Fanfic: CONTO: O ACAMPAMENTO
Algo chamou minha atenção, quando procurava quem havia feito isso comigo, eu vi um garoto deitado no chão, o que era mais estranho, era que estava nu e conhecia aquele corpo. Por um rápido momento pensei que era o meu amor. Mas era muito magro..
- Césari? Césari! É você?
Ele não respondeu, continua deitado. Será que estava morto? Taquei uma pequena pedra.
Primeiro ele tomou um susto, seguido de um grito. Olhou para mim, depois para si próprio. Césari sentou de uma maneira que cobrisse suas partes.
- O que você está fazendo aqui?- eu o perguntei.
- Acho que o mesmo que você. Um homem, idiota, me pegou e trouxe aqui. – ele falava tranquilamente.
- O que isso no seu braço? - havia um X.
- Ele me marcou, não sei o porquê, está doendo muito. E por que você está vestida e eu não? Que mundo injusto.
- Está com frio? – o perguntei, eu percebi quando ele deu um pequeno movimento, e que aquilo estava pequeno.
- Um pouco.
Joguei minha blusa de frio. Ficamos em silêncio, até que um homem alto, forte, olhos verdes, com cabelo volumosos e barba mal feita, apareceu, andava. Igual a um robô. E sua cara me lembrava, um pit bull, em caça. A frieza em seu olhar me assustava.
- Bom dia, garotos – disse o “pittbull”, agora que o olhava melhor, me lembrava traços de Pablo, só que mais velho.
- Me tira daqui!! – gritou Césari.
- Só você poderá se tirar daí.
- O que você quer com a gente? – perguntei.
- Quero ensinar a não entrar na minha área. E tornar vocês uns adolescentes melhores, porque se o mundo está como está, é culpa de vocês. Ninguém se importa com a natureza, o sexo se tornou algo deplorável, um não ajuda mais o outro.
Seu discurso lembrava os meus professores.
- E o que temos haver com isso? – perguntei, estressada.
- Tudo haver. A mãe natureza está triste – ele deu um riso falso, será que estava sendo sarcástico?
Pensei o que ele pretendia fazer com a gente.
- Eu coloquei essas correntes em vocês, para não se pegarem, essa juventude pervertida, e deixei ele nu, já que adora ficar nu, por que não ficam nu para sempre? Ah! E não tem maneira de sair daqui, só se eu quiser claro.
De repente passou um lindo coelho branco, ele correu para minhas pernas, era tão lindo, o abracei, ele parecia estar com medo.
- Essa juventude não aprendeu a ter prioridade – ele olhava com frieza para o nada. – Esse é meu objetivo, se vocês quiserem sair dessa ilha, terão mostrar que são diferentes de todos os adolescentes.
Eu e Césari permanecemos calados.
- Mas eu falo disso depois, vocês devem está com fome.
Realmente estávamos.
- Mas o que comer aqui, no meio do nada, olha que coelhinho lindo – ele se aproximou, o coelhinho se apertava mais contra meu peito, pegou o coelho, mesmo com minha relutância.
- Não o mate, por favor! – implorei.
- Não se preocupe – deu uma curta risada-, não sou eu que vou matá-lo, serão vocês. Quando vocês o matarem, me chamem que trago o fogo, para o nosso banquete. E claro estarei os observando, com minha pistola. Então não tentem fugir – terminou sua fala e jogou a chaves das correntes. E soltou o coelhinho, que agora estava preso por uma corrente. – Ah! E não vou dá nenhuma arma para vocês, esse local tem muitas pedras.
Quando ele saiu, soltei minha corrente e joguei a chave para Césari, que também se soltou. Dirigi-me ao coelho e o acariciei.
- Eu entendi errado, ou ele quer que a gente mate esse coelho?
- Com uma pedra – Césari falou, se enrolando na minha jaqueta.
- Ele só pode esta brincando. Ele é louco?
- Acho que sim, Fran...Estou com fome, mas nunca mataria esse coelho.
- Nem eu – disse sentando no chão, com o coelho no colo.
Nós ficamos conversando, sobre como chegamos ali. Ele me disse que ele junto com Pamela,saíram para nos procurar, e se perderam, mas Pam conseguiu fugir, enquanto ele não.
Estava quase escurecendo, quando minha barriga começou a roncar e Césari tava sentando em um canto, quase chorando de fome.
- Fran. Acho que aquele louco estava falando sério. Estou morrendo de fome.
- Estava pensando em maneira de fugir e não na fome. Tenta fazer isso.
- Desculpe, não consigo pensar com fome – disse ele sarcasticamente.
- Você está querendo disser que acha legal matar o Jack?
- Não acho legal, mas vamos morrer de fome. Deve está no destino dele, nos alimentar.
- Como você pode dizer isso?
Sentia que Jack, se apertava contra meu peito, sabia que ele estava com muito medo.
- Você como boi, vaca, galinha, peixe. Qual a diferença? – ele não mais falava, gritava.
Caí no choro.
