Fanfic: Pantanal

Capítulo 196 (sexta 27/02)

- Abertura <http://br.youtube.com/watch?v=yP0VKEp8wDI>

Visão aérea do Pantanal Motogrossense. Cam mostra Ucker, Zé Lucas e Chris de vigia pro Poncho não fugir. Ele já tinha tomado banho já.

Chris – Fica quieto aí Poncho!

Poncho – Diacho, eu to parecendo um touro velho indo pro matadouro.

Chris – Deixa de medo peão, a ordem do seu pai é levar ocê pro altar nem que for amarrado.

Poncho – Pois eu vo é estragar com a festa.

Zé Lucas – Vai coisa nenhuma! Vai fogo aí Poncho que ta todo mundo esperando!

Cam mostra Poncho penteando o cabeço. Corta cena pra sanfoneiros tocando. Cam vai mostrando no pasto de pouso vários aviões dos fazendeiros vizinhos que vieram para o casamento, cavalos correndo no pasto, alguns peões preparando o churasco, pessoas conversando e o padre conversando com José Leôncio.

Padre – O senhor sabe que manter um pássaro preso numa gaiola é um crime!

Zé Leôncio – É verdade!

Padre – Deixa eu entender então seu Zé Leôncio, primeiro vamos fazer os dois casamentos e depois vamos fazer os batizados?

Zé Leôncio – Bom, eu acho que isso é o mais certo né seu padre?

Padre – É, o certo é isso!

Zé Leôncio – Quem vai batizar é minha neta a Mariinha! Ahhh e tem um cramunhãozinho tb!

Padre assustado – Batizar o que?

Zé Leôncio – É, desculpe seu padre, isso é uma maneira da gente falar né, na verdade é o meu neto tb, filho do outro casal que o senhor vai casar tb, filho do meu filho Zé Lucas e da Irma.

Padre – E o outro filho? Não são três casamentos?

Zé Leôncio – É, pois é seu padre, tem um terceiro casamento mas o noive tem que caçar ele por aí!

Padre – Caçar?

Zé Leôncio rindo e disfarçando – Desculpe seu padre, força de expressão!

Padre – Seu Zé Leôncio, desculpe a pergunta e por favor perdoe a curiosidade, mas pq o senhor só resolveu casar agora com a dona Filó depois de viver tantos anos juntos amasiados?

Zé Leôncio – Bom seu padre, é que nem o senhor falou, tanto tempo vivendo junto é que a gente que pode casar mesmo até que a morte nos separe, não é que nem esses casamentos hj que se faz, casa hj, larga amanhã, né?

Padre – É, já se conhecem bem, eu acho que o senhor está certo! E a cerimônia, já podemos começar a cerimônia?

Corta cena para dona Zuleika, Anny com o bebê, Renato, Ucker, Dulce e Marcelo.

Zuleika – Vai trocar a fraudinha dele e dar mama Anny!

Dulce – Vamos lá Anny, eu te levo lá dentro.

Zuleika – A sacola com as coisas dele já está lá dentro!

Zuleika vai até José Leôncio.

Zuleika – A benção seu padre!

Padre – Deus te abençoe filha!

Zé Leôncio – Essa é a dona Zuleika, a visinha aqui do lado.

Padre – Prazer.

Zuleika – O senhor vai batizar as crianças aqui da casa não é?

Padre – Com a graça de Deus!

Zuleika – Será que o senhor poderia batizar mais uma? É o meu neto.

Padre – Hora, mas será um prazer dona Zuleika.

Zuleika – Obrigada, e tem mais uma pergunta, bom mas isso vai depender so seu José Leôncio.

Zé Leôncio – Claro, pode falar dona Zuleika.

Zuleika – Bom visinho, eu sei que a festa é sua, mas primeiro eu gostaria de convidá-lo pra padrinho do meu neto, o senhor e a sua mulher, e depois se não fosse muita audácia da sua parte seu padre?

Padre – Hora o que é isso dona Zuleika, fale, fale!

Zuleika – Bom, eu gostaria que o senhor casasse meu filho Marcelo e a Anny que são os pais do meu neto.

Padre – Ah, mas que prazer! Mais uma cerimônia, uma cerimônia extra!

Zuleika – Obrigada, bom isso se o senhor José Leôncio permitir!

Zé Leôncio – Claro que eu permito!

