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Fanfic: • Twilight


Capítulo: • Complicações

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Todo mundo olhou para gente enquanto estávamos andando para nossa mesa no laboratório. Eu notei que ele não, mas havia sentado tão longe de mim quanto à mesa o permitia. Ao contrario, ele sentou um tanto perto de mim. Nossos braços quase se tocando.
Mr. Barner voltou para dentro da classe então – que precisão de tempo o cara tinha – empurrando um suporte alto de metal sobre rodas que sustentava uma pesada, antiga TV e um VHS. Uma aula de filme – a animação da atmosfera na classe era quase tocável.
Mr. Barner empurrou a fita para dentro do relutante VHS e andou até o outro lado da sala para desligar as luzes.
E então, quando a sala ficou escura, eu repentinamente fique alarmada que Christopher estava sentado a menos de uma polegada de mim. Eu estava impressionada com a inesperada eletricidade que passou por mim, fascinada de que eu podia ficar mais perto dele sem correr risco do que eu ficava. Um louco impulso de estender as mãos e tocá-lo, de acariciar sua perfeita face só uma vez no escuro, instantaneamente me inundou. Eu apertei meus braços com força sobre meu peito, minha mão cerrada. Eu estava perdendo minha cabeça.
Os créditos de abertura começaram, iluminando a sala com um pouco de luz. Meu olhos, com sua próprio vontade, olharam para ele. Eu sorri timidamente assim que percebi que sua postura era idêntica a minha, mãos cerradas sobre seus braços, por debaixo de seus olhos, espreitando de lado para mim. Ele sorriu de volta, seus olhos parecendo fogo, mesmo no escuro. Eu olhei para o lado antes de poder começar a respirar rápido. Era absurdamente ridículo que eu podia me sentir tão estonteada assim.


As horas pareciam muito longas. Eu não conseguia me concentrar no filme - eu não sabia nem ao menos sobre qual assunto ele era. Eu tentei, sem sucesso, relaxar, mas a corrente elétrica que parecia vir de algum lugar do corpo dele nunca diminuía. Ocasionalmente eu me permitia olhar rapidamente na direção dele, mas ele também parecia nunca relaxar. O desejo predominante de tocá-lo também parecia nunca murchar, e eu pressionei meus punhos seguramente contra minhas costelas até que meus dedos estivessem doendo do esforço.


Eu suspirei de alívio quando Mr. Banner acendeu novamente as luzes no fim da aula, e eu estiquei meus braços em frente a mim, flexionando meus dedos rígidos. Christopher riu ao meu lado.


"Bem, aquilo foi interessante," ele murmurou. Sua voz estava sombria e seus olhos eu cautelosos.


"Hmmm," era tudo que eu conseguia responder.


"Devemos?" ele perguntou, levantando sem estabilidade.


Eu quase gemi. Hora do ginásio. Eu continuei com cuidado, preocupada se meu equilíbrio poderia ter sido afetado pela estranha nova força entre nós.


Ele me acompanhou para minha próxima aula em silêncio e parou na porta; eu virei pra dizer tchau. O rosto dele me encarou - sua expressão estava despedaçada, quase dolorida, e tão cruelmente bonita que a vontade de tocá-lo incendiou-se mais forte do que antes. Meu adeus parou na minha garganta.


Ele levantou sua mão, hesitante, uma luta enfurecendo-se em seus olhos, e então rapidamente roçou um pedaço da minha bochecha com a ponta de seus dedos. Sua pele estava gelada como sempre, mas o rastro que seus dedos deixaram em minha pele era alarmantemente quente - como se eu tivesse sido queimada, mas eu ainda não sentia a dor disso.


Ele se virou sem uma palavra e caminhou rapidamente para longe de mim.


Eu andei para dentro do ginásio, tonta e hesitante.


Eu fui até o armário do vestiário, vagamente havia outras pessoas me rodeando. Na realidade não estava muito cheio até agora, eu estava segurando uma raquete. Isso não era pesado, mas sentir que era perigoso na minha mão. Eu podia ver algumas crianças da outra turma olhavam-me furtivamente. O treinador Clapp ordenou que nos formássemos times. Piedosamente algum vestígio de cavalheirismo ainda sobrevivia em Mike; ele veio pra o meu lado.


“Você quer entrar no time?”


“Obrigada Mike. Sabe que não precisa fazer isso, você sabe disso”. Eu fiz uma careta de desculpa.


