Fanfic: "::: Agonia e Êxtase :::"
Foi um daqueles momentos em que a vida parece suspensa, etérea, a felicidade pendente como uma gota de chuva em uma folha trémula. O que quer que acontecesse, Anahí se lembraria desse dia para sempre. Naquela tarde, todos puseram diversos disfarces, com exceção de Bojo e Anahí. Alfonso comprara uma peruca que era idêntica à cabeleira branca de Jorge. Também vestiu um de seus ternos de corte antigo, que serviu, porque ambos tinham a mesma altura. Jorge lhe passou uma bonita bengala, que o auxiliava a driblar a artrite.
Rodrigo continuava elegante no uniforme de motorista. Com os óculos escuros que colocou, Bojo ficou com quase nenhum traço visível, sobretudo quando cobria a cabeça com o capuz de sua bata muçulmana. Anahí também pôs óculos de sol, depois de optar por calça branca e prender os cabeios para trás. Insegura, agarrou-se ao braço de Alfonso, que por último colocou os óculos e o chapéu que Jorge sempre usava.
Ele conduziu Anahí até o carro e, minutos depois, estavam todos percorrendo a rodovia pavimentada até a Costa do Sol e Gibraltar, e então tomando a balsa que os levaria a Tânger.
Após passarem duas vezes pelo controle de passaportes — uma na chegada a Gibraltar, outra na entrada do Marrocos —, Rodrigo enveredou pela estrada de Tânger, com Bojo a seu lado e os outros dois no banco de trás. Não era a primeira visão que Anahí tinha do exótico lugar. Poucas semanas antes, estivera lá com a amiga Gretchen Brannon. Perdera contato com Gretchen, mas esperava que o emprego do qual ela abrira mão em Qawit tivesse servido para a colega. Como os demais, preocupava-se em não cometer deslizes e manter a farsa sobre a cegueira de Alfonso. Graças aos céus, não tivera oportunidade de contar nada a Gretchen, conhecida por falar muito.
Anahí relanceou o olhar para Alfonso a seu lado, no banco traseiro, e teve uma boa idéia de como ele se pareceria quando chegasse à idade avançada. A imagem não a incomodou. Ao contrário, motivou-a mais ainda a amá-lo, independente de tudo o mais.
No entanto, se seus pecados fossem descobertos, Alfonso nunca mais a desejaria junto a si. Isso era certo. Por esse motivo, estava resolvida a se dedicar à operação clandestina em andamento, aprender tudo o que pudesse, e então pedir emprego a Lassiter como detetive particular, quando tudo aquilo estivesse terminado. Talvez lhe fosse penoso continuar em Houston, se os fatos viessem à tona. Mas a agência de Lassiter se achava em expansão, e haveria outras cidades para trabalhar. Longe de Alfonso.
Chegaram a uma pequena e bonita vila, com um portão de ferro que lembrava a entrada da propriedade de Jorge, na Espanha. Havia flores por todo lado, cercando a trilha de cascalho que levava a um agradável sobrado branco, com telhado de ardósia e muita madeira na varanda, nas portas e janelas. No pátio, um pequeno chafariz produzia música a partir da água que caía. O conjunto todo era muitíssimo elegante e, como em toda Tânger, a atmosfera recendia a almíscar.
Um jovem alto e garboso veio receber os visitantes.
— Tio Jorge! — Ele tomou nas suas as mãos de Alfonso. — Que bom que veio nos ver! E esta deve ser Anahí, de quem me falou, que acompanhou o pobre Alfonso à Espanha. Sejam bem-vindos!
— Grato pela hospitalidade, Ahmed — disse Alfonso, forçando a voz para parecer grave, de maneira que os serviçais da casa pudessem ouví-lo sem estranhar o tom mais jovem. — Alfonso achou que seria bom para Anahí ver um pouco de Tânger, enquanto descansa um dia ou dois.
Então, apresentou os outros:
— Meu motorista, Rodrigo, e nosso guia, Bojo.