Cam mostra o padre no altar esperando pelos noivos. Chris, Zaqueu e Ucker estão trazendo Poncho pra ele não fugir, Irma e Zé Lucas já estão no altar assim como Zé Leôncio e Filó. O padre fala:

Padre – Peço que compareça aqui no altar o senhor Marcelo e a senhorita Anny!

Eles se olham sem entender nada.

Marcelo – Mãe o que que é isso?

Zuleika – Vão para o altar os dois!

Renato – Porra mãe!

Zuleika – Vão para o altar os dois! Ta tudo combinado com o padre, casa vcs e depois batiza o Tavinho!

Anny – Então vamos né!

Marcelo sorrindo – Vamos!

Zuleika barra os dois e pede que eles entram pelo cetro da igreja improvisada no quintal da fazenda do seu Zé Leôncio. Filó pergunta ao marido:

Filó – O Zé, quem é que inventou essa história aí?

Zé Leôncio – Quieta Filó, o padre está falando!

Marcelo e Anny entram até o altar e o padre fala em seguida:

Padre – Que venha a outra noiva.

Cam mostra Zefa vindo. Música de suspense. Poncho ainda não tinha visto ela.

Poncho – Agora que eu não caso!

Chris – Quieto aí peão!

Zaqueu – Olha Poncho se vc não gosta dela não casa!

Poncho olha pra Zefa.

Ucker – Não falei que ela tava linda!

Poncho fica encantado ao ver Zefa vestida de noiva.

Zaqueu – E aí vc vai lá ou não vai Poncho?

Poncho – Claro que eu vou!

Poncho e Zefa começam a entrar de vagar para o altar.

Poncho – Diacho, não sei o que eu to fazendo aqui?

Zefa – Eu to prenha docê Poncho!

Poncho sorri e fica feliz. Pra garantir que ele não vai fugir, Zaqueu, Chris e Ucker vão do lado acompanhando até o altar. O padre continua:

Padre – Estão todos os casais aqui? Ou tem alguém mais querendo aproveitar a minha viagem?

Zé Leôncio – Ara, toca a cerimônia seu padre!

Padre – Ta bem seu Zé Leôncio, ta bem!

Corta cena para o Velho do Rio caminhando na beira do rio. Volta cena para casamento.

Padre – Hj, já não basta a bençao de Deus para manter um casal unido pelo amor quando não houve o amor, mas quando há o amor, como é o caso do seu José Leôncio e da dona Filó, a benção de Deus pode até esperar um pouco! Hj eles estão aqui perante a igreja para contraírem os laços do sagrado matrimonio, depois de viverem tantos anos juntos unidos pelo amor! Agora vão se unir pelos laços divinos! Neste momento, Deus nada mais tem que fazer aqui, nada mais tem que abençoar, pq Ele já abençoou essa união a muito tempo, desde o inicio! Deus aqui só vai fazer uma coisa, assinar em baixo e dar fé! Senhor José Leôncio, coloque a aliança no dedo da sua mulher Filó!

Cam foca nele colocando a aliança nela.

Padre – Dona Filó, coloque a aliança no dedo do seu esposo José Leôncio.

Cam mostra ela colocando a aliança nele.

Padre – E agora, digam a palavra mágica que tornou possível esse momento feliz!

Eles se olham.

Zé Leôncio – Te amo Filó!

Filó – Eu te amo Zé Leôncio!

Cam foca o rosto de todos sorrindo e felizes pelo amor dos dois.

Padre – E neste momento, perante Deus e perante a todos, vos declaro casados, marido e mulher! Não ouso repetir a continuação da frase, até que a morte os separe, pq a morte, não pode separar um amor assim! Que Deus abençoe vcs. Amém!

Cam foca neles se olhando.

Padre – Próximo casal.

Poncho – Somos nós!

Poncho e Zefa se aproximam do padre. Corta cena para Velho do Rio caminhando perto do rio. Volta pro casamento. Já estão todos casados e dançando alegremente na festa. Cam mostra Filó e Zé Leôncio caminhando de braços dados.

Filó – Sabe Zé, eu nunca vou esquecer esse dia da minha vida e nem as palavras do padre!

Zé Leôncio – Agora é começar vida nova né!

Filó – Agora eu sou sua mulher!

Zé Leôncio – Ara, ocê sempre foi Filó!

Cam mostra Poncho e Zefa dançando.

Zefa – Aí Poncho, nunca que eu vou te largar!