“Não se preocupe. Eu vou ficar longe do seu caminho”. Ele sorriu, às vezes é fácil ser como o Mike.


Eu não ia bajular de maneira nenhuma, para acerta-me com a minha raquete e vê o ombro de Mike balançar igualmente.


Eu passei o resto do tempo no canto de trás do quadra, segurando a raquete a salvo atrás das minhas costas.


Apesar de ter sido limitado por mim, Mike era muito bom, ele ganhou três jogos de quatro sozinho. Ele me deu um não merecido gesto de parabéns quando o técnico finalmente assobiou acabando a aula.


"Então," ele disse enquanto nós andávamos para fora da quadra.


"Então o que?"


"Você e Uckermann, hm?" ele perguntou, seu tom era rebelde. Meu anterior sentimento de afeição desapareceu.


"Isso não é da sua conta, Mike," Eu avisei, internamente amaldiçoando Jéssica diretamente para as ardentes chamas de Hades.


"Eu não gosto disso," ele murmurou de qualquer forma.


"Você não tem que gostar," eu rangi os dentes.


"Ele olha pra você como... como se você fosse algo pra comer," ele continuou, me ignorando.


Eu abafei a histeria que ameaçava explodir, mas um pequeno riso amarelo conseguiu sair apesar de meus esforços. Ele olhou com raiva pra mim. Eu virei e escapei para a sala dos armários.


Eu me troquei rapidamente, alguma coisa mais estranha do que borboletas se atacando afobadamente contra as paredes do meu estômago, minha discussão com Mike já em uma memória distante. Eu estava pensando se Edward estaria me esperando, ou se eu deveria encontrá-lo no carro dele.


E se a família dele estivesse lá? Eu senti uma onda de terror verdadeiro. Eles sabiam que eu sabia? Eu deveria saber que eles sabiam que eu sabia, ou não?


Enquanto eu saia da quadra, eu tinha acabado de decidir de andar para casa sem nem ao menos olhar para o estacionamento. Mas meus temores eram desnecessários. Christopher estava me esperando, apoiado casualmente contra a parede do ginásio, seu rosto de tirar o fôlego agora tranqüilo. Enquanto eu andava para o lado dele, eu senti um peculiar sentimento de alívio.


"Oi", eu respirei, dando um enorme sorriso.


"Olá", seu sorriso de resposta foi brilhante. "Como foi a aula?"


Meu rosto caiu um pouquinho. "Bem", eu menti.


"Mesmo?", ele não estava convencido. Seus olhos viraram rapidamente me olhando por cima do ombro e se estreitaram. Eu olhei pra trás e vi Mike de costas enquanto ele ia embora.


"O que foi?", eu quis saber.


Os olhos dele reencontraram os meus, ainda estreitos. "Newton está começando a me irritar".


"Você estava ouvindo de novo?", o horror me abateu. Todos os traços do meu bom humor desapareceram.


"Como está a sua cabeça?", ele perguntou inocentemente.


"Você é inacreditável!", eu me virei, caminhando a passos largos na direção do estacionamento, apesar de ainda não estar conseguindo andar direito nesse momento.


Ele me acompanhou facilmente.


"Foi você quem mencionou que eu nunca havia te visto na aula de Educação física- eu fiquei curioso". Ele não parecia estar arrependido, então eu ignorei ele.


Nós caminhamos em silêncio- um silêncio furioso, e envergonhado da minha parte- para o carro dele. Mas eu tive que parar á alguns passos de distância- uma multidão de pessoas, todos garotos, estavam cercando ele.


Então eu percebi que eles não estavam cercando o Volvo, na verdade eles estavam cercando o conversível vermelho de Rosalie, cheios de luxúria nos olhos. Nenhum deles sequer olhou pra Christopher quando ele passou para abrir a porta dele, eu também entrei rapidamente no carro, também passando despercebida.


"Ostentação", ele cochichou.


"Que carro é esse?", eu perguntei.


"Um M3"


"Eu não falo essa língua".


"É uma BMW", ele revirou os olhos, sem olhar pra mim, tentando dar a ré sem atropelar os entusiasmados por carros.


Eu balancei a cabeça- esse nome eu conhecia.


Ele suspirou. "Você vai me perdoar se eu pedir desculpa?"


"Talvez...se você estiver falando sério. E se você prometer que não vai fazer de novo", eu insisti.