- Nada vai acontecer ao Jack. Não se preocupe, Jack, vou te proteger. Você não tem frescura de comer, né? – peguei uma folha e o alimentei. Enquanto isso pensei no que faria para fugir dali, será que o cara estava realmente nos observando, ou era só para dar medo? Será que valia a pena arriscar? Será que realmente nos mataria?
Deitei no chão e logo adormeci, por um pouco tempo, fiquei com medo de algo nos fazer mal, corri para o lado de Césari, o abracei deitada, era estranho abraçar um quase-desconhecido nu. Mas naquela circunstância, não me importava.
Só havia um momento, onde tudo ficava tranqüilo, era quando dormíamos, nenhum problema vinha a nossa cabeça. Essa noite, sonhei que estava com Pablo cantando pela floresta. Não queria acordar, mas uma dor insuportável no meu braço me fez gritar e pular. Olhei para meu braço tinha um grande X, o monstro acabara de me marcar, a marca ardia muito, sentia meu corpo formigado, não consegui mover o braço.
- Estou fazendo isso para te ajudar, a lembrar que tem que sair daqui, o quanto antes. Cada dia vai receber essa marca. Espero que não termine igual às outras, recebendo marcas até a morte. Não tinha mais nem espaço – ele deu uma longa risada.
- Seu assassino! – gritou Césari, que agora estava com duas marcas.
- Não sou assassino, elas que se mataram. Eram frescas, iguais vocês. Que nem para matar um coelho servem.
Jack acabara de acordar, eu o abracei, tentava passar confiança para ele.
- Com fome não conseguirão passar nem um dia aqui. Mate-o! – ele disse me oferecendo uma grande pedra.
- Não vou matar Jack – eu o abraçava mais forte.
- Como vocês meninas são bestas. Até nome deu. Se você não o matar, matarei seu amigo, ou melhor, o torturarei
- Não me importo. Jack é inocente.
- Ok você que sabe. Césari você já teve pensando em fazer uma tatuagem? E que tal no rosto? E feito com uma faca – ele tirou uma faca do bolso e colocou no rosto de Césari.
Agora me vinha a pergunta como ele sabia nosso nomes e nossas vontades?
- Nãão! Por favor – Césari gritou, me fazendo despertar do que estava ocorrendo.
Vi sangue escorrendo, não conseguia pensar, seus gritos de dor, me fizeram gritar.
- Já quis ser pirata? Mas pirata só tem um olho.
- Desculpe – eu disse colocando Jack no chão. Não sabia se era o certo a fazer e provavelmente não era, deixar um animal inocente morrer, em vez de um ser humano. Mas nunca consegui trabalhar sobre pressão.
- Parabéns! Está aprendendo a ter prioridades, só não sei se suas prioridades estão certas. Agora pegue ali na sua mochila, três lanches, que fiz para vocês ontem – ele apontou para uma mochila verde, que não havia percebido.
Eu não sabia o que fazer, como ele podia ser tão cruel?
- Seu idiota! O que você ganhar com isso?
- Eu ganho o seu agradecimento no final, você verá.
- Você é um monstro – enquanto eu discutia, Césari devorava o lanche, ele já estava me estressando.
- Você ainda não viu nada, Francielle. Alimente-se, porque os jogos vão começar.
Não sabia o que aconteceria em seguida, não tinha noção do que iria acontecer comigo, olhei rapidamente pelo sangue que havia nas minhas roupas. Césari se aproximou e me ofereceu um lanche. Ele limpou o corpo de Jack. Césari estava diferente, não tinha mais aparência gótica e seus olhos não eram tão frios.
O louco, que chamava de Pitt Bull, havia sumido. Me toquei do que estava acontecendo. Estávamos soltos.
- Césari! Corra! – eu disse, correndo para entre as árvores.
- Não, ele está armado vai nos matar!
- Corra!
- Não!!!!!! Ele vai nos matar!
- Então vou sozinha!
Ele realmente não me seguiu. Corri, como nunca havia corrido antes. Mas as árvores me impediam de correr mais rápido. Quando não agüentava mais correr, quando já estava sem fôlego, vi o mar, finalmente, estava livre. Mas espere ai, mar nas serras gaúchas?
[continua...]
Autor(a): jay
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Quando me aproximei do mar, percebi que havia uma grade, com uma velha placa “MATENHA DISTÂNCIA, CERCA ELETRICA”. Não quis testar se ainda funcionava. Permaneci paralisada, olhando as ondas. Como poderia haver litoral em cima das serras? Era impossível! Será que os professores mentiram para gente, e por questão de verba, levaram ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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lindafan Postado em 20/10/2013 - 04:10:23
Muito otima a historia. Continua postando mais historias, vc escreve bem.
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amywinchester Postado em 14/04/2012 - 17:56:04
Curti esse conto.Só não gostei da Gabi ter morrido ;/
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misterdumpet Postado em 10/12/2011 - 11:27:10
Acompanhem as últimas semanas da webnovela DESVIO DE CONDUTA. Os capítulos finais estão imperdíveis com desfechos impressionantes. A novela que fez você entender que ser bom ou ser mau é questão de opinião, está chegando ao fim. http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=12089
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feerniki Postado em 20/10/2010 - 22:13:31
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