Fanfic: "::: Agonia e Êxtase :::"
Com inaceitável ousadia, ele tomou um assento à mesa, enquanto varria o local com o olhar, em busca de sinais de perigo.
— Vá embora!
— Só se eu pular nesse lago fétido e nadar. Ninguém faria isso de boa vontade.
Anahí cruzou os braços, na defensiva. Sentiu-se outra vez como uma criança de oito anos que precisasse ser vigiada. Alfonso lhe estudou o rosto, tentando não parecer crítico.
— Gruber escapou da polícia local. Deve estar procurando por nós, e não é para desejar um bom passeio.
Ela engoliu em seco. Encontravam-se em lugar público, e Alfonso poderia estar exagerando, a fim de disfarçar sua ira e frustração. Angustiada, não soube o que dizer. Com Gruber ou não, considerava seu futuro aterrador.
A mão grande de Alfonso lhe afagou os cabelos. Em seguida, deu-lhe um beijo amável, ciente de que não conseguiria animá-la só com esse gesto.
— Vocês também são recém-casados? — A mulher mais velha à mesa encantou-se, com um meneio de aprovação.
— Ainda não, senhora. Mas logo nos casaremos.
Anahí não encontrou energia para um protesto. Encarou Alfonso e desejou que ele estivesse falando sério. Contudo, depois da mensagem encontrada na máquina de fax...
— Não olhe para trás, Anahí. Nós dois temos toda uma vida pela frente. Juntos, eu prometo.
Anahí venceu a tentação de suspirar, sonhadora. Encostou-se em Alfonso, e pendeu a cabeça no ombro dele. Estranho, mas Alfonso estremeceu nesse instante, como se a ação o surpreendesse. De qualquer modo, ela experimentou mais segurança naquela posição. O braço que a rodeou confirmou essa sensação.
— Andou pensando em tudo o que nos aconteceu nas duas últimas semanas, querida?
— Não compreendo. — Ela pestanejou.
— Eu sei. — Beijou-lhe a testa. — Estamos cada vez mais próximos, querida. Quero me casar com você.
Dessa vez, o suspiro audível chamou a atenção dos outros. Poderia concordar com o pedido, ali mesmo e naquele instante, se não estivesse confusa e com medo. Alfonso moveu-se para remexer no bolso e na carteira. Passou a ela um papel dobrado.
— Veja. Dê uma olhada.
Anahí notou primeiro o emblema oficial de uma repartição pública. Não precisou ler o resto para concluir que se tratava de uma licença matrimonial.
— Traz os nossos nomes, Alfonso! Mas a data é antiga...
— Sim, pareceu-me uma boa idéia, na época. Agora, muito mais.
Anahí mordiscou o lábio inferior até doer.
— Não, acho que é bem ruim. — Devolveu a ele o documento e reprimiu as lágrimas. — Você não imagina o que isso poderá fazer com você. Não sabe o que Lassiter tem em seus arquivos nem o que Gruber faria com as informações que tem. Por exemplo, poderia passá-las a um repórter.
Alfonso guardou o papel balançando a cabeça, desconsolado.
— Não importa. Não desistirei. Pertencemos um ao outro!
Anahí cerrou as pálpebras, querendo acreditar nas palavras de Alfonso. Mas ele ignorava o que Gruber tinha em mãos a respeito de seu passado. A divulgação dos dados mudaria tudo. Antes disso, ela fugiria. Um pedaço de papel não destruiria sua vida. Ou a de Alfonso.
O súbito estalido de vidro quebrado colocou todos em alerta, seguido de choro e gritos de pavor. Tiros haviam atingido a cabina e dois copos à mesa. Anahí olhou para Alfonso, muda de espanto.
Em meio ao tumulto, o piloto conseguiu levar o barco para a margem do canal e atracar. Alfonso observou a cabina, viu o homem encolhido atrás de sua cadeira e compreendeu tudo o que se passava.
— Fique abaixada! — Empurrou Anahí para debaixo da mesa. — E não se mexa!
— O que está acontecendo, Alfonso?
— É Gruber, a não ser que eu esteja muito enganado. E nós aqui parados, no meio do canal!
— O que vamos fazer?
— Sair daqui enquanto é tempo. Continuem todos abaixados! — Ele estendeu o conselho aos passageiros vizinhos. — Longe da janela!
