Fanfic: • Twilight
No meu sonho estava muito escuro, e a pouco luz que havia lá parecia estar vindo da pele de Christopher. Eu não conseguia ver ele, só as costas dele enquanto ele andava pra longe de mim, me deixando na escuridão. Não importava o quanto eu corresse, eu não conseguia acompanhá-lo; não importava o quanto eu gritasse por ele, ele nunca se virava. Confusa, eu acordei no meio da noite e não consegui mais dormir pelo que pareceu ser um longo tempo. Depois disso, ele estava nos meus sonhos praticamente toda noite, mas sempre distante, nunca a meu alcance.
O mês que se seguiu ao acidente foi incômodo, tenso, e, a princípio, até embaraçoso.
Para meu desânimo, eu me tornei o centro das atenções pelo resto da semana.
Tyler Crowley estava impossível, me seguindo, obesecado com a idéia de me recompensar de algum modo. Eu tentei convencê-lo de que o que mais queria era que ele esquecesse o que aconteceu - especialmente já que nada aconteceu comigo - mas ele continuou insistindo.
Ele me seguiu entre as aulas e se sentou na nossa agora lotada mesa do almoço. Mike e Eric eram ainda menos amigáveis com ele do que um com o outro, o que me deixou preocupada por estar ganhando outro fã indesejado.
Ninguém pareceu preocupado com Christopher, apesar de eu ter explicado milhões de vezes que ele era o herói - como ele me tirou do caminho e quase foi atingido também. Eu tentei ser convincente. Jéssica, Mike, Eric e todos os outros sempre comentavam que eles nem sequer tinham visto ele lá até que a van foi tirada do caminho.
Eu pensei comigo mesma porque ninguém havia visto ele em pé lá longe, antes que ele estivesse de repente, impossivelmente salvando a minha vida. Com pesar, eu me dei conta da possível causa - ninguém estava tão consciente da presença de Christopher quanto eu estava. Ninguém mais observava ele como eu. Que pena.
Edward nunca estava cercado de espectadores ansiosos pela sua atenção. As pessoas evitavam ele como sempre. Os Uckermann e os Hales se sentavam na mesma mesa como sempre, sem comer,falando apenas uns com os outros.
Nenhum deles, especialmente Christopher, olhou mais na minha direção.
Quando ele sentava perto de mim na sala, tão longe de mim quanto a mesa permitia, ele parecia totalmente alheio á minha presença. Só de vez em quando, quando os pulsos dele se apertavam - a pele ficava ainda mais branca ao redor dos ossos - eu ficava imaginando se ele estava mesmo tão inconsciente quanto queria fazer parecer.
Ele desejava não ter me tirado do caminho da van de Tyler - pra mim não havia outra conclusão.
Eu queria muito falar com ele, e no dia depois do acidente eu tentei. Na última vez que eu vi ele, fora da sala de emergência, nós dois estávamos tão furiosos. Eu ainda estava com raiva por ele não confiar em mim a ponto de dizer a verdade, apesar de eu estar cumprindo com a minha parte do trato perfeitamente. Mas ele tinha de fato salvado a minha vida, não importa como. Durante a noite a minha raiva se transformou em gratidão.
Ele já estava sentado quando eu entrei em Biologia, olhando diretamente pra frente. Ele não deu nenhum sinal de que sabia que eu estava lá.
"Olá Christopher", eu disse agradavelmente, pra mostrá-lo que eu ia me comportar direitinho.
Ele virou uma fração na minha direção sem olhar pra mim, balançou a cabeça uma vez, e então olhou pro outro lado.
E esse foi o último contato que eu tive com ele, apesar dele estar lá, a um passo de mim, todos os dias. As vezes eu ficava observando ele, sem conseguir me controlar - á distância, contudo, na cafeteira ou no estacionamento. Eu observava como os seus olhos dourados ficavam perceptivelmente mais e mais pretos a cada dia. Mas na aula eu não dava mais atenção a ele do que ele dava pra mim.
Eu estava arrasada. E os sonhos continuavam.
Apesar das minhas mentiras deslavadas, a tenacidade dos meus e-mails alertaram Renée para a minha depressão, e ela ligou algumas vezes, preocupada. Eu tentei convencê-la de que era só o clima que estava me deixando pra baixo.
