particular.


Fernanda (intrigada): O que houve?


Marcos: Minha cara Fernanda. Nós dois sabemos que o Romeu é um puro inocente nessa história toda.


Fernanda (nervosa): O que você quer dizer com isso?


Marcos: Eu quero dizer que eu sei que você matou seu próprio pai. E eu tenho fotos, para provar isso.


Ela ficava paralisada.


 


 



 


Vigésimo Quinto Capítulo



Fernanda: Eu não sei do que está falando...


Marcos (irônico): Ora Fernanda, deixe de mentiras... Nós dois conhecemos muito bem as regras desse jogo de ambição. E por isso, sei que matou ele pela herança e liderança da empresa, já que Julieta ficaria abalada com a história. (pausa) Chega a ser genial... Incriminar Romeu. O próprio namorado dela. Assim, ela não teria cabeça para assumir essa obrigação e contaria com seu ombro amigo. Muito inteligente seu plano.


Fernanda (nervosa): Cadê essas fotos?


Marcos: Então está admitindo seu crime?


Fernanda (tom alto): Pare de me enrolar e me mostre essas fotos!


Marcos (sorri): Tudo bem... Aqui está... São fotos suas no carro com um cúmplice, provavelmente seu amante, e outra sua, entrando na casa com a chave e com uma arma nas mãos. Obviamente há mais fotos tiradas e todas muito bem guardadas. (pausa) Agora... O que eu quero? Entrar no seu jogo. Eu quero me tornar seu sócio e dividir o poder com você.


Fernanda (ri): Você está brincando comigo não é? Sempre tão certinho... Se revelando um grande interesseiro e mau caráter.


Marcos: É tudo ou é nada Fernanda. Então... Estamos de acordo?


Os dois se entreolhavam.



Apartamento dos Lopes...


Betty andava de um lugar para o outro do apartamento agoniada, quando seu filho abria a porta.


Betty (raivosa): Carlos Lopes! Aonde o senhor dormiu a noite inteira sem comunicar nada a sua mãe?!


Carlos: Bem é que...


Betty: Um instante. (vira-se rezando) Muito obrigada por ter trazido meu filho de volta são e salvo. Eu prometo não brigar com ele. Quer dizer... Agora... Só um pouquinho.


Carlos (estranha): Mãe?


Betty (vira-se): E então? Vai me responder mocinho?!


Carlos: Então. Tipo... Eu sai com uma galera aí, acabei bêbado e dormi na casa deles.


Betty: Quem é essa “galera”?!


Carlos (gaguejando): Bem... É a Neuzinha.


Betty (espanta-se): O quê?! Você dormiu na casa da Neu-zi-nha?!


Carlos: Não fique assustada mãe! Ela só estava me ajudando a conhecer uma menina aí...


Betty: Meu filho dormiu na casa de um hippie?! E ela se aproveitou de você enquanto estava bêbado?


Carlos: Claro que não! Quer dizer... Não sei... Mas ela também estava bêbada.


Betty: Ah meu Deus! Aí meu santinho! (fica raivosa) Essa raposa do cabaré me paga!


Carlos (fala sozinho): Lá vem fight...



Delegacia...


Romeu estava silencioso e totalmente abatido. Segurando nas grades da cela, ele apenas ficava ali parado.


Carcereiro (abre a cela): Ei... Você... Tem visita.


Dirigindo-se até a sala de visitas, ele se surpreendia com a aparição de sua amada.


Romeu: Julieta...


Julieta (olhar triste): Romeu.


Romeu (aproxima-se): Meu amor, graças a Deus, você veio!


Julieta (mantendo a calma): Por favor, Romeu. Não encoste em mim.


Romeu: Então você ainda não acredita em mim?


Julieta: Minha cabeça ainda está muito confusa. Eu adoraria acreditar em você, mas é impossível. Porque você fez isso com meu pai? Por ambição?


Romeu: Nunca! Eu não fiz isso Julieta! Alguém planejou isso! Acredite em mim... (tenta tocá-la na face).


Julieta (afasta-se): Eu sinto muito. Não consigo olhar para sua cara.


Romeu: Mas então porque veio aqui?! Se veio me visitar é porque ainda sente algo por mim!


Julieta (cai algumas lágrimas): Claro que sinto ainda! Porém eu vim aqui, dizer meu adeus.


Romeu: Como assim?


Julieta: Eu pretendo ir embora. Minha irmã vai cuidar dos negócios da família e eu vou para fora do país. Eu pretendo esquecê-lo Romeu!


Romeu: Não pode fazer isso... Não pode fazer isso por nós dois!Julieta: Eu já tomei minha decisão! (levanta-se até a porta).


Romeu (nervoso): Eu vou conseguir provar minha inocência! Você vai ver! E terminaremos juntos... Ainda há como recomeçar Julieta... Ainda há um jeito.


Julieta (vira-se): Eu sinto muito Romeu. Adeus... Até nunca mais. (fecha a porta).


Ele gritava pelo nome dela, quando batia na mesa de raiva e chorava.



ConstruMarket...


Luciana (bate na porta): Com licença senhora Fernanda, mas o senhor Júlio está no telefone como queria que eu lhe avisasse.


Fernanda (sorri): Obrigada Luciana. Você será muito bem recompensada por isso. Agora me deixe só...


Luciana: Está certo. (fecha a porta).


Ela puxava o fone do telefone, enquanto ouvia secretamente a conversa do sócio da empresa.


Júlio: Porque ligou para mim aqui nessa linha? É perigoso!


Cássio: Eu liguei para exigir de você o golpe! Está demorando muito!


Júlio: Olha... Não é culpa minha se há uma nova líder na empresa que possa impedir nossos planos!


Cássio: Meu filho foi preso injustamente por causa da miserável dessa Julieta Amorim! Agora eu quero minha vingança! Eu vou dar o troco! Vou deixá-la na falência.


Júlio: Está bem. Quando podemos nos encontrar?


Cássio: Amanhã... Na Avenida da Paralela, na área verde. Estarei em um carro preto.


Júlio: Ok...


Julieta (bate na porta): Posso entrar?


Fernanda (desliga o telefone espantada): Minha irmã... Claro!


Julieta: O que foi? De repente está pálida...


Fernanda: Não é nada.


Julieta: Está bem. Mas então, porque me chamou aqui?


Fernanda: Querida, eu sei que está pensando em viajar para o exterior, e lhe dou total apoio. Mas antes, para eu administrar nossas heranças nessa empresa, preciso que assine a esse documento...


Julieta: Eu não sei...


Fernanda (sorri): Ande... Assine. (entrega a caneta).


 



 


Vigésimo Sexto Capítulo



Julieta: Eu não sei...


Fernanda (sorri): Ande... Assine. (entrega a caneta).


Julieta: Está bem. Muito obrigada por fazer isso por mim, Fernanda. Não sabe o quanto estou precisando desse tempo sem me preocupar com nada...


Fernanda: Imagina... É um prazer.


Julieta: Essa história do Romeu ser o assassino me deixou muito abalada. Ainda não consigo entender por que... Mas eu pretendo viajar e quem sabe entrar em uma carreira.


Fernanda: Para onde irá querida?


Julieta: Vou para Paris.


Fernanda: Excelente escolha.


Julieta (sorri): Pois é... Pronto. Já assinei tudo.


Fernanda (sorri): Ótimo.



AS HORAS SE PASSAM.



Bar Pereira Alves...


Nos balcões do bar da vizinhança, em mais uma noite, Lucas enchia a cara de bebida, afogando as tristezas.


Cadú (fala com Miguel): Seu Miguel, o que tem com o Lucas?


Miguel: A Fernanda o largou faz alguns dias. No início até que ele ficou seguro, mas depois não resistiu à perda... Coitado.


Cadú: Nossa! Nunca vi esse homem chorar!


Miguel: Pois é... Deve estar sendo difícil.


Cadú: Vou falar com ele. (aproxima-se) Lucas... Você está bem?


Lucas (tenta se recompor): Estou sim.


Cadú: Cara, eu sei que a Fernanda... Te largou... Mas eu só queria dizer que você tem todo meu apoio para o que quiser.


Lucas: obrigado Cadú. Isso é muito importante para mim.


Cadú: Olha... Se eu fosse você, eu pedia férias da polícia. Você trabalha demais! Aí aproveitava para conhecer novas pessoas e quem sabe, quando estiver pronto, partir para uma nova mulher?


Lucas: Tem razão... É isso que irei fazer!


Cadú: Ótimo cara! Fico feliz por você!Lucas: Eu não dependo da Fernanda para ser feliz!



Clube Caminho das Árvores...


Marinalva estava em seu escritório, organizando os negócios, quando sua secretária batia na porta.


Maria: Dona Marinalva, tem um homem querendo falar com a senhora.


Marinalva: Pode deixá-lo entrar querida.


Maria: Está bem...


Cacá (bate na porta): Será que eu posso entrar?


Marinalva (levanta-se da cadeira, surpresa): Cacá...


Cacá: Eu vim aqui para falar do que aconteceu ontem.


Marinalva: Por favor, tente esquecer aquele dia... Vamos fingir que aquilo não ocorreu...


Cacá (aproxima-se): Mas é exatamente isso que não consigo fazer! Esquecer aquele beijo...


Marinalva (encosta-se na mesa): O que você quer dizer com isso?


Cacá: Eu quero dizer... (agarra-a) Que eu quero outro beijo!


Os dois se entreolham e se beijam apaixonadamente.



Igreja...


Neuza ia até a igreja, ver como iam às conclusões para o grande dia de sua estréia, quando avistava Padre João nas escadarias do local, usando um auto falante.


Padre João: Fiéis! Fiéis da Igreja! Vocês estão prestes a ver a grande estréia de suas vidas! Amanhã! Eu disse amanhã! Será o dia que vocês poderão ver os seus futuros diante das cartas... E verem o passado, diante dos mortos... Se você precisa ver para crer, então venha! E confira tudo nas mãos de “Neuza: A cartomante do além”!


Neuza (aproxima-se cantando): Padre João...


Padre João: Querida! Ainda bem que apareceu! Estamos com tudo pronto! Amanhã é o grande dia!


Neuza: Estou vendo... Colocou até cartazes...


Padre João: Um grande investimento, para um grande lucro. Não é mesmo?


Neuza: Você está a-do-ran-do à palavra “grande” não é mesmo?


Padre João: Mas é claro! Agora as coisas só serão grandes! Grande estréia, grande quantidade de pessoas e principalmente, grande quantidade de dinheiro!


 


 


NO OUTRO DIA.



Mansão dos Amorim...


Julieta voltava da faculdade após pedir alguns meses de afastamento, quando estranhava a entrada e saída de vários homens com os móveis da casa.


Julieta (espantada): O que está havendo aqui?!


Fernanda (irônica): Ah! Olá queridinha...


Julieta: Fernanda?! O que é isso?!


Fernanda: Isso querida? É apenas é reforma que vou fazer na minha nova mansão...


Julieta: Sua mansão?!


Fernanda: Exatamente. Foi isso que você assinou. (mostra o documento) Bem aqui... Nesse contrato.


Julieta: Meu Deus! O que eu fiz...


Fernanda: Agora tudo é meu, querida...


 



 


Vigésimo Sétimo Capítulo



Fernanda: Agora tudo é meu, querida...


Julieta: Você não pode fazer isso comigo!


Fernanda (ri): É claro que eu posso... E já estou fazendo. Eu sinto muito, mas eu preciso que você se retire da MINHA mansão...


Julieta (desesperada): Meu Deus... Aonde eu vou morar?!


Fernanda: A partir de agora, isso não é mais problema meu. Se vi-ra!


Julieta: E minhas roupas?!


Fernanda: Todas nessa caixa. Agora, vai embora... É melhor correr... Senão, não vai encontrar abrigo há essa hora. Não é querida?


Julieta: Agora eu entendi tudo... Não foi o Romeu que matou meu pai... Foi você!


Fernanda (ri): Agora você quer me acusar para tentar roubar a casa que é minha por direito?


Julieta (chora de raiva): Como pôde matar o próprio pai?! Por dinheiro?!


Fernanda: Jarbas...


Jarbas: Sim madame?


Fernanda: Bote essa intrusa para fora.


Jarbas: Perfeitamente.


Ele a puxava pelos braços, enquanto Fernanda acompanhava tudo com um belo sorriso irônico no rosto.


