Fanfic: Dulce problema X Christopher solução [adaptação]

“Gostou? É uma pra mim e outra para você.”

“Christian,você sabe que a Europa não fica dentro do EUA,certo?”-Não era a primeira vez que eu me questionava se Christian era burro ou apenas tinha batido a cabeça demais quando criança.

“Deixa de ser tapado,ucker,a gente não vai pra Europa,a gente vai para a Itália.”-Ele gargalhou tão alto que todos à nossa volta nos fitaram aborrecidos.

Meu Deus,preferi nem corrigir Christian,seria díficil lhe explicar que Europa é um continente,quando ele pensa que continente é apenas o nome de um supermercado.

“Então,Christian,qual o motivo das camisetas?”

“As italianas adoram os americanos.Só estou facilitando nossa vida,tornando mais fácil para elas nos notarem.Não é uma idéia brilhante?”

“Com certeza!”-Respondi ironizando. “Já que é para chamar a atenção,porque você não comprou logo uma daquelas cartolas do Tio Sam com muitas estrelas e listras?”

“Tipo essas daqui?”-Perguntou ele,tirando duas cartolas de dentro da sacola.

Mal consegui acreditar no que meus olhos viam.Cara,o que Christian tem na cabeça?

“Anda,veste logo sua camiseta,ucker.”-Riu Christian,enquanto passava seus braços grandes para dentro da camiseta.

Bufei e revirei os olhos.

Pensei em asfixiar Christian com a camiseta,mas como diz aquele ditado...

“Já que está no inferno,abraça o capeta.”

Vesti a camiseta e coloquei rindo a cartola pavorosa na cabeça.

Christian e eu nos encaramos sérios por um segundo,aquela visão certamente não iria sair de nossas mentes tão cedo.

“É ITÁLIA,BABY”-Nossas vozes saíram como uma só e nossas gargalhadas foram altíssimas.

 “Hum,deixa eu adivinhar...Americanos?”-Perguntou Anahí sorrindo,de pé ao nosso lado.

“Minha idéia!”-Disse  Christian apontando pra si mesmo orgulhoso.

“Gostando da viagem,Anahí?”-Perguntei.

“Não curto muito aviões,me dá um medinho.”

“Bebe uma cerveja,ajuda.”-Disse Christiant,estendendo seu copo.Alice, para minha surpresa,aceitou.

“Me responde uma coisa:o irmão de vocês,Alfonso,é assim,sempre tão quietinho?”- Anahí olhou,disfarçadamente,em direção ao meu irmão que estava sentado ao lado de Maite próximo ao corredor.SORTUDO.

“Ele é um pouco tímido,ele geralmente só fala se você iniciar a conversa.”- Alfonso sempre foi assim,preso no seu próprio mundinho.Christian e eu por várias vezes tentamos ajudar ele a se soltar,mas Poncho tem muita convicção de sua personalidade,não se deixa ser influenciado.

“Hum,porque todo esse interesse,hein,mocinha?”-Brincou Christian.Anahí instantaneamente ficou rubra,estava tão constrangida que nem mesmo nos encarou.Tive que cotovelar Christian Do contrário,ele prolongaria aquele assunto.

“Any,posso fazer uma pergunta?Me responde sinceramente?”

“Claro,ucker!”-Disse ela,já sorrindo.

“Não me entenda mal,mas o que podemos esperar dos siviñon?”-Não consegui disfarçar minha curiosidade.

“Bem,o Fernando é um amor de pessoa,sempre calmo,sempre prestativo.Logo vocês vão adorá-lo.Maite é um pouco mimada e bastante vaidosa.Ás vezes ela acha que é dona do mundo.Mesmo assim,ela consegue ser agradável quando quer.Quanto a Duce...”-Anahí suspirou antes de continuar. “Pode não parecer,mas somos melhores amigas,aliás,acho que sou a única amiga dela.dul tem todo aquele jeitão antimpático,rebelde,irritante e desbocada,mas no fundo,bem no fundo mesmo,ela é só uma garota gentil e doce.”