Mike, ao menos, parecia estar satisfeito pela óbvia frieza entre mim e meu parceiro de laboratório.
Eu podia ver que ele andava preocupado que o salvamento arriscado de Edward tivesse me impressionado, e ele parecia aliviado que pareceu ter o efeito o oposto. Ele ficou mais confiante, sentando na borda da minha mesa pra conversar antes da aula de Biologia começar, ignorando Edward tão completamente quanto ele ignorava nós dois.
A neve foi embora de vez depois daquele dia perigosamente gelado. Mike estava desapontado porque não pôde fazer a sua briga de bola de neve, mas satisfeito que a ida á praia seria o mais breve possível. A chuva, porém, continuou pesada e as semanas foram passando.
Jéssica me alertou de outro evento despontando no horizonte - ela ligou na primeira Terça-feira de Março pra pedir minha permissão pra convidar Mike para o baile da escolha das garotas dentro de duas semanas.
"Tem certeza que você não se importa...você não estava planejando convidá-lo?" ela insistiu quando eu disse que não me importava nem um pouco.
"Não Jess, eu não vou." eu garanti pra ele. Dançar estava além do alcance das minhas habilidades.
"Vai ser muito divertido", a tentativa de convite dela foi meio falsa. Eu suspeitava que Jéssica gostava mais da minha inexplicável popularidade do que da minha companhia propriamente dita.
"Se divirta com Mike", eu encorajei.
No outro dia, eu fiquei surpresa que Jéssica não estava sendo a mesma pessoa em Trigonometria e Espanhol. Ela estava quieta enquanto andava ao meu lado entre as aulas, e eu estava com medo de perguntar o por quê. Se Mike deixou ela na mão, eu seria a última pessoa pra quem ela iria querer contar.
Meus medos cresceram no almoço quando Jéssica se sentou tão longe de Mike quanto foi possível, conversando animadamente com Eric. Mike estava estranhamente quieto.
Mike ainda estava calado quando me acompanhou á aula, a expressão desconfortável no rosto dele era um mal sinal. Mas ele não tocou no assunto até que eu estava sentada e ele estava curvado sobre a minha mesa.
Como sempre, eu estava eletricamente consciente da presença de Edward sentado ao alcance do meu toque, distante como se ele fosse um fruto da minha imaginação.
"Então", Mike disse olhando pro chão, "Jéssica me convidou para o baile de primavera".
"Isso é ótimo". Eu fiz a minha voz ficar contente e entusiasmada.
"Você vai se divertir muito com a Jéssica"
"Bem...", ele gaguejou enquanto examinava o meu sorriso, claramente descontente com a minha resposta. "Eu disse a ela que precisava pensar."
"Porque você faria isso?" eu deixei a desaprovação aparecer no meu tom, apesar de estar aliviada que ele não tinha dado um não definitivo á ela.
O rosto dela estava vermelho quando ele olhou pro chão de novo. A piedade me deixou balançada.
"Eu estava imaginando se...bem, se você estava planejando me convidar."
Eu parei um segundo, odiando a onda de culpa que passou por mim. Mas eu ví, pelo canto dos meus olhos, quando um reflexo fez Edward virar a cabeça na minha direção.
"Mike, eu acho que você devia dizer sim pra ela", eu disse.
"Você já convidou outra pessoa?" Será que Christopher percebeu os olhos de Mike na direção dele?
"Não," eu garanti pra ele "eu nem sequer vou ao baile."
"Porque não?", Mike quis saber.
Eu não queria falar sobre os perigos que dançar representava, então eu rapidamente inventei novos planos.
"Eu vou pra Seattle esse Sábado", eu expliquei. Eu precisava sair da cidade mesmo- de repente era o momento perfeito pra ir.
"Você não pode ir outra semana?"
"Desculpa, não", eu disse. "Então você não devia fazer Jess esperar mais- é rude."
"É, você está certa." ele murmurou, e se virou, arrasado, pra voltar pro seu lugar.
Eu fechei os meus olhos e pressionei os dedos nas minhas têmporas, tentando tirar a culpa e a pena da minha cabeça. O Sr. Banner começou a falar. Eu suspirei e abri os olhos.