Poncho – Se ocê me largar eu te mato diacho!

Zefa – Que bom ouvir isso!

Cam mostra mostra Anny e Marcelo dançando.

Anny – Queria tanto que a minha mãe estivesse aqui!

Marcelo – Esquece isso, para um pouco agora!

Anny – Como que eu vou parar? Eu to morrendo de saudade dela! Vc me leva lá no Sarandi esse mês?

Marcelo sorrindo – Claro que eu te levo, claro!

Cam mostra Ucker e Dulce dançando.

Ucker – Eu te amo!

Dulce sorrindo – Fala de novo!

Ucker – Eu te amo Dulce Marruá!

Dulce – Eu tb te amo Ucker Leôncio!

Os dois se beijam. Cam mostra Chris e May dançando.

Chris – Tão me chamando pra dançar May.

May – Aí espera um pouco pra cantar Chris! Fica aqui comigo!

Chris sorrindo – Ta bom!

May – Eu só quero que ocê cante agora quando ocê tiver perto de mim!

Chris sorrindo – Ta certo!

May – Se não eu fico com ciúmes!

Chris – Larga a mão! Ocê é a minha vida!

May – Ocê é minha vida Chris!

Chris sorrindo – Será que nós vamos ter que fazer um acordo sobre isso May?
May sorrindo – Se ocê nunca me deixar!

Chris – Eu não vou te deixar nunca!

Os dois se abraçam. Cam mostra Renato dançando com uma moça.

Renato – Eu sou o filho da dona Zuleika, sou o piloto da fazenda.

Moça – E vc é daqui?

Renato – Sou.

Moça – Um pantaneiro! O meu pai, tem mais de 20 mil cabeças de gado no pasto! E o seu quantas tem?

Renato – Nenhuma, meu pai morreu!

Moça – Desculpa!

Renato – Mas minha mãe tem perto disso!

Moça – Jura?

Renato – Nós dois juntos temos mais bois no pasto do que o seu Zé Leôncio!

Moça – Sabe que eu to começando a gostar de vc!

Renato – Vamos pra hidro?

Moça – Hidro?

Renato – Tomar um banho de rio?

Moça – Vamos sair de fininho!

Eles saem de fininho. Cam mostra Zé Lucas e Irma dançando.

Zé Lucas – O que que foi Irma?

Irma – O Anterinho ta chorando Zé Lucas!

Zé Lucas – Chorando! Larga mão!

Irma – É verdade eu to ouvindo, eu vou até lá!

Zé Lucas – Diacho! Então eu vou tb né!

Anoitece no Pantanal. Cam mostra Zé Lucas e Irma deitados na cama abraçadinhos.

Irma – Ele chorou Zé Lucas! Exatamente como a Zefa disse que seria, que depois do batizado que ele choraria!

Zé Lucas – Isso é besteira Irma! Toda criança chega um dia que chora né!

Irma – É, é verdade, toda criança nessa idade chora!

Zé Lucas – É claro! Agora olha, ocê não me venha falar do Trindade aqui não hein!

Irma – Mas eu nem penso mais nele!

Zé Lucas – Pois eu acho é bom!

Irma – O Anterinho é teu! Ele é só nosso!

Zé Lucas sorrindo – Então vem cá!

Os dois se beijam. Cam mostra Filó e Zé Leôncio na cama.

Filó – Zé, hj eu quero dormir e sonhar com o dia mais feliz da minha vida!

Zé Leôncio – Dorme Filó, dorme!

Filó – Aí Zé, ocê se casa comigo, dizer que me ama!

Zé Leôncio – Ocê foi a minha perdição!

Filó – Aí como eu gosto de ouvir isso!

Zé Leôncio – Eu pensei que fosse ouvir o berrante tocando de novo hj na cerimônia de casamento.

Filó – Ah, vai ver que o Véio do Rio ta descansando, ou então foi se embora daqui!

Zé Leôncio – Vamos descansar nóis tb né, vamos dormir.

Filó – Ocê ta cansado Zé?

Zé Leôncio – To Filó! Hj eu to cansado Filó, ocê me perdoe.

Filó – Ah, mas perdoar ocê de que Zé? Ocê me deu tudo que uma mulher pode querer na vida!

Zé Leôncio – Ta bom, agora ocê dorme quieta.

