Fanfic: Antes Mal Acompanhada Que Solteira

Sim, é ele mesmo. Alfonso 0`Hanlon.

- O que está fazendo aqui? - pergunto, estupefata.

- Para falar a verdade, estou almoçando - responde ele e pega uma Pepsi da geladeira e volta a fechar a porta. - Estou fazendo um serviço freelancer para uma empresa no prédio.

- Que tipo de empresa? - pergunto, com o coração apertado, imaginando se não é a Blaire Barnett.

- A Seyville Inc.- responde ele. - É um serviço de limpeza que tem escritório no segundo andar, - Ah. - Você também trabalha por aqui?

- Trabalho mais para cima. No 33º andar. - Uso um conjunto de elevadores totalmente diferente, graças a Deus. Mas, realmente, é a maior coincidência do mundo o fato de ele vir trabalhar no mesmo prédio que eu.

Ele afirma o óbvio:

- Que coincidência, hein?

- É, é mesmo. - Finjo estar fascinada com a fileira de refrigerantes light dentro da geladeira. Não faz mal que o vidro esteja quase totalmente embaçado.

- Sabe, Anahí, eu tentei ligar para você depois...

- Ah, tentou? - interrompo bem rápido, porque não quero que ele se estenda, já que nós dois sabemos do que ele está falando.

Mas ele tem de se estender.

- E, depois daquela vez que a gente saiu... aquela vez que não era um encontro de verdade porque você achou que...

- Eu sei. Sinto muito - digo, irritada com ele. Será que ele precisa mesmo falar tudo, com todas as letras? Quero dizer, até parece que a gente já se encontrou mais de uma vez.

- Cada vez que eu tentava ligar, caía em uma secretária eletrônica.

- Ah, é, eu não fico muito em casa - respondo, imaginando onde foi que ele arrumou meu telefone. Achei que eu tinha dado um número falso para ele. Talvez Joseph ou...

- Era a secretária eletrônica de uma pessoa que gravou a mensagem em árabe - informa ele.

- Mesmo? - Finjo estar confusa. - Que coisa estranha. Você deve ter discado o número errado.

- É, mas toda vez caía no mesmo lugar - diz ele, mas de um jeito bem-humorado.

Estico o braço para dentro da geladeira e pego um Iced Tea Snapple de groselha diet. Minha vontade é entrar ali dentro, naquele frio, e fechar a porta atrás de mim... e não só porque minha cabeça está empapada de suor por causa da longa caminhada sob o sol do meio-dia.

- Quem sabe você não me deu o número errado por engano? - pergunta Alfonso quando eu removo a metade superior do meu corpo de dentro da geladeira.

-Vai ver que dei, sem querer. Desculpe.

- Tudo bem. Mas eu quis ligar para dizer que não faz mal... você ter pensando que eu era...

- Ah, que bom. Obrigada. Porque eu não tinha intenção... sabe como é....

- De me insultar? - Ele dá um sorriso. - Tudo bem. Existem coisas piores que você poderia ter pensado a meu respeito. E eu achei que você poderia ter ficado envergonhada, então eu queria dizer que não faz mal.