Fanfics Brasil - "::: Agonia e Êxtase :::"

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Capítulo: 73? Capítulo

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Anahí julgava que Lassiter não incluíra detalhes sobre o caso, no fax, porque era muito explosivo, e Gruber iria aproveitar-se da situação. Mas e se o bandido já soubesse? Devia saber, porque estivera no escritório, com Adams e Stillwell, quando Lassiter dissera tê-los ouvido na fita gravada. Todos os três homens sabiam, isso parecia claro, pudessem ou não provar as alegações. A falta de cópias seria um consolo ou elas poderiam ser duplicadas de novo?


A partir desse momento, a vida de Anahí lhe pareceu menos valiosa. Lamentar-se-ia pelo resto de seus dias por não ter encontrado um lugar seguro para esconder-se. Jamais deveria ter retornado a Houston, em busca de Alfonso. Assim que ele fosse informado de tudo — maldito Lassiter! —, estaria sozinha, sem ninguém, sem amor.


Lassiter deveria ter achado uma desculpa para não repassar os dados para Alfonso. Simplesmente vendera-a como mercadoria. E ainda se orgulhava de combater o tráfico clandestino de pessoas! O gênero humano não merecia mesmo confiança! Engoliu seu café com creme, mas deixou intocados o pão e outros componentes do desjejum. Seria melhor alimentar-se direito, mas a ansiedade a impedia. Enjoou só de ver o bonito prato de bacon e ovos, acompanhados de croissants. Costumava adorar essa comida. Agora...


Notou um movimento a seu lado e deparou com os olhos sonolentos de Alfonso.


— Incomoda-se com minha companhia? — ele perguntou, num esgar que piorou o conjunto de suas feições.


Anahí deu de ombros, evitando encará-lo.


Antes de descer, ele havia retirado e jogado fora o papel do fax, mas não duvidava de que Anahí o tivesse visto.


Serviu-se sozinho, com o auxílio de uma bandeja, e sentou-se a mesma mesa.


— Segredos são perigosos, Anahí. Ela sentiu-se como um rato acuado.


— Não faz mal que você leia o relatório de Lassiter sobre mim. Não me verá nunca mais, depois que voltar a Houston. — A voz tremia, apesar da cuidadosa escolha dos termos.


— É tão importante assim?
A xícara quase escapou dos dedos dela.


— Você não pode queimar os dados encontrados?


— E você não pode me dizer o que eles contêm?


Anahí engoliu em seco, após conseguir depositar a xícara sem maiores estragos, a não ser por alguns respingos na mão. Alfonso apanhou o guardanapo e limpou-a, gentil.


— Não divide nada comigo, não é, Anahí? — queixou-se. — Tive de descobrir sozinho sobre o aborto e os abusos de seu marido. Agora, existe outro segredo que me esconde, como se não confiasse em mim.


— E verdade. Você ainda suspeita de mim. O que Lassiter disse foi o bastante para que repensasse sua vida comigo. Quer ver o material a todo custo. Quer saber de tudo. Mas para mim, Alfonso, há segredos que devem ficar enterrados. Há fatos que você nunca deve conhecer.


— Maneira antiquada de falar, não?


— Eu odeio minha vida! — Anahí exclamou, sem se preocupar que outros ouvissem.


— Anahí!


— Falo sério! — Usou o guardanapo e afastou sua cadeira. — Nunca devia ter voltado a Houston. Devia ter ficado em Tânger e assumido o emprego em Qawi. E jamais tornaria a vê-lo!


— Não acho que tem agido como se se sentisse assim. — Alfonso se concentrou na reação dela, pois conhecia o peso do que ia dizer. — Não na cama, pelo menos.


Palavras acusadoras, que tinham o dom de ferir.


— Agi como se espera de um adulto. Eu cresci, você percbeu?


Anahí saiu direto para a rua, segurando a bolsa contra o corpo. Alfonso a alcançaria com facilidade, mas poria a perder a farsa da cegueira. Valeria a pena? Ela não levara o passaporte, que fora trancado no cofre do quarto junto com as passagens aéreas. Isso, todavia, não a impediria de fugir de Alfonso e esconder-se. Segundo o pressentimento dele, era o que iria fazer.
Anahí comprou um bilhete para uma volta de barco, o que representava um passeio de duas horas pelos canais de Amsterdã. Alfonso não a encontraria no meio da multidão de turistas, mesmo que resolvesse segui-la, de óculos escuros ou não. Seria melhor, na opinião dela, que Gruber e seus comparsas a identificassem e, com um tiro, pusessem um fim a sua miséria!


Poderia ser esse o pensamento de uma mulher forte e madura? Anahí riu de si mesma, de sua covardia. Mas estava perdendo Alfonso, e isso doía, além de prejudicar um raciocínio claro. Ele se afastaria ao conhecer a realidade sobre ela. Talvez fosse mesmo uma mulherzinha à-toa, como ele pensava. A certeza de terminar seduzida e abandonada a oprimiu.


Alfonso estava furioso, já havia cometido um erro de julgamento, e na pior hora possível. Contava com agentes em Amsterdã que processavam as informações retiradas do cofre de Gruber. Era espantosa, por exemplo, a extensão da rede de pornografia infantil. Um estúdio fotográfico distava poucos quarteirões do hotel, segundo os agentes da Interpol que ajudavam a polícia holandesa. Gruber estava, sem sombra de dúvida, ligado à Global Empreendimentos, e quase todos os dias, nem sempre noticiadas, ocorriam incursões policiais nos redutos da firma, fosse na África ou na América do Sul.