Julieta (grita raivosa): Você ainda vai ser presa Fernanda! Eu vou me encarregar disso! Pode esperar para ver!


Fernanda: Tchauzinho...



Clube Caminho das Árvores...


Cacá e Marinalva se beijavam apaixonadamente, quando a secretária batia na porta e os dois se ajeitavam.


Maria (voz irritante): Dona Marinalva... Chegou uma mulher querendo falar com a senhora. Diz ser da “Magazine F”.


Marinalva (envergonhada): Deve ser para alguma entrevista. Diga que eu já vou...


Maria: Está bem... A propósito... Desculpe interromper aí. (pisca o olho e bate a porta).


Marinalva: Perdoe o atrevimento da minha secretária...


Cacá (sorri): Tudo bem.


Marinalva: Então... Eu preciso ir...


Cacá (acaricia a face dela): Mas a gente se fala depois?


Marinalva: Claro.


Cacá (agarra): Eu não consigo resistir! (beija-a).


Maria (bate na porta): Desculpe novamente... Mas dona Marinalva, ela diz que não tem muito tempo.


Marinalva (afasta-se de Cacá): Está bem. Eu já vou. (vira-se) Preciso ir... Até uma próxima.


Cacá: Até... (beija a mão dela).


Ele ia embora, olhando para trás, até simplesmente, não poder mais vê-la.


Marinalva (aproxima-se): Com licença... É você que queria falar comigo?


Silvia: Não... Eu queria falar com a dona do clube.


Marinalva (sorri): Sou eu mesma.


Silvia: Impossível. A mulher que eu conheci outro dia no Bahia Café Hall era mais velha, parecia hippie e usava óculos escuros.


Marinalva (fala baixo): Neuzinha!



Igreja...


Começava a grande estréia de “Neuza: A cartomante do além”. Uma fila enorme de crentes se fazia no confessionário, aonde dentro do plano, eles se confessariam, contando tudo sobre suas vidas, e Padre João passaria as informações para Neuza, a fim de ela enganá-los com falsas visões.


Padre João (entra pela cortina): Neuza...


Neuza: Sim?!


Padre João: Sua próxima cliente não quer saber de falar com mortos... Quer apenas ver o futuro nas cartas.


Neuza: Ufa! Melhor para mim! Não agüentava mais ficar fingindo ter ataque de epilepsia, como se alguma alma estivesse encarnando em mim. Isso cansa! Mas me passe as informações...


Padre João: É fácil. Ela é solteira, quer dizer, divorciada e pelo jeito adora dar golpes em homens ricos.


Neuza (respira fundo): Está bem... Deixe-a entrar.


Padre João: Um instante. (sai da cortina) A próxima pode vim!


Marta: Neuzinha!


Neuza (espanta-se): Marta! É você?!


Marta (sorri): Mas é claro. Porque não seria?


Padre João: Bem... Vou deixar as duas á sós. (sai do local).


Marta: Mas que visual é esse?!


Neuza (se ajeita): Faz parte para deixar mais caricato a forma de cartomante. Sabe?


Marta: Sei... Mas então, podemos começar?


Neuza: Claro.


Neuza ficava com medo de tentar enrolá-la.



AS HORAS SE PASSAM.



ConstruMarket...


Já era noite e Fernanda continuava na empresa, ainda que sozinha, na espera de Cacá. Quando finalmente ele chegava em seu escritório.


Fernanda (abre a porta): Ainda bem que chegou...


Cacá: Fiquei surpreso quando soube que já estava morando na mansão... Nunca mais nos falamos. Ou melhor, nunca mais você falou comigo...


Fernanda: Foi por necessidade querido. Mas agora, podemos planejar nosso casamento e nossas viagens de lua de mel, in-ter-mi-ná-veis. (beija-o).


Cacá: Sei... Me chamou aqui por mais algum motivo ou apenas para brindar?


Fernanda: Hummmm... Por mais algum motivo.


Cacá: Qual é dessa vez?


Fernanda: Tenho um sócio, Júlio Lopes, que ele parece estar querendo dar o golpe na empresa. Acho que ele tem esse plano faz algum tempo... E tem até cúmplice. O adversário da ConstruMarket, Cássio Andrade.


Cacá: E o que quer que eu faça?


Fernanda: Então... Nesse prédio, tem estacionamento e há dias, que o Júlio deixa o carro dele aqui...


Cacá: E daí?


Fernanda: E daí que, hoje, ele deixou o carro na empresa... E você vai dar uma mexidinha nele... Acredito que ele terá uma grande surpresa.


 



 


 


Vigésimo Oitavo Capítulo



Fernanda: Então... Nesse prédio, tem estacionamento e há dias, que o Júlio deixa o carro dele aqui...


Cacá: E daí?


Fernanda: E daí que, hoje, ele deixou o carro na empresa... E você vai dar uma mexidinha nele... Acredito que ele terá uma grande surpresa.


Cacá: Você vai matar mais uma pessoa Fernanda?! Não está vendo que isso pode te encurralar?!


Fernanda (sorri): Relaxa... Você vai fazer isso agora! Aproveite o tempo que, estamos sozinhos, e instale essa bomba e esse outro aparelho embaixo do carro.


Cacá (sério): Qual é seu plano exatamente?


Fernanda: Eu ouvi a conversa que ele teve com esse Cássio Andrade. Ele quer documentos que provem que a empresa compra materiais com preços falsos e baratos. E os dois, vão se encontrar no carro do Júlio, no terreno baldio da Avenida da Paralela... Então instalando esse GPS no carro e a bomba, eu poço controlar tudo que está acontecendo e quando chegar a hora em que os dois estiverem no carro, eu vou explodi-lo!



Enquanto isso...


Julieta vagava pela Barra, chorando e sem lugar para ficar. Chovia muito forte naquela noite e a única coisa que restava a ela, era dormir sob a escadaria de uma casa da vizinhança, sem menor conforto. Quando de repente, as luzes da residência se acendiam e o dono da casa abria a porta.


Lucas (aproxima-se): Moça... Acorde...


Julieta (zonza): O quê?...


Lucas: Está chovendo muito por aqui. Eu deixo você entrar em minha casa, pelo menos por hoje...


Julieta (chora de alegria): Obrigada. Muito obrigada!


Lucas: Não há de quê. Agora entre...



NO OUTRO DIA.



Era final de tarde quando Júlio saia da ConstruMarket com seu carro e seguia até o encontro com Cássio. Chegando ao térreo baldio, ele avistava o carro preto de onde Cássio saia e aproximava-se com uma maleta.


Cássio (entra no carro): Demorou chegar...


Júlio (sério): Foi o trânsito dessa hora.


Cássio: E então? Trouxe os documentos que lhe pedi?


Júlio: Sim. Estão aqui...De repente, um barulho de apito se anunciava e em milésimos de segundos, o carro explodia severamente, em uma enorme fumaça. Estavam mortos...



Apartamento dos Lopes...


Betty estava lendo sua revista preferida, a “Magazine F”, quando tocavam a campainha. Seguindo até a porta, ela se surpreendia com a presença de vários policiais. Em poucos minutos, eles contavam sobre a situação na qual vieram.


Betty (aos prantos): O quê?! O Júlio?! Não! Impossível! Não... Não pode ser verdade! (chora).


Carlos: Que gritaria é essa? O que os tiras querem aqui?


Betty (aproxima-se): Meu filho... Eu sinto muito, mas eu tenho uma horrível notícia para te dar. Mas teremos que ser fortes para passar por esse momento tão difícil...


Carlos: Nossa! O que tá havendo assim? Você tá me deixando grilado...


Betty (respira fundo): Seu pai morreu em uma explosão Carlos. (chora).


Carlos (em choque): Não... Isso não pode ser verdade...


Betty: Mas é meu filho. (acaricia sua face).


Carlos (chora): Meu pai!


Betty (abraça-o): Eu sei que é difícil meu filho! Mas vamos superar isso. Nós vamos conseguir...



Delegacia...


Enquanto isso, na delegacia, onde Romeu estava preso provisoriamente até o julgamento, a detetive Sara aparecia na sua cela, para dar a péssima notícia.


Sara (séria): Romeu Andrade...


Romeu (aproxima-se da grade): Detetive Sara! O que veio fazer aqui? Meu pai conseguiu me liberar?!


Sara: Não Romeu... A notícia que tenho para te dar é pior ainda...


Romeu: O que houve?!


Sara: Seu pai morreu em uma explosão de carro.


Romeu (espantado): O quê?!


Sara: Foi nesta tarde. Os corpos foram identificados.


Romeu (chorando): Meu Deus! Meu pai morreu! Meu pai...! Como isso foi acontecer?!


Sara: Ainda não se sabe. Talvez problema no motor... Mas manterei-lhe informado sobre isso. (pausa) Eu... Sinto muito pela perda. (afasta-se).



Mansão dos Amorim...


As horas se passavam e já era noite. Fernanda estava em seu casarão, quando tocavam a campainha.


Fernanda: Mas que droga! Eu preciso contratar empregados! Não vou ficar me submetendo a atender portas! (abre a porta).


Cacá (entra na casa animado): O plano foi um sucesso Fernanda! Aquele seu sócio e o aliado dele, morreram! Agora nós podemos nos casar e sermos felizes! (tenta beija-a).


Fernanda (afasta-se): Nos casar? Quem falou em nos casar?


Cacá (estranha): Como assim? Você sempre disse que íamos viver juntos...


Fernanda (ri): Mas agora que não tenho obstáculos no meu caminho... Não preciso mais dos seus serviços...


Cacá (raivoso): Meus serviços?! Eu te ajudei a você chegar aonde chegou! E agora quer me desprezar?!


Fernanda (aproxima-se sedutora): Cacá... Você é bonito... Mas eu não vou me casar com você. Não preciso mais de alguém para fazer o trabalho sujo. Foi bom enquanto durou... Mas você já pode ir e tomar sua vida...


Cacá: Sua cachorra! Você acha que vou deixar barato?! Eu vou te denunciar a polícia!


Fernanda (ri): Não vai não... Se você fizer isso, eu sou presa, mas você também por ser cúmplice. Agora... Saia da minha casa.


Cacá: Vagabunda! Eu ainda vou me vingar de você! Escreve o que estou te dizendo! (fecha a porta).


Ela apenas ria se sentido a grande poderosa, quando minutos mais tarde, a campainha voltava a tocar.


Fernanda: Mais que saco! Espero que não seja aquele Cacá de novo! (abre a porta).


Sara: Senhora Fernanda Amorim?


Fernanda (finge-se de boa): Detetive Sara! Que visita agradável.


Sara: Será que poderíamos conversar um instante?


Fernanda: Mas é claro... Do que se trata?


Sara: É sobre o “acidente” que matou seu sócio Júlio e o empresário Cássio Andrade.


Fernanda entrava em choque.


 



 


 


Vigésimo Nono Capítulo



Sara: Será que poderíamos conversar um instante?


Fernanda: Mas é claro... Do que se trata?


Sara: É sobre o “acidente” que matou seu sócio Júlio e o empresário Cássio Andrade.


Fernanda (fingida): Ah sim! Fiquei sabendo da morte trágica do Júlio Lopes. Muito triste... Descobriram a causa da explosão?


Sara: Ainda não... Mas estou certa que iremos descobrir.


Fernanda: Ótimo. Me mantenha sempre informada querida. Mas... Porque veio até aqui?


Sara: Bem... Na verdade eu vim aqui para saber se você sabe de alguma coisa que nos ajude.


Fernanda: Como por exemplo...?


Sara: Como por exemplo, o fato de Júlio Lopes está no carro com o empresário Cássio Andrade. Já que, até a época de seu pai, Flávio Amorim, eles eram grandes rivais.


Fernanda (finginda): Bem, eu não sei exatamente... Para ser sincera, você me mostrou um lado do Júlio Lopes, que eu não conhecia. Não sei por que ele estaria com nosso rival... Sei que poderia ser muita ousadia de minha parte, mas, será que ele armaria algo contra a ConstruMarket?


Sara (estranhando o comportamento dela): É uma pista... Suponhamos que isso seja verdade. Sabe de alguém que descobriu esse plano dele e armou sua morte? Alguém que teria um propósito para isso?


Fernanda: Não. Ninguém que eu conheça seria capaz de tal barbaridade


Sara: Por que... Me desculpe se eu estiver lhe ofendendo, a única pessoa no “topo” para querer que algo como isso acontecesse, seriam os próprios donos da empresa.