E Christopher estava me olhando cheio de curiosidade, aquele mesmo olhar de frustração ainda mais distinto agora nos seus olhos pretos.
Eu olhei de volta, surpresa, esperando que ele olhasse rapidamente pra longe. Mas ao invés disso, ele continuou me olhando intensamente nos olhos. Eu não afastaria o olhar de jeito nenhum. Minhas mãos começaram a tremer.
"Sr. Uckermann", o professor chamou, querendo a resposta para uma pergunta que eu não tinha ouvido.
"O ciclo dos caranguejos", Christopher respondeu, parecendo relutante enquanto ele virava pra olhar para o Sr. Banner.
Eu olhei para os meus livros assim que estava livre do olhar dele, tentando me encontrar.Covarde como sempre, eu coloquei o meu cabelo sobre o meu ombro direito pra esconder o meu rosto. Eu não conseguia acreditar na onda de emoções pulsando no meu corpo - só porque ele olhou pra mim pela primeira vez em seis semanas.
Eu não podia permitir que ele tivesse esse nível de influência sobre mim. Era patético. Pior que patético, não era saudável.
Eu fiz o que pude pra não me dar conta da presença dele pela hora restante, e, já que era impossível, pelo menos fiz de tudo pra ele não se dar conta que eu me dava conta da presença dele. Quando o sinal finalmente tocou, eu me virei de costas pra ele pra juntar as minhas coisas, esperando que ele fosse embora imediatamente, como sempre.
"Dulce?" a voz dele não devia soar tão familiar pra mim, como se eu conhecesse esse som por toda a minha vida e não por apenas algumas semanas.
Eu virei devagar, sem vontade. Eu não queria sentir o que eu sabia que ia sentir quando olhasse para o seu rosto mais que perfeito. A minha expressão era cautelosa quando eu finalmente me virei pra ele; a expressão dele era ilegível. Ele não disse nada.
"O que? Você já está falando comigo de novo?" eu finalmente perguntei, um pouco de petulância desintencional na minha voz.
Os lábios dele se contorceram, lutando contra um sorriso. "Na verdade não", ele admitiu.
Eu fechei meus olhos e inalei vagarosamente pelo nariz, consciente de que os meus dentes estavam se apertando. Ele esperou.
"Então o que você quer, Christopher?" eu perguntei, mantendo meus olhos fechados; era mais fácil conversar coerentemente com ele desse jeito.
"Me desculpe", ele pareceu sincero."Eu estou sendo muito rude, eu sei. Mas desse jeito é melhor, mesmo."
Eu abri meus olhos. O rosto dele estava sério.
"Eu não sei o que você quer dizer", eu disse, minha voz cautelosa.
"É melhor se nós não formos amigos", ele explicou. "Confie em mim".
Meus olhos reviraram. Eu já ouvi isso antes.
"É uma pena que você não tenha descoberto isso mais cedo", eu falei entre meus dentes. "Você podia ter se poupado desse arrependimento".
"Arrependimento?", a palavra e o meu tom obviamente pegaram ele de surpresa. "Arrependimento pelo quê?"
"Por não ter simplesmente deixado aquela van estúpida passar por cima de mim."
Ele estava incrédulo. Ele me olhava em descrença.
Quando ele finalmente falou, ele parecia com raiva. "Você acha que eu me arrependo de ter salvado a sua vida?"
"Eu sei que você se arrepende." , eu disse.
"Você não sabe de nada", ele definitivamente estava com raiva.
Eu virei rapidamente a minha cabeça, prendendo a minha mandíbula pra não soltar de vez todas as acusações que tinha contra ele.
Eu juntei os meus livros, então me levantei e caminhei até a porta.
Eu planejava sair da sala dramaticamente da sala, mas é claro que eu bati a minha bota da porta e derrubei os meus livros. Eu fiquei lá por um momento, pensando em deixá-los. Então eu suspirei e me abaixei para apanhá-los. Ele estava lá; ele já tinha os colocado numa pilha. Ele me passou eles, sua expressão dura.
"Obrigada", eu disse geladamente.
Ele revirou os olhos.
"De nada", ele devolveu.
Eu me levantei, dei as costas pra ele e fui pra aula de ginástica sem olhar pra trás.
