Fanfic: O homem do gás (completa)

Dulce havia chegando na simples casa de Maite, porém limpa. O chão da casa dava pra comer...tudo muito arrumado. Edvan era um homem de verdade que trabalhava na lotação, que ajudava a pagar os compromissos da casa e ainda ajudava Maite com as crianças, com os filhos dela, que nem seus eram.

E apesar de tudo isso, Michelle não saía da sua cabeça. Estava com medo, muito medo de perder o que não era dela...

Maite se encontrava deitada com um saco de mercado cheio de gelo, vendo Rota 22, ..quando escutou uma voz conhecida:

- OH DE CASAAAAAA!!! TO ENTRANDO...

O rosto de Maite se iluminou ao ouvir a voz de Dulce, sua amiga fiel...

- Entra amiga! Suzi abra a porta pra sua tia!

Maite tinha dois filhos, Suziclene de 8 anos e Bergleno de quatro. Filhos de pai distintos. O primeiro, um cara que tinha passado a noite bêbada, depois de uma farra. Suzi tinha puxado a família do pai, um negão que Maite se envolveu. Suzi tinha a cor de jambo, porém os cabelos lisos como os da mãe. Era esguia pelo forte desnutrimento que passou quando Maite era uma pedinte de rua que vivia batendo de porta em porta antes de encontrar Dulce e sua solidariedade. Bergleno, era o contrário. Era um loiro dos olhos azuis. Um programa que fez com um gringo em uma noite de fome. O menino era esperto e inteligente, era Europeu. Nasceu com lábio leporino, mas uma prima de Dulce conseguiu a cirurgia no SUS e tinha ficado quase perfeito, menos por uma cicatriz em cruzando até o nariz. Maite tinha dado seu maior presente para Dulce batizar seu filho... Bergleno e Suziclene eram como se fossem os filhos que ela não teve, e os amava demais.

Suzi foi correndo até a porta, virou a chave e abriu a porta. Dulce abriu o sorriso ao ver a menina.

- Entra tia!

- Nossa Suzi como você tá linda!

A menina sorriu estendeu a mão para pegar a dela.

- Bença Madinha! – disse levando a mão de Dulce aos lábios, beijando-a.

- Deus te abençoe, preciosa. – e retribuiu beijando a mão dela. - Trouxe um chiclete da Barbie pra você. E um pirulito do Tiririca para Leninho. – disse enquanto se abaixava para abraçá-la.

A menina pegou os doces e saiu correndo encontrar o irmão. Dulce chegou na sala e viu Maite sentada no sofá com o gelo na boca.

- Mai amiga, essa menina cresceu demais!

- Nem me fale... – disse entre dentes. - Já imagino ela querendo namorar...

- Não Cumadi, ela só tem 8 anos, vai demorar ainda.

- Você que pensa, já tem pelo na periquita.

- Jesus!!!

Maite tentou sorrir, e Dulce riu ao ver como ela estava parecendo com sua mãe rindo com a boca torta. Sentou no sofá do lado e baixou um pouco o volume da TV de 14 polegadas de Maite.

- Então, me conta como está? Cortei o maior dobrado hoje sem você!

- Ai menina, veja... – Maite falou tirando o saco plástico, descobrindo o rosto.

- Nossa pensei que quando você disse que ta parecendo com o Kiko, tava brincando. Com certeza mais uma semana de molho!

- Nem me fala... – Maite colocou outra vez o gelo. - Nem posso malinar com Edvan, o pobre ta só na punheta...

Dulce riu alto.

- Você não presta, mesmo ein?! – e riu de novo. – Então, ta tudo bem?

Maite ficou observando a amiga, desconfiada.

- Fala logo o que você quer dizer! Desembucha!

Dulce a olhou sem jeito e lhe deu um sorrisinho nervoso.

- Sabe quem foi trocar o gás lá em casa hoje?

- Hummm, deixa-me ver... – Maite fingiu desentendimento. E Dulce riu dela.

Dulce caiu no sofá abraçando a almofada...suspirando pelo que estava ocorrendo em sua vida.