Fernanda: Está desconfiando de mim detetive Sara Barcellos?


Sara (sorri): Imagina. É apenas uma hipótese... Falando nisso, fiquei sabendo que sua irmã foi expulsa dessa mansão e que agora você é a herdeira absoluta... Como é que é esse caso?


Fernanda (fica séria): Me desculpe detetive, mas da minha vida pessoal, eu não preciso te contar.


Sara: Tem razão. Bem... Eu preciso ir...


Fernanda: Eu te acompanho até a porta.


Sara: Não precisa. Eu sei o caminho... Passar bem.


Fernanda sentia um certo clima de desconfiança.



DOIS ANOS SE PASSAM.



Era uma noite fria em Salvador. Na prisão, após dois anos preso, Romeu com mais outros colegas de cela, conseguiam negociar com um carcereiro, que armava um esquema para liberá-los para fora da cadeia. Pulando a alta grade, eles fugiam as escondidas. O grupo se separava e, naquele instante, era cada um por si. Romeu ia pela sombra, seguindo de volta a metrópole.



ConstruMarket...


Fernanda estava em seu escritório presidencial, bebendo a um uísque em sua varanda particular, com vista à bela Avenida Tancredo Neves. De repente, era surpreendida por Marcos, que, pelas costas, a acariciava. Os dois estavam tendo um caso.


Marcos (beija o pescoço dela): E então Fernanda... Está pronta?


Fernanda: Estou prontíssima.


Marcos: Então vamos descendo. Tem milhares de convidados lá embaixo nos esperando para nossa festa de noivado.


Fernanda (sorri): Claro... (beija-o).



Aeroporto de Salvador Deputado Luís Eduardo Magalhães...


Chamada: “Atenção para os passageiros do vôo 197 com direção para Paris. Dirijam-se ao portão 4 para embarque”.


Simone: Parece que nosso vôo chegou.


Carlos: É. Temos que ir...


Betty: Ah meu filho! Precisa mesmo ir para Paris?


Carlos: Mãe... Não fica grilada. É minha chance para me formar em uma excelente universidade na França. Na verdade, para mim e para a Simone.


Betty: E sua mãe querida? Concorda com essa viagem?


Simone: Bem é que... Na verdade ela não sabe que estou indo para Paris com o Carlos.


Betty: O quê?! Você está doida? Ela vai acabar descobrindo tudo e vocês vão se dar muito mal com isso!


Simone: É porque ela não aprova meu namoro. Então, foi a única forma que achei para não contrariar a madame de ferro “Silvia Medrado”.


Carlos (ri): Pois é... A gente vai ficar bem.


Betty (sorri): Está certo... Boa sorte para você meu filho. (abraço-o). E para você também querida (abraça-a).


Simone: Nas férias a gente promete que volta para te visitar.


Carlos: Bem... Agora precisamos ir. Falou mãe. (afastam-se)


Betty (fala alto): Até meu filho... Vê se telefonam.


Simone (de longe): Pode deixar!


Ela olhava os dois até entrarem no portão quase chorando. Era início de uma nova vida.



ConstruMarket...


A festa de noivado continuava animada. A música era com banda ao vivo, ao som de piano e saxofone. Os convidados bebiam, comiam e conversavam alegremente com Marcos e Fernanda. Em um certo momento, era proposto um brinde a ser feito aos noivos. Fernanda então, pedia ao garçom, duas taças de champagne. Ela pegava a bandeja e secretamente, acrescentava a uma das taças, um veneno letal. O brinde era feito e todos bebiam. Marcos se afastava, como se fosse ir a algum lugar, quando começava a sentir uma dor crescente em seu estômago. Ele virava-se e olhava para Fernanda. Ele sabia que aquilo tinha sido feito por ela, porém, era tarde demais. Ele caia no chão morto entre as pessoas, que espantadas, tentavam socorrê-lo. Ao contrário de Fernanda, que apreciava a cena.


 


 



 


Trigésimo Capítulo



Marcos caia no chão morto entre as pessoas, que espantadas, tentavam socorrê-lo. Ao contrário de Fernanda, que apreciava a cena.


Fernanda (finge-se de desesperado): Marcos! Acorde Marcos!... Meu Deus! Alguém chame uma ambulância!



AS HORAS SE PASSAM.



A ambulância, assim como a polícia, chegavam ao local e era decretado que Marcos Costa estava verdadeiramente morto. Fernanda fingia-se de triste e totalmente desesperançada, sentada a um sofá apenas chorando com as mãos sob a face e de cabeça baixa, quando a detetive Sara aproximava-se.


Sara: Fernanda...


Fernanda (levanta o rosto): Detetive Sara...


Sara (séria): Meus sinceros pêsames pela morte de seu noivo.


Fernanda: Obrigada... Descobriram a causa da morte dele?! Foi infarto?!


Sara (senta-se ao sofá): Ainda não sabemos nada. Mas deve ter sido infarto mesmo. O corpo será levado para exame... Esperamos encontrar a resposta para isso.


Fernanda (fingida): Foi tudo tão horrível! Estava um noite tão mágica, para simplesmente, terminar em uma tragédia! Não me conformo! (chora).


Sara (duplo sentido): É mesmo muito triste Fernanda... Principalmente quando todos, a sua volta, morrem não é?


Fernanda (olha para ela diretamente): Como? Não entendi...


Sara: Você mal tinha encontrado seu pai, já tinha um carinho tão grande por ele, mas terminou em morte não é? Ou seu sócio que morreu misteriosamente e ainda nem sabemos a causa disso... E agora, seu tão “querido” noivo.


Fernanda (fingindo-se de ofendida): Você está querendo dizer algo com isso detetive?!


Sara (sorri): Nada Fernanda. Estou apenas... Compartilhando de sua tristeza. (pausa) Bem... Preciso ir. Nos falaremos mais... Tchau. (vira-se e vai embora).


Fernanda (olhar fatal): Vaca...



NO OUTRO DIA.



Amanhecia um novo dia em Salvador e Julieta assistia a TV, quando via a notícia da morte de Marcos Costa e o depoimento “triste” de Fernanda.


Julieta: Mais que mulher canalha e falsa!


Lucas (aparece na sala): O que foi?


Julieta: Fernanda! Ela com certeza deve ter matado o Marcos e ainda tem a cara de pau, de fazer esse rosto de anjo!


Lucas: A Fernanda é mesmo uma mulher doente e obsessiva. É capaz de fazer qualquer coisa, para conseguir o que quer! Impressionante...


Julieta: Mas ela vai acabar sendo presa. Se depender de mim, eu vou conseguir isso! Mas é muito difícil... Ela não é tão boba para deixar pistas que a incrimine. Podem até desconfiar dela, mas não há o que prove sua culpa. A morte do Marcos, por exemplo, poderia ser qualquer um naquela festa com várias pessoas.


Lucas: É verdade... Bem, agora eu preciso ir para meu trabalho.


Julieta (levanta-se do sofá): E eu vou lavar aquela louça na pia...


Lucas: Julieta... Eu já disse que não precisa fazer isso como obrigação. Você é minha hóspede.


Julieta: Lucas, eu agradeço muito sua hospitalidade nos últimos 2 anos, mas eu preciso fazer algo para recompensá-lo. (pausa) Agora vá trabalhar...


Lucas: Volto à noite.


Julieta: Está bem.


Ele fechava a porta e ela, pensativa, respirava fundo e seguia para a cozinha.



Igreja...


Neuza estava em mais um dia, atendendo pessoas com seus “poderes” de vidente nas cartas e nos espíritos.


Dulcinéia (animada): Bom dia dona Neuzinha! Sou muito sua fã!


Neuza (sorri): Fico honrada querida. Qual é seu nome mesmo?


Dulcinéia: Meu nome é Dulcinéia.


Neuza (estranha): Dulcinéia?!


Dulcinéia: Sim... Por quê?


Neuza (mentindo): Não... Nada... É que tenho uma sobrinha com esse nome. Então, vamos começar. (estala as mãos) Você quer ver o futuro nas cartas ou quer falar com seu marido falecido?


Dulcinéia: Nossa! É exatamente isso que quero! Você é vidente mesmo hein?!


Neuza (mentindo): Pois é... Bom... Vamos lá.


Ela fechava os olhos, respirava fundo, fazia alguns barulhos de tique nervoso e começava a fingir que a alma do marido de Dulcinéia estava entrando no corpo dela, a partir de um ataque excessivo, parecido com epilepsia.


Dulcinéia: Oh! Minha nossa senhora! Essa mulher vai ter um infarto! Um médico!


Neuza (fala com a voz grossa, fingido ser um homem): Dulcinéia? Meu “Dulci de morango”? É você?


Dulcinéia: Narivaldo! É você mesmo! Só você me chamava de “Dulci de morango”! Meu amor!


Neuza (voz grossa): Você mudou um peteado?


Dulcinéia (mexendo nos cabelos): Sim! Gostou?


Naquele instante, uma mulher furava a fila correndo e entrava entre as cortinas sem ser chamada.


Betty: Neuzinha! Ainda bem que te encontrei!


Neuza (fala normal): Betty?!


Dulcinéia: Cadê o Narivaldo?!


Neuza (olha para ela): Cala a boca que o papo não é com você... (olha para Betty) O que você está fazendo aqui?!


Betty: Preciso de sua ajuda!



Clube Caminho das Árvores...


Naquele momento, Marinalva estava aos beijos em seu escritório com Cacá, que agora, estava apenas amando a ela.


Marinalva: Eu nunca pensei que eu fosse amar de novo sabia? Principalmente alguém tão lindo como você...


Cacá: Nem eu pensei que ia encontrar uma mulher tão linda, amadurecida e tão companheira, como você.


Marinalva: Eu te amo Cacá. (beija-o).


Cacá: Eu também... Ah! Eu tenho uma coisa para te perguntar.


Marinalva: Hummm... O que é?


Cacá (ajoelha-se): Marinalva... Quer casar comigo?


Ela o abraçava de felicidade.



Casa de Lucas...


Era por volta das 13 horas, quando alguém batia na porta e Julieta corria para atender.


Julieta (abre a porta e se impressiona): Romeu...!


Os dois se entreolham.


 



 


Trigésimo Primeiro Capítulo


 



Era por volta das 13 horas, quando alguém batia na porta e Julieta corria para atender.


Julieta (abre a porta e se impressiona): Romeu...!


Romeu: Julieta...


Os dois ficavam parados se entreolhando. Julieta estava quase chorando de felicidade, quando na intensa vontade de finalmente tocá-la, Romeu a agarrava e os dois se beijavam no calor da paixão. Matada a saudade, eles se entreolhavam novamente, abafados pela respiração intensa.


Julieta (tocando em seu rosto): Eu pensei que eu nunca mais fosse de te ver!


Romeu: Então você sabe não é? Sabe que eu não matei seu pai!


Julieta: Claro que sei meu amor!... Desde o dia em que Fernanda mostrou seu verdadeiro caráter. (beija-o). Não é bom ficarmos aqui fora... Vamos entrar.


Romeu (entrando na casa): Porque você nunca me visitou na cadeia se sabia que tudo aquilo era armação?!


Julieta: Porque eu tive vergonha... Vergonha que você não querer mais olhar na minha cara! Achei que não me perdoaria por tê-lo colocado naquela situação.


Romeu (abraça-a): Mas é claro que te perdoaria... Você era apenas uma vítima da situação. (beija-o).


Julieta: Mas peraí... Como está aqui... Se só se passaram 2 anos?


Romeu: Eu tive que fugir de lá. Não agüentaria passar anos preso por uma injustiça! Preciso fazer isso com minhas próprias mãos!


Julieta: Eu entendo... Também estou tentando, mas é difícil... Não há como virarmos o jogo...


Romeu: Claro que há Julieta! Sempre há um jeito! (muda de assunto) Mas então... É aqui que você está morando agora?


Julieta: Sim. Como conseguiu me achar?


Romeu: Você é filha de Flávio Amorim. Vi notícias de seu despejo. O resto, foi fácil descobrir.


Julieta: Não sabe o quanto eu queria te tocar... Te ver... Mas você não pode ficar aqui! Essa casa não é minha! E o dono é um policial. Pode acabar te enrascando...


Romeu: Claro. Eu entendo. Preciso ir agora... Eu voltarei daqui alguns dias... (beija-a).