A ginástica foi brutal. Nós estávamos jogando Basquete. Meu time nunca me passava a bola, e isso era bom, mas eu caí muito. As vezes eu derrubava as pessoas comigo. Hoje eu estava pior que o normal porque minha cabeça estava cheia de Christopher. Eu tentei me concentrar nos meus pés, mas ele voltava a inundar meus pensamentos quando eu mais precisava de equilíbrio.
Eu estava aliviada, como sempre, por ir embora. Eu quase corri pro meu carro; haviam tantas pessoas que eu queria evitar. A caminhonete sofreu o mínimo de danos pelo acidente. Eu tive que trocar os faróis, e quando ela fosse pintada ficaria perfeita.
Os pais de Tyler tiveram que vender a van por partes.
Eu quase tive um ataque do coração quando ví uma silhueta alta, escura encostada na lateral da minha caminhonete. Então eu me dei conta que era só Eric. Eu comecei a andar de novo.
"Ei Eric", eu chamei.
"Oi Dul."
"O que foi?" eu disse enquanto destravava a porta. Eu não estava prestando atenção ao tom desconfortável da voz dele, então suas próximas palavras me pegaram de surpresa.
"Uh, eu estava só imaginando...se você não gostaria de ir ao baile de primavera comigo." A voz dele desapareceu na última palavra.
"Eu pensei que fosse escolha das garotas" eu disse, assustada demais pra ser diplomática.
"Bem, é..." ele admitiu, envergonhado.
Eu recuperei minha compostura e tentei sorrir docemente. "Obrigada por me convidar, mas eu vou pra Seattle nesse dia."
"Ah", ele disse. "Talvez da próxima vez."
"Claro", eu concordei e aí mordi meu lábio. Eu não queria que ele levasse isso muito a sério.
Ele foi embora, em direção á escola. Eu ouvi uma gargalhada baixinha.
Christopher estava passando pela minha caminhonete, olhando diretamente pra frente, seus lábios pressionados. Eu abri a porta e pulei pra dentro, batendo ela com força atrás de mim.
Eu liguei o motor desafiadoramente e dei a ré saindo pelo corredor.
Christopher já estava em seu carro, a duas vagas de distância, deslizando vagarosamente na minha frente, me atrapalhando.
Ele parou lá- pra esperar sua família; eu podia ver eles caminhando nessa direção, mas ainda perto da cafeteria. Eu pensei em arrancar o retrovisor do seu Volvo, mas haviam muitas testemunhas. Eu olhei no meu espelho retrovisor. Uma fila estava começando a se formar.
Diretamente atrás de mim, Tyler Crowley estava no seu Sentra usado, recentemente adquirido, acenando. Eu estava agitada demais pra prestar atenção nele.
Enquanto eu estava sentada lá, olhando pra todos os cantos menos pro carro na minha frente, eu ouvi uma batidinha na minha janela do lado do passageiro. Eu olhei; era Tyler. Eu olhei de novo no meu retrovisor, confusa. O carro dele ainda estava ligado, a porta esquerda aberta. Eu me estendi pela cabine pra abrir a janela. Estava dura. Eu abri até a metade, depois desisti.
"Desculpa, Tyler, eu estou presa atrás de Uckermann", eu estava aborrecida- obviamente o engarrafamento não era culpa minha.
"Oh, eu sei- eu só queria te perguntar uma coisa enquanto estamos presos aqui", ele sorriu largamente.
Isso não podia estar acontecendo.
"Você vai me convidar para o baile de primavera?" ele continuou.
"Eu não vou estar na cidade Tyler", minha voz pareceu um pouco aguda. Eu tinha que lembrar que não era culpa dele que Mike e Eric já tinham acabado com a minha cota de paciência por aquele dia.
"É, Mike disse isso", ele admitiu.
"Então porque -"
Ele encolheu os ombros. "Eu estava pensando que você só não queria machucá-lo"
OK, foi culpa dele.
"Desculpe, Tyler", eu disse tentando esconder minha irritação. "Eu estou mesmo saindo da cidade"
"Tudo bem. Ainda temos o baile de fim de ano."
