Fanfic: Antes Mal Acompanhada Que Solteira

Pegamos o ônibus para atravessar o rio. Tento me concentrar no que Alfonso está dizendo enquanto percorremos o túnel Lincoln. Mas começo a pensar no que aconteceu no ônibus que tomei de Brookside no outro dia, e meu coração começa a bater enlouquecido. Parece que Alfonso não nota. Está me contando a respeito do casamento da irmã... alguma coisa a respeito de como o cantor da banda teve intoxicação alimentar na noite anterior, de modo que o irmão do cunhado dele precisou substituí-lo, e ele só sabia a letra de três músicas.

O ônibus parece se arrastar pelo túnel, apesar de não haver trânsito. Olho para as paredes azulejadas e vou contando as luzes a medida que passam.

- Tudo bem com você?

Tento respirar fundo, mas não consigo. Meu peito está apertado de novo. - Anahí? Olho para Alfonso. Ele está olhando para mim.

- Está tudo bem com você? - ele pergunta de novo.

- Não sei. - Engulo, e a saliva parece ficar presa na minha garganta. Por que não consigo engolir? Tento de novo. Não dá certo. Estou pensando demais sobre isso. Preciso pensar em outra coisa.

Mas não consigo.

- Qual é o problema?

- Não sei - respondo, e posso ouvir uma nota de pânico na minha voz.

Pânico.

- Acho que estou tendo um ataque de pânico - digo a Alfonso.

Ele pega minha mão e aperta.

- Tudo bem. Está tudo bem com você.

- Não sei... - Olho para o rosto dele. Olho através da janela, para os azulejos, para as luzes e para os outros carros.

- Está tudo bem, Anahí. Conte para mim o que está pensando.

- Sinto que alguma coisa ruim vai acontecer.

- Como o quê?

- Não sei. Acho que parece que eu... - Olho para ele de novo. O rosto dele é tão gentil, tenho vontade de dizer isso, mas ele vai achar que sou louca.

Eu não sou louca. Lembrete mental: Parar com isso. - Você acha que parece que você... o quê?-Alfonso me incita com cuidado.

- Morrer - digo com uma vozinha estrangulada. - Acho que parece que eu vou morrer. Eu me sinto como se fosse morrer. Ou algo assim.

- Você não vai morrer.

- Eu sei. - Exalo, trêmula. - Mas não consigo convencer meu cérebro disso. Ele está enlouquecido.

- Isso já aconteceu antes?

- Naquela noite. Naquela noite em que liguei para o Will do bar. Quando eu estava com você. - Estou tentando me concentrar no que estamos dizendo, para não entrar em pânico. Se ao menos pudéssemos sair do túnel... - E antes disso também. Algumas vezes.

Não acredito que esse negócio enlouquecedor e humilhante, tipo Garota, Interrompida está acontecendo comigo na frente de Alfonso... mas ele parece não se importar nem um pouco.

- O que desencadeia essas sensações? - pergunta ele, sincero.

- Não sei - respondo, sem nem escutar a pergunta dele direito.

Não pense que está dentro de um túnel. Não pense que o túnel vai desabar e a água vai entrar. Não pense em se afogar. Não pense.

O ônibus dá uma pequena guinada.

Eu ofego.

Alfonso aperta minha mão.

- Está tudo bem, Anahí- diz ele. - Eu estou com você.

E, dali a pouco, fica tudo bem.

O ônibus sai do túnel.

O pânico cede.

E Alfonso está comigo.

ULTIMO DE HOJE . DESCULPA GENTE PELA DEMORA EM POSTAR MAIS EU SÓ POSSO POSTAR DE 15 EM 15 DIAS POR CAUSA DA FACULDADE .

AMANHÃ TEM MAISSSS!!!!