Seus olhos de repente estavam astutos. "E se eu estiver falando sério, e se eu deixar você dirigir Sábado?"


Ele analisou as minhas condições.


Eu considerei, e decidi que provavelmente era o melhor que eu podia conseguir. "Fechado", eu concordei.


"Então eu sinto muito por ter te aborrecido". Seus olhos arderam de sinceridade por um momento- brincando com o ritmo do meu coração - e depois ficaram divertidos. "E eu vou estar na porta da sua casa assim de o Sábado começar a brilhar".


"Umm, não ajuda muito na minha situação com Charlie se um Volvo ficar inexplicavelmente largado na entrada".


Seu sorriso estava condescendente. "Eu não pretendia levar o carro".


"Como-"


Ele me cortou. "Não se preocupe com isso. Eu vou estar lá, sem carro."


Eu deixei pra lá. Eu tinha uma pergunta mais importante.


"Isso já é mais tarde?", eu perguntei significantemente


Ele fez uma careta. "Eu acho que isso é mais tarde".


Eu mantive minha expressão educada enquanto esperava.


Ele parou o carro. Eu olhei pra cima, surpresa- é claro que já estávamos na casa de Charlie, parados atrás da caminhonete. Quando eu olhei de volta pra ele, ele estava me encarando, me medindo com os olhos.


"E você ainda quer saber porque não pode me ver enquanto eu estou caçando?". Ele pareceu solene, mas eu pensei estar vendo um traço de humor no fundo dos seus olhos.


"Bem", eu esclareci. "Eu estava pensando mais na sua reação".


"Eu te assustei?" Sim, definitivamente havia humor ali.


"Não", eu menti, mas ele não acreditou.


"Eu me desculpo por ter te assustado", ele persistiu com um leve sorriso, mas então todos os sinais de brincadeira desapareceram.


"Foi por causa do pensamento de você estar lá...enquanto nós caçamos". Sua mandíbula se apertou.


"Isso seria ruim?"


Ele falou por entre os dentes. "Extremamente".


"Porque...?"


Ele respirou fundo e olhou pelo pára-brisa para as nuvens grossas que rolavam no céu, tão baixas que pareciam estar ao alcance do toque.


"Quando estamos caçando", ele falou devagar, sem vontade. "Nós nos entregamos aos nossos sentidos...perdemos o controle sobre nossas mentes. Especialmente o olfato. Se você estivesse em qualquer lugar perto de mim quando eu estivesse descontrolado desse jeito..." Ele balançou a cabeça, ainda olhando sombriamente para as nuvens.


Eu mantive minha expressão firmemente controlada, esperando a rápida olhada que ele logo me daria pra analisar minha reação. Minha expressão não me traiu.


Mas os nossos olhares ficaram presos, o silêncio ficou mais profundo- e mudou. As fagulhas que eletricidade que eu havia sentido essa tarde começaram a reaparecer enquanto ele olhava impiedosamente para os meus olhos. Eu só percebi que não estava respirando quando minha cabeça começou a ficar pesada. Quando eu soltei o ar, quebrando o gelo, ele fechou os olhos.


"Dul, eu acho que você devia entrar". Sua voz estava áspera, seus olhos nas nuvens de novo.


Eu abri a porta, a brisa gelada que entrou no carro ajudou a clarear minha cabeça. Com medo de cair no meu estado de deslumbramento, eu saí cuidadosamente do carro e fechei a porta sem olhar pra trás. O ruído da janela automática se abrindo fez eu me virar.


"Oh, Dul?", ele me chamou, a voz mais uniforme. Ele se inclinou na direção da janela aberta com um fraco sorriso nos lábios.


"Sim?"


"Amanhã é minha vez."


"Sua vez de que?"


Seu sorriso aumentou, fazendo os dentes brilharem. "Fazer as perguntas".


E então ele foi embora, o carro correndo rua abaixo e virando na esquina antes que eu pudesse realinhar meus pensamentos. Eu sorri enquanto caminhava pra dentro de casa. Estava claro que ele planejava me ver no dia seguinte, se não antes.


Naquela noite, Christopher foi o ator principal dos meus sonhos, como sempre. No entanto, o clima do meu inconsciente havia mudado. Eu estava cheia com a mesma eletricidade que havia sentido durante a tarde, e me virava e me enrolava sem parar, acordando várias vezes.


Foi só nas primeiras horas da manhã que eu caí num sono exausto, sem sonhos.