E antes que eu pudesse responder, ele estava caminhando de volta pro seu carro. Eu podia sentir o choque no meu rosto. Eu olhei pra frente pra ver Alice, Rosalie, Emmett e Jasper todos entrando no Volvo. No espelho retrovisor dele, os olhos de Christopher estavam em mim. Ele estava inquestionavelmente se balançando de rir, como se ele tivesse ouvido cada palavra de Tyler.
Meu pé se aproximou do acelerador... um empurrãozinho não ia machucar nenhum deles, só aquela pintura prateada do Volvo. Eu acelerei o motor.
Mas eles estavam todos dentro, e Christopher estava indo embora. Eu dirigi pra casa devagar, cuidadosamente, murmurando pra mim mesma durante o caminho inteiro.
Quando eu cheguei em casa, eu resolvi fazer enchiladas de frango pro jantar. Era um longo processo, e me manteria ocupada. Enquanto eu estava picando as cebolas e o chili, o telefone tocou. Eu estava quase com medo de atender, mas podia ser Charlie ou minha mãe.
Era Jéssica, e ela estava exultante; Mike alcançou ela depois da escola para aceitar o seu convite. Eu comemorei brevemente com ela enquanto me movimentava. Ela tinha que desligar. Ela tinha que ligar pra Ângela e Lauren pra contar a elas. Eu sugeri - com uma inocência casual- que talvez Ângela, a garota tímida que tinha Biologia comigo, podia convidar Eric. E Lauren, uma garota reservada que sempre me ignorava na mesa do almoço, podia convidar Tyler; eu tinha ouvido dizer que eles estavam disponíveis. Jess achou que essa era uma ótima idéia. Agora que ela tinha certeza de Mike, ela realmente pareceu sincera quando disse que gostaria que eu fosse para o baile. Eu dei a desculpa de Seattle.
Depois que eu desliguei, eu tentei me concentrar no jantar- cortando o frango especialmente; eu não queria fazer outra visitaá sala de emergência. Mas a minha cabeça estava rodando, tentando analisar cada palavra que Christopher havia dito hoje. O que ele queria dizer com , era melhor que não fôssemos amigos?
Meu estômago revirou quando eu entendi o que ele queria dizer. Ele deve ter reparado no quanto eu estava absorvida por ele; ele não deve querer que eu me engane...então não poderíamos ser amigos... porque ele não estava nem um pouco interessado em mim.
É claro que ele não estava interessado em mim, eu pensei com raiva, meus olhos pulsando- uma reação ás cebolas. Eu não era interessante. E ele era. Interessante...e brilhante...e misterioso...e perfeito...e lindo...
...E possivelmente capaz de levantar vans com uma mão só.
Bom, tudo bem. Eu podia deixá-lo em paz. Eu ia deixá-lo em paz. Eu ia suportar a sentença dada por mim mesma aqui no purgatório, e talvez alguma escola no Sul, possivelmente no Havaí ia me dar uma bolsa de estudos.
Eu me concentrei em praias ensolaradas e palmeiras enquanto terminava as enchiladas e colocava elas no forno.
Charlie pareceu desconfiado quando chegou em casa e sentiu o cheiro dos pimentões. Eu não podia culpá-lo- a única comida Mexicana próxima do comestível estava no Sul da Califórnia. Mas ele era um policial, mesmo que um policial de uma cidade pequena, então ele foi corajoso o suficiente pra dar a primeira mordida. Ele pareceu gostar. Era engraçado observar enquanto ele começava a confiar em mim na cozinha.
"Pai?" eu perguntei quando ele já estava quase acabando.
"Sim, Dul?"
"Um, só queria te dizer que eu vou pra Seattle no próximo Sábado...tudo bem?" Eu não queria pedir permissão- deixava uma má imagem- mas eu achei rude, então mudei de idéia no fim.
"Porque?", ele pareceu surpreso, como se ele não pudesse imaginar algo que Forks não pudesse oferecer.
"Bom, eu queria ir pegar alguns livros- a biblioteca daqui é bem limitada- e talvez vez algumas roupas." Eu tinha mais dinheiro do que estava acostumada, desde que, graças ao Charlie, eu não precisei comprar um carro. Não que a caminhonete não fosse cara em se tratando de gasolina.
"Essa caminhonete provavelmente não faz uma milhagem muito boa com a gasolina", ele disse fazendo um eco com os meus pensamentos.
