Fanfic: derrepente pai [aya]

__ Não. O que está fazendo aqui? Isso só vai deixa-la mais angustiada.
 __ Ao contrário: isto me consola. Tenho saudades de minha filha e sei que ela sente a minha falta.
 __ Você precisa dormir.
 __ Aninha não conseguirá dormir. Não sem o Dandy. __ Acariciou ternamente o bichinho de pelúcia. __ Ela não vai para cama sem ele. Primeiro ouve uma historinha, depois pede um carinho. Então...
 __ Levante-se daí! __ Alfonso atalhou rispidamente. Como ela ainda permanecesse impassível, prosseguiu, irritado: __ Está querendo se punir?
 Any não se moveu, não deu um único sinal de que o escutara.
 __ Anahí !
 __ Se não gosta do que vê, vá embora __ ela respondeu. __ Ficarei onde me sentir mais próxima de minha filhinha.
 Uncker  apareceu à porta. Certamente ouvira as últimas palavras.
 __ Está tudo bem? __ quis saber.
 __ Suma daqui __ Alfonso  s respondeu bruscamente.
 Ciente de que o amigo o tratava daquele modo rude por causa do nervosismo, Uncker  saiu silenciosamente, lamentando a triste sina do casal.
Alfonso  entrou no quarto decorado em rosa e branco e parou à janela, as mãos enfiadas nos bolsos da calça. Any permitiu-se fitar o homem que um dia fora tão intimamente seu.
 O marido era oito anos mais velhos e a diferença era evidente. Era moreno, enquanto ela era clara; duro enquanto Any era suave. Mesmo com tantos contrastes, ou por causa deles, Alfonso s gostava de tê-la a seu lado. A maneira como a fitava deixava todas as mulheres morrendo de inveja.
 Mas, com o tempo, a novidade perdera o encanto, especialmente quando Sara começara a dar provas de que não tinha estrutura para lidar com o ritmo de trabalho, com as ausências de Alfonso. O medo que ela sentia de Franco  atingiu um ponto insuportável e a fez pedir que fosse morar num lugar só deles.
 __ Aqui é nosso lar! __ declarara Alfonso. __ Não basta ofendê-lo com suas atitudes ariscas?
 __ Ele não gosta de mim! Não sou o que Franco  desejou para você. Seu pai não poderia deixar isso mais claro.
 __ Ele a provoca porque você é tímida, só isso. Não sei por que desconfia de tudo o que faz!
 Essa era a prova de como Alfonso estava cego em relação ao pai. Franco não fora apenas maldoso; fora destrutivo.
 __ Muito bem __ disse Alfonso, trazendo-a ao presente. __ Fale.
 Anahí assustou-se. Perdida em suas lembranças, esquecera-se até de que ele estava no quarto.
 __ De quê? __ perguntou.
 __ Da criança __ ele disse. __ Do que está sentindo agora. Fale o que quiser.
 Anahí  não pôde disfarçar a melancolia quando sorriu.
 __ Você não quer ouvir.
 __ Se isso a ajudar, ouvirei. __ Ele respirou fundo. __ Como ela é?
Anahí  o fitou, intrigada. Por que fingia estar se importando?
 __ Você viu a foto. Ela se parece comigo __ respondeu, desejando poder mencionar ao menos uma semelhança física com o pai. Impossível. __ Tem meu rosto, meus cabelos, meus olhos... __ Poderia dizer que Aninha tinha o sorriso do pai, a mesma obstinação, o mesmo encanto. Mas isso não bastaria. __ Ela demorou para falar, mas andou muito cedo. E gosta quando as pessoas sorriem. Se alguém a olhar com expressão zangada, chora... __ Anahí  engoliu um nó na garganta ao imaginar como aquelas pessoas impiedosas estariam tratando sua filhinha. __ Alfonso... __ Suspirou, aterrorizada. __ Estou com medo.