Quando eu acordei ainda estava cansada, mas afiada. Eu coloquei meu casaco marrom e minha calça jeans, e suspirei sonhando com blusas de alcinhas e shorts.


O café da manhã foi exatamente o evento quieto que eu esperava que fosse. Charlie fritou ovos pra ele; eu comi uma tigela de cereais. Eu imaginei se ele tinha esquecido sobre esse Sábado. Ele respondeu a pergunta que eu não fiz enquanto levantava pra colocar o seu prato na pia.


"Sobre esse Sábado..." ele começou, andando pela cozinha e ligando a torneira.


Eu gelei. "Sim ,pai?"


"Você ainda está pretendendo ir á Seattle?", ele perguntou.


"Esse é o plano", eu fiz uma careta, desejando que ele não tivesse tocado no assunto pra eu não ter que inventar meias verdades.


Ele espremeu um pouco de detergente no prato dele e o esfregou com uma escova. "Você tem certeza que não voltar a tempo para o baile?"


"Eu não vou ao baile ,pai", eu esclareci.


" Ninguém te convidou?", ele perguntou, tentando esconder a sua preocupação com o prato.


Eu comecei a andar no campo minado. "É uma escolha das garotas".


"Oh", ele meditou enquanto secava o prato.


Eu senti simpatia por ele. Deve ser difícil, ser uma pai; convivendo com o medo de que sua filha encontre um garoto de quem ela goste, mas também se preocupando por ela não encontrar.


Eu imaginei o quanto seria horrível se Charlie soubesse de quem eu gostava.


Charlie foi embora nessa hora, com um aceno de adeus, e eu subi pra escovar meus dentes e pegar meus livros. Quando eu ouvi a viatura ir embora, eu só tive que esperar alguns segundos para ir espiar pela janela. O carro prateado já estava lá, esperando no espaço de Charlie na entrada.


Eu desci correndo a escada e saí, imaginando quanto tempo essa rotina bizarra ainda duraria. Eu não queria que acabasse nunca.


Ele esperou dentro do carro, parecendo nem ter me visto enquanto eu fechava a porta atrás de mim sem me incomodar em trancar com a chave. Eu caminhei para o carro parando timidamente antes de abrir a porta e entrar.


Ele estava sorrindo, relaxado- e como sempre, o sorriso era lindo e perfeito demais pra explicar.


"Bom dia", sua voz estava aveludada. "Como você está hoje?" Seus olhos examinaram meu rosto, como se a pergunta fosse algo mais que um simples gesto de educação.


"Bem ,obrigada". Eu estava sempre bem- muito mais que bem- quando estava perto dele.


Seus olhos se demoraram nos círculos embaixo dos meus olhos. "Você parece cansada".


"Eu não consegui dormir", eu confessei, automaticamente jogando um pouco de cabelo por cima dos ombros para cobrir um pouco do rosto.


"Eu também não", ele brincou enquanto ligava o motor. Eu estava me acostumando com o ronco suave. Eu tinha certeza que o ronco da minha caminhonete ia me assustar quando eu fosse dirigí-la de novo.


Eu sorri. "Eu acho que está tudo bem. Eu só dormi um pouco mais que você".


"Eu aposto que sim".


"Então, o que você fez na noite passada?", eu perguntei.


Ele deu uma gargalhada. "Sem chance. Hoje é meu dia de fazer as perguntas".


"Ah, é mesmo. O que você quer saber?", minha testa se enrugou. Eu não conseguia imaginar alguma coisa sobre mim que pudesse ser interessante pra ele.


"Qual é a sua cor favorita?", ele perguntou, o seu rosto estava sério.


Eu revirei os olhos. "Muda todo dia".


"Qual é a sua cor favorita hoje?" Ele ainda estava solene.


"Provavelmente marrom". Eu tinha a tendência de me vestir de acordo com o meu humor.


Ele deu um sopro, a expressão séria desapareceu. "Marrom?", ele perguntou cético.


"Claro, marrom é morno. Eu sinto falta do marrom. Tudo que era pra ser marrom- troncos de árvore, pedras, terra- está coberto de verde aqui", eu reclamei.


Ele pareceu fascinado com o meu pequeno discurso. Ele pensou por um momento, olhando nos meus olhos.


"Você está certa", ele decidiu, sério de novo. "Marrom é morno". Ele se aproximou rapidamente, mas de certa forma ainda hesitante, pra colocar o meu cabelo de volta atrás do ombro.