"Eu sei, eu vou parar em Montesano e Olympia- e Tacoma se precisar."
"Você vai sozinha?", ele perguntou, e eu não consegui dizer se ele pensava que eu tivesse um namorado secreto ou se ele só estava preocupado por causa do carro.
"Sim".
"Seattle é uma cidade grande, você pode se perder", ele disse.
"Pai, Phoenix é cinco vezes maior que Seattle- e eu sei ler um mapa, não se preocupe."
"Você quer que eu vá com você?"
Eu tentei ser profissional enquanto escondia o meu horror.
"Está tudo bem pai. Eu provavelmente estarei em provadores o dia inteiro- muito chato."
"Oh, OK". O pensamento de passar o dia inteiro sentado em lojas de roupas de mulher acalmou ele imediatamente.
"Obrigada." eu sorri pra ele.
"Você vai estar de volta á tempo pro baile?"
Grrr. Só numa cidade pequena como essa os pais sabem quando são os bailes.
"Não- eu não danço pai." Ele, de todas as pessoas,devia entender isso- eu não herdei os problemas de equilíbrio da minha mãe.
Ele entendeu. "Oh, tudo bem." Ele se tocou.
Na manhã seguinte, quando eu estacionei no estacionamento, eu deliberadamente estacionei o mais distante possível do Volvo prateado. Eu não queria cair em tentação e acabar fazendo ele merecer um carro novo. Saindo da cabine, eu deixei as chaves caírem numa poça aos meus pés. Enquanto eu me abaixava para apanhá-las, uma mão branca pegou-as num flash antes que eu pudesse tentar.
Christopher Uckermann estava bem na minha frente, encostado casualmente na minha caminhonete.
"Como você faz isso?"
"Faz o que?" Ele me passou as chaves enquanto falava. Quando eu ia apanhá-las ele jogou elas na palma da minha mão.
"Aparece do nada"
"Dul, não é culpa minha que você não é particularmente observadora" a voz dele era quieta como sempre- aveludada, emudecida.
Eu olhei para o seu rosto perfeito. Os olhos dele estavam claros hoje de novo, uma cor dourada da cor do mel, profunda.
Então eu tive que olhar pra baixo pra reagrupar os meus pensamentos agora confusos.
"Porque aquela patacoada no tráfego ontem?" eu perguntei de uma vez, ainda olhando pra longe. "Eu pensei que você devia estar me ignorando e não me irritando até a morte."
"Aquilo foi pro bem de Tyler, não pro meu. Eu tinha que dar uma chance a ele." ele riu silenciosamente.
"Você..." eu gaguejei. Eu não consegui pensar numa palavra ruim o suficiente.
Eu senti que o calor daminha raiva podia queimá-lo fisicamente, mas ele parecia estar se divertindo.
"Eu não estou fingindo que você não existe", ele continuou.
"Então você está tentando me irritar até a morte? Já que Tyler não conseguiu terminar o trabalho?"
A raiva transpareceu nos seus olhos. Os seus lábios se pressionaram até formar uma linha fina, todos os sinais de humor tinham desaparecido.
"Dul, você é muito absurda", ele disse, sua voz baixa estava fria.
Minhas palmas coçaram- eu queria tanto bater em alguma coisa. Eu estava surpresa comigo mesma. Normalmente eu não era uma pessoa violenta. Eu dei as costas e comecei a caminhar.
"Espere", ele chamou. Eu continuei andando, caminhando furiosamente pela chuva. Mas ele estava perto de mim, acompanhando o passo facilmente.
"Me desculpe por ser rude", ele disse enquanto andávamos. Eu ignorei ele. "Eu não estou dizendo que não é verdade", ele continuou, "Mas mesmo assim foi rude."
"Porque você não me deixa em paz?", eu murmurei.
"Eu queria perguntar uma coisa, mas você me desconcentrou",ele riu.
Ele parecia ter recuperado o bom humor.
"Você tem alguma disordem de múltipla personalidade?", eu perguntei severamente.
"Você está fazendo de novo".
Eu suspirei. "Tá bom, o que você quer perguntar?"