Julieta: Estarei de esperando.


Romeu (sorri): Até logo. (fecha a porta).



Igreja...


Já era por volta das 16 horas e Neuza conseguia dispensar as clientes por aquele dia, para ouvir o que Betty tinha para te dizer.


Neuza: Pronto. Agora estamos á sós... O que está acontecendo mulher de tão desesperador?!


Betty: Neuza... Eu estou falida! (chora) Meu marido morreu em uma explosão de carro e desde então, eu tive que sustentar a casa!


Neuza: Meu Deus... Sinto muito querida. E como tem se virado?


Betty: No início tive que vender meu apartamento, minhas jóias, porque nossas economias não eram muitas... Confesso que sempre gastei muito e por isso, nunca tive preocupações quanto a isso. Depois, por sorte, meu marido era um homem influente e conhecia muitos empresários... Consegui um emprego como secretária na empresa de um desses amigos dele.


Neuza: Pelo menos tem um emprego fixo.


Betty: Mas não é o suficiente, pois moro de aluguel e preciso pagar o condomínio e as despesas! Na verdade, agora está até sendo menos apertado porque o Carlos viajou com a namorada dele Simone para a França para ganhar a vida por lá e sempre me garantir um bom dinheiro enviado.


Neuza (fala baixo): Garoto esperto... (volta ao assunto) Mas então... No que exatamente posso te ajudar?


Betty: Bem... Vejo que seu trabalho aqui, lucra muito. Eu poderia ser sua assistente ou algo assim. Será que pode ser?


Neuza (pensativa): Hummm... Vou ver o que posso fazer por você. (pisca o olho). Agora eu preciso ir menina! A Marinalva vai se casar daqui a pouco... Você a conhece... Não gostaria de ir?


Betty: Muito obrigada Neuzinha! Sim... Eu posso ir.



Farol da Barra...


Começava a chegar mais pessoas para o casamento entre Cacá e Marinalva. O noivo já esperava no altar ansioso, todo arrumado como raro costume, enquanto Marinalva nervosa se arrumava para o grande momento. Em minutos mais tarde, como a marcha nupcial. Cacá olhava para a porta, de onde saia sua noiva tão encantada. Todos se levantavam e observavam lentamente o caminhar dela, até o altar.


Cacá (sorri): Você está linda...


Marinalva: Eu te amo.


A cerimônia seguia perfeita do início ao fim, aos ventos que vinham do mar para a parte superior do Farol da Barra, aonde tudo acontecia. Com o ar de liberdade, o clima da cerimônia era acompanhado pelo pôr-do-sol de Salvador. Quando finalmente chegava à hora...


Padre: E você... Marinalva Passos, aceita Caio Beltrão como seu legítimo esposo?


Marinalva (olha para ele): Aceito.


Padre: Você... Caio Beltrão aceita Marinalva Passos como sua legítima esposa?


Cacá: Aceito.


Padre: Então pode beijar a noiva.


Os dois se beijavam apaixonadamente, enquanto todos batiam palmas.



NO OUTRO DIA.



Era um novo na capital baiana. A vizinhança da Barra já estava movimentada, quando Neuzinha, com seus óculos redondos e escuros, batia na porta da casa de Lucas.


Neuza: Ô de casa!


Julieta (abre a porta): Ah! Bom dia Neuzinha!


Neuza: Bom dia Jujú... Desculpe incomodar... Mas será que você tem um pouco de café? É que na minha casa já acabou..


Julieta (sorri): Na sua casa sempre não tem nada não é mesmo? Mas eu vou te dar sim. Entre...


Neuza: Com licença...


As duas se dirigiam até a cozinha, quando Neuza notava a baixa estima de Julieta.


Neuza: Menina, não é por nada não, mas eu tô sentindo uma energia triste no seu corpo.


Julieta: Você e seus "poderes"... Mas você está certa. Tô desanimada.


Neuza: E porque uma mulher tão linda como você estaria assim?


Julieta: É porque aquele meu namorado que foi preso injustamente voltou. Ele conseguiu fugir da cadeia e agora a gente quer provar a inocência dele... Mas é difícil provar que a Fernanda é a verdadeira culpada pelas mortes.


Neuza: A Fernanda Amorim?!


Julieta: Sim... Por quê?


 


 



 


Trigésimo Segundo Capítulo



Neuza: A Fernanda Amorim?!


Julieta: Sim... Por quê?


Neuza (gagueja): Não... Não é por nada...


Julieta: Hummm... Aqui está seu café.


Neuza: Ah! Brigada querida. Bem... Eu preciso ir.


Julieta (caminha até a porta): Eu te acompanho até a porta.


Neuza: Gentileza a sua...


Julieta (abre a porta): Até mais dona Neuzinha.


Neuza: Bye, bye.


Julieta (fecha a porta): Eu hein? Que estranho...



Mansão dos Amorim...


Fernanda estava dormindo profundamente em sua cama, quando em meio à luz do sol que começava a bater em seu rosto através das cortinas brancas, abria seus olhos instantaneamente. Ela levantava-se, caminhava até seu banheiro enorme, tomava um banho gelado, se enxugava, se olhava diante do espelho e seguia para o seu closet. Abrindo o armário com mais de mil opções de sapatos e roupas diferentes, escolhia um de cada qual, vestia-os e se maquiava. Quando estava bela e produzida, olhou novamente para o espelho.Fernanda (ri): Gostosa! Sem o Marcos... Agora sim, meu reino está apenas começando...! Descia as escadas poderosas, até seus empregados enfileirados, a ajeitarem na mesa, com um café da manhã excepcional. Terminava de comer, escovava os dentes e caminhava até sua BMW. Seu motorista abria a porta dos passageiros.


Fernanda: Por hoje não Jarbas. Eu mesma irei dirigir.


Jarbas: Perfeitamente senhora. (abria a porta do motorista).


Ela entrava no automóvel, ligava o carro e dirigia-se até a ConstruMarket. Para uma nova “Era” na empresa.



Igreja...


Neuza e Betty iam até a igreja, falar com Padre João, quando o encontrava sentado a mesa, contando a bolada de dinheiro que havia faturado.


Neuza (cantando): Padre João...


Padre João (animado): Neuzinha?! O que faz aqui? Hoje não precisa trabalhar... Tire o dia de folga.


Neuza: É exatamente disso que eu quero falar meu querido.


Padre João: Ah! Antes de tudo! Está aqui sua parte do dinheiro.


Neuza (olho gordo): Obrigada. Mas então... Meu querido padre João... Você sabe que nesses últimos dois anos, venho trabalhando arduamente nessa igreja e que eu não tenho nenhum dia de folga...


Padre João: Sim... Mas eu estou te dando um dia, hoje.


Neuza (gagueja): É... Mas... Mas... O que importa! É que não tenho férias prolongadas e eu preciso descansar. Sei que precisaria de alguém para ficar no meu lugar, então por isso... Eu trouxe essa daqui. Betty Lopes.


Betty: Prazer senhor Padre João!


Padre João: Mas o que é isso?! E nossos negócios?!


Neuza: Eu voltarei sempre que eu puder padre... Mas por enquanto, dê essa ajuda para ela.


Padre João (fala entre os dentes): E como vai ficar a distribuição do dinheiro?


Neuza: Simples. Você fica com seus 50%... Ela fica com 20% e eu com 30%. Pronto!


Padre João: E ela vai conseguir incorporar a cartomante?


Neuza: Você vai ter o dia todo para ensinar a ela!


Betty: Sem contar... Que já fui atriz de teatro. Eu consigo enrolar também.


Neuza: Pois é... E então? Negócio fechado?


Padre João (olha para as duas): Negócio fechado! Mas só por um tempo viu?



Costa do Sauípe...


Enquanto isso, Cacá e Marinalva estavam em lua de mel e acordava da primeira noite de núpcias. Felizes, comiam o café da manhã, no quarto mesmo, sentados na beira da cama, se beijando. Mais tarde, curtiam o dia na piscina, no mar e em caminhadas, percorrendo todos os hotéis do resort e suas áreas verdes. Os dois viviam momentos especiais.



AS HORAS SE PASSAM.



Casa de Rita...


Neuzinha estava usando óculos escuros discretos, com um pano enrolado na cabeça, para ninguém da vizinhança vê-la na casa de sua rival. Subindo as escadas da residência, ela temia bater na porta, quando era surpreendida com ela se abrindo sozinha. Rita estava de saída e se espantava.


Rita: Neuzinha?! É você?! (ri).


Neuzinha: Psiu! Fale baixo! Ninguém pode me ver aqui!


Rita: E o que você veio fazer até aqui?


Neuzinha: Bem... Eu... Eu preciso... Da sua ajuda.


Rita (surpresa): É o quê?!



 


 


Trigésimo Terceiro Capítulo



Neuzinha: Eu... Eu preciso... Da sua ajuda.


Rita (surpresa): É o quê?!


Neuzinha (de cabeça baixa): É isso mesmo que você ouviu...


Rita (ri): Ora, ora, ora... Neuza Caribé, ou melhor falando, Raposa do Cabaré, me pedindo ajuda... É... O mundo vai acabar mesmo.


Neuzinha: Você vai ficar tirando sarro da minha cara ou vai me ajudar?!


Rita: O que eu ganho com isso?


Neuzinha: Hummm... Um novo babado, quem sabe...


Rita (desconfiada): Sei... Pode entrar...


Neuzinha (observando): Meu Deus! Que casa suja! Empoeirada!


Rita: Êpa! Te deixei entrar... Mas não te dei ousadia para falar da minha casa!


Neuzinha: Tem razão. Desculpe.


Rita: Mas então... O que quer de mim?


Neuzinha (senta-se no sofá): Ritinha... Todos da vizinhança sabem que você é a fofoqueira número 1 de Salvador. Por isso... Preciso saber tudo que você sabe de Fernanda Oliveira Amorim.


Rita (senta-se no sofá): Aquela mulher da vizinhança que não falava com ninguém? Uma metida? Que largou o coitado do Lucas e agora é rica?!


Neuzinha (sorri): Exatamente.


Rita: Não sei muito da vida dela não...Neuza ficava séria, notando um ar irônico na fala da sua, até então, ex-rival. Por isso, ela entregava a fofoqueira R$ 50,00.


Rita (pega o dinheiro e coloca no sutiã): Bom... Sendo assim, eu só sei que ela tinha um caso com o taxista Cacá.


Neuzinha (pensativa): O Cacá... Vai servir de grande ajuda...



AS HORAS SE PASSAM.



Casa de Lucas...


A detetive Sara aproximava-se da residência e tocava a campainha.


Julieta (abre a porta): Detetive Sara... Há quanto tempo... O que faz aqui?


Sara (sorri): Pois é... Nosso último encontro foi há seis meses pelo menos. (pausa) Será que posso entrar?


Julieta: Claro...


Sara: E então Julieta? Como vai a vida?


Julieta: Tentando levar... E sempre buscando justiça. Me desculpe voltar com a pergunta detetive, mas o que a trouxe aqui?


Sara (vira-se para ela): Fernanda Oliveira Amorim.


Julieta: Então... Você sabe de algo que a incrimine?


Sara: Julieta... Eu só estou acreditando na inocência de Romeu Andrade agora, pelo motivo de Fernanda ter te expulsado do poder, e pela morte extremamente misteriosa do marido dela, Marcos Costa. É tudo muito estranho. Por mais que as provas não apontem para ela, quem sabe de toda a história, também sabe que ela é a culpada. Porém... Não há nada que a incrimine.


Julieta: Não é possível! Sempre há alguma coisa!


Sara: Agora me diga... Romeu Andrade fugiu da cadeia e você sabe disso... Ele está morando aqui?


Julieta: Não. Ele já veio até aqui, no entanto não mora. Essa casa nem é minha... Mas por favor, não o prenda! Principalmente agora que está desconfiada de Fernanda!


Sara: Está bem. (pausa) Vim aqui apenas para informar isso. Passar bem.


Julieta: Até mais...



ConstruMarket...


Era noite e Fernanda estava em seu escritório, checando alguns documentos, quando alguém batia na porta.


Luciana: Com licença dona Fernanda...


Fernanda: Para você é senhora Fernanda... Secretária.


Luciana (abaixa a cabeça): Perdoe-me.


Fernanda: Diga logo o que você quer!


Luciana (gaguejando): A... A... A im...


Fernanda (nervosa): Fale de uma vez!


