Fanfic: "::: Agonia e Êxtase :::"
Diante dela e do pai, ele sempre parecia intimidado, sério demais. Importava-se apenas com o trabalho e, de vez em quando, homens de aparência rude entravam e saíam da casa, em horários estranhos. Isso punha Angel tensa quase sempre. Mas agora, com Anahí, Alfonso estava diferente, menos duro e frio. O que será que a visitante teria feito para mudá-lo assim?
— Descalça e de short! — ela reclamou entre dois goles de café. — Se algum de meus clientes me visse!
— Você comprou um problema que não pode resolver sozinha, Anahí. Mas estava encantadora naquele elevador.
Anahí ficou perturbada, porque não conseguiu replicar à altura. Limitou-se a terminar seu café.
Vendo tevê na sala, Anahí continuava confusa.
— Alfonso, acha mesmo que Gruber virá atrás de nós dois?
— Não acho. Tenho certeza. — Apesar de sorrir, Alfonso foi quase ríspido. — Vou me encontrar com Lassiter de manhã e combinar algumas estratégias. Deixarei você em seu escritório. Irei com Davis apanhá-la no fim do expediente.
Anahí ensaiou um protesto, abrindo a boca para falar. Desistiu, porém, já que se tratava de um assunto restrito a Alfonso. Ele já convivia com perigo, ameaças, violência. Ninguém melhor para lidar com Gruber.
— Não reclamarei, porque você é bom no que faz.
— Obrigado.
— Não estou sendo gentil. Falo com sinceridade.
— Sente-se segura comigo? — Os olhos de Alfonso reagiram, procurando os dela.
— Não sei se iria tão longe. — Anahí esboçou um sorriso irónico.
— Ah! Agora sim, está me lisonjeando. — Com o controle remoto, Alfonso mudou de canal, sintonizando um antigo filme policial do qual ambos gostavam muito, em anos passados. — Lembra-se dele?
— Sim! — ela se empolgou. — Eu o via bem aqui, sentada a seu lado, nas raras ocasiões em que você vinha para casa, nos fins de semana.
— Ainda o vejo. Tenho a fita.
— Eu também — confessou, sorrindo, tímida.
— Pelo menos encontramos uma lembrança boa para nós dois.
Na confortável cama do quarto preparado para ela, Anahí dormiu como um anjo pela primeira vez em meses. Mal acreditava que Alfonso cuidava dela, sobretudo com as dificuldades e más experiências que vivera fazia pouco. Tudo mudara. Existia entre eles uma nova ternura, que chegava a assombrá-la. Sentiu-se em casa, de verdade, e Alfonso se extremava em gentilezas. A despeito da turbulenta atração física que os unia, ainda conseguiam ver televisão como amigos ou discutir política e as novidades dos jornais. Pareciam ter mais em comum, naqueles dias, do que em todos os anos anteriores. Alfonso não a tocara de novo. Limitava-se, ao acompanhá-la até a porta dos aposentos, a afagar-lhe de leve os cabelos, agora mantidos presos, e entrava sorridente, satisfeito, em sua própria suíte. Alvo de atenções e carinho, Anahí chegou a crer que, fossem quais fossem as consequências, eles vivenciavam um período de ouro em seu relacionamento.
Vestida num discreto conjunto azul-marinho, Anahí veio tomar café trazendo a bolsa numa das mãos e seu laptop na outra. Alfonso trajava calça caqui, com grandes bolsos laterais, camiseta de gola careca e jaqueta de couro. Transmitia poder e sensualidade. Anahí conteve a vontade de abraçá-lo com força, até sentir os músculos do peito largo.
— Você está muito bem, Anahí. Muito bonita e profissional.
— Devo cuidar de minha imagem como mulher de negócios — rebateu, contente.
— Gosto mais de sua imagem em short. — Sorriu ainda mais, sabendo que a provocava.
Ela se serviu de ovos com bacon, enquanto preparava a resposta.
— Não preciso ser sexy para arranjar clientes.
— Não foi o que insinuei.
— Já soube de mulheres que usam o sexo para fechar negócios.
— Não você. Nunca! Afinal, nem mesmo usa roupas que lhe acentuam as linhas do corpo. Caminha como uma executiva. Não flerta, nem provoca. — Alfonso suspirou, franzindo a testa. — É uma boa imagem de mulher de negócios, sem dúvida, mas não precisava esconder tanto a sua sensualidade.
— Meu ramo de atividades o requer.
— Uma mulher não se toma um homem por usar terninho e blusa com gravata, meu anjo. É uma das visões mais híbridas, mais desagradáveis que já tive. Já imaginou um executivo de saia e blusa florida? A feminilidade, ao contrário do que pensa, pode ajudá-la na carreira, Anahí. E me levou dezoito anos até que conseguisse concluir isso.
Ela não sabia mais como conduzir a conversação. Alfonso entrava em assuntos pessoais, e por isso incômodos. Tinha o dom de interrogar, talvez trazido de sua profissão, e também conhecia as pessoas só de olhá-las. Não quis servir-lhe de cobaia e, por sorte, ele mudou de conversa:
— Logan ficou furioso com Kit, por causa da foto.