"Eu estava imaginando se no Sábado da próxima semana- você sabe, no dia do baile de primavera-"
"Você está tentando ser engraçado ?" Eu interrompi me virando pra ele. Meu rosto ficou encharcado quando eu olhei pra cima pra ver sua expressão.
Seus olhos estavam estranhamente divertidos. "Será que você pode me deixar terminar por favor?"
Eu mordi meu lábio e juntei minhas mãos, entrelaçando meus dedos, assim eu não faria nada de que eu pudesse me arrepender.
"Eu ouvi você dizendo que vai pra Seattle nesse dia, e eu estava imaginando se você quer uma carona."
Isso foi inesperado.
"O que?" Eu não tinha idéia de onde ele queria chegar.
"Você quer uma carona até Seattle?"
"Com quem?" eu perguntei, mistificada.
"Comigo, obviamente". Ele pronunciou cada sílaba, como se estivesse falando com alguém mentalmente incapacitado.
Eu ainda estava atordoada. "Porque?
"Bom, eu estava planejando ir á Seattle nas próximas semanas, e, pra ser honesto, eu não tenho certeza se o seu carro agüenta."
"Minha caminhonete funciona muito bem, obrigada pela preocupação." Eu comecei a andar de novo, mas eu estava muito surpresa pra manter o mesmo nível de raiva.
"Mas a sua caminhonete consegue chegar até lá com um tanque de gasolina?" Ele acompanhou o meu passo de novo.
"Eu não vejo como isso pode ser da sua conta." Estúpido dono do Volvo brilhante.
"O desperdício de bens findáveis é da conta de todo mundo."
"Honestamente, Christopher",eu senti uma alegria percorrer meu corpo quando eu disse o nome dele. "Eu não consigo te acompanhar. Eu pensei que você não queria ser meu amigo."
"Eu disse que seria melhor se não fôssemos amigos, não que eu não queria ser."
"Oh, obrigada, isso esclarece tudo" Sarcasmo pesado. Eu percebi que tinha parado de caminhar de novo. Estávamos sob o teto da cafeteria agora, então eu podia olhar para o seu rosto com mais facilidade. O que certamente não ajudou muito na claridade do pensamento.
"Seria mais...prudente se você não fosse minha amiga", ele explicou. "Mas eu estou cansado de tentar ficar longe de você, Dul."
Seus olhos estavam gloriosamente intensos enquanto ele pronunciava a última frase, sua voz flamejante. Eu não conseguia lembrar de respirar.
"Você vai pra Settle comigo?" ele perguntou, ainda intenso.
Eu ainda não conseguia falar, então só balancei a cabeça.
Ele sorriu brevemente, então seu rosto ficou sério.
"Você realmente devia ficar longe de mim", ele avisou. "Te vejo na aula."
Ele se virou abruptamente e caminhou pra o lugar de onde tínhamos vindo.
Autor(a): moonstarwebs
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 78
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babyblack Postado em 10/02/2009 - 19:18:01
kdê vc moonstar???????????????
Eu adoro essa Wn posta mais!!!
Não some não!
Bjus!!!!!!!! -
moonstarwebs Postado em 30/12/2008 - 02:45:16
Faça isso. Lua nova é o livro que eu menos gosto, estão seria complicado apra mim adaptar. Mas se você não fizer, eu faço.
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bebitah Postado em 26/12/2008 - 21:08:05
eu amo o liivro
to amando a web
eu axo ki vou fazer adaptação de Lua Nova....sendo ki ia me complicar toda mais tentarey -
bebitah Postado em 26/12/2008 - 21:06:32
eu assisti na estreia
Divino...
u.ú com RBD tah MARA -
moonstarwebs Postado em 23/12/2008 - 00:01:30
Para quem sabe, o filme de Crepúsculo já está nos cinemas, estreiu dia 19. Eu já assistir e AMEI. Eles fizeram um bom trabalho com o pouco de dinheiro que tinham. Eu espro que todo mundo assista o filme. Xoxo.
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naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 05:00:11
moonstar*
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naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:47
posta monstar plixxxxxxxxxx
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naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:47
posta monstar plixxxxxxxxxx
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naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:46
posta monstar plixxxxxxxxxx
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naths2vondys2 Postado em 13/12/2008 - 04:59:45
posta monstar plixxxxxxxxxx