Luciana: A imprensa está toda presente no térreo do prédio. E os executivos principais da empresa, também compareceram.


Fernanda: Ótimo. Anuncie minha chegada ao palco.


Os minutos se passaram. Fernanda ajeitava seu cabelo, se olhava no espelho mais uma vez e caminhava em passos agudos, com seu salto alto nos corredores do último andar, enquanto todos se por ali estavam, davam meia volta ao vê-la. Ela pegava o elevador e seguia até o palco, em meio aos flashes das fotos tiradas a cada segundo pela imprensa.


Fernanda (séria): Obrigada pela presença de todos nessa reunião importante e aberta a todos. Como sabem, nos últimos dois anos, estou assumindo a empresa, desde que meu pai (finge um pouco de triste) morreu... Agora com a morte recente do meu marido Marcos Costa também, estou mais do que determinada a levantar essa empresa com unhas e dentes! Por isso... Uma nova era na ConstruMarket vai começar! Agora, uma nova equipe será formada, uma nova qualidade... Uma verdadeira revolução! A partir de hoje, teremos novos projetos para fora do país! Sem mais São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, João Pessoa e Recife. Estaremos agora, construindo para o mundo!



Bairro da Barra...


Julieta estava voltando para casa, após uma caminhada na orla, quando encontrava Neuza pela vizinhança.


Neuza: Julieta! Ainda bem que eu te encontrei!


Julieta: O que foi Neuzinha?


Neuza: Aquilo que outro dia você me contou sobre a Fernanda Amorim... Eu... Decidi te ajudar e achei uma informação interessante para você recomeçar esse caso!


Julieta (anima-se): E o que seria isso?!


Neuza: O taxista Cacá! Ele era amante de Fernanda! Ele pode nos ajudar! Mas olha... Não conte nada ao Lucas... Ele pode ficar nervoso se souber quem era o amante da sua ex-mulher.


Julieta: Está bem. Amanhã falaremos mais disso. Até mais.


Neuza: Bye,bye.



Casa de Lucas...


Julieta subia as escadas da casa e colocava a chave para abrir a porta, quando era surpreendida por Romeu.


Julieta (espanta-se): Romeu! (acalma-se) É você...


Romeu: Sou eu sim Julieta! Senti muita a sua falta! (abraça-a).


Julieta: Não podemos ficar nos agarrando aqui fora... Vamos entrar...


Romeu: Eu não agüento mais de saudade! (beija-a).


Os dois entram apressados na residência se beijando loucamente, até caírem no sofá, continuando a apaixonante cena. De repente, em poucos minutos, a porta novamente se abria...


Lucas (surpresa): Julieta?! Quem é esse cara?!


Julieta: Lucas... Eu posso explicar...


Lucas: Pera aí! Eu to te reconhecendo... É aquele cara que fugiu da cadeia!


Ele e Romeu se entreolham.



 


 


Trigésimo Quarto Capítulo



Julieta: Lucas... Eu posso explicar...
Lucas: Pera aí! Eu to te reconhecendo... É aquele cara que fugiu da cadeia!
Romeu: Por favor, se acalme... Eu explicarei o que está acontecendo...
Lucas (aproxima-se violento): Não tem nada para explicar! Você é um criminoso!
Julieta (coloca-se em sua frente): Não Lucas! Espere! Ele foi preso e fugiu... É verdade... Mas ele não cometeu o crime no qual foi julgado!
Lucas: Do que você está falando?
Julieta: Ele é Romeu Andrade. A Fernanda assassinou meu pai e colocou a culpa nele! Ele foi preso injustamente pela acusação de sua ex-mulher!
Lucas (pensativo): Meu Deus! Então é esse... O homem de que tanto falou...
Julieta (acalma-se): Sim... E nós vamos precisar de sua ajuda.
Lucas: Se for para acabar com a Fernanda, pode contar comigo!



NO OUTRO DIA.



Igreja...
Era por volta das 9 horas e Betty estava em seu primeiro dia como cartomante. Só que ao invés de seu nome, foi apelidada de “Morgana: A cartomante”.
Padre João (passa entre as cortinas): Olha... Sua próxima cliente é pobre, viúva, mãe de cinco filhos e trabalha como empacotadora no supermercado. Ela quer apenas ver o futuro nas cartas.
Betty: Nossa! Mais como vocês são uns falsos viu?
Padre João: Pare de reclamar que você está precisando do emprego!
Betty: Está bem... Pode deixá-la entrar...
Dulcinéia: Oi Neuz... (pausa) Oxente! Cadê Neuzinha?!
Betty: Ela está de férias por enquanto...
Dulcinéia: E você é quem?
Betty: Me chame de Morgana.
Dulcinéia: Hummm... Então vamos começar logo com isso! (senta-se) Eu sou viúva do meu marido Narivaldo... Um homem tão bom... Mas então, queria ver se o futuro me reserva uma coisa boa sabe?
Betty: Vamos ver o que as cartas dizem... (pausa) Olha... Pelo jogo das cartas, você terá um futuro bom. Será promovida no sue emprego e ganhará outro trabalho em uma outra empresa. Sem contar que um amor lhe aguarda...
Dulcinéia (anima-se): Uai! E é mesmo?! E quem é?!
Betty: Isso as cartas não dizem... Mas seu futuro é bom. Porém, precisa cuidar dos seus filhos para terem boa educação.
Dulcinéia: Tá certo então! Muito brigada... Morgana! Até! (sai das cortinas).
Betty (fala consigo mesma): Caramba... Não sabia que enrolar alguém era tão fácil... Isso é que é ser crente...

Mansão dos Amorim...
Fernanda comia seu café da manhã tranquilamente.
Empregado: Precisa mais de alguma coisa, senhora Fernanda?
Fernanda: Traga-me o jornal.
Emprego: Perfeitamente... (em pouco tempo volta a mesa de jantar) Aqui está madame.
Fernanda (pega o jornal e folheia): Está certo... (olha para o empregado) O que é?! Está esperando o quê?! Volte para a cozinha!
Emprego (gaguejando): Claro. Como quiser...
Ela passava as páginas, até que lia uma manchete que lhe espantava: “Romeu Andrade foge da cadeia, após dois anos preso”.
Fernanda: O quê?! Romeu... Está foragido?!



Salvador Trade Center...
Julieta chegava ao escritório de advocacia do, até então, advogado de Fernanda, a partir das informações que a detetive Sara Barcellos que dava.
Paulo: Bom dia senhora...?
Julieta: Julieta Amorim, senhor Hansen.
Paulo (reconhece o nome): Julieta Amorim?... O que atrás até aqui?
Julieta: Eu sei que você era advogado da minha irmã, Fernanda Oliveira Amorim, há dois anos atrás.
Paulo: E aonde quer chegar com isso?
Julieta: Eu quero dizer senhor Hansen, que foi o senhor que fez aquele, no qual assinei, dando total poder dos meus bens, a minha irmã.
Paulo: Sim. Fiz aquilo a pedido da minha cliente...
Julieta: Mas deve saber que ela é uma criminosa e já matou três pessoas!
Paulo: Eu não sei de nada senhora Julieta, se é o que quer saber, mas desconfio disso também, no entanto, sem nenhum prova.
Julieta: Só que eu não vim aqui conseguir seu depoimento. Eu quero que você me passe uma cópia do documento que assinei para minha irmã. Preciso de seus conhecimentos judiciais para me ajudar a detê-la!
Os dois se entreolham.

Casa de Marinalva e Cacá...
Neuza andava pelo quintal da casa de tamanho médio, quase uma mansão, porém simples, onde Marinalva e Cacá estavam morando.
Neuza (toca a campainha): Marinalva! É a Neuzinha!
Marinalva (abre a porta): Oi Neuza! Tudo bem?
Neuza: Tudo sim. Como foi a viagem para Costa do Sauípe?
Marinalva: Maravilhosa. Mas o que a trouxe até aqui?
Neuza: Preciso falar com Cacá... Será que posso?


 


 


 


Trigésimo Quinto Capítulo



Neuza: Preciso falar com Cacá... Será que posso?


Marinalva (estranha): Claro. Sem problemas... Mas... É algo grave?


Neuza: Não exatamente. Mas é urgente. Onde ele está?


Marinalva: No jardim dos fundos...


As duas caminhavam até o quintal, onde Cacá estava sentado fumando a um cigarro, olhando para o mar.


Neuza: Cacá...


Cacá (surpreso): Neuzinha? O que faz aqui?


Neuza: Preciso falar urgente com você...


Cacá: Pode falar...


Neuza (vira-se): Queira me desculpar, mas é particular Marinalva.


Marinalva: Sem problemas... Estarei na sala de estar. (entra na mansão).


Cacá: Então? O que é?


Neuza (senta-se): Cacá... Eu sei que você teve um caso com a Fernanda Oliveira Amorim e preciso de sua ajuda para detê-la.


Cacá (nervoso): Eu não sei do que está falando...Neuza: Sabe sim Cacá. E não precisa me esconder. Vim aqui porque a vida de um inocente está em jogo! Assim como a vida destruída de Julieta Amorim!


Cacá (respira fundo): Está bem. Mas o que quer exatamente?


Neuza: Você seria corajoso para fazer um testemunho contra Fernanda? Acusando-a de ser a assassina de Flávio Amorim, de Júlio Lopes e de Marcos Costa?


Cacá: Neuza... Eu não posso...


Neuza: Mas porque não?! Isso é muito importante!


Cacá: Neuzinha... Eu vou te contar isso, pois eu confio em você. (respira fundo) Fernanda matou sim Flávio Amorim. É verdade. Porém... Fui eu que a ajudei! Ela arquitetou também a explosão do carro de Júlio Lopes, mas fui eu que instalei a bomba! Eu serei preso por ser cúmplice!


Neuza: Meu Deus...! Eu não sabia. (segura a mão dele) Mas é muito importante Cacá. Eu te prometo que quando isso acabar, nós entraremos com uma ação de hábeas corpus! Assim, você irá responder o processo em liberdade... Não há do que temer vindo de nós! Por favor...


Cacá: Está bem. Agora... Sobre a morte do Marcos Costa. Eu não sei nada. Ela terminou comigo quando começou a ter um caso com esse cara...


Neuza: Pera aí! Você disse caso?!



Mansão dos Amorim...


Fernanda estava em seu casarão, agoniada, andando de um lado para o outro no seu enorme quarto, falando ao celular.


Fernanda: “Jacaré”... Aqui é Fernanda Amorim.


Jacaré: Fala dona...


Fernanda: Descobriu onde está Romeu Andrade?


Jacaré: Tô aqui na área dele.


Fernanda (intrigada): Ah é? E aonde ele se esconde?


Jacaré: Na favela “Vale das Pedrinhas”. Parece que ele alugou um quarto em uma dessas casas da comunidade.


Fernanda: Vale das Pedrinhas hein? Esse cara vai se arrepender muito de ter fugido da cadeia...


Jacaré: E então? Qual será o próximo passo?


Fernanda: Não se preocupe que dessa vez, não haverá rodeios... (pausa) Pode matar. E não esqueça de trazer a cabeça pra mim. (ri).



AS HORAS SE PASSAM.



Restaurante Barravento...


Já era noite e Lucas ia ao restaurante Barravento que tem maravilhosa vista ao farol da Barra. Sentado a uma das cadeiras do balcão, ele apreciava o lugar.


Garçom (aproxima-se simpático): Oh amigo! Apreciando a vista?


Lucas (vira-se): Ah sim! Pois é... É muito linda essa vista.


Garçom: Verdade. Eu tenho sorte de ver isso todo dia. E então? Vai pedir alguma coisa?


Lucas: Sim. Me dá uma cerveja.


Garçom: Pode deixar... Em alguns instantes, ele aparecia novamente com a cerveja. Agradecendo, Lucas olhava para o lado quando via uma mulher, também sentada ao balcão, sozinha, chorando aos prantos, enquanto se embebedava.


Lucas: Com licença senhora... Eu não quero te incomodar... Mas está tudo bem?


Silvia (raivosa): Do que te interessa?! Todos vocês homens são iguais! Mentirosos! Safados! Traidores!


Lucas (fica sério): Me desculpe. Só queria ajuda. (dá as costas).


Silvia (acalma-se): Me perdoe... Eu não fiz por mal. Estou apenas tendo um péssimo dia.