- Gente, você sozinha com ele? – Dulce olhou para ela, assentindo com aquele sorrisinho de quem aprontou algo. - E tu o que?

- Adivinha??? - rindo descaradamente.

- Mentira que tu deu???

- E foi com gosto.... – disse rindo com timidez.

Maite estava passada. P-A-S-S-A-D-A. Nunca na sua vida pensaria que Dulce teria coragem de trair Poncho. Ainda mais com um cara que ela mal conhece.
- Dulce que puta!
Dulce revirou os olhos se lembrando.
- Que nada amiga. Me chama mais de guerreira...porque nunca vi uma coisa tão grande na vida...
Maite riu e logo gemeu de dor. Olhou pra amiga e tirou o saco de gelo da cara.
- Eu já não tenho essa sorte Edvan. Ele não é tão dotado, mas pelo menos é grosso...
- Pois eu tenho todos os requisitos, grande e grosso...
Maite estava totalmente P-A-S-S-A-D-A. Pior que isso, Dulce parecia feliz. Como fazia tempo que não a via assim.
- Menina, foi uma loucura na pia...nem sei como não to descadeirada.
- Dulce como asssim???
- Ayy Mai... – fechou os olhos lembrando-se de cada detalhe. - Ele foi entregar o gás e começou a me alisar, não agüentei, poxa...
- E Poncho?
Sorriso de Dulce se transformou em uma careta, em um segundo.
- Poncho apareceu lá depois querendo me comer...
- MENTIRAAAAAAA? – Maite arregalou os olhos.
- Sim menina... - Dulce conseguiu rir depois de tudo. – Agora que achei a xana no lixo, ela tá super valorizada. Minhoca aqui não entra nunca mais. Só é permitido cobra de grande porte.
A risada das duas ecoaram na casa. Riram até os olhos lacrimejarem, logo cessaram os risos e ficou a sede.
- Suzi... – gritou Maite do sofá. - Pega o Kisuki e faz um suco pra sua mami e pra Madinha. E tem umas bolachas no vaso...
Dulce se sentou outra vez, olhando para a amiga.
- Mas Mai, eu to preocupada... Christopri tem namorada! Eu vi!
- Quem menina? Se tem, não to sabendo. Você sabe que minha vizinha, Dona Creusa... que dá conta da rua toda... – disse sussurrando. – Não disse nada sobre isso! E olha que essa veia tem ouvido biônico, bem capaz de ta com o copo na parede escutando o que a gente ta falando!

- Pois eu vi hoje, quando vinha pra cá me deu uma louca e passei lá em frente ao Anaconda’s e vi ela pendurada no pescoço dele... Ele rodando ela no ar, essas coisas de namorados... – disse com tristeza.
- Ah Dulce pode ser amiga..
- Não sei Mai... – levou a mão à boca, pensativa. - Senti uma coisa ruim dentro de mim...quando vi eles dois...
- Cuidado, Dulce, cuidado menina! Você é casada, não pode se apaixonar...
- Eu não tou apaixonada! Mas eu já tou to arriada os 4 pneus mais o step por aquele homem! Eu sonho com ele a noite inteira! Desde aquele forró...eu não consigo parar de pensar nesse homem! O jeito que ele me toca... putz... a voz dele... – respirou fundo.
- Ai Dulce não sei o que te falar, mas acho que você devia não se envolver tanto, leve como uma brincadeira...
- Mai, não posso me apaixonar por esse homem! Ele não é pra mim! Eu sou muito pouca coisa pra ele!
Assim que Dulce calou a boca, sentiu celular vibrar no bolso do short. Pelo toque, sabia que era um torpedo. Quando o abriu, sua respiração faltou...
DESDE A HORA QUE SAÍ DE SUA CASA, NÃO PARO DE OUVIR SEUS GEMIDOS EM MEU OUVIDO. QUERO TE VER LOGO ..DONA DULCE...
Dulce quase gritou de alegria.
- Que homem é esse, Senhor?
E empurrou o celular para a amiga, para que ela visse a mensagem. Maite leu tudo e ficou compadecida com a ilusão da amiga, que não caía na real que já não era uma adolescente solteira, que sua vida era diferente...
Suziclene chegou com o suco, que por sinal estava horrível de tão doce. Mas Dulce não ia desagradar a menina, que fez com todo amor. Comendo a bolacha água e sal, começou a digitar a resposta...
POIS EU TAMBEM NÃO ESQUECO DE NADA, TAMBÉM. QUERO TE VER LOGO...DULCE.
- Eu to esperando o traste do Poncho ligar... – disse colocando o copo no chão.
- E pra que?
- Vai vender a moto. Tenho que pagar o dinheiro do Christopri, aí já é uma desculpa para ver aquela delicia...
- Como está Claudia?