— Acho que foi mais por causa do menino deles. Ela fez algo potencialmente perigoso para Bryce.
— Não é só isso. Nesta família, eu é que corro os riscos. Por isso lhe peço para continuar vendendo ações e deixar o trabalho de detetive para os peritos.
Alfonso tinha razão, embora Anahí não o admitisse. Foi feminista no comentário:.
— Bem, vamos manter as frágeis mulheres longe da li¬nha de fogo.
— Frágeis o diabo! — protestou, mas com imprevisto bom humor. — Você é o tipo exato de companheira que eu gostaria de ter num tiroteio. Tem nervos de aço e não foge nunca.
Surpresa, ela o fitou com evidente curiosidade.
— Não estamos num tiroteio de verdade, e sim numa ação clandestina de espionagem, querida. Pelo que sei, você não usa armas. Gruber, quando precisa, contrata pistoleiros. Seriam precisos dúzias de mercenários, colegas meus, para manter a fazenda segura.
— Como? — Ela se fez de desentendida. O assunto tomava proporções que jamais teria imaginado.
— Pronta para sair? — Alfonso consultou o relógio.
— Sim, quando quiser.
Apanhou a bolsa e o computador portátil da cadeira onde estavam e seguiu Alfonso para a saída. Ele fez uma pausa para falar com Angel, decerto alertando-a para manter tudo bem trancado e as janelas fechadas. Colocou seus óculos escuros quando alcançou a varanda.
Na garagem, um caubói vestido de preto manuseava uma espécie de aparelho eletrônico no carro esporte de Alfonso. Ao lado, um cão pastor alemão farejava tudo. O homem meneou a cabeça, com aprovação, mas não disse nada.
— Obrigado, Wilson — murmurou Alfonso. O outro apenas acenou.
— O que ele estava fazendo? — Anahí ocupou o banco do passageiro.
— Checando a presença de nitratos.
— Fertilizantes?
— Mais ou menos — Alfonso anuiu, divertido.
— Não me faça de boba. Já vi esse aparelho em aeroportos. Com certeza, não procuravam por fertilizantes agrícolas.
— Você é demais para mim, querida. Wilson e o cachorro procuravam uma bomba.
Ela respirou fundo. Depois, caiu em silêncio.
— Não vou esconder mais nada — alertou Alfonso. — Você é crescida e pode suportar a realidade. Gruber é o tipo de sujeito que poria uma bomba no automóvel ou em qualquer outro lugar, sem se importar em matar gente inocente. De agora em diante, temos de verificar tudo, e em especial a casa. Tanto explosivos quanto aparelhos de escuta telefónica.
O perigo surgiu real diante de Anahí. Lembrou-se da bomba que quase levara Alfonso e examinou os ferimentos de seu rosto bronzeado. Não o desfiguravam, mas lhe davam um ar de bandoleiro.
— Admito que tenho sido ingénua.
— É natural. Não está habituada a essas coisas, como eu estou. — Alfonso ajeitou no nariz os óculos escuros. — Por isso, vamos fazer de conta que estou cego, e você dirige.
— Confia em mim como motorista? Trocaram de banco, e ela empunhou as chaves.
— Terei de aprender a confiar. E não só como piloto de carro esporte. Com relutância, Anahí assumiu o volante.
Para ela, foi delicioso dirigir o veloz automóvel de Alfonso. Gostaria de ter um, mas suas economias nunca eram suficientes para um gasto de luxo. Era irónico, porém, conduzir aquele que sempre fora capaz de cuidar de si mesmo e dos outros a seu redor. Contudo, a farsa da cegueira sem dúvida poderia ajudá-lo a apanhar Gruber
Autor(a): iloveaya
Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Ao parar, antes de entrar na rodovia principal, Anahí estudou-lhe o perfil incisivo e concluiu que jamais pensara muito sobre o trabalho do irmão de criação. Por longo tempo, tinham levado vidas separadas, e não o vira ainda em ação. Por meio de Christian Chávez, conseguia informações sobre um ou outro cas ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 83
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:09
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:06
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:02
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:58
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:53
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
rbdlover Postado em 17/09/2008 - 15:41:35
Posta mais eu sou louca pelas suas webs, aliás posta na outra tbm muito boa!
por favor Amanda, não deixa de postar se não vou ter um ataque de Pelanca!!!!
Beijos!
Rebecca (rbdlover) -
gabyzitah Postado em 04/09/2008 - 21:01:00
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
POSTA MAIS!
pelo amor das minhas fadas...posta amix.
tinkwink vc tah fikando mto ruim, me dexando curiosa eim..
=D
te dolú amix!
bjin** -
gabyzitah Postado em 29/08/2008 - 21:32:10
ILOVEEEEEEEEEE
AAAAAAAAAAA
AAAAAAA
POSTA!
eu vou ter ataques aquii...
posta menina!
Flor, pq vc nuka posta mais??
=[
POSTA
postaa -
gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48
maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!
-
gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48
maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!