Fanfic: Em busca do Impossível

Ao descer do ônibus observei que mais a frente, exatamente em frente ao cinema (eu morava quase em frente como eu disse) o ônibus parou mais uma vez, e por incrível que pareça desceu do ônibus ele, Cristiano.

- Então ele mora perto da minha casa, gostei!

Enfim eu agora teria um amigo perto. Na verdade eu tinha outros amigos na vizinhança, mas não estudavam na mesma escola que eu, mas ele era diferente, estudamos juntos e ainda é quase meu vizinho.

- Será que devo?

Veio em minha mente uma vontade de ir visitá-lo e dizer que eu morava perto dali, e que ele poderia ir me visitar. Na verdade quando eu não estava na escola eu ficava em casa na internet ou então no vídeo game, era legal, mas passou a ser um pouco entediante. Seria bem melhor ter um amigo para sair.

Fiquei uns 5 minutos parado pensando, mas enfim decidi ir para casa, “acho que é muito cedo para ter certas intimidades, quero dizer, conheci o menino hoje! E ele deve ter visto eu descer logo ali também”.

Minha mãe já estava a minha espera com seu horroroso lanche (dessa vez era sanduíche natural e suco de maracujá). Forçou a mim comer tudo, até que fui liberto para súber ao meu quarto. O professor de matemática, que era insuportável, já havia passado 2 folhas de dever para casa, o que eu fiz com toda rapidez que pude para ir ao meu destino que até aquele momento era o meu favorito: A internet.

Não sei o que me deu, mas a vontade de descobrir o que estava acontecendo em meu corpo bateu, então resolvi pesquisar, saber um pouco mais (embora eu soubesse que essas duvidas tiramos com os pais). Era o que eu tinha previsto, realmente era normal garotos que estão na minha idade ter um inchaço nos peitos, mas segundo o site (Adolescentes e o Sexo) isso é passageiro. Confesso que me tranqüilizei mais, foi quando eu vi um link que dizia: “Sexualidade se descobre quando nasce ou aos 16 anos?”.

- Como assim?

Eu não havia entendido o que aquele link poderia dizer, mas o que eu poderia fazer para descobrir? Isso mesmo! Cliquei então li.

Ao nascer, vamos assim dizer, que você está destinado a gostar do sexo oposto. Obviamente você nasce definido se é homem ou mulher, mas será que sua vontade de ter relações, ao nascer, já estão definidas? Quero dizer, será que você nasce sabendo se realmente gosta do sexo oposto? A resposta é NÃO.

Quando chega aos 16, 17 anos que o individuo começa a se ver mais sexualmente, sabendo assim se realmente irá gostar do sexo oposto ou não...

Era interessante a matéria, e tinha um titulo (Sexualidade se descobre quando nasce ou aos 16 anos?) muito bem elaborado. Mas confesso que me vi ali, na reportagem como um daqueles indivíduos que está se descobrindo sexualmente. Me vi sendo um garoto de 16 anos que descobriu que gosta do mesmo sexo, ou seja, que gosta de homens. O dia não tinha sido muito propicio a dizer que eu estava livre de ser um desses, quero dizer: achei-me bonito, achei dois homens bonitos, achei Jan bonito também.

- Anda menino, vamos!

Tinha esquecido, mas claro que minha mãe estaria ali para lembrar. Tinha prometido que iria ao mercado com ela, nada muito legal, mas ao menos eu não ficaria ali vendo aquela reportagem e não ficaria com pensamentos estranhos.

Mas não foi bem como eu pensei, o supermercado estava cheio de gente, afinal, as pessoas trabalham e estudam durante o dia, sobrando somente a noite para as compras. Fiquei sentado, esperando minha mãe, já estava cansado de andar, rsrssrs, então a fiquei esperando no parque das criancinhas, enquanto ela ia à seção de verduras. Foi quando eu vi ali em pé na minha frente Cristiano.

- Nossa, que coincidência... – disse ele.

Novamente minha crise de esquisitice entrou em cena. Fiquei tremulo, pasmo ao ver ele, continuei ali sentado olhando para ele sem dá uma palavra se quer.

- Também está esperando sua mãe? – perguntou ele ao ver que eu não dissera nada.

Foi quando saiu um pequeno gemido que parecia um “sim” de minha boca, ainda ali sentado olhando para ele.

- Podemos esperá-las na lanchonete, o que acha? – disse ele novamente.

Levantei sem responder nada o que deu para entender que eu havia aceitado, e saímos andando para a lanchonete, ele contando sobre as pessoas que tivera conhecido, e sobre sua antiga escola e antiga cidade...

Continua...