Alfonso disparou pelo corredor do barco, acompanhado por tiros que pipocavam de todos os lados. Ao que tudo indicava, alguém atirava da ponte próxima ou da margem. O ângulo das balas indicavam um lugar alto.
Anahí arrastou-se atrás de Alfonso. Corajosa, atreveu-se a erguer a cabeça e olhar pela janeia. Viu um brilho de metal na ponte bem acima deles.
— Alfonso, ele está na ponte!
Ele alcançou a cabina de comando, colocou o piloto assustado no piso e pediu ao guia turístico que cuidasse do homem. Depois, assumiu os controles e conseguiu movimentar a embarcação em ziguezague, a fim de dificultar o alvo. O vidro estilhaçado da cabina o impedia de ver bem, por isso Alfonso acabou de quebrá-lo, para conseguir enxergar adiante.
O truque consistia em posicionar a barcaça exatamente debaixo daquela ponte, num ângulo tal que, conforme Alfonso se recordava de outros passeios, os passageiros pudessem desembarcar. Vários barcos também estavam chegando ao local e poderiam ajudar.
Alfonso teve uma idéia: caso conseguisse sair dali, debaixo da ponte, tentaria subir o barranco e chegar ao atirador.
— Anahí! Venha cá, depressa!
Ela correu sem hesitar para a cabina e torceu para que os tiros parassem ou errassem a direção.
— O que quer que eu faça?
— Dirija o barco. Eu vou saltar para fora.
— O quê?! — Anahí se surpreendeu, mas não mais do que quando Alfonso tirou sua pistola automática 45 do coldre de sob o braço e, passando para o lado, instruiu Anahí quanto aos controles.
Assustada, ela ocupou a cadeira do piloto. Apesar das mãos trémulas, assimilou de imediato as ordens.
— Não queria colocá-la em risco, querida. Mas, se não fizer isso agora, Gruber não vai parar de matar. Entende?
Ela assentiu e o beijou.
— Tome cuidado. Eu te amo.
— Eu também, Anahí. E nada em seu passado vai mudar isso.
O beijo tendia a se revigorar, mas Alfonso tinha pressa.
— Tem de parar em diagonal debaixo da ponte, para que o barco fique todo coberto. Depois que eu descer, continue em frente. Pode fazer isso?
— Creio que sim. Por você, farei tudo o que for preciso.
— Não entre em pânico. — Recomendação dispensável, pois Anahí já demonstrava valentia e autoconfiança.
— Por favor, Alfonso, não deixe que ele o atinja.
— Quem, eu? — Ele sorriu. — Concentre-se agora no trabalho.
Alfonso saboreou o olhar dela, antes de voltar-se e correr o mais depressa que podia.
Anahí movimentou o barco, imaginando uma competição fluvial destinada a salvar vidas. Jamais deixaria Alfonso sem apoio.
Autor(a): iloveaya
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+ Fanfics do autor(a)Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 83
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jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:09
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:06
AAAAAAAAAA
Estou me atualizando nessa web
AAA
Muito boa *--------*
AAAAAAAAAAAAAAAA -
jl Postado em 21/10/2010 - 09:04:02
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AAA
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jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:58
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AAA
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jl Postado em 21/10/2010 - 09:03:53
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rbdlover Postado em 17/09/2008 - 15:41:35
Posta mais eu sou louca pelas suas webs, aliás posta na outra tbm muito boa!
por favor Amanda, não deixa de postar se não vou ter um ataque de Pelanca!!!!
Beijos!
Rebecca (rbdlover) -
gabyzitah Postado em 04/09/2008 - 21:01:00
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
POSTA MAIS!
pelo amor das minhas fadas...posta amix.
tinkwink vc tah fikando mto ruim, me dexando curiosa eim..
=D
te dolú amix!
bjin** -
gabyzitah Postado em 29/08/2008 - 21:32:10
ILOVEEEEEEEEEE
AAAAAAAAAAA
AAAAAAA
POSTA!
eu vou ter ataques aquii...
posta menina!
Flor, pq vc nuka posta mais??
=[
POSTA
postaa -
gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48
maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!
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gabyzitah Postado em 10/08/2008 - 22:30:48
maldade essa, vc me dexa curiosa..sua má!!