A essa hora já estávamos na escola. Ele se virou pra mim enquanto colocava o carro na vaga do estacionamento.


"Qual é a música que está tocando no seu CD player nesse momento?", ele me perguntou, seu rosto estava tão sombrio como se ele estivesse me perguntando um segredo mortal.


Eu me dei conta de que não havia removido o CD que Phil havia me dado. Quando eu disse o nome da banda, ele deu um sorriso torto, uma expressão peculiar nos olhos. Ele abriu um compartimento embaixo do CD player do carro dele, puxou um dos mais de trinta CD`s que haviam lá dentro, e me entregou.


"De Debussy pra isso?", ele ergueu uma sobrancelha.


Era o mesmo CD. Eu examinei a capa familiar, mantendo meus olhos virados pra baixo.


Nós continuamos assim o dia inteiro. Enquanto ele me acompanhava para a aula de Inglês, quando ele foi me buscar na aula de Espanhol, durante todo o almoço, ele me questionava incessantemente sobre cada detalhe insignificante da minha existência.


Filmes que eu gostava e que detestava, os poucos lugares que eu conhecia e os muitos que gostaria de conhecer, e livros- inúmeros livros.


Eu não me lembrava da última vez que havia falado tanto. Mais de uma vez, eu me senti envergonhada,certamente eu estava aborrecendo ele. Mas a expressão de extrema concentração, e as perguntas inacabáveis, me forçavam a continuar.


A maioria das perguntas eram fáceis de responder, somente algumas me fizeram corar com muita facilidade.


Como quando ele me perguntou qual era a minha pedra preciosa favorita, e eu respondi que era o topázio sem pensar. Ele fazia tantas perguntas tão depressa que eu me sentia como se estivesse fazendo um daqueles testes psiquiátricos onde você tem que responder com a primeira palavra que vier na sua cabeça. Eu tinha certeza que ele continuaria seguindo a mesma linha de pensamento que ele estava seguindo antes, se eu não tivesse ruborizado.


Meu rosto ficou vermelho porque, até pouco tempo atrás, minha pedra preciosa favorita era o Ônix. Era impossível olhar pra os seus olhos da cor do Topázio, e não entender o motivo da troca. E, naturalmente, ele não ia descansar enquanto eu não admitisse porque estava envergonhada.


"Me diga", ele finalmente ordenou depois que a persuasão não deu certo- não deu certo porque eu mantive meus olhos seguramente longe do rosto dele.


"É a cor dos seus olhos hoje", eu suspirei, me rendendo, olhando para as minhas mãos enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo.


"Eu acho que se você tivesse me feito essa pergunta há duas semanas atrás eu teria dito que era o Ônix". Eu estava dando mais informações do que era necessário na minha honestidade sem vontade, e eu estava preocupada em trazer a tona aquela raiva que sempre aparecia quando eu demonstrava o quanto estava obcecada por ele.


Mas sua pausa foi muito curta.


"Que tipo de flor você prefere?", ele atirou.


Eu suspirei aliviada, e ele continuou com a psicanálise.


Biologia foi uma complicação de novo. Christopher continuou com o seu questionário até o Sr. Banner entrar na sala, trazendo o equipamento áudio visual com ele. Enquanto o professor se aproximava do interruptor de luz, eu percebí Christopher afastar a cadeira dele da minha. Isso não ajudou. Assim que a sala estava escura, houve a mesma fagulha de eletricidade, a mesma vontade irresistível de invadir o pequeno espaço entre nó e tocar a sua pele fria, como ontem.


Eu me inclinei para a frente na mesa, descansando o meu queixo nos braços dobrados, meus dedos escondidos estavam agarrando a borda da mesa, enquanto eu tentava lutar com a vontade irracional que me tirava do sério. Eu não olhei pra ele, com medo de que se ele estivesse olhando pra mim, eu tivesse ainda mais dificuldades de me controlar. Eu sinceramente tentei me concentrar no filme, mas no fim eu não tinha a menor idéia do que eu tinha acabado de ver. Eu suspirei aliviada de novo quando o Sr. Banner ligou as luzes, e finalmente olhei pra Christopher;


Ele estava olhando pra mim com olhos ambivalentes.


