Fanfic: derrepente pai [aya]

Ela não conseguia sustentar aquele olhar intenso. Precisava ser prática.
 __ Esta... esta casa. Por mais bonita que seja, não é... familiar, aconchegante. Aceito o fato de que, com seu pai doente, tenhamos que morar aqui, mas...
 Ele acariciou ternamente a face rosada da esposa.
 __ Mas...?
 __ Mas pretendo ter meu próprio espaço. Quero uma cozinha só pra mim, onde possa preparar as comidas de que gosto. Quero uma sala de jantar, uma sala de estar, quartos que não pareçam um hotel e...
 Ela se calou quando um dedo sob seu queixo a fez encarar os olhos dourados e intensos.
 __ Concordo. Pode ter tudo isso. Faça o que quiser da ala de recreação e de hóspedes. Algo mais?
 “Oh sim”, ela pensou, com um aperto no coração. “Quero que você me ame. Que me leve para a cama e que faça amor comigo até não ter mais forças para levantar”.
 A imagem foi tão poderosa que Anahi precisou fechar os olhos, o rosto enrubescido.
 __ Jamais imaginei que a veria corar outra vez __ ele provocou. __ Em que está pensando, cara?
 __ Preciso... cuidar do chá de Aninha __ ela murmurou, levantando-se abruptamente.
 Alfonso também se levantou, sem pressa e sorrindo. Parou atrás de Anahí e segurou-a pela cintura.
 __ Eu não estava pensando nisso, sabe? __ sussurrou, insinuante. __ Imaginei-me na cama, nu, e você sobre meu corpo, murmurando palavras que deixam este siciliano com o sangue fervendo! __ Deslizou as mãos para os seios fartos e prosseguiu, falando-lhe ao ouvido: __ Quero que volte a sorrir para mim como antes, como se vivesse para esses momentos.
 __ Oh, Poncho! __ Ela se virou para abraçá-lo. __ Você... você...
 __ Por que está gaguejando? Você só gagueja quando está com medo.
 Ela conseguiu sorrir.
 __ Ou quando quero... __ sugeriu, provocante.
 Alfonso  segurou-a pelo queixo e beijou-a com sofreguidão.
 Acima deles, no último terraço, uma cabeça grisalha acompanhava a cena, os olhos frios. Quando eles se separaram, Franco  afastou-se do terraço, seguro de que não fora visto.
 __ Vamos __ murmurou Poncho puxando-a pela mão.
 __ Não está esquecendo nada?
 __ Sei o que quero e tenho certeza do que você quer. O que mais nos falta?
 __ Aninha.
 Percebendo o que fizera, Alfonso se desculpou:
 __ Erro número um __ reconheceu, com um olhar contrito. __ Vou me esforçar, prometo.
 __ Aninha! __ ela chamou, a voz insegura. A garotinha ergueu os olhos, como um cupido banhado pelo sol dourado. __ Já é hora de subir. __ Anahi mordeu o lábio trêmulo. Aninha levantou-se, pegou o balde, a pazinha e aproximou-se, cautelosa, percebendo que algo mudara.
 __ Quer deixar o baldinho perto da escada para brincarmos amanhã?
 A garotinha concordou e então, fitando os dois, perguntou:
 __ O homem vai junto?
 Anahi respirou fundo.