Fanfic: Antes Mal Acompanhada Que Solteira

Isso é hostilidade.

Will é hostil.

- Anahí, preciso ir - diz ele, rapidamente. - Preciso voltar ao palco.

- Mas, Will... eu preciso de você.

- Você ligou para cá e disse ao Edward que era uma emergência. Esta era a emergência? Que você precisa de mim?

- Por que está tão bravo comigo? - Agora estou chorando. - Will, pare de falar comigo desse jeito. Você não se importa?

- Eu não me importo com o quê? Comigo?

Não.

Não diga isso.

- Você não se importa de eu estar sofrendo?

- Anahí...

- Não, Will, estou falando de sofrimento verdadeiro, físico. Estou muito confusa. Não consigo respirar, e minha cabeça está atrapalhada, e meu coração está batendo rápido demais...

- É porque você andou bebendo.

-Não, não é! Pare de dizer isso!

- Você está bêbada, Anahí. Eu sei. Você está falando arrastado. Isso é ridículo. Preciso desligar.

-Não, Will, não...

- Tchau.

- Por favor, Will, não... Clique.

Tom de chamada.

Pânico.

Ele foi embora!

Cadê aquele papel de chiclete?

Procure nos bolsos.

Procure na bolsa.

Por favor. Não está aqui. Onde está? Preciso dele. Preciso do número de telefone da Valley Playhouse. Preciso ligar de novo para ele.

Mas a esta altura ele deve estar cantando We Go Togetber.

Ramma lamma ding dong.

Então vou esperar até que termine.

- Com licença...

Ergo os olhos.

Um estranho está parado na minha frente, emoldurado pelo batente da porta que leva ao restaurante. Um homem estranho. Um homem estranho, que parece um borrão, está falando comigo. Por quê?

Ele parece bravo comigo. Ai, Cristo. Ele também? Por quê?

Por que todo mundo está bravo comigo? Lágrimas escorrem pelo meu rosto. - Preciso do papel de chiclete - digo ao homem. - Por favor... pode me ajudar a procurar?

- Não é permitido fumar aqui - diz ele, fazendo um gesto para o cartaz.

- Eu sei, mas meu namorado acabou de desligar o telefone na minha cara e eu não consigo achar o papel de chiclete, e meu coração...

- Por favor, apague - diz ele com firmeza, fazendo um gesto para a ponta na minha mão.

- Mas estou tentando explicar por que...

- Por favor. Esta não é uma área de fumantes.

Quem é esse homem estranho e fora de foco que saiu do lambri para dar bronca em mim?

- Alguém falou para você que eu estava fumando aqui? - pergunto, e percebo que aquelas duas vadias devem ter me dedurado. Eu detesto as duas. E detesto esse homem.

E acho que devia dizer isso a ele. - Acho que é melhor a senhora se retirar - diz ele. - Mas... por quê ? Por que eu preciso me retirar? - grito mais alto.

- Eu sou o gerente, e acho que a senhora bebeu demais. Está aqui sozinha?

Não consigo me lembrar.

Esforço-me para pensar no que aconteceu antes do telefonema, mas minha mente está tão desfocada quanto o rosto dele, e agora as coisas estão começando a girar.

- Posso colocar a senhora em um táxi - diz o homem. Agora ele não está sendo maldoso.

Agora eu não o odeio. Soluço mais forte.

- Muito obrigada - digo. - Muito obrigada.

- Tudo bem, vamos só... Ah.

Preciso vomitar.

Agora.

A náusea me ataca com tal violência que eu saio correndo para a porta do banheiro. Entro correndo em um reservado e vomito na privada.

Ai, meu Deus.

- Ai, meu Deus - digo, e me pergunto onde Deus está quando precisamos dele.

Eu devia ter ido à igreja, como minha mãe mandou.

Nunca me senti tão triste na vida toda.

Estou com dor.

Acho que estou morrendo.

Eu devia ter ido à igreja.

Agora é tarde demais.

Porque talvez eu já esteja morta.

Porque eu poderia jurar que estava no inferno.