Stillweli ainda estava sob custódia, junto com Adams, e ambos temiam tanto um contato com Lassiter que lhe prometeram nunca revelar nada sobre Anahí. Gruber, no entanto, era um caso diferente. Sem compromisso com ninguém, poderia desvendar o segredo dela à imprensa, desde que tivesse elementos de prova. Sabia que Alfonso, ao invadir seu escritório, desmascarara suas operações ilegais. Clamava por vingança.
Durante o desjejum, Alfonso quisera dizer a Anahí que ela teria de permanecer ao lado dele, por segurança dos dois, até que Gruber fosse encontrado e cumprisse o mandado de prisão provisória. Cometera erros idiotas, porém, e o fax de Lassiter tinha sido um deles. Ocupado com pesquisas na internet, ele pedira notícias ao investigador de Houston, que, estupidamente, não se preocupara em que Anahí visse a mensagem. Outro dano colateral fora lembrar a cumplicidade deles na cama, o que, em vez de despertar lembranças carinhosas, pusera um punhal no pescoço dela.


Anahí jamais esqueceria momentos tão traumáticos!


Depois disso, Alfonso deixara de lado os óculos escuros e andara pelo saguão alheio à possibilidade de ser visto sem o disfarce de cego. Saiu para a rua, até a primeira estação de barcos turísticos. Pressentia que Anahí estaria num deles, e tudo o que precisava fazer era encontrá-la. E rápido. Teclou alguns números em seu celular e falou com alguém.


Descobriu que o estúdio de Gruber tinha sido identificado e dois empregados estavam presos. Havia crianças em custódia preventiva. A polícia se concentrava agora em localizar o chefe criminoso. Gruber devia estar armado. Seria fácil para ele liquidar Anahí e Alfonso também, se possível. O coração dele se apequenou ao imaginar Anahí ferida ou morta, depois de ser vítima de sua própria crueldade verbal, à noite e pela manhã. Ela não podia imaginar que Alfonso enfrentava seus próprios fantasmas, que se arrependia do modo como a tratara por tantos anos.


Alfonso lhe dera a impressão de que não gostava dela. Isso porque receava apenas que, no retorno a Houston, Anahí explodisse de tensão nervosa. Diante da eventual descoberta de seu segredo, ela esperava censura, desprezo, raiva. Não era o que Alfonso almejava lhe dar. Mas como poderia ela saber?
Correu pela margem do canal ao divisar a concentração de barcos preparados para partir. A pulsação acelerava. Amsterdã era uma cidade grande, com muita gente, e Gruber a conhecia em detalhes, além de ter espiões por todo canto. Por sua vez, Alfonso possuía alguns bons contatos, mas que não podiam ajudá-lo naquelas circunstâncias. Teria de encontrar Anahí antes que Gruber o fizesse!


O excesso de turistas e de barcos ancorados tornava difícil a tarefa de Alfonso. Qual das barcaças Anahí teria tomado? Lembrou-se de que carregava na carteira uma fotografia dela, aos dezesseis anos, e não estava tão diferente agora.


Correndo pela margem, colidindo com os que embarcavam, Alfonso exibia a foto com o braço erguido, até que uma senhora idosa reconheceu o rosto e apontou para um barco que já partia. Hábil em tais situações, Alfonso ofereceu uma nota de dinheiro ao operador de atracação, que retardou a soltura das cordas o suficiente para que ele saltasse para dentro do barco, usando todo seu porte atlético. A alternativa seria cair nas águas sujas e escuras do canal.


No convés, Anahí dividia uma mesa com dois casais e uma senhora. Uma das duplas, pelo jeito recém-casados, mostrava-se tão entretida no namoro que nem percebeu o primeiro solavanco da barcaça.


Anahí se sentia traída e infeliz. Não trazia uma câmera fotográfica, como os demais, e também não tinha ninguém para tirar um retrato seu. Olhava para as águas, às vezes para a paisagem, incomodada com o barulho das vozes dos passageiros e da discussão em curso na cabina do piloto. Uma espécie de garçonete lhe ofereceu refrigerantes e, segundos depois, quando acompanhava os movimentos dela, deparou com o desgrenhado Alfonso Herrera no corredor de passagem, parecendo furioso.





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Autor(a): iloveaya

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Com inaceitável ousadia, ele tomou um assento à mesa, enquanto varria o local com o olhar, em busca de sinais de perigo. — Vá embora! — Só se eu pular nesse lago fétido e nadar. Ninguém faria isso de boa vontade. Anahí cruzou os braços, na defensiva. Sentiu-se outra vez como uma criança de oito ano ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 83



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  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:09

    AAAAAAAAAA
    Estou me atualizando nessa web
    AAA
    Muito boa *--------*
    AAAAAAAAAAAAAAAA

  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:06

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  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:58

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  • jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:53

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  • rbdlover Postado em 17/09/2008 - 15:41:35

    Posta mais eu sou louca pelas suas webs, aliás posta na outra tbm muito boa!
    por favor Amanda, não deixa de postar se não vou ter um ataque de Pelanca!!!!

    Beijos!
    Rebecca (rbdlover)

  • gabyzitah Postado em 04/09/2008 - 21:01:00

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
    POSTA MAIS!
    pelo amor das minhas fadas...posta amix.
    tinkwink vc tah fikando mto ruim, me dexando curiosa eim..
    =D
    te dolú amix!
    bjin**

  • gabyzitah Postado em 29/08/2008 - 21:32:10

    ILOVEEEEEEEEEE
    AAAAAAAAAAA
    AAAAAAA
    POSTA!
    eu vou ter ataques aquii...
    posta menina!
    Flor, pq vc nuka posta mais??
    =[
    POSTA
    postaa

  • gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48

    maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!

  • gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48

    maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!


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