Ele se levantou em silêncio e ficou em pé, esperando por mim. Nós andamos para a minha aula de Educação física em silêncio, como ontem. E, também como ontem, ele tocou o meu rosto sem dizer nada- dessa vez com as costas da sua mão fria, alisando o espaço da minha têmpora até a minha mandíbula- antes de se virar e ir embora.


A aula de Educação física passou rapidamente,enquanto eu observava Mike dar um show solo no Badminton. Ele não falou comigo hoje, seja por causa da minha expressão vazia ou porque ele ainda estava com raiva por causa da nossa discussão de ontem. Em algum lugar, no fundo da minha mente, eu estava me sentindo mal com isso. Mas eu não consegui me concentrar nele.


Eu me apressei pra me trocar depois, doente de ansiedade, sabendo que , quanto mais rápido eu me movesse, mais rápido eu estaria com Christopher. A pressão me deixou mais desastrada do que o normal, mas eventualmente eu saí, sentindo o mesmo alívio quando vi ele lá, um largo sorriso automaticamente aparecendo no meu rosto. Ele sorriu em resposta antes de continuar com as perguntas.


Suas perguntas eram diferentes agora, porém, não tão fáceis de responder. Ele quis saber do que eu sentia falta em casa, insistindo pra que eu descrevesse as coisas que não eram familiares pra ele. Nós ficamos sentados na frente da casa de Charlie por horas, enquanto o céu escurecia e a chuva se transformava num dilúvio de repente.


Eu tentei descrever coisas impossíveis de descrever, como o cheiro do creosoto- amargo, um pouco resíduo, mas agradável mesmo assim- o som alto, agudo das cigarras em Julho, a esterilidade emplumada das árvores, a até o tamanho do céu, com sua extensão azul e branca de horizonte á horizonte, poucas vezes interrompido por montanhas baixas cheias de rochas vulcânicas. O mais difícil de explicar foi porque eu achava bonito- justificar a beleza que não dependia de uma vegetação escassa, espinhosa que as vezes parecia meio morta.


Uma beleza que tinha mais á ver com o formato da terra que ficava exposta,com as bacias superficiais entre os vales que ficavam entre as colinas escarpadas, e a forma que elas emolduravam o sol. Eu me vi tendo que usar as mãos enquanto explicava isso pra ele.


Suas perguntas quietas, tentadoras, me fizeram falar livremente, esquecendo, na luz escassa, de me sentir envergonhada por estar monopolizando a conversa. Finalmente, quando eu havia terminada de descrever o meu quarto bagunçado em casa, ele parou ao invés de fazer outra pergunta.


"Você já acabou?", eu perguntei aliviada.


"Nem perto- mas o seu pai vai chegar logo em casa".


"Charlie!", eu finalmente lembrei de sua existência, e suspirei.


Eu olhei para o céu escurecido pela chuva, mas não demonstrei estar sentindo nada.


"Que horas são?", eu me perguntei me voz alta enquanto olhava para o relógio. Eu me surpreendi com a hora- Charlie deveria estar chagando em casa agora.


"É o crepúsculo", Christopher murmurou, olhando para o horizonte obscurecido pelas nuvens. Sua voz estava pensativa, como se sua mente estivesse em um lugar distante. Eu olhei pra ele enquanto ele olhava pelo para brisa sem estar enxergando nada.


Eu ainda estava olhando quando ele de repente virou seu olhar para mim.


"É a hora mais segura do dia pra nós", ele disse, respondendo uma pergunta que eu não fiz, mas que estava nos meus olhos. "A hora mais fácil. Mas, também mais difícil, de certa forma...o fim de outro dia, o retorno da noite. A escuridão é tão imprevisível, você não acha?", ele perguntou, sorrindo tristemente.


"Eu gosto da noite. Sem a escuridão não poderíamos ver as estrelas.", eu fiz uma careta. "Não que elas apareçam muito por aqui".


Ele sorriu, o humor abruptamente mais leve.


"Charlie vai chagar em alguns minutos. Então, a não ser que você queira dizer pra ele que estará comigo no Sábado...", ele ergueu uma sobrancelha.


"Obrigada, mas não, obrigada", eu peguei meus livros, me dando conta de que o meu corpo estava rígido pela posição que eu estive sentada por tanto tempo.


"Amanhã é minha vez, então?"


"Certamente não!", seu rosto estava com uma expressão de ultraje divertida. "Eu disse que ainda não tinha acabado, não disse?"


"O que é que ainda falta?"