Filó – Eu vo e vo dormi feliz, mas tão feliz Zé que eu vou sonhar com o dia mais feliz da minha vida.

Os dois se abraçam e dormem. Cam mostra o dia quase amanhecendo no Pantanal. Zé Leôncio acorda com uma terrível dor no peito e vai até a sala, desce as escadas com a mão no peito e quase caindo de tanta dor.

Zé Leôncio – Aí, o que que é isso? O que que ta me acontecendo? Essa dor eu nunca havia sentido antes!

Ele olha pra foto que Ucker tirou do Velho do Rio que estava na parede e depois se senta na poltrona.

Zé Leôncio – Quando o Ucker acordar eu pedir pra ele me levar pra São Paulo terminar aqueles exames, eu sou teimoso mesmo, eu tava lá, podia ter terminado...

A dor aumenta e ele olha pro quadro na parede.

Zé Leôncio – Mas um Leôncio não morre atoa né pai? Ara pai, o que que aconteceu com ocê aquele dia? Que que foi que lhe tirou a vida pai? Foi um marruá? Uma boca de sapo? Uma onça? Não foi nada disso pai! Ocê ta vivo pai! Pq que ocê nunca aparece...

Entre as dores e a angustia Zé Leôncio chora.

Zé Leôncio – Eu sempre lhe quis tanto pai e nem no retrato ocê me aparece pai!

Misteriosamente Zé Leôncio consegue ver o pai no retrato da parede.

Zé Leôncio chorando – Pai? Eu to lhe vendo pai! Eu to lhe vendo pai!

Cam mostra Zé Leôncio correndo de cavalo até a beira do rio.

Zé Leôncio – Pai? O pai? Paiiiiii? Paiii? Pai Joventino, eu to aqui pai, eu to aqui pai, seu filho Zé Leôncio, me aparece pai, eu to aqui, eu to aqui, o seu filho pai, aparece paiiiiii, aparece!!!

O Velho do Rio aparece pra Zé Leôncio.

Velho – Se levanta filho.

Zé Leôncio – Pai?

Velho – Eu disse pra vc se levantar.

Zé Leôncio – Então não era mentira? O senhor ta vivo! Me deixou esse tempo todo nessa agonia e ta vivo?

Velho – Eu to... agora nós dois estamos vivos!

Filó agorda e percebe que Zé Leôncio não está ao seu lado.

Filó – O diacho, pq o Zé acordo tão cedo?

Cam mostra a flora e a fauna do Pantanal, os animais, as aves, os jacarés, as sucuris, as árvores e a casa de Zé Leôncio. Filó desce a escada pra sala atrás de Zé Leôncio.

Filó – Zé? Zé? O que ocê ta fazendo aí? Acordei, te procurei na cama! Zé? Ocê que fala comigo Zé?

Filó percebe que tem algo de errado com ele que parecia estar dormindo na poltrona da sala.

Filó – Zé? Ocê não brinca comigo! Zé? Zé me responde?

Ela toca no rosto dele e percebe que ele estava gelado.

Filó chorando – Zé? Não faz isso comigo!!! Zé? Zé? Ocê não faz isso comigo Zé!!!

Ele beija o marido.

Filó – Zé responde, responde pra sua Filó! Zé não faz isso comigo! Zé? Zé? Não faz isso comigo! (gritando e chorando) Nãoooo, não meu Zé, não!!! O meu Zé não!!! Aíííííííííííííííi!!!! Zéééééé´!!!

Todos acordam com os gritos dela.

Ucker – O que ta acontecendo Filó?

Irma – Filó?

Filó chorando – Aííííí´!!!

Zé Lucas – O que que aconteceu Filó? O que que aconteceu?

Filó chorando – O meu Zé foi embora filho!

Zé Lucas chorando – O que? Para com isso pai!

Ucker chorando – Pai levanta aí pai!

Zé Lucas – Pai, não faz isso com a gente não pai!

Dulce chorando – Ucker, ele ta morto! Deixa ele quieto Ucker, ele ta morto!

Filó desesperada – O meu Zé! O meu Zé nãoooo!

Poncho estava desolado abraçado as pernas do pai e chorando. Zefa abraça ele. Irma e Mariana pegam Filó e tentam acalma-la. Todos choram.

Zefa – O Poncho, não fica assim não, olha a feição dele, ele morreu rindo!

Todos choram.

Filó – O meu Zé não!!! O meu Zé não! Aííííííí! Chama teu pai Poncho, chama teu pai!

