Fanfic: Em busca do Impossível

Fiquei durante todo o caminho sem olhá-lo no rosto, mas era o que eu mais queria fazer. Olhá-lo, beijá-lo, tê-lo em meus braços. Minha mãe falava coisas como “Não vão convidar as namoradinhas também?”, “Desde quando vocês se conhecem?”. Aquilo, confesso, estava me irritando. Também pudera, as respostas dele me faziam ter mais raiva.

- A Srª sabe, nós somos muito amigos, e acho que uma garota no meio de amigos não seria muito viável...

- É verdade querido, e seria muito desconfortável para elas, terem que ver vocês falando em jogos.

Aquilo me deixava vermelho, por um lado gostava por ele querer ficar a sós comigo, mas por outro me dava raiva, pois eu sabia que ele estava sendo sarcástico. Ao menos até o final da viagem ele não teve a genial idéia de mandar chamar a Stephany, vê-los num clima de total romance não era o que eu queria naquele exato momento...

- Vamos! Tomem um banho que já vou preparar um lanche!

- O que?! Tomar banho? Como ele vai tomar banho...

- Ah não se preocupe Srª! Estou bem assim, e eu não trouxe roupa.

- Ah querido, ele pode usar suas roupas não pode? – Com certeza minha mãe tinha tirado o dia para me irritar.

- Não Srª! Estou bem, de verdade. Mas então, vamos ver sobre o jogo na internet?

- Ah! Sabe o que é, é que eu vou tomar um banho primeiro, você pode esperar aqui na sala sentado.

- Nada disso! Ele vai ficar fazendo o que na sala, você vai para o banho e você sobe fica no computador enquanto isso, e assim que o lanche tiver pronto vou chamá-los.

Eu queria morrer, minha mãe parecia querer me jogar para o menino, se ela soubesse dos meus reais sentimentos eu me arriscaria a dizer isso.

- Vamos! – disse ele vindo logo atrás de mim. – Sua casa é muito bonita.

- Obrigado! – respondi sem nenhum entusiasmo subindo as escadas.

Ao chegarmos ao quarto ele sentou em minha cama, logo o indiquei onde ficava o computador, mas ele não moveu um passo.

- Sabe, eu queria realmente saber por que você saiu correndo lá na lanchonete!

- Eu?

- Sim, você! Cara, eu não sabia que você gostava dela, não precisava daquilo, eu só disse por que achei que vocês só seriam amigos, sei lá.

- Mas você pareceu estressado quando eu disse que gostava dela!

- Eu pareci estressado? Eu estava assustado com sua reação, é bem diferente.

- Hum... ok, o computador como eu disse fica ali, acho que deve estar debaixo daquelas roupas.

- Ok, obrigado!

Eu simplesmente peguei minha toalha e fui para o banheiro, mas infelizmente não tive a idéia de pegar a roupa que ia vestir! Droga! Quando me dei por conta disso já estava saindo do banheiro, agora era inevitável.

Fui para o quarto só de toalhas, e confesso estava morrendo de vergonha. Não demorou muito para ele perceber que eu havia entrado no quarto.

- Sabe, não há novo jogo algum... Inventei aquilo somente para falar com você.

- É eu sei – disse meio sem graça ao ver ele virar para me encarar.

- Nossa cara! Como você é branco.

- É... um pouco. Acho que vou pegar um sol depois na praia.

- Ótimo, o que você vai fazer nesse final de semana?

Aquilo parecia um sonho, Cristiano estava no meu quarto, e parecia interessado em sair para a praia comigo. Será que ele sabe de mim? Saber o que? Nem eu mesmo sei sobre mim. Mas será que ele é como eu? Como eu? Eu sou normal. E ele também!

- Aff, acho que estou ficando maluco.

Continua...