Fanfic: "::: Agonia e Êxtase :::"

Anahí corou um pouco, mas não desviou a vista.
— Seu corpo não me rejeitou, lembra? Você estava tensa, constrangida, e eu fui rápido demais. Foi estranho que, embora inocente, não tivesse reagido como uma virgem...
Anahí odiou escutar a louvação de sua discreta volúpia.
Alfonso, por sua vez, suspeitava que ela não fosse mais virgem e que tivesse sido sexualmente abusada quando criança. Isso explicaria muito de seu temor.
Ela se deixou tombar nos braços dele, cortando aquela linha de pensamentos.
— Não, não quero isso. — Alfonso a afastou de si, embora o semblante revelasse outra intenção. — Devia ter beijado você anos atrás, quando éramos mais jovens e não tínhamos tantos problemas.
Anahí esperou, sem fôlego, que ele mudasse de ideia e prosseguisse com as carícias. Então, aconteceu. A boca de Alfonso pousou, lenta e firme, em seus lábios entreabertos.
Não foi como antes. Ela sentiu toda a textura da pele a saborear, provocar, abrasar. Ficou quieta e parada desfrutando o mais possível.
Em seguida, o polegar de Alfonso trabalhou no canto da boca de Anahí, testando-lhe a suavidade até um novo e carinhoso beijo. Ele forçou o lábio inferior dela para baixo e sorriu ao ver que, por fim, ela abria a boca de forma receptiva pela primeira vez.
— Assim mesmo, assim! — estimulou-a, respirando rápido quando molhou os lábios e a beijou com mais sensualidade. — Deixe-me entrar aí.
Anahí sentiu a língua dele entre os dentes, abrindo passagem com movimentos voluptuosos. Mas foram as palavras, doces e lúbricas, que causaram-lhe um efeito inesperado. O calor a invadiu, as defesas caíram. Anahí arqueou-se para ele, de boca aberta, retribuindo por instinto os mo¬vimentos sedutores da língua.
Quando as mãos de Alfonso lhe agarraram os quadris, ela experimentou a excitação que não protestou contra a intimidade. Era sensacional sentir que ele a desejava tanto assim.
Naquela noite terrível, não existira essa lenta e inebriante cumplicidade, que agora a fazia querer os beijos de Alfonso em seu corpo, as mãos em sua pele nua.
Tanta luxúria a espantou. Anahí não conhecera direito o desejo da carne, com exceção de alguns breves momentos com Alfonso. Agora, vivia uma aventura completa dos sentidos, um banquete em matéria de sensualidade.
Os dedos dele levantaram a camiseta de Anahí para apalpar os seios. Sabia mover as mãos depressa e apertar os mamilos antes de cobrir-lhe o colo com o peito musculoso e roubar mais um longo beijo.
Depois disso, porém, ela recuou, confusa.
As feições de Alfonso eram duras, o maxilar estava tenso na expectativa do contato íntimo.
— Gostei disso — ele disse, com a voz rouca. Tirou a camisa e lançou-a para longe, sem reparar onde caía. Então, conduziu as mãos dela para seu peito nu. Tremeu e vibrou com o jogo amoroso. — Não tema nada. Jamais tornaria a magoá-la.
Anahí teve certeza disso, pela ternura do toque de Alfonso, pelo delicado carinho que ele lhe proporcionava com os lábios. Recusou-se a pensar no passado ou no futuro. Se aquilo era tudo o que poderia ter com Alfonso, ela o teria.