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Capítulo: 58? Capítulo

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CAPITULO XI

Anahí RETEVE O FÔLEGO, e Alfonso analisava suas reações à torturante questão que fizera.
— Depois do que acaba de acontecer, não deveria haver nenhum segredo entre nós, pequeno ou grande.
Ela não escondeu a angústia que a assaltou. Gostaria de confiar nele, mas qualquer revelação se tornava mais atemorizante agora que tinham partilhado tanta ternura e cumplicidade física. Contando o segredo, Anahí se sentiria, de algum modo, suja e indigna.
Alfonso pôde ver o tormento estampado em suas faces e recuou. Havia descoberto o aborto provocado que ela sofrera. Com o tempo, conheceria o restante. Não podia ser nada menos do que terrível, pela maneira como Anahí agia.
— Quer tomar um banho? — Ele avançou com as mãos prontas para retirar, pela cabeça, a camisola dela. — Juntos.
— Seu primo Jorge...
— Ele é homem, minha querida. Sabe o que o desejo é capaz de provocar.
— Tal como você — observou, mostrando certo desconforto.
Alfonso aproveitou a proximidade para afagar o rosto de Anahí com as mãos macias.
— Quando eu era mais jovem, antes de me casar com Patrícia, tive minha ânsia de aventuras com garotas fáceis. Mas cresci, e mesmo que ainda tivesse curiosidade, nunca a usaria para satisfazê-la. Dá para entender?

Anahí mordiscou o lábio, triste sem compreender por quê.
— Tenho pouca experiência nesses assuntos — falou, tentando fazer-se clara sem se comprometer com a verdade. — Hoje foi uma espécie de primeira lição, como você mesmo disse.
— Para mim também, meu anjo. Nunca experimentei nada igual. Quero ser seu amigo. Quero que me escute, toque e vibre, mesmo quando o contato se torna um pouco violento. — Os olhos de Alfonso revelavam intenso calor humano. — O que aconteceu foi fora do comum. Um homem precisa de tempo, depois da primeira vez, para voltar a ser potente. Com você, consegui repetir a dose sem pausa para respirar.
— E antes de mim? — O rosto de Anahí se iluminou, na suposição de que havia pegado Alfonso numa armadilha.
— Droga! — Ele gargalhou, para espanto dela. — Não, nunca me aconteceu antes. Satisfeita?
Anahí se encolheu toda, notando que Alfonso seguia seus mínimos movimentos.
— Muito — confessou, com firmeza.
Alfonso respirou fundo, ajeitou a toalha em tomo da cintura e preparou-se para ir ao banheiro.
— Já vou indo, Anahí. Se não esta cansada depois de tudo isso, eu estou. Quero um banho e uma boa noite de sono. Logo farei quarenta anos e terei de comprar uma bengala.
Anahí riu, deliciada.
— E eu preciso de uma capa longa e de uma arma. Cuidarei dos tiroteios para você.
O semblante dela se tornara radiante, e a excitação misturada com a doçura conferia um brilho especial às pupilas.
— Você me tirou o fôlego, hoje, sabia?

Confusa, Anahí não assimilou por inteiro o teor dessa afirmação. Alfonso tornou a rir. Conhecia Anahí por tantos anos e, até aquela noite, na verdade não sabia nada dela. Tinham gerado um filho juntos, que ele jamais vira. Agora poderiam ter outro, se dependesse da vontade de Anahí, e Alfonso se sentiu envolvido mais do que nunca com a irmã de criação. Todas as dores e penas de suas vidas os haviam aproximado. Talvez por isso, pela via do sofrimento, é que a relação entre eles poderia ter se estreitado, fazendo-os dividir suas dores.
— O que está pensando, Alfonso?
— Que eu e você estamos mais próximos do que a maioria dos mortais. E não me refiro somente à cama. — Passou a mão pelo queixo. — Partilhamos alguns episódios dolorosos em nossas existências, e isso criou um laço forte. Eu nunca o admiti isso, até saber do bebê que você perdeu.
— Eu devia ter lhe contado...
Alfonso meneou a cabeça, procurando convencer Anahí de que entendia sua posição no episódio.
— Deveria, sim, querida. Mas compreendo que não tenha conseguido fazê-lo. E a culpa é toda minha. Eu é que a induzi a esse sentimento de vergonha e autopiedade. — Alfonso amenizou ainda mais a entonação: —Jamais farei isso outra vez. E se você engravidar de novo, hoje ou outro dia, não precisará esconder isso de mim. Não permitirei.