- Na mesma, dando pra um...pra outro... E minha mãe se faz ou não sabe mesmo que aquela ali nasceu puta..
- E Blanca?
-Blanca que ta na casa de mamãe, conseguiu ficar livre depois da fiança...mas nem pode sair da cidade...será julgada.
- Dulce, que tragédia se teu pai tivesse aqui...
- Pois menina tem anos que sumiu com o circo depois que conheceu a mulher barbada...Tomara que esteja feliz..
- É eu vi o caso no Rota 22. Aliás, ultimamente, sua família tem saído muito na mídia.
- É mesmo, e isso vai acabar com a minha clientela.
- Talvez próxima vez que sua irmã for presa, você deveria fazer uma propaganda da Dul da Marmitex. Propaganda é a alma do negócio.
- Isso é uma boa ideia, Mai! – as duas riram. - Vou ligar pro traste, só um minuto...

Na feira do rolo, Poncho se encontrava no meio de muitas motos enfileiradas e muitos homens. O barulho tomava conta das rodas de conversas e negociações. Alguns passavam e falavam com ele. Poncho tentava vender a moto, mas ninguém se interessava em sua proposta. Disse a Dulce que arrumaria no máximo cinco mil pela moto ano 1997, e na verdade ele estava pedindo seis mil para ficar com o resto e jogar no bingo.
Algo vibrou no bolso da calça e ele meteu a mão lá dentro, pegando o celular. Não precisava nem ver para saber que era Dulce.
- Fala...
- Poncho e aí?
- Dulce, já tem dois interessados aqui... – mentiu.
- E quanto tão pedindo??
- Maximo que achei foi 6.000, a moto não ta lá essas coisas...
- Melhor que nada...venda logo isso porque tenho que pagar o que o Agiota que me emprestou o dinheiro. Se eu não pagar hoje, ele vem me matar! Veja aí o que faz e me liga.
- Dulce...espera!
Dulce, que já desligava, continuou com o telefone no ouvido.
- Sim..?
- O que você acha de mais tarde a gente ir comer uma coxinha na lanchonete do Seu Valdo? Faz tempo que não saímos...
- Não dá, Poncho! Assim que você trouxer a grana, tenho que ir pagar ao agiota... Aí depois te dou algum troco e você come lá mesmo a coxinha...
- Sem você não tem graça... Amanha então??? - falou esperançoso.
- Não tem como, amanhã irei na Sessão Descarrego com minha mãe e minhas irmãs...
- Depois de amanhã?
- Poncho tô ocupada, tchau...
- Tchau... – disse ele tristemente.
Poncho estava desconsolado, queria salvar seu casamento... Passou mais uns minutos pensando no que fazer para conseguir Dulce de volta. E logo quando um rapaz se acercou a ele interessado na moto, fechou logo a venda e vendeu a moto por 5.000. Mas teve uma grande idéia para ganhar os outros trezentos que faltava. Não iria decepcionar Dulce, iria multiplicar a grana e comprar um presente pra ela, além de pagar ao agiota.
Chamou seu amigo de jogatina Zé do bode...

