Fanfic: Antes Mal Acompanhada Que Solteira

De repente, a música de Bob Marley que estava tocando no máximo silenciou. Quando nos viramos, vemos Raphael parado ao lado do som, tremendo um pouco. Fico aqui me perguntando quantas doses flamejantes ele ingeriu.

- Atenção, todos! - Ele bate palmas. - Chegou a hora do bolo. O Alexander e o Joseph desta vez se superaram. Então, por favor, aproximem-se e preparem-se para cantar com toda a força.

- Ele está um pouquinho detonado, hein? - diz Alfonso ao mesmo tempo em que nos aproximamos da mesa do bolo.

- Ele é o melhor sujeito que conheço - digo categórica, torcendo para que seja suficiente para fazer com que Alfonso se apaixone loucamente por Raphael. Mas não posso deixar de notar que ele realmente não parece lá muito interessado nele.

Depois de um coro animadíssimo de "Parabéns a você" (e de três bis, puxados por Raphael), de o bolo ter sido cortado e devorado, Alfonso retorna para as proximidades de Alexander e Joseph, e Raphael vem para o meu lado.

- Você está com o cabelo cheio de cobertura - digo, tirando a sujeira com um guardanapo.

- Este não é único lugar do meu corpo que já ficou cheio de calda de bolo, Anahí - ele me diz com uma piscadela. Só Raphael sabe piscar sem ficar parecendo o avô de alguém. - Então, o que tem a dizer sobre meu novo namo­rado? Você me elogiou bastante?

-Com certeza. Disse que você é a pessoa mais fantástica que eu conheço.

- O que descobriu sobre ele?

Dou um gole em um daiquiri novinho. A medida que a noite vai passando, os drinques vão ficando menos gelados, menos doces e mais fortes, mas, a esta altura, ninguém se importa com isso.

- Ele disse algo sobre ter acabado de sair de um relacio­namento com algum cara que não o achava espontâneo.

- Anahí, eu sou espontâneo o suficiente para nós dois. - Raphael lança um olhar cheio de desejo para Alfonso. - O que mais ele disse?

- Não muito mais. Mas amanhã à tarde nós vamos assis­tir a Queda acidental juntos. Daí eu tento descobrir mais.

- Você finalmente achou alguém para ir com você? Anahí, fico tão feliz! - Raphael passa o braço pelos meus ombros. - Será que o Will vai ficar com ciúme?

- Por que ele teria ciúme de um gay? Mas, bom, o Will nunca tem ciúme. Ele confia em mim - digo a ele.

Silêncio.

- O que foi? - Quero saber, e pego um olhar de dúvida no rosto de Raphael.-Ele nunca fica com ciúme. Mesmo.

- Eu acredito. E, Anahí, acho que você devia se pergun­tar por quê - diz Raphael, enigmático.

- O que quer dizer com isso? - pergunto, mas alguém já o está puxando para participar do trenzinho.

De repente, não tenho a menor vontade de dançar.

Pego-me pensando no que Will deve estar fazendo. Dou uma olhada no relógio e chego à conclusão que ele já deve estar em casa a esta altura. Talvez eu possa tomar um táxi até o apartamento dele e passar a noite lá.

Mas, quando tento ligar para a casa dele, a secretária ele­trônica atende.

Não deixo recado.

EM BREVE NOVA WEBNOVELA