Lucas (vira-se): Sem problemas... Bem... Eu não me apresentei. Meu nome é Lucas Garrido.


Silvia (aperta a mão dele): Silvia Medrado.


Lucas (estranha): Simone Medrado?


Silvia: Sim. Por quê?


Lucas: Você não é a dona daquela revista famosa? Magazine F?


Silvia (sorri): Sim. Eu mesma.


Lucas: Nossa! Olha, eu não acompanho sua revista, principalmente porque é uma revista feminina, mas eu já ouvi falar muito da senhora...


Silvia (desanima-se): Com certeza sim... Silvia Medrado: “A dama de ferro”. “A espanta maridos”. (chora).


Lucas: Acalme-se... Não precisa chorar. Eu ouço sim alguns fuxicos, mas eu apenas acredito na mulher determinada e bem sucedida que você é.


Silvia (sorri): Obrigada. Estou desse jeito apenas porque me separei do meu marido. (pausa) Já o segundo sabe?... Eu tenho uma filha, fruto do primeiro casamento, mas as brigas eram constantes e por isso, me divorciei. Depois... Que casei de novo, ela foi embora para a França, estudar. De fato um dos motivos, foi justamente esse meu casamento que terminou não dando certo.


Lucas: Sua filha deve amar muito você.


Silvia: Disso não duvido, mas para ela é difícil essa convivência... (enxuga as lágrimas) Sou uma mulher madura, já tenho mais de 45 anos, admito, mas quando a gente chega nessa idade e não encontra o amor de sua vida... Parece que nunca vamos encontrar.


Lucas (segunda a mão dela): Posso entender como é.


Ela olhava para a mão dele, tocando na sua e desviava novamente seu olhar, para a face de Lucas. Os dois se entreolhavam com ar romântico.



Bahia Café Hall...


Sara e Julieta estavam no restaurante, aguardando pela chegada de Neuza, que convocava o encontro, quando finalmente essa, chegava.


Neuza (aproxima-se): Olá... Desculpem o atraso. Foi o trânsito... E meu fusca não pega bem sabe?


Julieta: Está tudo bem Neuza. Mas porque nos chamou?


Neuza: Julieta... Eu disse que iria falar com o ex-amante de Fernanda. O taxista Cacá.


Sara: O senhor Caio Beltrão? E o que ele disse?


Neuza: Ele ficou aflito no início, mas acabou contando tudo. (pausa) O fato é que... Fernanda matou mesmo seu pai, Julieta e já temos como provar!


 



 


 


 


Trigésimo Sexto Capítulo



Neuza: Ele ficou aflito no início, mas acabou contando tudo. (pausa) O fato é que... Fernanda matou mesmo seu pai, Julieta e já temos como provar!


Julieta: Eu sabia que só poderia ter sido ela! Apenas precisava ter absoluta certeza disso!


Neuza: Mas não acaba por aí não... Ela arquitetou a explosão do carro de Júlio Lopes também. Agora... Ele não sabe nada sobre a morte de Marcos Costa. Pois Cacá e Fernanda já haviam terminado, desde que ela teve um caso com esse Marcos.


Sara: Você disse caso?


Neuza: Sim... Isso também me intrigou muito. Seria muito estranho esse relacionamento todo sem nenhum motivo.


Sara (pensativa): Verdade! Ela terminou com Cacá, exatamente para poder não ter ninguém que pudesse lhe ameaçar. Porque ter um caso e se casar principalmente com o Marcos Costa?


Julieta: A não ser que ele soubesse algo sobre ela.


Sara: Sim. Talvez... Ele sabia que ela matou seu pai e a chantageou.


Neuza: O pior é que ele já esta morto... Não tem como nos servir de ajuda. Sara. Há como nos ajudar sim! Ele não iria chantageá-la sem provas concretas para incriminá-la. Agora... Porque o senhor Caio Beltão não quis falar, já que Fernanda quase estragou com a vida dele?


Neuza: Pois ele seria preso como cúmplice. Ele a ajudou nos dois crimes. E eu prometi a ele que tentaríamos ajudá-lo.


Julieta: Claro que faremos isso! Apesar de tudo, ele não merece ser preso... Mas, por enquanto, temos que nos concentrar em resolver o caso. Depois, veremos o que pode ser feito por ele.


Sara: Exatamente. Agora, precisamos ir ao apartamento do Marcos Costa. Talvez encontremos algo importante por lá...


Julieta: A propósito... Consegui uma cópia do documento que Fernanda me fez assinar, pelas mãos do advogado Paulo Hansen.


Sara: Excelente! Precisamos de tudo para tentar botar essa mulher na cadeia o mais rápido possível!



Restaurante Barravento...


Silvia e Lucas conversavam a noite inteira, quando pagavam a conta e caminhavam na calçada da orla da Barra, até onde estava estacionado o carro dela.


Silvia: Muito obrigada mesmo pela conversa. Não sabe o quanto foi importante para mim...


Lucas (sorri): Também foi muito importante para mim.


Os dois se viram um para o outro e se entreolham.


Silvia: Bem... Eu já vou indo. Meu carro está bem aqui.


Lucas: Está certo. Mas... Pretende dirigir mesmo bebendo?


Silvia (sorri): Não. Eu tenho um motorista. Ele está dentro do carro.


Lucas: Ah tá! Então... Adeus...


Silvia: Adeus...


Ele dava um sutil tchau com a mão, virava-se e continuava andando até sua casa.


Silvia: Lucas! Espere!


Lucas: Sim...?


Silvia: Nos encontramos um dia desses?


Lucas (sorri): Claro.


Silvia: No mesmo lugar de sempre. Até mais.


Lucas: Até...


Ela fechava a porta do automóvel e seu motorista dirigia de volta a mansão. Lucas olhava o veículo se afastar, até não ver mais, enquanto pensava.



NO OUTRO DIA.


Igreja...


Era mais um dia para Betty, como “Morgana: A cartomante”. E suas clientes não paravam de chegar.


Betty (grita): A próxima!


Cíntia (entra pelas cortinas): Olá...


Betty (pega as cartas): Olá querida. Qual é o seu nome?


Cíntia: Me chamo Cíntia. É um prazer te conhecer...


Betty: Igualmente. E então? O que gostaria de ver no futuro das cartas?


Cíntia: Morgana... Cá entre nós... O assunto é muito pessoal, mas como tenham que dividir isso com você para me ajudar... Então... Eu quero saber se meu marido está me traindo.


Betty: Ah sim!


Cíntia: É porque venho estranhando esses dias às ligações dele... A demora do trabalho. Essas cismas de mulher. Então, queria tirar essa dúvida.


Betty: Está bem... Divida o baralho.


Cíntia: Pronto.


Betty: Vamos ver então... (interpreta as cartas) Sinto muito querida... Mas ele está te traindo mesmo.


Cíntia (espanta-se): Você está falando sério?! Não! Não é possível! Eu sou uma esposa tão dedicada... Não pode ser que ele tenha a cara de pau de fazer isso comigo! Onde você viu isso?!


Betty (estranha): Ué? Nas cartas...


Cíntia: Ah é?! Então o que elas estão dizendo?!


Betty: Veja só... Tem três cartas na mesa. “Rei”, “Rainha” e “número 6 paus”. “Rei” é igual a velho. “Rainha” é mulher jovem e paus... É paus mesmo. Ou seja... Homem velho está atrás de mulher jovem com paus.


Cíntia (revolta-se): Não pode ser verdade!... Você deve estar mentindo! Não é possível!


Betty: Minha filha... Você queria tirar a dúvida. Pois tirou! Vai brigar com sue marido... Não comigo!


Cíntia: Você é uma safada! Você deve está querendo acabar com meu casamento! Tem inveja de mim!


Betty: Mas eu nem conheço você! Ah! Quer saber? Seu marido não está te traindo não!


Cíntia: Mentirosa! Acabou de dizer que estava!


Betty: Mas você não estava acreditando em mim agora mesmo?!


Cíntia: Você quer me esconder à verdade! Eu vou embora daqui! (passa pelas cortinas).


Betty (sem entender nada): M... Mas... Que mulher doida!



AS HORAS SE PASSAM.



Favela Vale das Pedrinhas...


Já era de noite em Salvador e Romeu estava em seu quarto alugado nos morros da favela. Deitado na cama, olhando para o teto, enquanto pensava, era surpreendido com uma batida forte na porta.


Jacaré: Abre essa porta aê!


Romeu, silenciosamente, se levantava da cama e seguia vagarosamente até a porta. Olhava pelo olho mágico, quem era, e avistava dois homens altos com revólveres nas mãos. Ele se via no fim da linha.


 


 



 


Trigésimo Sétimo Capítulo



Romeu, silenciosamente, se levantava da cama e seguia vagarosamente até a porta. Olhava pelo olho mágico, quem era, e avistava dois homens altos com revólveres nas mãos. Ele se espantava.


Jacaré (grita): Abre essa porta!


Romeu ficava desesperado e olhava para todos os lados, procurando, naquele pequeno quarto, onde teria uma saída de emergência para ele.


Jacaré: Abre essa porta se não tu vai morrer rapaz!


Se vendo encurralado, Romeu quebrava a janela do dormitório, que era ouvido pelo capanga de Fernanda. Percebendo que ele iria fugir, Jacaré começou a arrombar a porta, quando, após três tentativas, conseguia entrar no local. Mas já era tarde demais. Romeu havia escapado pela janela e se misturava as pessoas da favela, enquanto corria. Não desistindo por ali, Jacaré perseguia o rapaz, até finalmente tê-lo em vista novamente. O coração de Romeu batia forte. E se esconder entre as casas, não daria muito certo para sua sobrevivência. Conseguindo despistar por alguns segundos da atenção do tal Jacaré, ele voltava a correr depressa, quando era surpreendido pelo parceiro dele, que o parava na sua frente.


Boca (ironiza): Achou que ia escapar é? (carrega a arma).


Jacaré (ri): É isso aê Boca! Agora eu quero ver pra onde ele vai fugir (ri).


Boca (aponta o revólver): Diga adeus...


Romeu não via como escapar. Qualquer movimento brusco lhe traria a morte. Ele apenas fechava os olhos, com sua face suada de nervosismo, quando era surpreendido com um tiro... Só que esse, não lhe acertava. E sim, ao tal “Boca”. Abrindo novamente os olhos, Romeu avistava a detetive Sara Barcellos, que havia acertado dois tiros no ombro e na mão do criminoso, que se espantava, largava a arma e corria com o Jacaré para não serem pegos.


Romeu (aliviado): Detetive Sara!


Sara (séria): Olá Romeu... Não tenha medo. Não vim te prender. Estou do seu lado agora...


Romeu: Como chegou até aqui?


Sara (sorri): A Julieta me disse que você havia falado onde estava se escondendo. Então vim falar com você e... Acabei te salvando. Sorte a sua...Romeu: Obrigado.Sara: Ande! Temos muito pra falar...



Mansão dos Amorim...


Fernanda (no celular): O quê?! Como assim não matou ele?!


Jacaré (nervoso): Não foi culpa nossa senhora! Estávamos prestes a matar o tal Romeu!


Fernanda (grita): Mas não mataram! Vocês são incompetentes!


Jacaré: Entenda! Quando íamos atirar nele... Uma...


Fernanda: Uma o quê?! Desembucha!


Jacaré: ... Uma mulher da polícia chegou!


Fernanda (espanta-se): Mulher da polícia?


Jacaré: Sim.


Fernanda (pensativa): Então ela está do lado deles agora...


Jacaré (estranha): Como é?


Fernanda (volta a si): Nada... Estão demitidos! Os dois! (desliga o celular e fala sozinha) E agora Fernanda?... O que você vai fazer?



Igreja...


Era por volta das 10 horas, quando Betty estava se preparando para mais um dia como “Morgana: A cartomante”. Os clientes ainda não chegavam, mas ela já se maquiava, quando o seu celular tocava.


Betty: Alô?


Simone: Oi Betty.


Betty (anima-se): Olá querida! Nunca mais ligaram hein? E então... Como vão as coisas em Paris?


Simone: Vão bem. Mas... O Carlos, ele sofreu um acidente.


Betty (levanta-se da cadeira): Acidente?!


Simone: Não se preocupe! Não é grave! Ele apenas quebrou o braço.


Betty: Meu Deus! Mesmo assim não posso deixar meu filho nesse estado! Eu estarei indo para aí!


Simone: Mas...