E saiu na bike com Zé na garupa e foram pro bingo do bicheiro Adamastor...
O bingo estava repleto, em plena tarde toda vagabundagem do México estava presente.
Poncho era bem conhecido no meio, por sua fama de apostador e não aceitar perder.
Um dia tinha apostado até Dulce, mas tiraram ele a força de lá... Enrolava os trocos das verduras de Dulce, e corria pra lá. Ganhava poucas vezes, mas sempre ganhava se achava o foda da parada...
Poncho começou as apostas, bateu na quina e ganhou 100 reais. E se sentindo a pessoa mais sortuda do mundo, pagou uma rodada de pinga para os amigos...
A jogatina ia bem e a cachaça também...
Dulce tinha saído da casa de Maite as 6 da noite. Passaram tanto tempo conversando que ela nem se lembrou que esperar Poncho chegar com o dinheiro de Christopri.
Fez um miojo, não estava pra cozinha hoje. Tomou um gole de café frio e foi assistir a novela. Suspirou, vendo como o casal principal da novela se beijavam... E isso lhe trouxe a lembrança de Christopri, queria vê-lo, mas não podia tinha que esperar Poncho... Não ia ter coragem de vê-lo sem lhe dar o dinheiro que lhe pediu emprestado. Quando terminou a novela, a vontade de vê-lo, de ouvi-lo foi mais forte que ela... Levantou-se rapidamente e pegou o cartão telefônico escondido dentro de sua bota velha, onde estava guardado seus documentos e o dinheiro das marmitas, para que Poncho não pegasse. Guardou tudo e foi para o orelhão na esquina, que por sorte estava vago.
Discou o número da Anaconda’s Gás, e uma voz sonolenta, rouca, sexy...atendeu:
- Anaconda’s...
- Boa Noite! – disse ela não se agüentando por dentro em ouvir essa voz linda.
-Dona Dulce!!!!!!!!!!!!
Dulce abriu mais o sorriso ao ouvir como ele reconhecia sua voz.
- Tudo bem?
- Sim, claro e a senhora?
- Estou indo... Mas te liguei, porque devo uma satisfação pra você...

- Me deve a satisfação de uma noite inteira...que ainda estou esperando, por certo.
Dulce riu, ouvindo sua risada rouca.
- Mas, infelizmente, não é esse tipo de satisfação no qual eu lhe falo... Digo dar satisfação do dinheiro que lhe devo.
- Não se preocupe...já disse que quero o pagamento com muitos beijos e outra cositas más...
Dulce riu tímida.
- Mas o dinheiro é seu e você vai precisar...
- Mas não to tão desesperado não... Tome seu tempo, ok!
Dulce então lembrou de Michelle, e do abraço dos dois. Tragou a saliva e franziu a testa olhando o Pau de Arara de Edvan passar na rua.
- E...você o que fez hoje??
- Trabalhei hoje e nada mais...e você?
- Ah depois que você foi embora, fui na casa de uma amiga e conversamos somente...
- Hum, sei...e você como está vestida?
Dulce arregalou os olhos, tomando um susto, ninguém tinha feito esta pergunta pra ela na vida...
- E aí?
- Ah ...normal...
- Normal como?
- Com um short e uma blusinha...
- Short curto??
Dulce colocou a mão na boca impedindo o riso...
- Um pouco curto...tipo aqueles do Tchan...
- Ah e o que tem embaixo do short?
Dulce sentiu uma pontada no ventre...e suspirou alto
- Uma calcinha...
- Que cor?
Christopher suspirou também, sentindo algo crescer no meio de suas pernas...
- Quero saber como é...vai, me fala tesudona...
Dulce tragou a saliva, sentindo como seu sangue começava a esquentar.
- É vermelha de renda e um fio dental...
Chris soltou um gemido baixo, junto com um palavrão.
- Tá me matando, mulher...
Dulce sorriu sensualmente.
- Você que perguntou... E eu to no meio da rua, se você não sabe...
- E eu estou agora querendo fazer algo aqui com isso que acabou de crescer...
Dulce pensou que ia se atirar no meio da rua. Apertou o auricular com a mão e trincou os dentes. Esse homem ia matá-la, com certeza... Cruzou as pernas, sentindo as mesmas moles.
- Acho que é melhor eu desligar... – disse ela vendo Dona Cremilda caminhando até ela.

