Fanfic: Desejo & Reparação (TV ABREV - Novela 04) (FINALIZADA)

Dr. Paulo Neves: Eu sinto muito Flávio... Você está com câncer terminal.

Flávio (surpreso): O quê?!

Dr. Paulo Neves: Sei que é difícil, mas, por favor, se acalme.

Flávio: Mas como assim? Eu não tenho chances de me curar?!

Dr. Paulo Neves: Chances você tem. Mas preciso ser sincero. Elas são raras... Você não descobriu sua doença cedo. Eu diria que este tumor já existe a alguns meses se formando.

Flávio (passa a mão na testa): Aonde eu tenho tumor?

Dr. Paulo Neves (mostra o raio-X): Nessa região da cabeça. É câncer cerebral. Sinto muito...

Flávio (pasmo): Meu Deus...

Dr. Paulo Neves: Vou lhe trazer um copo de água. Mantenha a calma. (sai do escritório).

Flávio (falando consigo mesmo): O que será da minha filha agora?!

Dr. Paulo Neves (abre a porta): Pronto. Aqui está seu copo.

Flávio: Obrigado. Doutor... Eu só queria lhe pedir um favor.

Dr. Paulo Neves: O que você quiser.

Flávio: Não fale nada para minha filha. Eu não quero que ela saiba por enquanto. Eu agradeceria muito.

Dr. Paulo Neves: Está bem. Desde que não esconda isso por muito tempo... Pode ser tarde demais.

Julieta (bate na porta): Oi... Posso entrar?

Dr. Paulo Neves: Claro.

Julieta: E então? Os exames foram bem?

Flávio (olha para o médico): Sim. Foram. Já podemos ir... (levanta-se).

Julieta (respira aliviada): Ainda bem. Muito obrigada doutor. Vamos indo...

Dr. Paulo Neves: Flávio.

Flávio (vira-se): Sim?

Dr. Paulo Neves: Qualquer problema. É só nos chamar.

Flávio (olha para o chão): Está bem.

Clube Caminho das Árvores...

Betty chegava apressada no clube, quando se sentava a mesa da área externa, junto a Marta.

Marta (tira os óculos): Finalmente você chegou hein? Achei que nem viria mais.

Betty: Pois é mulher. Foi o “O” da minha empregada. Sabe como é né?

Marta: Oh se sei!

Betty: Garota... Você não vai acreditar no ba-ba-do que eu soube pelo Júlio!

Marta (curiosa): O que foi assim?

Betty: Flávio Amorim sofreu um acidente de carro!

Marta (surpresa): Tô com o queixo lá embaixo! E ele está bem?

Betty: O Júlio disse que até então estava tudo bem. Mas que ele iria fazer alguns exames hoje...

Marta: Sei. Naquele instante, Marinalva e Neuza chegavam ao clube.

Betty (abaixa os óculos): Olha só quem está se aproximando...

Marta (fica se virando para todo lado): Quem?! Quem?! Quem?!

Betty: Ali mulher! A dona desse clube chiquérrimo! Marinalva Passos!

Marta (estranha): É aquela velha com um vestido de hip, óculos redondos e escuros, toda zen?

Betty: Não. É a do lado dessa maluca.

Marta: Ah sim! Porque aquela hip é horrível!

Betty (animada): Elas estão vindo para cá! Haja naturalmente e trate a hip bem! Pelo jeito é amiga dela...

Marta: Se eu olhar para aquela mulher... Eu acho que eu vou vo-mi-tar!

Betty: Não seja boba Marta! (vira-se) Olá Marinalva Passos.

Marinalva (sorri): Olá.

Betty: É um prazer conhecê-la pessoalmente. Por favor, sente-se.

Marinalva: Obrigada. Essa é minha amiga Neuza Caribé.

Neuza (sorri): Oi. Mas pode me chamar de Neuzinha.

Marta: E então... “Neuzinha”... Aonde arranjou esse vestido tão “lindo”?

Neuza: Você gostou? Eu comprei numa viagem que fiz ao Peru.

Betty: Por curiosidade... O que você faz da vida?

Neuza: Eu? Bem... Sou cartomante. A propósito, vou estrear meu estabelecimento nesse endereço... (entrega o folheto)

Betty: Em uma Igreja? Espaço bem “intrigante” para esse tipo de coisa.

Marta (mentindo): Humm. Eu me interessei. Você poderia me dar uma consulta particular.

Neuza: Claro. (fala entre os dentes, consigo mesma) Peruas falsárias.

Marta: Disse algo querida?

Neuza (sorri): Nada.

ALGUMAS HORAS DEPOIS.

Mansão dos Amorim...

Julieta havia saído para a universidade junto a Romeu, enquanto Flávio repousava. Até que decidia chamar Júlio para uma conversa em particular.

Flávio (abre a porta): Ainda bem que chegou. Preciso falar com você.

Júlio: O que há de tão grave assim para falar?

Flávio: Venha até o gabinete.

Júlio (entra no escritório): E então? O que há de tão importante?

Flávio (fecha a porta): Júlio. Sei que nossa situação de convivência não é boa. Mas somos sócios de uma empresa e preciso falar isso. Nessa manhã... Eu fiz os exames e eu descobri algo que eu não esperava... (respira fundo) Eu descobri que eu tenho câncer cerebral.

Júlio (surpreso): O quê?! Isso é sério?!

Flávio (voz calma): É... Mas não é isso que está me incentivando a contar, o que estou contando. Agora que estou morrendo... Tendo algumas semanas ou meses, quem sabe, de vida, eu tenho que ao menos reverter o meu passado.

Júlio: Do que está falando?

Flávio: Eu tenho outra filha Júlio. E fora do casamento.

Ele entrava em choque.