Fanfic: O Suplício de Anahí *AyA (cancelada)
Enquanto se
despia, Anahí contou como tinha feito conhecimento fortuitamente com a célebre
frondista, a velha donzela do reino, que agora, falecido seu pai, Gastão
d`Orléans, era a mais rica herdeira da França.
- Suas irmãzinhas são apenas
meias irmãs, as Srtas. de Valois e d`Alençon, que devem segurar a cauda da
rainha na cerimônia do casamento. Binet também as penteou.
O barbeiro
surgiu esbaforido e começou a ensaboar o queixo de seu amo. Anahí estava de
camisa, mas ninguém reparava nisso. Tratava-se de acudir o mais rapidamente
possível ao chamado do rei, que pedia que todos os nobres de sua corte fossem
saudá-lo naquela mesma manhã. Depois, absorvido nas preocupações do encontro
com os espanhóis, não teria tempo para as apresentações. Margarida, com a boca
cheia de alfinetes, passou a Anahí uma
primeira saia de pesado tecido de ouro e depois uma segunda, de renda de ouro,
fina como teia de aranha e cujo desenho era acentuado por pedras preciosas.
-E você diz
que o jovem efeminado é o irmão do rei? - interrogou Anahí. - Comportava-se de
maneira estranha com o Conde de Guiche. Dir-se-ía que estava apaixonado por
ele. Oh, Alfonso! Crê verdadeiramente que... que eles...
-Chama-se a
isso amar à italiana - disse o conde rindo. - Nossos vizinhos do outro lado
dos Alpes são tão refinados que não se contentam com os simples prazeres da
natureza. Devemos-lhe, é verdade, o renascimento das letras e das artes, mais
um ministro velhaco, cuja manha nem sempre tem sido inútil à França, mas
devemos-lhes também a introdução desses costumes extravagantes. E pena que os
adote o único irmão do rei.
Anahí franziu
o sobrolho.
-O príncipe
disse que você tem a mão acariciadora. Gostaria de saber como ele o notou.
-Palavra? O Petit Monsieur gosta tanto de
roçar-se nos homens que talvez em alguma ocasião me tenha pedido que o ajudasse
a endireitar a volta ou os punhos. Não perde oportunidade de se fazer afagar.
-Ele falou de
você em termos que quase me despertaram ciúme.
-Oh, meu bem!
Se você começa a perturbar-se, logo as intrigas a afogarão. A corte é uma
imensa teia de aranha viscosa. Você se perderá nela, se não olhar as coisas com
superioridade.
Francisco
Binet, que era palrador como todos os de sua profissão, tomou a palavra:
-Ouvi dizer
que o Cardeal Mazarino estimulou os gostos do Petit Monsieur para que ele não fizesse sombra a seu irmão. Mandava
que o vestissem de menina e fazia disfarçar da mesma maneira os seus
amiguinhos. Como irmão do rei, sempre se temeu que começasse a conspirar como o
falecido Sr. Gastão d`Orléans, que era tão insuportável.
-Você julga os
príncipes muito severamente, barbeiro - disse Alfonso de Peyrac.
-O único bem
que possuo é a minha língua, senhor conde. Minha língua e o direito de fazê-la
funcionar.
-Mentiroso!
Tornei-o mais rico que o cabeleireiro do rei.
-E verdade,
senhor conde. Mas não faço ostentação disso. Não é prudente despertar invejas.
Autor(a): Bela
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Alfonso de Peyrac mergulhou o rosto em uma bacia de água de rosas para acalmar o ardor deixado pela navalha. Seu rosto cicatrizado fazia que a operação fosse longa e delicada, e era necessária a mão leve de Binet. Tirou o penteador e começou a vestir-se, auxiliado por seu camareiro e por Alonso. Entrementes, Anah&ia ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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misterdumpet Postado em 06/02/2011 - 11:10:05
Já está no ar o segundo capítulo de: Samira em tempos de guerra
Ela escolheu a honra, o que acontecerá com a vida então?
http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=9859 -
pedrojunior Postado em 23/10/2010 - 22:39:11
posta mais
que participar da minha web Mutantes 2ª Fase?
http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=7782