Betty: Sem “mas” Simone! (desliga o celular).


Padre João (aproxima-se): Mas que gritaria é essa?! Aconteceu algo?


Betty: Meu filho... Ele quebrou o braço. Preciso ir para Paris!


Padre João: Espere! E os nossos negócios? E a “Morgana”?!


Betty: Me desculpe padre... Mas eu preciso cuidar do meu filho. Por isso... Não poderei continuar.


Padre João (respira fundo): Está bem! Fazer o quê!


Betty (sorri): Muito obrigada padre! (beija o rosto dele).


Padre João: Acho que os clientes vão entender...



Orla de Salvador/Pituba...


Lucas aproveitava o fim de semana, na qual não trabalhava, para caminhar na orla do bairro nobre da Pituba. Fazendo sua corrida semanal, ele se surpreendia, quando avistava logo na sua frente, a Silvia Medrado. Quando se aproximava...


Lucas: Silvia...?


Silvia (olha para o lado sem parar de correr): Lucas? Oi! Tudo bem?


Lucas (sorri): Tudo sim. Fiquei surpreso por te encontrar logo aqui...


Silvia: Pois é. Estou tentando esquecer do termino do meu casamento, com alguma coisa. Pra ocupar minha mente... Que não seja o trabalho. Entende?


Lucas: Entendo. É uma ótima idéia!


Silvia (para de correr): Nossa! Eu já caminhei bastante. Quer dar uma parada aqui no Jardim dos Namorados?


Lucas: Claro...


Os dois caminhavam pelo Jardim dos Namorados, até a grade de madeira do local, da onde dava para ver o mar batendo bem debaixo de seus pés.


Lucas: Sabe Silvia... Eu ainda não esqueci daquele nosso encontro.


Silvia (olha para ele): Nem eu Lucas...


Lucas: Posso estar sendo precipitado e talvez, você não sinta a mesma coisa que sinto por você, mas... Eu quero que saiba que te amo Silvia. Eu te amo muito, como nunca pensei que pudesse amar alguém.


Silvia: Eu também. Eu te amo.


Os dois se beijam apaixonadamente, quando uma onda do mar batia nas pedras, formando uma linda cena romântica.



ALGUNS DIAS DEPOIS.



Era de noite, quando Sara, Julieta e alguns policiais, finalmente entravam no apartamento de Marcos Costa.


Sara (abre a porta): Ainda bem que consegui autorização para entrar aqui. Já estava achando que não iria conseguir...


Julieta: Porque seria tão difícil?


Sara: Coisas judiciais...Elas procuravam por todo apartamento, algo concreto, na qual, ele estaria ameaçando Fernanda. Até que de repente, Julieta derrubava um quadro sem querer, que na verdade, escondia um cofre secreto.


Julieta: Um cofre...! É aqui que ele deve esconder o que tanto estamos procurando!


As duas se entreolhavam com expectativa.


 


 



 


Trigésimo Oitavo Capítulo



Julieta: Um cofre...! É aqui que ele deve esconder o que tanto estamos procurando!


Sara (aproxima-se e toca no cofre): Nós conseguir Julieta... Conseguimos! (vira-se) Homens... Podem implodir esse cofre!E assim foi feito.


A implosão foi um sucesso e já se podia ver o que tinha dentro dele. Intrigada, a detetive Sara colocava suas mãos no cofre e, de lá, tirava um pacote de fotos. Abrindo ao envelope, tinha a prova que tanto esperavam ter.


Julieta (estranha): Fotos?


Sara: Sim fotos... Olhe só! Há fotos de Fernanda dentro do carro observando a mansão, dela entrando na casa com a chave e outra com um revólver na mão e um plástico em volta. Assim como o assassino fez!


Julieta: Então já temos provas suficientes contra minha irmã!


Sara: Vou pedir um mandato de prisão para amanhã!



Casa de Lucas...


Enquanto isso, Lucas e Silvia acabavam de ter uma grande de amor juntos. Deitados e abraçados na cama, eles conversavam apaixonados.


Lucas: Silvia... Sua filha já sabe de nós?


Silvia: Ainda não. Esqueço sempre de ligar para a Simone. Mas logo ela saberá... Porque a curiosidade?


Lucas (sorri): Porque eu tenho uma surpresa para você...


Silvia (senta-se na cama): Hummm... O que é assim?


Lucas (pega a caixa e se ajoelha): Silvia... Você... Quer se casar comigo? E vivermos felizes para sempre?


Silvia (surpresa): Você fala sério?


Lucas: Com a maior sinceridade que nunca tive na minha vida...


Silvia (abre um grande sorriso e se emociona): Eu aceito! É claro que eu aceito!


Ela o abraçadava e o arrastava de volta para cama, aonde se beijavam loucamente.



NO OUTRO DIA.



Era um novo dia em Salvador. Era por volta das 11 horas e a igreja se encontrava lotada. Todos esperando, já agoniados, pela Betty, ou melhor, pela Morgana.


Dulcinéia (raivosa): Onde está a Morgana?!


Cíntia: Todas nós queremos saber! É uma falta de respeito nos deixar esperando aqui!


Padre João (no palco): Acalmem-se senhoras... Acalmem-se. Infelizmente, a sessão de cartomantes acabou... Para sempre.


Dulcinéia: É o quê?!


Padre João (gaguejando): Nossa querida Morgana, teve que viajar e não voltará tão cedo. Por isso, faço apenas lamentar... Mas... Vocês ainda podem doar um dinheirinho de caridade para a igreja... (sorri).


Rita: Esse padre é velho um safado e mentiroso!


Padre João: Rita?! O que faz aqui?! Você nem gosta da cartomante!


Rita: É verdade... Mas pra barraco eu tô dentro! (vira-se para a multidão) Vamo jogar tomate nesse cara de pau!


Dulcinéia: É isso aí!


Padre João: Não!... (é acertado uma vez) Parem! (acertado de novo) Me ferrei!



Aeroporto de Salvador...


Passageiros do voo 8001, dirigiam-se ao portão 16 para embarque”. Ouvindo a essa mensagem, Betty entrava no avião e respirando fundo, para uma nova fase em sua vida. Acomodando-se em seu acento, tranqüila, a aeronave se preparava para ganhar voo, quando finalmente estava no ar. Ela olhava pela janela, sua última vista aérea da cidade, partindo para a grande Paris.



ConstruMarket...


Fernanda estava em seu gabinete lendo alguns documentos, quando sua secretária batia na porta.


Luciana (gaguejando): Dona Fernanda...


Fernanda (olha para ela): Para você, é senhora Fernanda! Eu já disse!


Luciana: Perdoe-me...


Fernanda: O que você quer aqui?!


Luciana: É que a po... po...


Fernanda: Desembucha!


Sara (abre a porta): A polícia está aqui Fernanda!


Fernanda (levanta-se espantada): Detetive Sara Barcellos?! (fingida) Que surpresa agradável...


Julieta: Não precisa mais fingir Fernanda! O jogo acabou!


Fernanda: Julieta?!... O que fazem aqui?! (fica raivosa) Que polícia é essa invadindo meu escritório?!


Romeu: Ora... Não percebeu? Você está sendo presa!


Fernanda (desequilibra-se): Romeu...! (ri) Mas o que é isso?! Uma espécie complô?


Sara: Não, Fernanda. É apenas a justiça! Você está sendo presa por três homicídios, tentativa de homicídios e chantagem.


Fernanda: Não pode ser! Como pode comprovar isso?


Sara: Simples. Seu cúmplice e ex-amante, Caio Beltrão, confessou tudo! Sem contar da nossa maior prova... As fotos do assassinato de Flávio Amorim! Não sei se sabe Fernanda... Mas o Marcos Costa guardava as fotos em um cofre... Com certeza ele usava isso para lhe chantagear. Não é mesmo?


Fernanda (ri diabolicamente): Pelo jeito você descobriu muito de mim hein? Acho que talvez... Saiba também que eu sei fazer isso! (saca uma arma da gaveta).


Sara (saca sua arma): Pretende continuar com isso ainda?


Fernanda (sorri): Muito bem. Mas é claro que sim...


De repente, uma pessoa invadia o enorme escritório.


Neuza (grita): Parem! Esperem! Não façam nada!


Julieta: Neuzinha?! O que faz aqui?


Fernanda (esnobe): Quem é essa hippie?!


Neuza (afobada): Eu sou... Eu sou... Eu sou sua mãe!


Fernanda (espanta-se): É o quê?!


 


 



 


 


Trigésimo Nono Capítulo


 


Fernanda (esnobe): Quem é essa hippie?!


Neuza (afobada): Eu sou... Eu sou... Eu sou sua mãe!


Fernanda (espanta-se): É o quê?!


Neuza: É isso mesmo que você Fernanda! Eu sou sua mãe biológica!


Julieta (surpresa): Neuza... Você... Você escondeu esse tempo todo, essa história?


Neuza: Sim. Porque eu tive medo de falar a verdade e encarar minha filha de frente. Mas... Agora nessa situação... Me vi obrigada a contar tudo.


Fernanda (ri): Essa velha só pode estar brincando!


Neuza (olha para ela): Não Fernanda... É a mais pura verdade! Há 30 anos atrás, eu era uma garota de programa e tive um caso com Flávio Amorim, quando descobri estar grávida. (pausa) Ele fugiu e me deixou... Não era possível para mim, ficar a procura dele, já que na época, ele não era rico e nem ao menos famoso. Já era muito difícil me sustentar... Com uma criança então... Seria impossível. Por isso, lhe deixei no orfanato. Eu dou graças a Deus, por uma família de nível, ter te adotado.


Fernanda (séria): Como você sabe disso?


Neuza (cai algumas lágrimas): Eu não podia te sustentar, minha filha, porém... Eu sou mãe! E nunca deixei de acompanhar sua vida... Só que, depois que você foi adotada... Ficou complicado. Passei alguns anos afastada e depois voltei para te encontrar. Não queria revelar nada, apenas, ficar perto de você... Saber que você está bem... E então... Eu cheguei à Barra. Fiquei sempre por dentro de sua vida, quando soube que o Flávio te encontrou e queria fazer um teste de DNA para comprovar a paternidade dele. (pausa) Eu só queria o melhor para você. A felicidade que nunca pude dar! Por isso... Com o dinheiro que estava ganhando, eu consegui uma cúmplice na clínica para alterar os resultados do exame.


Sara: Aonde você quer chegar com isso Neuza?!


Fernanda (raciocinando): Não! Não pode ser!


Neuza (respira fundo): Exatamente Fernanda... Flávio Amorim não é seu pai! Eu falsifiquei os exames. Paguei para trocar o sangue dele, pelo o meu!


Julieta (surpresa): Meu Deus!


Fernanda (grita): Você está estragando a minha vida! Se quer tanto o meu bem... Está é me destruindo contando isso!


Neuza (enxuga as lágrimas): Não Fernanda! Eu só tive boas intenções! Eu queria que você conseguisse um futuro melhor! Com o dinheiro do Flávio, mas... Você... Ficou ambiciosa... Foi você que destruiu sua vida!


Romeu: Um instante... Se Fernanda não é filha de Flávio Amorim, ela não tem direito a herança. Sem contar que, o contrato que a Julieta escreveu, também seria rompido.


Julieta: Como assim?


Romeu: Não me recordo exatamente o que tinha escrito, no entanto, no próprio documento, tinha escrito em uma das cláusulas, o parentesco das duas como irmãs. Julieta... Você assinou um contrato dando poder a sua irmã e não a uma falsa... Esse acordo não vale nada!


Fernanda (joga o revólver no chão): Não é possível!


Sara: Bem... Acho que o espetáculo durou demais. A senhora está presa!


Os policiais se aproximavam para algemá-la, enquanto ela falava sozinha, em tom de desespero e loucura. De repente, ela batia na mesa.


Fernanda (volta a si): Não... Não hoje...


Ela sacava um segundo revólver que puxava da gaveta, enquanto fingia-se de doida. Rapidamente, ela atirava nos dois policiais, que caiam no chão gravemente feridos.


Fernanda: Todo mundo parado!


Neuza (chora): Minha filha! Por favor! Não faça isso!


Fernanda (grita): Cala a boca! (vira-se para a detetive) Sara... Achou mesmo que eu sou alguma idiota?! Se descobriu tanta coisa assim de mim, deveria saber que um assassino sempre guarda mais uma arma!