"Você vai saber amanhã". Ele se inclinou na minha frente para abrir a porta pra mim, e essa proximidade repentina fez meu coração palpitar loucamente.


Mas a mão dele congelou na maçaneta.


"Isso não é bom", ele murmurou.


"O que foi?", eu estava surpresa de ver que sua mandíbula estava apertada, seus olhos perturbados.


Ele olhou pra mim por um breve segundo. "Mais complicações", ele disse aborrecido.


Ele abriu a porta com um movimento rápido, e então se afastou, quase ultrajado, rapidamente pra longe de mim.


O flash dos faróis na chuva chamaram minha atenção enquanto um carro virava na curva, a apenas alguns metros de nós nos encarando.


"Charlie está na esquina", ele avisou, olhando pelo retrovisor para outro veículo.


Eu saí rapidamente, a despeito da minha confusão e curiosidade. A chuva estava mais forte enquanto batia no meu casaco.


Eu tentei distinguir as duas sombras que estavam no banco da frente do outro carro, mas estava muito escuro. Eu podia ver Christopher iluminado pelo brilho dos faróis do outro carro; ele ainda estava olhando para a frente, seu olhar estava travado em algo ou alguém que eu não podia ver.


Sua expressão era um estranho misto de frustração e desafio.


Então ele ligou o motor, e os pneus resoaram no asfalto molhado. Dentro de segundos o Volvo já estava fora de vista.


"Ei, Dul", chamou uma voz rouca, familiar que vinha do banco do motorista do pequeno carro preto.


"Jacob?", eu perguntei andando pela chuva. Só então, a viatura de Charlie virou na esquina, os faróis dele iluminando os ocupantes do carro na minha frente.


Jacob já estava saindo do carro. Seu sorriso largo e brilhante era visível mesmo na escuridão.


No banco do passageiro havia um homem muito mais velho, um homem pesado, com um rosto memorável- um rosto que se transbordava, as bochechas estavam pressionados nos ombros com rugas na pele ruiva, como um casaco velho de couro. E os olhos surpreendentemente familiares, olhos pretos que pareciam ao mesmo tempo jovens demais e velhos demais para aquele rosto largo.
Era o pai de Jacob, Billy Black. Eu o reconheci imediatamente, mesmo depois de cinco anos e tendo esquecido do nome dele no meu primeiro dia aqui. Ele estava me encarando, estudando meu rosto, então eu sorri tentadoramente pra ele. Seus olhos estavam arregalados, como se de susto ou de medo,as narinas estavam infladas. Meu sorriso desapareceu.
Outra complicação, Christopher disse.
Billy ainda estava me encarando com olhos intensos, ansiosos. Eu gemi por dentro. Será que Billy reconheceu Christopher tão facilmente?
Será que ele realmente poderia acreditar nas lendas impossíveis que o filho dele havia me contado?
A resposta estava clara nos olhos de Billy. Sim. Sim, ele podia.



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Autor(a): moonstarwebs

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 78



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  • babyblack Postado em 10/02/2009 - 19:18:01

    kdê vc moonstar???????????????
    Eu adoro essa Wn posta mais!!!
    Não some não!
    Bjus!!!!!!!!

  • moonstarwebs Postado em 30/12/2008 - 02:45:16

    Faça isso. Lua nova é o livro que eu menos gosto, estão seria complicado apra mim adaptar. Mas se você não fizer, eu faço.

  • bebitah Postado em 26/12/2008 - 21:08:05

    eu amo o liivro
    to amando a web
    eu axo ki vou fazer adaptação de Lua Nova....sendo ki ia me complicar toda mais tentarey

  • bebitah Postado em 26/12/2008 - 21:06:32

    eu assisti na estreia
    Divino...
    u.ú com RBD tah MARA

  • moonstarwebs Postado em 23/12/2008 - 00:01:30

    Para quem sabe, o filme de Crepúsculo já está nos cinemas, estreiu dia 19. Eu já assistir e AMEI. Eles fizeram um bom trabalho com o pouco de dinheiro que tinham. Eu espro que todo mundo assista o filme. Xoxo.

  • naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 05:00:11

    moonstar*

  • naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:47

    posta monstar plixxxxxxxxxx

  • naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:47

    posta monstar plixxxxxxxxxx

  • naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:46

    posta monstar plixxxxxxxxxx

  • naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:45

    posta monstar plixxxxxxxxxx


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