Fanfic: derrepente pai [aya]

Sim, agora estava segura, Anahí  reconheceu. Mas desconfiava de que suas preocupações estivessem apenas começando. Franco queria a neta, não a nora. Fora astuto a ponto de traze-las até a sua casa, com a benção de Alfonso. Qual seria sua próxima cartada?

 Três anos antes, lembrou-se Anahi o marido fora seu único aliado numa casa cheia de inimigos. Mesmo os empregados a tratavam com pouco respeito. Agora, porém, era diferente. Em algum ponto de sua vida, ela adquirira uma maturidade que a impedia de olhar as pessoas como monstros assustadores numa terra estranha.
 Talvez por essa postura firme e tranqüila, Fábia a respeitava muito. E ajudou a deixa-la mais à vontade naquela situação indesejável. Não permitiu que ninguém entrasse na suíte, despachando todos à porta.
 __ A casa aguardava as boas notícias sobre a bambina, sra. Herrera __ explicou a moça. __ Agora todos querem expressar sua alegria. Mas terão que esperar. Apenas descanse e desfrute dessa belezinha. Eu cuido do resto.
 Quando Aninha despertou, resmungando de fome, Fábia ajudou a sossegar a garotinha. E, quando ela recuperou sua energia natural, a moça levou-as até a praia.
 As três passaram uma hora tranqüila à beira do mar, aproveitando o sol ameno do final da tarde. Aninha corria de um lado para outro, e sua alegria enterneceu o coração de Anahi.
 Subiram a escada brincando. Aninha segurou nas mãos da babá e da mãe para saltar os degraus. Depois, pediu colo e repousou a cabecinha no ombro materno.
 O sol se punha e a menina dormia profundamente no berço montado ao lado da cama de Anahi. Fábia parecia montar guarda, alisando o pequeno lençol de bordado inglês. Ignorava os protestos da patroa, que insistia para que fosse descansar. Ao final, Anahi parou de protestar e acomodou-se no sofá da sala, para apreciar o pôr-do-sol. Sentia-se esgotada.
 __ Você parece exausta __ observou Alfonso ao aproximar-se.
 __ É muita preocupação de sua parte __ ela ironizou.
 __ A criança está... Mais calma?
 __ Está, mas não graças a você.
 __ Desculpe-me se a assustei __ ele murmurou. __ Mas você precisa entender que, para mim, a situação é muita... Difícil.
 __ Bem, então sem dúvida ficará feliz em saber que pretendemos voltar para Londres assim que for possível.
 __ Ansiosa por partir? __ ele escarneceu.
 __ Assim que partirmos, está situação difícil terminará.
 __ Quisera que fosse tão simples...
 __ É simples __ Anahi assegurou. __ Basta nos colocar dentro de seu jatinho particular.
 Alfonso  não disse nada, a atenção aparentemente concentrada na estonteante visão do céu avermelhado encontrando o mar, de um azul acetinado. Então se voltou para fitá-la.
 __ O jantar estará pronto dentro de uma hora __ anunciou. __ Será que pode fazer o pequeno esforço de se arrumar? Sei que está muito cansada, mas precisa ficar assim?
 Anahi sabia que ele a criticava por ainda usar as mesmas roupas da viagem. Alfonso se trocara; trajara uma calça de microfibra preta e uma camisa branca imaculada. Estava com ótima aparência e o traje só fazia ressaltar seu porte másculo e atlético.
 __ Se estou vestida assim, a culpa é sua __ ela contra-atacou, evitando olhar para o homem atraente que lhe tirava a paz de espírito. __ Você mesmo fez minha mala, lembra? Só lembrou-se de incluir as roupas formais que tanto aprecia. Não colocou nada para o dia-a-dia, nada que combine com este clima quente ou que seja adequado para lidar com uma criança cheia de energia. Sem mencionar que se esqueceu de incluir roupas íntimas, cosméticos e escovas de cabelos.
 __ Foi assim tão ruim? Não estou acostumado a fazer malas.
 __ Foi o que percebi. __ Apesar do ressentimento, Anahi não pôde evitar um leve sorriso. __ Saiu-se um pouco melhor com Aninha, pois não se esqueceu de Dandy. Foi muita consideração. Ela mudou totalmente ao ver o brinquedo.
 __ E o que será preciso para você mudar?
Anahí  sentiu o rosto corar, o corpo arrepiar-se àquele tom insinuante.
 __ Jantarei aqui na suíte, se não se importar __ disse friamente, procurando ignorar as reações perturbadoras.