- Eu também acho porque se eu sair daqui você não dormirá esta noite...
Dulce deu um sorrisinho, para a mulher que passava ao seu lado, sentindo vontade de chorar de ódio, porque tinha que esperar o Poncho...
- Vamos deixar pra outro dia...
- Sim, porque eu quero uma noite só pra mim. As vezes fico aqui, imaginando tudo o que eu farei contigo, quer saber? – dizia ele sedutoramente, fazendo o corpo de Dulce tremer de antecipação.
- Não faz isso, por favor... – rogou.
- Vou te fazer a mulher mais feliz do mundo. Pretendo passar a noite inteira te amando com a boca, a língua e você sabe mais o que...
Só de imaginar o que ele dizia, Dulce gemeu encostando a testa no orelhão, sentindo como seus mamilos estavam a ponto de furar sua blusa de alcinha.
- Eu...e-eu...tenho que ir...
Não poderia ficar mais ali. Se ele dissesse mais alguma coisa, desistiria de esperar Poncho e correria para o matagal onde se entregou a ele pela primeira vez, marcando outro encontro as escuras.
- Do que você tem medo?
- De nada... – disse ela nervosa.
- Tem sim, tem medo de se sentir desejada... Quero que saiba que você é muitos mais do que eu imaginava. Eu passo o dia todo pensando em você e meu amiguinho aqui também... Quando eu falo que você é gostosa e apertadinha, eu não to mentindo...
- Meu Senhor, você ta querendo me matar!!!!!!!! – estalou.
- Sim, quero te matar, sim, mas de prazer. Você me fez sentir, como há muito não tenho sentido com mulher nenhuma. Sonho e acordo com o dia que você vai pôr sua boca toda em mim...
Dulce ofegou sentindo o rio selvagem correr entre suas pernas e decidiu não negar mais seus desejos, queria que ele soubesse o quanto ela o queria também.
- Pois isso não será nenhum sacrifício. Eu também to louca pra te chupar todinho. Deus do céu, meu tesão é você....e eu já tou ficando louca!!

 Então faz assim, vai pra casa e atenda o celular que vou te ligar... Colocarei 20 reais de credito agora, pra ganhar o bônus! Quero que você siga minha voz...
- Mas isso não vale! – disse ela em protesto. - Eu quero que você faça em mim...
- Eu farei, prometo...aliás quero fazer tudo com você!!!
- Então to indo pra casa, me liga em 15 minutos...
- Ok tesudona te ligo sim...quero te botar pra gemer!!!!
Dulce desligou o telefone, tirou o cartão e saiu correndo pra casa. Afinal, não era toda hora que recebia uma ligação tão sensual assim...
Entrou no quarto e tirou a roupa com rapidez, colocando um vestidinho curto. Estava nervosa com aquela ligação. Nunca fizera isso na vida! Se olhou no espelho soltando sua larga cabeleira vermelha. A espalhou pelos ombros, sorrindo daquele jeito sensual que sabia. Queria esse homem, meu Deus! Queria esse homem!
Quando estava se preparando para receber a tão sonhada ligação...
Ouviu a porta bater, olhou rapidamente no relógio e apertou o celular na mão, sentindo um ódio eterno ao sentir que era Poncho entrando! Praguejando e fumaçando de ódio, ela desligou o celular e vestiu um short por baixo do vestido. Se encaminhou para a sala, vendo como Poncho estacionava a bicicleta. Olhou para as costas dele, sem dizer nada. E ele sentou-se no sofá, cobrindo o rosto com as mãos. Dulce continuou olhando aquela cena, mas logo arregalou os olhos ao ouvir como seu marido soluçava.
- Oi? - disse Dulce apreensiva, sentindo algo pairar no ar.
Poncho continuou calado, ela só ouvia seus soluços baixos.
Dulce nunca tinha visto Poncho chorar dessa maneira. E ela era uma manteiga derretida, sentia compaixão até por esse imprestável. Foi até o encontro dele e se abaixou.
- Poncho, pelo amor de Deus, o que aconteceu?

...