Fanfic: Antes Mal Acompanhada Que Solteira

Então lembro.

Então paro de rir.

- Sabe do que mais? - digo a Alfonso. - Preciso ir. Estou esperando um telefonema...

- De quem? Do Will? - pergunta ele.

Fico surpresa por Alfonso se lembrar do nome dele.

- É, vou lá visitá-lo neste fim de semana.

- Ei, que legal. Parece então que tudo deu certo, hum, apesar de...

- Apesar de eu ter me feito de idiota naquela noite que liguei para ele? Ainda não sei. Quero dizer, parece que ele me perdoou, mas não tenho certeza se ele entendeu o que aconteceu. - Não tenho certeza se eu entendi o que estava se passando. Preciso mudar de assunto.- E você ? Como foi o seu encontro com a Sonja no domingo?

- Foi tão divertido que saímos de novo na terça.

Mesmo? Achei que ele estava trabalhando demais.

- Aonde vocês foram?

- Fomos jantar, e depois a uma palestra no Learning Annex sobre meditação. Eu era o único homem lá. Não sei se isso fez com que eu me sentisse como o Sean Connery ou como Just Jack.

- Achei que você estava lotado de trabalho - sinto a compulsão de perguntar, só para fazer um teste.

Pelo menos, minha intenção era que parecesse uma brin­cadeira.

Mas, por alguma razão, a frase sai meio raivosa.

- Ei, não dá para viver só fazendo revisão - diz Alfonso, despreocupado. - Bem, acho que é melhor desligar. Eu sei que o Will...

- E, ele deve estar tentando ligar. Então, o que você vai fazer no fim de semana? Vai sair com a Sonja de novo? - pergunto, como quem não quer nada.

- Não. Este é o fim de semana de ela ir à praia. Ela tem uma casa alugada dividida em Westhampton.

Claro que tem.

- Então, olhe, divirta-se com o Will - diz Alfonso, com sinceridade.

- Vou me divertir.

- Como é que você vai para lá?

- Que opção eu tenho?

- Vai dirigindo sua BMW nova?

- Na verdade, está na oficina. Então, eu vou de ônibus. Uma pausa.

Eu sei o que ele está pensando.

- Annie, vai dar tudo certo - diz ele baixinho.

- Espero que sim.

- Olhe, se você tiver outro ataque de pânico, pense de verdade em se consultar com alguém.

- Me consultar com alguém? Você quer dizer, tipo um psiquiatra?

- Um terapeuta. Eu posso ajudar. Tenho o nome de uma pessoa que me ajudou muito quando meu pai morreu...

- Não tenho como ir até Long Island para consultar um psiquiatra - respondo, mas só porque preciso dizer algo.

- O consultório dela é aqui. Na avenida Park com a rua 29.

-Ah.

- Pense sobre o assunto, Anahí.

- Tudo bem, vou pensar - respondo rapidamente. Não que eu esteja envergonhada, porque, estranhamente, não estou. Se fosse com qualquer outra pessoa, eu estaria. Mas tem alguma coisa em Alfonso que derruba todas as minhas defesas. Eu sempre fui eu mesma com ele desde o início, sem me preocupar com o que ele pensa sobre mim. E não só porque não estou interessada em ficar com ele, mas porque me sinto mais à vontade com ele do que com qualquer outro amigo, como Kate, e Raphael, e todo mundo da agência.

Alfonso e eu simplesmente nos demos bem de cara.