Todos nós esticamos o pescoço para conseguir observar Dulce,algumas poltronas à nossa frente.A descrição que Anahí fez da garota não se encaixava em nada com a descrição que eu mentalmente já havia formulado.Mesmo assim fiquei curioso,poderia Anahí estar certa?

Por incrível que pareça,a garota jogava amendoim em um menino de apenas 6 anos que,furioso,revidava jogando-lhe também,amendoins.

Os amedoins do pobre menino finalmente acabaram.Dulce deu um largo sorriso mostrando o dedo em um gesto extremante grosseiro em direção ao menino,que abriu o berreiro enquanto puxava a manga da blusa de sua mãe.Esta,distraída,conversava com um senhor ao seu lado.

“É,talvez eu tenha exagerado um pouquinho no doce e gentil.”-Sussurrou Anahí,ainda fitando sua prima.

BOTE EXAGERO NISSO!

Exclamei mentalmente.

Finalmente,Itália.Verona era simplesmente espetacular no verão.Nada parecia mais perfeito.A Casa de Fernando era exuberante,muito bem decorada e ostentando luxo.Não fazia a menor idéia que ele possuía um imóvel tão gracioso.Fernando aparentava possuir muito mais dinheiro do que eu imaginei.

O casarão tinha dois andares,várias suítes,sala de visitas,sala de jantar,cozinha,salão de jogos,deck,uma garagem enorme,um jardim florido,piscina gigante,e por fim,uma sala com vários intrumentos musicais.Quem daquela família poderia ser músico?A resposta não me importou muito,afinal, eu poderia voltar a tocar nessas férias meus instrumentos favoritos:piano,bateria e violão.

Finalmente havia desfeito as malas.Organizar minhas coisas no meu novo quarto não foi tão fácil quanto imaginei.

Deitado com os olhos bem fechados,ouvi o ruido ensurdecedor de aço sendo arrastado no chão.Rapidamente,levantei-me e me deparei com Dulce tentando arrastar uma mala tão grande que,seria possível ela caber inteira ali dentro.

“Está arrastando essa mala?”-Perguntei,surpreso com a cena.

“Não,tou encerando o chão!”-Respondeu a grosseria em pessoa.

Para o bem da própria Dulce,ignorei.

“Quer ajuda?”

“Sua?AHAHAH.NÃO!”-Respondeu ela,ainda tentando sem sucesso, mover a mala.

Revirei os olhos e cruzei os braços para observar até onde ela iria com aquele orgulho.

Dulce suava enquanto empurrava a mala em direção o quarto ao lado do meu.Para a minha diversão,a mala não moveu um só centímetro.Eu sabia que uma hora ela ia ceder.

“Vai pedir minha ajuda agora?”-Eu já estava ficando impaciente.

“Nem morta!Quem precisa de roupas,afinal?”-Dulce chutou a mala, furiosa.Segurei o riso.

Naquele momento,ela não pareceu uma grande ameaça à minha mãe.Afinal,ela era só uma garota de 17 anos que não conseguia carregar a própria bagagem

“Você é muito fracote,garota,desista.Eu aposto 50 dólares que você nunca vai conseguir levar essa mala para o quarto sozinha.”

Dulce me encarou com olhos semi-cerrados,seu queixo tremeu um pouco, com nítida fúria e revolta.

“Aposte 100, seu babaca!”

Eu ri.

“Vai!Força,pirralha!”-Sem poder me conter,provoquei.

Dulce bufou.

Achei que ela fosse chutar a mala mais uma vez,ou chutar a mim.Para minha surpresa,Dulce abriu a mala e rapidamente começou a jogar toda a roupa pelo corredor,espalhando-as sem se importar.Inclusive,uma de suas camisetas horrorosas,veio parar na minha cabeça.Em menos de dois minutos,a mala já estava vazia e Dulce a puxava tranquilamente para o quarto.

DROGA!

“Você me deve 100 pratas,seu Uckerman burro.”-Disse ela rindo,ao entrar no quarto.Em seguida,bateu a porta com força.

Sério!GAROTA INSANA!Eu não mereço!