Ela rodava diante de Neuza, Sara, Julieta e Romeu, até virar de lugar e chegar a porta do escritório. Naquele instante, ela apontava para o lustre do escritório e atirava.Fernanda: Miseráveis! O lustre caia no chão, enquanto ela corria depressa.


Julieta: Alguém tem que detê-la!


Sara (no celular): Ciro... Coloque um esquadrão de policiais atrás de Fernanda Oliveira Amorim. Caso urgente! Ela está em fuga! (desliga o telefone) A polícia já está informada sobre o paradeiro dela. Enquanto a você Romeu... (sorri) Está fora de qualquer suspeita ou crime. Romeu: Obrigado pela ajuda detetive.


Julieta (aproxima-se de Neuza): Neuza...


Neuza (chorando): Julieta. Me desculpe por tudo que fiz para ajudar minha filha. Eu errei... Eu sei. Apenas quero que me entenda.


Julieta: Não se preocupe... Eu te perdoou Neuza. (abraça-a).


Neuza: Muito obrigada querida! Muito obrigada!


Sara (aproxima-se): Mesmo assim senhora... Você cometeu uma falsificação... E isso é crime. Eu sinto muito, mas está presa.


Julieta: Por favor, Sara, não pode reconsiderar?


Neuza: Tudo bem Julieta. Ela tem razão. E o Cacá?


Sara: Também já foi preso por ser cúmplice. O melhor que vocês têm a fazer, é contratar um bom advogado para conseguir hábeas corpus. Agora, venha comigo...


Neuza: Adeus Julieta... Seja feliz.



SEMANAS DEPOIS.



O tempo passou e tudo na vida de Julieta e Romeu voltava ao normal, mesmo ainda Fernanda estando foragida. Os dois estavam morando juntos em um apartamento na qual Romeu comprou com a herança do pai. Era por volta das 14 horas, quando Julieta estava sozinha. Aproveitando-se disso, Fernanda, disfarçada, aparecia em seu prédio. Sutilmente, ela conseguia não chamar a atenção de ninguém e subia para o apartamento, quando tocava a campainha.


Julieta (estranha): Será que o Romeu esqueceu a chave?... (abre a porta e espanta-se). Fernanda!


Fernanda (sorri): Olá queridinha... (mostra o revólver) Vim fazer uma visita...


 


 



 


Quadragésimo Capítulo


 



Fernanda (sorri): Olá queridinha... (mostra o revólver) Vim fazer uma visita... (empurra-a para dentro do apartamento).


Julieta: O que você ainda quer aqui?! Porque levar isso até esse ponto?! Não sabe que esse pode ser o fim da linha?!


Fernanda: Pode ser... Pode ser... Mas essa é a vantagem de estar pobre e foragida não? Não ter nada a perder! (aponta a arma).


Julieta: Pelo amor de Deus! Você poderia ter fugido e nunca mais nos veríamos! Para quê esse ódio sem destino?!


Fernanda: Escuta aqui ô menina! Eu não estou em um convento. Estou? (ri) Você precisa olhar para a sua cara de songa monga! O que é? Tá com medo de morrer?


Julieta (afasta-se aos poucos): O que você quer de mim afinal?...


Fernanda: Fácil. Qual seria a graça de fugir, sem ter uma boa vingança?


Julieta (aterrorizada): Você vai me matar?


Fernanda (ri): Você duvida?! Mas... Relaxe... Você não vai morrer sozinha. Cadê o Bobomeu? Ops... Quer dizer... Romeu.


Julieta (mentindo): Eu não sei...


 


Fernanda apertava o gatilho gritando, mas não saia bala alguma. Era apenas para causar pânico. Ela estava se divertindo com a situação.


Fernanda (ri): Achou que eu ia atirar assim de repente? O revólver está sem bala... (carrega a arma) Mas agora não está mais... E então? “Lembrou” agora onde ele está?!


Julieta (chora): Ele foi à banca comprar um jornal e já voltava.


Fernanda (abaixa a arma): Boa menina...


Naquele instante, ela ouvia uma chave abrindo a porta. Rapidamente, Fernanda segurava Julieta com o braço no pescoço, enquanto apontava o revólver em sua cabeça.


Fernanda (sussurra): Fique quietinha.



Delegacia...


Lucas e Sara estavam trabalhando normalmente, quando o telefone tocava e ele atendia.


Mulher anônima: Alô. Aí é da delegacia?


Lucas: Sim senhora.


Mulher anônima: Eu sou morado do prédio “Jardim dos Coqueiros” no Itaigara e acho que está acontecendo alguma coisa no apartamento de cima do meu. O 1301. Parece um seqüestro.


Lucas: Ok. Estaremos indo aí.


Sara: O que houve?


Lucas: Suspeita de seqüestro no prédio Jardim dos Coqueiros, no Itaigara. 1301.


Sara (espanta-se): Mas é onde Julieta e Romeu moram!


Lucas (pensativo): Fernanda!



Apartamento de Romeu e Julieta...


A porta se abria lentamente, quando podia-se ver que era Romeu.


Romeu: Fernanda?!


Julieta (agoniada): Desculpa amor! Desculpa! Eu não sabia que...


Fernanda: Cala a boca! (aponta o revólver) Não se aproxime...


Romeu: Calma... Deixe eu apenas ficar do lado da Julieta...


Fernanda: Está bem. Pelo menos eu economizo uma bala quando matar os dois pombinhos. Não sabem o quanto vão me ajudar.


Romeu (aproxima-se de Julieta): É isso que você quer?! Nos matar para depois ser presa?!


Fernanda (vai para frente da porta): Cada um escolhe seu destino. (sorri) E eu escolhi o meu.


Julieta: Por favor, Fernanda! Não faça isso!


Fernanda (ri): Olha só que trágico! Romeu e Julieta... Um grande romance, que termina novamente em morte súbita. Curioso isso... Não acham?


De repente, a polícia batia fortemente na porta, que estava trancada.


Lucas: Fernanda! Aqui é a polícia! Sabemos que está aí! Abra a porta ou arrombaremos!


Fernanda (vira-se para a porta): Que saco!


Romeu aproveitava que ela estava distraída, para lhe roubar a arma. Porém, era pego de surpresa, quando ela virava-se para ele e lhe acertava um tiro no ombro, que o fazia cair desmaiado.


Julieta (grita): Romeu!


Fernanda (aponta o revólver): Agora é sua vez...!


A porta era arrombada naquele instante. Fernanda estava pronta para atirar em Julieta, quando Lucas atirava antes em sua mão. Ela gritava de dor, quando era finalmente detida.


Sara: É... Agora, além de ser presa por todos os outros crimes, será presa por tentativa de mais dois homicídios senhora Fernanda.


Fernanda (algemada): Poupe-me de wikipédia Sara Babaca!


Sara (séria): Nossa amiguinha não está de bom humor. Levem-na daqui..


Julieta (ajoelhada): Meu Deus! Romeu... Acorda Romeu!


Sara (aproxima-se): Não se preocupe... Ele ficará bem.



SEMANAS DEPOIS.



Cacá e Neuza eram liberados da cadeia, pois conseguiram hábeas corpus e responderiam o processo em liberdade. No portão da prisão masculina, Marinalva ficava a espera de seu amado, quando ele finalmente chegava.


Cacá (emocionado): Marinalva... Você veio.


Marinalva (sorri): Claro que vim meu amor.


Cacá (abraça-a): Me perdoe... Me perdoe por tudo que eu fiz.


Marinalva: Não precisa pedir perdão... Porque eu te amo. (beija-o).



Cadeia Feminina...


Neuza, já em liberdade, ia visitar sua filha em outra prisão.


Neuza: Minha filha... Há quanto tempo. (aproxima-se).


Fernanda (séria): Não chegue mais perto. Não quero e nem preciso do seu amor.


Neuza (triste): Está bem. Eu só vim saber como você estava...


Fernanda: Pois então já viu! Agora vá embora!


Neuza (chora): Fernanda... Mesmo você me odiando e me desprezando tanto, saiba que eu ainda te amo! E que eu estarei esperando por você, quando finalmente me aceitar como mãe. (pausa) Até mais minha filha...


Farol da Barra...


Romeu recebia alta do hospital, durante aqueles dias. Vivendo feliz com sua amada Julieta, os dois caminhavam sob o calçadão da orla da Barra, avistando o pôr-do-sol. Entravam no Farol da Barra, se abraçavam vendo o mar, quando se entreolhavam.


Julieta e Romeu (falam juntos): Eu te amo.


 


Eles se beijam romanticamente, enquanto a cena se distanciava, até que de repente... Era cortada e ficava em um plano preto.


 


 


 


Estúdio de TV...


Câmera man: Entramos no ar no 1, 2, 3 e...


Apresentador (olha para a câmera): Olá. Estamos aqui com a escritora de romances, Carla Moura, que completa hoje, 50 anos de carreira. (vira-se para ela) Carla... Esse é seu novo livro, chamado Desejo & Reparação. Sendo seu vigésimo terceiro romance...


Carla (corta a fala dele): É o meu... Último romance...


Apresentador (surpreso): É mesmo? Irá se aposentar?


Carla (sorri triste): Ao contrário meu caro. (pausa) Estou morrendo... Meu médico me informou, que tenho uma doença chamada demência vascular. Seu cérebro vai se deteriorando gradualmente. Você perde as palavras, perde a memória, o que para uma escritora é um grande problema... Estou apenas conversando com você, pois eu tomei o meu remédio. Ele... Faz voltar minha memória. Pelo menos, por enquanto. Agora, por favor, não quero lamentos, apenas continue a entrevista...


Apresentador: Claro. Conte-me como arranjou inspiração para fazer um livro ao mesmo tempo dramático, cômico e romântico?


Carla: De fato, eu não criei a história... Eu falo com relação à história principal. Apenas acrescentei algumas coisas.


Apresentador: Então a história é real como espalham dizer?


Carla: Obviamente que é. Inclusive não mudei nenhum nome... Quando fiquei sabendo desse acontecimento, eu quis me inspirar para publicá-lo. Considero um ótimo livro para fechar minha carreira. (pausa) Apenas coloquei alguns personagens inexistentes... Eu diria que somente os personagens que estão envolvidos na trama principal, são reais. De fato, é uma história muito linda e ao mesmo tempo, muito triste. Por isso, dei o ar cômico a ela. (pausa) Mas eu também... Admito ter alterado o final... Ou melhor, do meio para o final da história.


Apresentador: Como assim?


Carla (respira fundo): A verdadeira história, não é feliz como no meu livro. (pausa) Pois, do momento em que Romeu é preso injustamente, ele e Julieta nunca mais se encontraram. E por isso... Nunca terminaram juntos... (pausa) Na realidade, Romeu havia morrido de pneumonia na cadeia, enquanto Julieta nunca conseguiu provar que Fernanda era a culpada pelos assassinatos. Então, Fernanda nunca havia sido presa e Julieta entrou em depressão com isso... Porém, o mais triste é que... Ela nunca pôde recomeçar, por que... Ela estava em um ônibus em alta velocidade, que sofreu um acidente e ela acabou morrendo. Já Fernanda, também não teve uma vida muito longa, pois foi consumida pela loucura. Ela não conseguiu manter a empresa no alto e faliu. Ela perdeu tudo e... Suicidou-se com um tiro na cabeça. Então... Romeu e Julieta nunca tiveram o final, que tanto ansiaram e mereciam. Eu inventei todas as cenas, que poderiam ser reais... Que poderiam ter acontecido, caso a história tivesse sido mudada. Porque Neuza nunca chegou a falar que era mãe de Fernanda. Então tudo a partir da prisão de Romeu... É mentira. (pausa) Mas... Que sentido de esperança ou satisfação, um leitor teria com um final como esse?... Por isso, no livro, eu quis dar um final diferente para eles. (pausa) Eu dei o final feliz, que eles não conseguiram ter em vida...


Apresentador: E o que você conclui com essa história?


Carla (pensativa): A vida não é tão justa meu caro, mas o amor pode ser alcançado aonde for... O fim desse livro, está na cabeça de quem imaginar... Porque, dependendo da escolha do fim que daremos a nossa própria história de vida, podemos encontrar, perdida em nossos corações, a mais pura... (pausa) Felicidade.




 FIM 


ESCRITO POR: JULIANO NOVAIS



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • thaislove Postado em 20/10/2010 - 15:50:26

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