— Todos são bem-vindos, é evidente! — exclamou Ahmed. — Vou lhes mostrar os quartos. Carmen! — Ao mesmo tempo, abria a porta principal do sobrado, que dava numa espaçosa sala de tábuas corridas, paredes brancas e mobília antiga, com cortinas de brocado.
Uma jovem e bonita mulher, carregando um bebê no colo, entrou e cumprimentou todos, com efusividade.
— Estes são Carmen e nosso filho, Mohammed. Ela adiou uma visita à casa da irmã só para conhecê-los, antes de partir.
A conversa caiu no convencional, mas para Anahí era óbvio por que a esposa e o herdeiro de Ahmed estavam deixando a residência. Ficariam fora da linha de tiro, se houvesse problemas. Carmen foi escoltada pelo marido até uma limusine que a esperava. Ele acenou em adeus, enquanto um casal de criados, ambos pequenos e escuros, e pela aparência não-muçulmanos, surgiram para se pôr à disposição dos visitantes e levá-los aos respectivos aposentos. Escada acima, Anahí notou que ficaria no quarto ao lado do de Alfonso e Rodrigo. Bojo se instalaria na parte de baixo.
Ela se frustrou com esse arranjo, pois só pensava em cair nos braços de Alfonso assim que a noite chegasse. Ao almoço leve seguiu-se uma tarde preguiçosa, em que todos se acomodaram em torno do chafariz. Ahmed avisou que teria de dar uma passada rápida em seu escritório de exportação e importação. Deixou os visitantes ao cuidado dos criados, que desconheciam a farsa montada, e por isso Alfonso e Anahí teriam de ser muito cuidadosos. Mais tarde, quando Ahmed voltou, o jantar foi servido, e as pessoas se retiraram. Alfonso entrou às escondidas no quarto de Anahí, a fim de preveni-la sobre conversas reveladoras com os serviçais.
— Não podemos confiar em ninguém, Anahí, o que independe de credenciais. Esta cidade ainda é conhecida pelas intrigas internacionais. Os hotéis estão repletos de gente estranha. Enfim, Ahmed também parece não confiar em seus empregados.
Ela lhe acariciou o braço sobre a camisa branca.
— Quer dizer que não podemos dormir juntos...
— Você não lamenta mais do que eu. — Alfonso afagou-lhe o rosto quente. — Durante a viagem, só pensava nisso. — Inclinou-se para beijá-la. — E não é só sexo, você sabe.
— Eu entendo. — Sentia a necessidade de estar com ele o tempo todo. Buscou seus olhos castanhos, e os dedos lhe tocaram a face. — Sinto-me estranha hoje. Odeio ficar separada de você.
Autor(a): iloveaya
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Alfonso deu-lhe mais um beijo na boca.— É natural, quando se trata de amantes. Ou mesmo quando são apenas emoções e sensações que se tomam irresistíveis. Vibro sempre que a vejo. Para ser franco, eu a derrubaria nessa cama, caso não fôssemos chamar a atenção. — Sorriu, desconsolado. Anah ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 83
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jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:09
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:06
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:02
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jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:58
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jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:53
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rbdlover Postado em 17/09/2008 - 15:41:35
Posta mais eu sou louca pelas suas webs, aliás posta na outra tbm muito boa!
por favor Amanda, não deixa de postar se não vou ter um ataque de Pelanca!!!!
Beijos!
Rebecca (rbdlover) -
gabyzitah Postado em 04/09/2008 - 21:01:00
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
POSTA MAIS!
pelo amor das minhas fadas...posta amix.
tinkwink vc tah fikando mto ruim, me dexando curiosa eim..
=D
te dolú amix!
bjin** -
gabyzitah Postado em 29/08/2008 - 21:32:10
ILOVEEEEEEEEEE
AAAAAAAAAAA
AAAAAAA
POSTA!
eu vou ter ataques aquii...
posta menina!
Flor, pq vc nuka posta mais??
=[
POSTA
postaa -
gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48
maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!
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gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48
maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!