Fanfic: Nada Dura Para Sempre

Sentado no tribunal, observando a Dra. Dulce Sovanonn, Gus Venable pensou “Ela é à prova do júri.” Depois, ele sorriu para si mesmo. “Ninguém é a prova do júri.” Era uma mulher alta e esguia, com olhos castanho-escuro no rosto pálido. Um observador desinteressado não a acharia atraente. Outros teriam notado um detalhe – que todas as diferentes fases da vida coexistiam nela. Havia o viço da criança, a que se sobrepunham a tímida incerteza da adolesceste, e a sabedoria e angustia da mulher. Exibia um ar de inocência. “É o tipo de garota que um homem se orgulharia de levar para sua casa, e apresentar a mãe”, pensou Gus Venable, cético. “Se sua mãe apreciasse assassinas a sangue-frio.”

Havia uma expressão quase sinistra de distanciamento em seus olhos, algo que dizia que a Dra. Dulce Sovanonn recuara para dentro de si mesma, para um lugar diferente, um tempo diferente, longe daquele tribunal frio em que se encontrava acuada.

O julgamento ocorria no Palácio da Justiça de São Francisco, na Bryant Street. Abrigando o Superior Tribunal e a cadeia do condado, o prédio tinha uma aparência intimidadora, com sete andares, construído com pedras cinzas e quadradas. Os visitantes eram obrigados a passar pelos sensores eletrônicos da segurança. Lá em cima, no terceiro andar, funcionava o Superior Tribunal. No tribunal 121, onde aconteciam os julgamentos por homicídio, a bancada do juiz ficava junto da parede do fundo, com uma bandeira americana por trás. A esquerda, situava-se o recinto do júri, e no centro avia duas mesas, separadas por uma passagem larga, uma para a promotoria, outra para a defesa.