Fanfic: derrepente pai [aya]

Depois de banhar-se e trocar-se, Anahí estava preparada para partir. Alfonso  já a esperava à porta de entrada. Observou-a descer, com um terninho de linho cru e uma camiseta marrom. Não se maquiara. Raramente se maquiava. E seus cabelos, penteados para trás, estavam presos com uma tiara de couro marrom.
 Nada muito sofisticado, como a Anahi que ele conhecera. Voltara a ser a garota de gostos simples. Alfonso , em contraste, assumira novamente a postura autoritária, em sua calça de linho cor de tabaco e camiseta de gola olímpica branca. Armani, ela adivinhou, lembrando-se de que o guarda-roupa do marido tinha muitos costumes daquela griffe.
 __ Onde está Uncker ? __ indagou Anahi, enquanto o seguia na manhã de verão.
 __ Precisou cuidar de outros negócios __ ele respondeu friamente, abrindo a porta de trás da Mercedes parada diante da casa.
 Anahí  sorriu ao entrar no carro. Com o problema resolvido, a atenção de Uncker concentrava-se novamente nos negócios. E ela, por quanto tempo ainda mereceria a atenção de Alfonso ?
 __ Onde está minha filha? __ indagou, quando Alfonso deu a partida. __ Quanto tempo levaremos para chegar até lá?
 Ele volveu os olhos sonolentos na direção de Anahi, que ofegou. Lembrou-se da maneira como Alfonso a beijara, a amara... Não! Recusava-se a recordar a noite anterior! Aquilo não poderia voltar a acontecer!
 __ Muito tempo. Teremos que viajar com o jatinho, porque sua filha está na Sicília.
 Anahí  arregalou os olhos azuis.
 __ Como minha garotinha foi parar na Sicília? __ Estremeceu. Aninha fora levada para tão longe e ela não pudera fazer nada! __ Eu não peguei nada para uma viagem tão longa! E meu passaporte! __ Fitou-o, aturdida.
 __ Está comigo. Tirei-o do cofre há poucos instantes e sua mala já está no bagageiro. Enquanto você dormia, fiz a sua mala e a da menina.
 __ Você abriu meu cofre? __ ela protestou.
 __ O meu cofre __ ele a corrigiu. __ Da minha casa.
 Aninha ignorou a afronta.
 __ Em que lugar da Sicília está Lia?
 Depois de hesitar, ele respondeu, estreitando os olhos:
 __ Com meu pai.
 Com Franco! Sara retesou-se, alarmada.
 __ Ele estava por trás de tudo, não estava? Caso tenha machucado minha filha, quero vê-lo morto! Se alguém tocou um dedo na minha filhinha, incluindo seu pai, que não passa de um...
 __ Pare __ ele a interrompeu, o tom controlado.
 Ela respirou fundo.
 __ Você ainda o protege? Mesmo depois de tê-lo usado como marionete? Mesmo...
 __ Feche a boca, mocinha! Do contrário, farei isso à força.
 __ Eu odeio e desprezo você!
 __ Eu avisei __ ele murmurou, colando os lábios nos dela num beijo brutal, destinado a acabar com a postura desafiadora. Entretanto, além da punição, no beijo havia uma intimidade que fez Anahí  estremecer, lutar para não ceder à sedução. __ Foi você que pediu.
 Ela afastou-se bruscamente.
 __ Não pedi coisa alguma!
 __ Ora vejo que ficou abalada com meu beijo __ ele observou, segurando-a pelo pulso. __ Será que precisa de um homem? Será que a princesa ficou muito tempo trancado na torre? Talvez o aperitivo de ontem a tenha lembrado como isso lhe faz falta...
 __ Como pode ter tanta certeza que a torre ficou trancada? __ ela o desafiou, recusando-se a intimidar-se, como no passado.
 Os olhos dourados brilharam.
 __ Já disse que protejo o que é meu. E a mantive sob vigilância, para assegurar-me de que nenhum homem se aproximasse.
 __ Exceto meu carcereiro __ ela retrucou, escarnecendo. __ Nem você conseguiu manter suas mãos afastadas de mim.
 __ Tenho o direito legal. Sem falar no direito moral.
 __ Mas, há três anos, a princesa foi astuta o bastante para jogar as tranças e deixar o amante secreto subir __ ela replicou.