O espírito de Zé Leôncio conversa com o esperito do Velho Joventino.

Zé Leôncio – Pq pai? Pq nunca apareceu pra mim? Eu que sempre chamei o senhor, eu que sempre tive no seu rastro!

Velho Joventino – Mas ocê nunca acreditou!

Zé Leôncio – Eu nunca acreditei!

Velho Joventino – E até hj ocê ta no meu rastro, eu deixei que ocê viesse ao meu encontro!

Zé Leôncio – Pq pai?

Velho Joventino – Eu caí do cavalo naquela luta com o marruá e a boca de sapo me pegou no pescoço, daí eu tava morto!

Zé Leôncio – Mas eu disse pro senhor não ir caçar um marruá sozinho, a gente tinha combinado!

Velho Joventino – Isso tava escrito filho! Nossas história tb não terminam aqui, tem os seus filhos, tem seus netos, tem que cuidar deles, que nem eu cuidei docê! Agora eu to cançado nessa vida, chegou a minha hora de descançar!

Zé Leôncio – Pai?

Velho Joventino – Até um dia filho! Cuida bem da sua comitiva!

Cam mostra o Velho Joventino caminhando em direção do rio e quando volta o foco pra José Leôncio vemos que ele se transformou no novo Velho do Rio. Cam foca numa sucuri entrando na água do rio. Corta cena para Filó jogando flores em cima da chalana onde estava o caixão de Zé Leôncio. Os três filhos estão de pé na frente da chalana e disparam pra cima três tiros de revolver. A chalana sai levando o caixão de Zé Leôncio e vários barcos acompanham o cortejo de despedida. Filó fica na margem do rio observando o cortejo ir embora. Na frente da chalana, Ucker, Poncho e Zé Lucas estão abraçados. Cam foca nos barcos que seguem o cortejo, Chris e May, Irma e Zaqueu, Dulce e Zefa, Marcelo e Anny. Os três irmãos estão agora segurando o chapéu contra o peito, depois eles fazem o sinal da cruz, colocam o chapéu de novo na cabeça e se abraçam. Cam volta a focar no rosto de Filó que tinha ficado na beira do rio. Ela se vira e ao focar de novo no rosto dele percebemos que ela havia envelhicido alguns anos e ela estava na frente da casa na fazenda. Havia passado alguns anos.

Mariinha – Vóóó? A gente pode brincar lá fora?

Anterinho – A gente não vai longe vó!

Filó – Vcs não se demoram viu!

Mariinha – Ta bom vó!

Anterinho – Ta bom vó!

Filó – Então vão com Deus!

Mariinha – Vamo Antero?

Anterinho – Vamo Maria!

As crianças saem a cavalo. Cam mostra Filó andando e olhando pra casa, pras árvores, pro rio, depois ela se senta numa cadeira de balanço em frente a casa e olha pra sua aliança no dedo.

Filó – Aí! Como o tempo passa meu Deus!

Cam foca um avião pousando na fazenda.

Filó – Dulce? Dulce? Teu marido ta chegando!

Corta cena para Velho do Rio (Zé Leôncio) caminhando de mãos dadas com os netos pelos pastos.

Velho – Teu pai agora virou vereador né Antero?

Anterinho – É vô, mas agora ele não para mais em casa!

Velho – É assim mesmo! E no futuro vai ser pior viu! É a sina dele, é a sina dele.

Mariinha – Vô? Conta uma história?

Velho – Que história ocê quer que eu conte?

Mariinha – Da moça que vira onça!

Velho – Igual ocê?

Mariinha – Só viro onça quando eu to com raiva!!!

O Velho Zé Leôncio ri.

Anterinho – Eu to aprendendo tocar viola vô.

Velho – Eu já esperava por isso!

Cam foca em Filó.

Filó – Pq só essas crianças vê esse Véio do Rio? Se ele é mesmo o meu Zé Leôncio, pq que ele não aparece pra mim?

Cam vai se distanciando de Filó e foca no Velho do Rio caminhando de mãos dados com os netos de longe. Na tela aparece escrito:

“O homem é o único animal que cospe na água onde bebe;

O homem é o único animal que mata pra não comer;

O homem é o único animal que corta a árvore que lhe dá sombra e frutos.

Por isso está se condenando a morte.”

Palvras do Velho do Rio!

FIM!