— Pode ser que nunca mais possa engravidar. Alfonso reagiu arqueando as sobrancelhas.
— Está prestando atenção ao que diz? Tenho um esperma poderoso — gracejou, para animá-la. — Na história do mundo, nunca houve um reprodutor assim. E você pensa que não pode engravidar de mim! Tolice!
Anahí riu, como ele esperava. Os olhos recuperaram o brilho. Ela adorava o modo como os cantos da boca de Alfonso se erguiam quando sorria. Não resistiu à vontade de beijá-lo.
— Você deveria dormir também, garota. Podemos ter dias duros pela frente.
— Eu sei. — Fitou-o com curiosidade.
— Algo a incomoda?
— Não. — Anahí deu de ombros e sorriu, tímida.
— Não acredito. Pode ir falando, mocinha.
— Lassiter garantiu que me daria um emprego na agência de investigações, se eu o quisesse.
Na pausa que se seguiu, Anahí brincou com os botões da camisola, incapaz de encará-lo.
— Certo — ele falou, por fim. — Quando tudo isso terminar, veremos. A firma de Lassiter é um bom lugar para se começar. Mas só depois de nossos filhos crescerem um pouco. Quando pequenos, precisarão da mãe e do pai a seu lado, para terem uma sólida formação. Então, você poderá voltar a trabalhar fora.
Poderia ser uma ducha fria nas intenções de Anahí. Contudo, ela se mostrou maravilhada. Alfonso falava de um futuro em comum, algo que jamais ocorrera antes.
— Não me olhe como se eu fosse o único responsável! Quem é que me pediu para fazer um filho?
— Pare com isso! — Anahí continuava rindo.
Gosto de crianças e quero ensiná-las a serem boas fazendeiras. Só não as deixaremos brincar de espiões, com fios, rádios portáteis e parafernálias do gênero. — Alfonso se lembrou do que Lassiter comentara sobre seus filhos. — Acho que Dane está cometendo um grande equívoco com seus garotos. Nós não vamos repeti-lo.
Anahí, sorridente, se convenceu de que tudo aquilo era um sonho. Nem ela ficaria grávida nem Alfonso se fixaria dentro de casa, como um pacato homem do campo. O quadro esboçado, todavia, era adorável: viver com ele, ter filhos dele, dividir a existência num lar aconchegante.

Tudo fantasia, porém. Ainda que deixasse de ser, havia entre eles o sórdido passado, que destruiria a possível felicidade. Se Alfonso o conhecesse, nunca mais a tocaria ou gostaria de vê-la.
O pensamento a afligiu, apesar do sorriso matreira que manteve. Anahí estava determinada a impedir que Alfonso percebesse como seu sonho era impossível. Mesmo que ele não soubesse mais do que já sabia, a simples existência de um segredo nas mãos de Stillweíl comprometia tudo. O facínora possuía documentos e videoteipes, que, embora protegidos por senhas, poderiam vir à tona na primeira oportunidade.
E se ela própria fosse atrás de Stillweíl, depois de Alfonso lhe ensinar os princípios do jogo da espionagem?
— Você parece estar planejando alguma coisa, meu bem.
— E estou.
Alfonso veio para mais perto, abraçou e beijou Anahí.
— Pensamento delicioso, querida! Gosto quando você se veste de rosa.
— Pois espere e verá.
— Considerando nosso atual estado, só nos resta esperar. Durma bem, Anahí.
— Você também. — Ela usou o mesmo tom suave dele.

Depois que Alfonso saiu, Anahí tomou uma ducha e vestiu uma camisola fresca, adotando uma pausa para refazer a cama. Preocupava-a o fato de que a empregada de Jorge, diante da desordem dos lençóis, descobrisse o que se passara ali. Envergonhou-se um pouco da sabedoria sexual de Alfonso, embora, depois daquela noite, a quisesse sempre para si.




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Autor(a): iloveaya

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A sobriedade reinou à mesa do desjejum. Alfonso conservou o olhar caloroso ao cumprimentar Anahí, mas havia com ele dois homens estranhos, Um vestia uma rica bata muçulmana de seda listrada. O outro, de traços latinos, usava um terno convencional.— Este é Bojo — Alfonso apresentou o de aparência árabe e rosto quase ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 83



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  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:09

    AAAAAAAAAA
    Estou me atualizando nessa web
    AAA
    Muito boa *--------*
    AAAAAAAAAAAAAAAA

  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:06

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  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:58

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  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:53

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  • rbdlover Postado em 17/09/2008 - 15:41:35

    Posta mais eu sou louca pelas suas webs, aliás posta na outra tbm muito boa!
    por favor Amanda, não deixa de postar se não vou ter um ataque de Pelanca!!!!

    Beijos!
    Rebecca (rbdlover)

  • gabyzitah Postado em 04/09/2008 - 21:01:00

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
    POSTA MAIS!
    pelo amor das minhas fadas...posta amix.
    tinkwink vc tah fikando mto ruim, me dexando curiosa eim..
    =D
    te dolú amix!
    bjin**

  • gabyzitah Postado em 29/08/2008 - 21:32:10

    ILOVEEEEEEEEEE
    AAAAAAAAAAA
    AAAAAAA
    POSTA!
    eu vou ter ataques aquii...
    posta menina!
    Flor, pq vc nuka posta mais??
    =[
    POSTA
    postaa

  • gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48

    maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!

  • gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48

    maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!


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